quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

BAURU POR AÍ (62)

NOROESTE, TORÇO SIM, POIS “ELES PASSARÃO, EU PASSARINHO”
Sou um torcedor de futebol à moda antiga. Tento continuar exercendo o ofício, mesmo com a profunda e negativa transformação que o “esporte bretão” teve mundo afora. Ontem quando o Corinthians venceu a Copa SP Futebol Jr não vibrei como dantes. Passei a admirar de uns tempos para cá mais a beleza do esporte do que o amor incondicional por um time. Tento colocar isso em prática ao meu modo, com raras exceções. A única, de amor mais do que declarado, enraizado e pelo visto, irremovível é pelo ESPORTE CLUBE NOROESTE, o time de minha aldeia, Bauru. Ele estreou ontem na 2º Divisão do Campeonato Estadual Paulista, contra o América de SJRP, fora de casa e fiquei com o ouvido colado no radinho de pilha (2x2, após virarmos o 1° Tempo ganhando de 2x0). Adoro uma transmissão de futebol, dessas feitas por rádio AM. Tenho a minha preferida e é a feita pelo Jornada Esportiva, do locutor, radialista, comentarista, repórter de campo e também motorista nas viagens, Rafael Antonio. Narração deste e com reportagem de Jota Martins, esses para mim, imbatíveis. Circulo um pouco por todas, aproveito o que me serve, deleto o rejeitável. Leio o Leonardo de Brito, o Fernando BH e o Bruno Mestrinelli (gosto mais dele no esporte, do que na política, mesmo sabendo que ele prefira escrever sobre esse segundo tema). Sou filiado na Sangue Rubro e a sigo como e quando posso. Prefiro sentar lá debaixo dos eucaliptos ao coberto do social. O som do batuque me é mais familiar. Vou ao campo com a camisa da torcida e sei que ela tenta se espelhar numas outras grandes, mas ainda tem muito da pureza de um time do interior (queria que ela não perdesse isso nunca). Não consegui fazer com que o filho gostasse de futebol, mas reencontro a cada jogo primos (o Beto Grandini e o Eduardo Lopes), amigos (Aldo Wellincham, Ademir Elias, Duílio Duka, Tuim, artesão Chico Cardoso...) e os quase mil torcedores que não abandonam o time faça chuva ou sol. Já nos conhecemos de longa data. Queria ter a garra de um Reynaldo Grillo, que não conheço pessoalmente e mesmo distante, aparenta ser mais noroestino do que mais da metade dessa cidade. Leio com regularidade o seu blog, o do BH, o do Gustavo Duarte e o da Sangue. Conheço cada canto do Alfredão e circulo bem por ele. Sinto falta quando me faltam jogos e da convivência com os que fazem daquilo uma espécie de lazer. Sou um desses. Vou lá para ver meu escrete entrar em campo e me transformo durante o jogo. Viro macaco de auditório e até esqueço as besteiras que sei acontecer nos bastidores (e são muitas). Vibro com o Marcão Shopping dirigindo o time das arquibancadas e o Pavanello circulando com sua prancheta pelas arquibancadas. Durante alguns meses lá estarei, daqui a bem pouco vou conhecer os novos jogadores pelo jeitão de cada um tocar na bola, vou saber quem é perna de pau, quem entende do riscado e se o técnico acertará dessa vez (parece que sim - toc toc toc). Vou rir com o querido dr Omar adentrando o campo lentamente e comer em todos os jogos a paçoquinha do casal mais conhecido do estádio. Ontem não fui, mas domingo, 10h, lá estarei e não vejo a hora de envergar o novamente o uniforme de torcedor, que já está devidamente passado, dobrado e pronto. Como bem disse a Cida, portelense de quatro-costados: “Não me importo de vencer campeonatos. Coração não tem Divisão”. Na primeira, segunda ou onde estiver, lá estarei. Sobre os problemas internos, sou um eterno crítico, mas parafraseando Mário Quintana explico: “Eles passarão, eu passarinho”.

Em tempo: No dia que o Vitor Vieira (garotão, novo presidente da Sangue - o da foto com a tatuagem) deu uma entrevista para o Fernando BH no seu site Canhota 10 (http://www.canhota10.com.br/), fui citado e isso muito me envaideceu. “Confesso que nunca fui fã de torcida organizada e exemplos não faltam para justificar essa minha postura. Mas não sou teimoso e sei dar o braço a torcer. Quem vê a dedicação incansável do Pavanello, lê os relatos do HPA, conversa cinco minutinhos com o Marcão Shopping ou testemunha a admiração do Gustavo Duarte, sabe que a Sangue Rubro é uma torcida diferente, que tem uma tradição a zelar – e raríssimas arranhões nessa história de 25 anos” (publicado em 17/01/2012) e pouco antes, no dia 15/01/2012, quando de uma bela entrevista com o Marcão Shopping, reproduz fotos tiradas por mim e cita a fonte dessa forma: “As fotos desse post são do blog de outro alvirrubro, o HPA – fica a dica: há sempre bons textos no Mafuá do HPA”. Retribuo da mesma forma, gileteando e citando a fonte, pois todas as imagens desse meu post foram retiradas do site do Canhota 10.

FATO LAMENTÁVEL: HOMOFOBIA EXPLÍCITA no balcão de um supermercado no centro da cidade, quando uma pessoa assumidamente homossexual é agredida verbalmente e fisicamente só e tão somente por causa de sua opção sexual, ou seja, motivo fútil e bestial. Tenho comigo que, quando isso ocorre, ou o agressor tem vontade reprimida de ser o que não consegue (talvez lhe falte coragem) ou é mesmo um ser desprezível, necessitando de medidas coercitivas para saber conviver com o diferente. Justo hoje, quando ocorre na cidade a eleição da RAINHA DA DIVERSIDADE, concurso do qual serei um dos Jurados. Devo levar minha armadura? A treva bufa e bota suas asinhas de fora.

5 comentários:

Paula Loureiro disse...

Dizia ontem numa participação numa radio, Marquinhos Souza, da Diversidade, que à medida q aumentam as conquistas dos GLS, aumentam também os crimes contra eles. Triste. Vá de armadura...

Anônimo disse...

VALEU HENRIQUE
FIQUEI FELIZ EM CITAR MEU NOME
DOMINGO ESTAREMOS LÁ, COM CERTEZA
AVANTE NOROESTE
EDUARDO LOPES - WHITE MARTINS

Anônimo disse...

agradeço a menção e parabéns pelo texto!!!

domingo estarei em São Paulo e vou perder o Norusca... Mas vem muito mais pela frente

Grande abraço,

Fernando BH

Reynaldo disse...

Fala Henrique
O Noroeste e isto ai...Paixao a toda prova....Voce tambem e um grande noroestino pois esta sempre procurando por em evidencia o vermelhinho mais querido do mundo e assim mantendo a chama dele sempre acesa. Ai em Bauru como tambem por este mundo afora existem tambem muitos noroestinos da gema. Com certeza eles se manisfestarao com mais intensidade assim que tivermos times mais competitivos e o clube com dirigentes que realmente queiram um Noroeste de verdade pra sua torcida. Nao ira faltar oportunidade de nos conhecermos pessoalmente..alias isto e algo que eu faco questao absoluta...E isto acontecera na proxima visita a Bauru.Abraco noroestino ao amigo.

Anônimo disse...

Boas notícias:

O Presidente do Conselho Municipal de Atenção a Diversidade Sexual de Bauru, professor Dr. João Winck, entrou em contato com a Secretaria Estadual de Justiça informando o caso de homofobia acontecido ontem na nossa cidade. A Secretaria enviará um representante a Bauru na próxima semana para cuidar pessoalmente do caso. A Associação Bauru Pela Diversidade Abd, acompanhará as investigações até a chegada desse representante. Não vamos nos calar, chega de tanta violência contra a comunidade LGBT. Seguimos na luta....sempre!

Markinho Lab