segunda-feira, 10 de outubro de 2011

INTERVENÇÕES SUPER-HERÓI BAURUENSE (19) e OS QUE FAZEM FALTA E OS QUE SOBRARAM (26)

ENTRAR OU NÃO NA POLÍTICA PARTIDÁRIA. EIS A QUESTÃO !!!
A questão mais comentada aqui por Bauru na semana que passou foi o troca-troca de partidos e as novas filiações, todas visando o encerramento desse prazo (07/10), para os candidatos que pretendem concorrer no próximo pleito, seja a prefeito ou a vereador. A cada dia eram novos nomes, num vai-e-vem desenfreado e avassalador. Pretensões políticas, todos as temos, legítimas ou não. Dentro da estrutura atual, não existe o que se criticar no desejo das pessoas de dar o seu quinhão de contribuição no suposto processo democrático vigente. Mas (sempre tem um mais), Guardião, o super-herói bauruense enxerga algo mais “no ar além dos aviões de carreira” e quer ampliar o debate sobre essa questão, exatamente com o questionamento sugerido no título acima: ENTRAR OU NÃO NA POLÍTICA PARTIDÁRIA, EIS A QUESTÃO?!?!?!?

E por que isso? Um dos idealizadores desse post, o HPA passou por esse questionamento (ou seria tentação?) durante toda essa semana, quando estava motivado a voltar a ser filiar a um partido político. Com pretensões ou não de candidaturas, a decisão pela continuidade do exercício político fora da vida partidária veio somente após a leitura de uma entrevista com o ex-senador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, SATURNINO BRAGA, que ao completar 80 anos, em entrevista para Carta Capital (edição 666, 05/10/2011) afirma: “A política é excitante, fascinante, demanda você por inteiro, mas a literatura é mais saudável, compatível com a felicidade. Essa é que é a verdade: a política suga a felicidade. Você está sendo observado, fotografado, comentado, julgado. Não desenvolve seu próprio ser. Tem também a falsa adoração da fama, da projeção. Sobre o ponto de vista humano, do ser, é muito cerceante”. Num outro momento da entrevista descreve brilhantemente a depressão de sua geração: “Minha geração, na juventude, foi fascinada pela União Soviética. Era a novidade do mundo, tinha resolvido problemas materiais fundamentais do ser humano. Um país de mujiques analfabetos se transformar numa potência e ainda teve força para parar a maior máquina de guerra que tinha sido montada, a dos nazistas. Também foi o momento em que li O Capital. Quem não era comunista na minha geração não tinha sensibilidade moral, política, social. Estava todo mundo fascinado pelo comunismo. Depois veio a desilusão. Quando o sistema ruiu pela incompetência, ficamos perdidos: não há o que colocar no lugar. Digo-me socialista ainda, e sigo dizendo que a evolução política vai chegar ao socialismo”. Leia a entrevista na íntegra: http://www.cartacapital.com.br/politica/%E2%80%9Ca-politica-suga-a-felicidade%E2%80%9D

A entrevista é muito boa e abre mentes em questionamentos, como as propostas pelo GUARDIÃO nesse momento: Vale a pena participar da política partidária? Quais as chances de uma desilusão ocorrer num curto espaço de tempo? E as de implantar sua linha de pensamento? E as de se adequar às conveniências de um cargo? E até que ponto, enquanto pessoa humana alguém suporta a pressão de ter que se vergar diante de interesses grandiosos? E qual sua pretensão: agir de forma diferente, participar como manada, massa de manobra, ganhar dinheiro, mudar o estado de coisas, ter projeção pessoal? Nessa semana, além da avalanche de gente inflando os partidos, algo mais a ser discutido na próxima sessão da Câmara de Veradores de Bauru quando uma provável Fundação deverá ser aprovada, ou seja, uma nova cara para a privatização da Saúde e um tapa na cara do SUS – Sistema Único de Saúde, que deveria ser incentivado e valorizado. Um vereador, Roque Ferreira (PT) deve ficar isolado, praticamente sózinho (provavelmente com Fabiano Mariano PDT), enquanto seus pares, um a um vão se posicionando do lado favorável pela privatização. Num outro momento, após amplo debate, decide-se que a Lei do Cerrado iria ser respeitada, mas hoje, em outra votação, a primeira invasão da área pode ocorrer. E daí? A defesa de tudo o que era bom para o país e a cidade ontem, hoje já não o é mais, isso segundo o posicionamento de interesses e negócios. Esse o lado mais fácil de fazer política. Ou seja, a política é um terreno propício para a verificação de como se procede a história dos vencidos e dos vencedores. E vale a pena participar e ir acumulando derrotas e derrotas. Até quando é suportável uma situação dessas?

É por isso que GUARDIÃO quer discutir o tema. E alguém estaria disposto a isso ou a vida partidária é mesmo mero degrau para se alavancar pessoalmente? Um amigo do trio costuma dizer que o que falta hoje em dia, em tudo que fazemos é um pouco de SUBVERSÃO, pois o conformismo predomina. E mais, a subversão já não é mais permitida entre os ditos riuais democráticos (sic). O trio do lado de cá, GUARDIÃO, HPA e Leandro Gonçález (http://www.desenhogoncalez.blogspot.com/ ), o desenhista do personagem deixam isso tudo no ar e aguardam a participação de todos.

6 comentários:

Anônimo disse...

Perazzi, tomei a liberdade de inserir seu artigo no Bauru na Política www.baurunapolitica.com (ingresse no time).
Um abraço
Renato Cardoso

Anônimo disse...

Gostei!
Ariane

Anônimo disse...

Henrique

Pior que isso é o fato de que não existe nenhuma possibilidade de mudança dentro do atual quadro partidário, nos sistema político vigente. Participar desse quadro é ter a certeza de estar dentro de algo que não vai mudar. E assim sendo, estar lá para que se nada vai mesmo mudar? Vc sabe, meu caro, que tudo está falido no sistema atual, corrompido, podre e os que topam particvipar dele estão cientes de que nada mudarão, entram porque buscam projeção. Uma palavra mágica resolve isso e voce a citou no final, subversão aliada a outra, revolução. De ambas juntas sairia algo novo, mas do jeito que está, nada. Fez bem em não se meter nesse negócio.
Pasqual - RJ

Anônimo disse...

Caro Henrique - belo artigo. Parabens. Saudações socialistas- Isaias

Anônimo disse...

Camarada Henrique, o Pasqual disse muito bem o que acontece, entender um processo é necessário.

Quem se insere no sistema, suja-se com suas regras, não há transformação, os que se colocam na politica o fazem de fora para dentro, superficialidade que suga para a corrupção, por isso é necessário o entendimento, o revolucionário faz inverso, é de dentro para fora, ele não pega regrinhas padrão, receita pronta, ele entende e dispara um conceito para mudar, vc acha que se Marx, Che e cia, tivessem se inserido no sistema das regras pre-estabelecidas nada de revolucionario conheceriamos, e mais, já imaginou se Darwin se baseasse para pesquisar em cima dos padrões já pré estabelecidos na epoca??

O revolucionario é subversão e não lambe saco que se adapta ao sistema, como estes senhores de hj que se dizem de esquerda mas que estão mergulhados até o pescoço neste sistema e se policiam quanto a críticas mais profundas.

Entenda os eventos da vida, aí o próximo passo vc entra com a subversão para uma revolução, como não temos pessoas para uma vsnguarda como no passado com tantos filosofos, artitas e etc lutando, temos uma sociedade de boiada, um toca o berrante e a boiada corre atrás, vc percebe que no passado esses filosofos, artistas, militantes e cia não se estabeleciam com o sistema, indo atrás de beneficios particulares, eles eram contra o sistema, eles eram a subversão, ou alguem imagina Marx sentando-se a mesa de politico para pedir verba para seu projeto??

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

HENRIQUE

VOCÊ NÃO AGUENTARIA ESTAR AO LADO DO PREFEITO NESSA QUESTÃO DA FUNDAÇÃO DE SAÚDE E ACREDITO QUE BATERIA DE FRENTE COM TODAS AS DIREÇÕES DOS PARTIDO ATUALMENTE EXISTENTES. FAZER POLÍTICA FORA DOS PARTIDOS, COMO BEM LI NO SEU ESCRITO É SAÚDE E FELICIDADE. É ASSIM QUE GOSTO DE VER.

ANDRÉ RAMOS