INTERVENÇÕES SUPER-HERÓI BAURUENSE (19) e OS QUE FAZEM FALTA E OS QUE SOBRARAM (26)
ENTRAR OU NÃO NA POLÍTICA PARTIDÁRIA. EIS A QUESTÃO !!!
A questão mais comentada aqui por Bauru na semana que passou foi o troca-troca de partidos e as novas filiações, todas visando o encerramento desse prazo (07/10), para os candidatos que pretendem concorrer no próximo pleito, seja a prefeito ou a vereador. A cada dia eram novos nomes, num vai-e-vem desenfreado e avassalador. Pretensões políticas, todos as temos, legítimas ou não. Dentro da estrutura atual, não existe o que se criticar no desejo das pessoas de dar o seu quinhão de contribuição no suposto processo democrático vigente. Mas (sempre tem um mais), Guardião, o super-herói bauruense enxerga algo mais “no ar além dos aviões de carreira” e quer ampliar o debate sobre essa questão, exatamente com o questionamento sugerido no título acima: ENTRAR OU NÃO NA POLÍTICA PARTIDÁRIA, EIS A QUESTÃO?!?!?!?
E por que isso? Um dos idealizadores desse post, o HPA passou por esse questionamento (ou seria tentação?) durante toda essa semana, quando estava motivado a voltar a ser filiar a um partido político. Com pretensões ou não de candidaturas, a decisão pela continuidade do exercício político fora da vida partidária veio somente após a leitura de uma entrevista com o ex-senador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, SATURNINO BRAGA, que ao completar 80 anos, em entrevista para Carta Capital (edição 666, 05/10/2011) afirma: “A política é excitante, fascinante, demanda você por inteiro, mas a literatura é mais saudável, compatível com a felicidade. Essa é que é a verdade: a política suga a felicidade. Você está sendo observado, fotografado, comentado, julgado. Não desenvolve seu próprio ser. Tem também a falsa adoração da fama, da projeção. Sobre o ponto de vista humano, do ser, é muito cerceante”. Num outro momento da entrevista descreve brilhantemente a depressão de sua geração: “Minha geração, na juventude, foi fascinada pela União Soviética. Era a novidade do mundo, tinha resolvido problemas materiais fundamentais do ser humano. Um país de mujiques analfabetos se transformar numa potência e ainda teve força para parar a maior máquina de guerra que tinha sido montada, a dos nazistas. Também foi o momento em que li O Capital. Quem não era comunista na minha geração não tinha sensibilidade moral, política, social. Estava todo mundo fascinado pelo comunismo. Depois veio a desilusão. Quando o sistema ruiu pela incompetência, ficamos perdidos: não há o que colocar no lugar. Digo-me socialista ainda, e sigo dizendo que a evolução política vai chegar ao socialismo”. Leia a entrevista na íntegra: http://www.cartacapital.com.br/politica/%E2%80%9Ca-politica-suga-a-felicidade%E2%80%9D
A entrevista é muito boa e abre mentes em questionamentos, como as propostas pelo GUARDIÃO nesse momento: Vale a pena participar da política partidária? Quais as chances de uma desilusão ocorrer num curto espaço de tempo? E as de implantar sua linha de pensamento? E as de se adequar às conveniências de um cargo? E até que ponto, enquanto pessoa humana alguém suporta a pressão de ter que se vergar diante de interesses grandiosos? E qual sua pretensão: agir de forma diferente, participar como manada, massa de manobra, ganhar dinheiro, mudar o estado de coisas, ter projeção pessoal? Nessa semana, além da avalanche de gente inflando os partidos, algo mais a ser discutido na próxima sessão da Câmara de Veradores de Bauru quando uma provável Fundação deverá ser aprovada, ou seja, uma nova cara para a privatização da Saúde e um tapa na cara do SUS – Sistema Único de Saúde, que deveria ser incentivado e valorizado. Um vereador, Roque Ferreira (PT) deve ficar isolado, praticamente sózinho (provavelmente com Fabiano Mariano PDT), enquanto seus pares, um a um vão se posicionando do lado favorável pela privatização. Num outro momento, após amplo debate, decide-se que a Lei do Cerrado iria ser respeitada, mas hoje, em outra votação, a primeira invasão da área pode ocorrer. E daí? A defesa de tudo o que era bom para o país e a cidade ontem, hoje já não o é mais, isso segundo o posicionamento de interesses e negócios. Esse o lado mais fácil de fazer política. Ou seja, a política é um terreno propício para a verificação de como se procede a história dos vencidos e dos vencedores. E vale a pena participar e ir acumulando derrotas e derrotas. Até quando é suportável uma situação dessas?
É por isso que GUARDIÃO quer discutir o tema. E alguém estaria disposto a isso ou a vida partidária é mesmo mero degrau para se alavancar pessoalmente? Um amigo do trio costuma dizer que o que falta hoje em dia, em tudo que fazemos é um pouco de SUBVERSÃO, pois o conformismo predomina. E mais, a subversão já não é mais permitida entre os ditos riuais democráticos (sic). O trio do lado de cá, GUARDIÃO, HPA e Leandro Gonçález (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com/ ), o desenhista do personagem deixam isso tudo no ar e aguardam a participação de todos.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Perazzi, tomei a liberdade de inserir seu artigo no Bauru na Política www.baurunapolitica.com (ingresse no time).
Um abraço
Renato Cardoso
Gostei!
Ariane
Henrique
Pior que isso é o fato de que não existe nenhuma possibilidade de mudança dentro do atual quadro partidário, nos sistema político vigente. Participar desse quadro é ter a certeza de estar dentro de algo que não vai mudar. E assim sendo, estar lá para que se nada vai mesmo mudar? Vc sabe, meu caro, que tudo está falido no sistema atual, corrompido, podre e os que topam particvipar dele estão cientes de que nada mudarão, entram porque buscam projeção. Uma palavra mágica resolve isso e voce a citou no final, subversão aliada a outra, revolução. De ambas juntas sairia algo novo, mas do jeito que está, nada. Fez bem em não se meter nesse negócio.
Pasqual - RJ
Caro Henrique - belo artigo. Parabens. Saudações socialistas- Isaias
Camarada Henrique, o Pasqual disse muito bem o que acontece, entender um processo é necessário.
Quem se insere no sistema, suja-se com suas regras, não há transformação, os que se colocam na politica o fazem de fora para dentro, superficialidade que suga para a corrupção, por isso é necessário o entendimento, o revolucionário faz inverso, é de dentro para fora, ele não pega regrinhas padrão, receita pronta, ele entende e dispara um conceito para mudar, vc acha que se Marx, Che e cia, tivessem se inserido no sistema das regras pre-estabelecidas nada de revolucionario conheceriamos, e mais, já imaginou se Darwin se baseasse para pesquisar em cima dos padrões já pré estabelecidos na epoca??
O revolucionario é subversão e não lambe saco que se adapta ao sistema, como estes senhores de hj que se dizem de esquerda mas que estão mergulhados até o pescoço neste sistema e se policiam quanto a críticas mais profundas.
Entenda os eventos da vida, aí o próximo passo vc entra com a subversão para uma revolução, como não temos pessoas para uma vsnguarda como no passado com tantos filosofos, artitas e etc lutando, temos uma sociedade de boiada, um toca o berrante e a boiada corre atrás, vc percebe que no passado esses filosofos, artistas, militantes e cia não se estabeleciam com o sistema, indo atrás de beneficios particulares, eles eram contra o sistema, eles eram a subversão, ou alguem imagina Marx sentando-se a mesa de politico para pedir verba para seu projeto??
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
HENRIQUE
VOCÊ NÃO AGUENTARIA ESTAR AO LADO DO PREFEITO NESSA QUESTÃO DA FUNDAÇÃO DE SAÚDE E ACREDITO QUE BATERIA DE FRENTE COM TODAS AS DIREÇÕES DOS PARTIDO ATUALMENTE EXISTENTES. FAZER POLÍTICA FORA DOS PARTIDOS, COMO BEM LI NO SEU ESCRITO É SAÚDE E FELICIDADE. É ASSIM QUE GOSTO DE VER.
ANDRÉ RAMOS
Postar um comentário