segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (50)

UM DIA DE RECLUSÃO FAMILIAR E A REVIVER O TRAÇO DE MIGUEL PAIVA
Não me peçam seriedade no dia de hoje. Sei que o mundo fervilha aí fora deste mafuá, mas não estou conseguindo sair dele e nem vislumbrar o que me espera ao cair na realidade deste ano. Escolhi o dia de hoje para arrumações internas. Não pensem que essa arrumação é no meu visual pessoal, pois desse acredito que não existe mais solução. A arrumação é na eterna bagunça, no juntar de papeizinhos o ano todo e que precisam um dia ter um destino. Tento fazer isso e estou aqui em andrajos, cheio de pó e no frigir dos avos, acho que baguncei mais tudo do desenbaguncei.

Enquanto continuo tentando uma coisa me caiu nas mãos, uma coleção de recortes do personagem GASTÃO DE MEIA IDADE, do desenhista carioca Miguel Paiva. Esse é mais um dos que aprendi a gostar ainda dos tempos d’O Pasquim. Até hoje, todos os daquela geração eu reconheço só de bater os olhos no traço. O Gatão nem é o personagem de maior importância desse artista, mas marcou muito, tanto que acabou até virando um filme (assim como o Ed Mort, traço dele e texto do Veríssimo). Quem quiser espiar, o trailer oficial está a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=BlBMgdnoqQ4 . A seguir um livro com as tiras emplacou no mercado. Não sei por que o Gatão também me fez lembrar-se da situação que vivo hoje, sem querer pegar no pesado, aqui no meu canto numa luta sempre desigual com as traças e cupins a devastar meu pequeno, porém rico acervo de papéis, muitos papéis.

Miguel Paiva é de uma geração onde eu estava muito ligado no que produziam os homens do traço brasileiro. Ele possui muitos outros livros publicados e espalhados por aí, virou gente importante na TV, onde produz textos de humor e variedades, mas continua afinado com o pincel. Produz diariamente charges (ao estilo de cartuns) para o jornal O Globo RJ e talvez seja uma das melhores coisas naquele amontoado de papel. Quando pego um desse amontoado de páginas, uma das primeiras coisas que dou atenção é na página dos desenhistas e Miguel está inserido junto de um famoso colunista, o Elio Gaspari, que também costumo ler, pois não é dos mais arrivistas. Fujo daqueles bobões no estilo do Merval Pereira e Miriam Leitão, pois não gosto que me estraguem o dia com algo a idiotizar os textos nos jornalões brasileiros, com uma perseguição implacável à Lula, nem tanto por sua criticável atuação política, mas por ser o que é, um metalúrgico que deu certo e chegou a comandar o país, como nenhum dos que o jornal sempre teve preferência conseguiu até então. Miguel não entra nessa seara e navega bem entre o conservadorismo do jornal. Eu viajo com ele e nos personagens que produz para o jornal, como “Diferenças”, “Momentos de Boa Solidão”, “Sem Palavras”, “Morar Sozinho”, “Coisas Que Não Existem Mais”, “Mania de Brasileiro” e outros. Escolhi algumas para ilustrar esse meu dia e homenagear um excelente traço brasileiro.

Revivam um pouco do clima desse dia e me digam se tenho ou não razão..

OBS: Favor não confundirem MIGUEL PAIVA com outro grande expoente do traço, o CLÁUDIO PAIVA. Cada um é cada um. Estilos mais do que próprios.

UMA NECESSÁRIA EXPLICAÇÃO: Começo do mês passado lancei aqui no blog o "Troféu Desatenção - O mais desligado de Bauru, To of Mind às avessas", onde cutucaria os muitos merecedores de prêmios pelos descalabros bauruenses. Pensei melhor e permaneci somente na idéia. Tudo daria muito trabalho e meu tempo anda escasso. Mais que isso, talvez o anúncio e divulgação dos resultados provacasse um amontoado de gente irada, não só a me cercar e jogar ovos na rua, como me levar novamente às raias de tribunais. Notei também poucos (mas poucos mesmo) expondo claramente o voto e a maioria (mas maioria mesmo) preferindo votar e continuar no anonimato. Levando tudo isso em conta, capitulei. Repenso melhor tudo e em breve, com uma retaguarda mais reforçada volto à carga. Faltou coragem...

2 comentários:

Anônimo disse...

Tem momentos que o mais quero da vida e na vida é ficar algumas horas sózinho, eu e minhas coisas, fazendo tudo ao meu jeito e maneira. Esse cara sacou tudo isso.
Viva!!!!!

André Ramos

Anônimo disse...

HENRIQUE

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!

Vocês homens são todos iguais, inclusive os que desenham.

Falam, dizem, esperneiam, mas não vivem sem. Veja o desenho maior, na hora de dormir o bicho pega, né!!

Ri muito. Ótimo para começar o ano, pois trampo mesmo só a partir de amanhã, pelo menos para mim.

Um bom ano para ti e todos do blog.

AURORA