MEUS TEXTOS NO BOM DIA (143, 144 e 145)
A MUNICIPALIZAÇÃO DO ALIMENTO – publicado diário bauruense BOM DIA, 17/09/2011
“Acabar com a fome não é somente distribuir alimentos”, essa a frase preferida do novo diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o brasileiro José Graziano da Silva. Um dos mentores do sucesso do Fome Zero, quer agora acabar com a fome mundial. Talvez seja muita pretensão de sua parte, mas suas idéias são arrojadas e merecem não só uma discussão, mas a execução quase imediata. Muito antes dele, outro pensador dessa questão, Josué de Castro já dizia que “a fome é um problema criado pelos homens e que, portanto, são os homens que podem resolvê-lo”. Juntei isso tudo, li e ouvi o que Graziano tem para dizer e chego numa conclusão das mais simples: a municipalização do alimento é uma bela solução para a fome. Explico. O cidadão não vive lá no Governo Federal, vive no seu pedaço de chão, no município, mas a grande maioria dos alimentos que consome continua chegando de muito longe. E vindo de longe, tudo fica muito caro, devido o custo do transporte. Produzir não é lá tão caro, mas o transporte sim. E se existe produção local de alimentos, por que cargas d’água ainda continuamos consumindo desbragadamente o que vem de longe? Quer diminuir custos e perdas? Fácil, incentive que a produção local seja consumida por ali mesmo. Transporte e armazenagem são caríssimos. Todos nós estamos acostumados a comer frangos congelados, mas temos frangos criados aqui mesmo. Fuja de preconceitos, consuma mais o que é daqui. Esse um exemplo, pense em outros tantos. Valorizando a produção local sobraria nosso rico dinheiro para outras necessidades. Outra coisa é incentivar a produção de adubos orgânicos, produzidos da decomposição de dejetos. E mais, a aração destrói a matéria orgânica. E por que não plantar sem arar, só revolvendo a terra? Eis um belo começo. Graziano voa cada vez mais longe e viajo com suas idéias e planos. Torço por ele e mais, pelo fim da fome mundial.
GOVERNABILIDADE, EM SEU NOME... – publicado diário bauruense BOM DIA, 24/09/2011
Morro de rir das desavenças dessa tal “governabilidade”, tão necessária para a fluidez de um governo no sistema atual. A presidenta Dilma padece desse mal, às voltas com o indefectível PMDB, partido de vital importância para manutenção da maioria governamental nas votações no Congresso e Senado. Lula também foi eleito com apoio desses e quem “pariu Mateus, que o crie”. Se a opção é essa, a de ter parceiros desse naipe, que engula as conseqüências, nada mais justo. Minhas risadas são pelo papel da oposição, principalmente a exercida pelo PSDB, a demonstrar contrariedade pela situação. Esses os piores, pois se lá estivessem (ou quando lá estiveram) estariam unidos umbilicalmente ao PMDB e descaradamente brincam de fazer oposição. O maior problema, nunca discutido nesses momentos é o da viabilidade do atual sistema político, favorecendo a continuidade desse jogo de interesses mesquinho e a apunhalar o país. Mas como ninguém quer mudança de sistema, medidas paliativas nunca resolverão o problema. Toque-se o barco. Ações de igual teor, com demonstrações de força, como a explícita de Sarney são mais do que normais. O PMDB só atua dessa forma, onde o prescrito por Maquiavel n’O Príncipe poderia ser considerado hoje como algo ingênuo e inócuo. Eles estão anos luz à frente, aperfeiçoaram o script. E atuam assim em todos os níveis, lá em Brasília e aqui em Bauru. Só sabem fazer desse jeito. Como você acha que foi a conversa do líder do prefeito na Câmara dos Vereadores, homem do PMDB, contornando rusgas com o presidente da EMDURB? Essa é a negociação do dia-a-dia, a tal de governabilidade. Tudo são negócios. A política é um grande negócio. Veja a queda de braço do atual presidente do PSB local para se manter no cargo. Se ficar, o partido será oposição ao prefeito Rodrigo e se sair, situação. Veja o vereador do PSDB que tem afinidades com o governo, votou a favor do IPTU Progressivo e por causa disso se indispôs com a cúpula do seu partido. Que se dane o interesse da cidade, assim pensa e impõe a cúpula, cega oposição em todos os momentos. Isso tudo me faz lembrar um forró de Dominguinhos: “Isso aqui tá muito bom/ Isso aqui tá bom demais/ Quem tá fora quer entrar/ Mas quem tá dentro não sai”. Tenha certeza, eles se entendem.
“ELES MUDAM TANTO” – publicado diário bauruense BOM DIA, 01/10/2011
Foi com essa frase que Toninho Garms encerrou a entrevista dada ao repórter Nivaldo José, da rádio Jovem Auri-Verde no sábado, 24/09, após saber que uma reunião do grupo continuísta do seu partido, o PSB, havia sido cancelada pela direção estadual do partido. Naquela manhã, a cúpula estadual estava defenestrando a cúpula do Diretório Municipal de Bauru. Garms demonstrava contrariedade e se dizia “desiludido com as atitudes humanas e tanta mudança de rumo”. Estava prestes a pedir o boné e abandonar o partido, deixando um a ainda possuir a palavra “socialista” no nome para, provavelmente voltar ao antigo ninho, o que possui as palavras “social democracia” no nome. Voltou atrás, pois, via judicial, foi revertida temporariamente a decisão dos capos do partido. E as mudanças não ocorreram, ou seja, a mudança que não mudaria muito acabou por não mudar nada. Essa frase “eles mudam tanto” produz reflexões variadas e múltiplas. Os partidos políticos estão todos de pernas para o ar. Imaginem só a insensata possibilidade desse mesmo partido, abrigando em suas hostes o dirigente da indústria Paulo Sakaf, defensor do capital até a medula óssea? Pasmem, mas foi recebido em Bauru por dirigente envergando trajes a la Che Guevara (esse deve ter revirado no túmulo). Até tempos atrás, essa mesma quase ocorrida mudança de Garmes de um PSB para um PSDB era algo impossível de acontecer. Ideologicamente impensável, sem liga de sustentação. No balaio de gatos atual tudo parece ser permitido e a ideologia foi mesmo mandada para as cucuias. Observo todos eles. Outro me chama muito a atenção, o senador Aloysio Nunes, antes esquerdista, hoje PSDB desses meio esquisitões, querendo ser mais realista que o próprio rei. Respeitei-o no passado, cheguei a acreditar no que dizia. Mudou do sal para o açúcar e hoje, irreconhecível, verdadeiro cão de guarda do governo estadual. Sem falar do comunista (sic) Aldo Rebelo recebendo apoio dos ruralistas em eleição perdida para o TCU. Por fim, questiono como pode ser possível alguém chamando Pedro Tobias e Marcelo Borges de “meus irmãos” pertencer a um PSB de linha esquerdista? Não entendo isso...
sábado, 1 de outubro de 2011
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3 comentários:
Henrique não compre mais essas propagandas que tanto nos iludiram do governo federal. Sucesso o fome zero?? Só de marketing.
Como vamos falar sobre acabar ou amenizar a questão da fome, se estes mesmos senhores favorecem os donos do capital?? Como falar em um estado que favorece o latifundiario, que ocupa terras a especulação imobiliaria, ao consumismo industrial, num estado onde se visa o lucro e obvio nas mãos de poucos, onde não há educação, cultura para planejar a vida.
Vamos ser mais cientificos como antigamente entender a fundo e não ficar se iludindo com discursinho bonitinho que esses sujeitos da politica fazem, pq hj para aparecer o sujeito tem que soar inofensivo e babaca ao sistema, tem que ser um teletubbie pra falar e entrar nesses conchavos(todos os partidos), dando a bunda pra aparecer e ser noiva da politica capitalista.
Aquelas discussões de ciencia social que faziam por exemplo Marx vs Proudhon, que destrinchavam a sociedade parece que já era, hj é isso, falar bonitinho e jogar pra galera, mesmo que o que jogam seja bosta, mande esses "doutores" lamberem beira de penico pra ver se tomam vergonha na cara e aprendem alguma coisa.
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
E QUEM TE DISSE, SR HENRIQUE, QUE O PSB É SOCIALISTA? O NOME ESTÁ SÓ NA SIGLA. DÊ UMA ESPIADA QUEM SÃO OS MANDATÁRIOS NA REGIÃO E NO ESTADO DE SÃO PAULO. NENHUM DELES SOCIALISTA.
LUIZ CARLOS MARTINS
Henrique
Sabe qual é o lema do novo partido, o PSD do prefeito paulistano Kassab: "NÃO É DE ESQUERDA, DE DIREITA OU DE CENTRO!".
É do que então??? Me diga.
Estou contigo, confio também no trabalho do Graziano. Uma honesta pessoa no comando da FAO. Acredito que possa surpreender o mundo.
Paulo Lima
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