domingo, 19 de fevereiro de 2012

ALGO DA INTERNET (55)

UM COMEÇO DE CARNAVAL CURTINDO HERMANOS ARGENTINOS NO SESC
Domingo de Carnaval em Bauru. Por aqui para se perceber estar dentro dos Festejos de Momo se faz necessário marcar presença em locais onde algo acontece, do contrário tudo passa batido. Eu estou cercando alguns. Após a correria para entregar troféus e medalhas no Icaiçara de Santa Cruz do Rio Pardo, ontem, sábado no Calçadão da Batista reencontro o poeta LÁZARO CARNEIRO, um dos primeiros freqüentadores desse mafuento espaço. Falávamos sobre as letras dos Sambas-Enredo da atualidade e numa comparação com alguns do passado, dizíamos faltar a jocosidade em focar temas mais contundentes. Ele me passa um poema, que muito bem poderia ser transformado num sambão. Digo sentir sua falta na página de poesia dominical do JC e peço que sintam o poder da letra e da direta mensagem:

POEMA DA LARANJA COM AGROTÓXICO: “Amor transgênico” -
Das escarpas que debruçam sobre mim
Ou de um relevo que existe e não conheço
Vem das planícies desfraldadas sem ter fim
A morte lenta pela qual eu tenho apreço.
Quando sedento, se te encontro és saborosa
Toco-te com carinho e com desejo
És fofa, lisa, adocicada e caudalosa
Destila em mim o seu veneno que não vejo.
Corpo frágil que aperto, chupo e amasso
Beijo mortal que me envenena e me alucina
Lentamente eu também viro bagaço
Seja laranja, mexerica ou tangerina
Vou sorvendo minha morte passo a passo
Eis ai a minha rosa de Hiroshima”.

Vivemos num tempo em que nem chupar nossa singela laranja é mais possível sem certo receio. Do poeta que leu Nietzsche vou para o SESC na tarde de sábado, acompanhado do filho e do Cido, professor e marido da também professora, a peruana Rosio. Show com uma espécie de Carnaval à La Argentina com o grupo “POLLERAPANTALÓN” (nome advindo da mistura de blusa mais saia), misturando ritmos contagiantes da música afro-latina. Seis pessoas no palco e uma trinca de sopros no comando, com dois saxofones e um trombone de vara. Os dois saxs comandados por duas mulheres, Melina “Titi” Xilas e a alma do grupo, uma espécie de faz tudo e condutora da fuzarca musical, a hilariante, criativa e com um gestual de palco contagiante, a ANDREA “DREAN” DESIMONE. Todos os demais são bons, mas essas duas se superam e dão o tom. Curtimos do começo ao fim, tudo de bom, com algo mais do que dançante. O ponto mais bonito do show foi quando um menino de uns três anos começou a dançar sozinho na frente do palco e só parou quando quis subir, sendo impedido (sob apupos) pelo pessoal do SESC.

Gostei tanto que transcrevo um texto de um folheto distribuído pelos integrantes: “Música e alegria – Banda formada na Argentina que optou por tomar as ruas como melhor cenário. Nascido em 2005 em Buenos Aires, composto de 3 ventos pelas melodias e um Power quarteto de base. A partir de ska e funk, exploramos vários gêneros, como Balkan, Tango, Cumbia e Chacarera (ritmos folclóricos da Argentina), com uma forte tendência de rock, que dá o toque final a este conjunto tão especial. Nós viajamos milhares de quilômetros de nosso país. Uruguai, Chile, Espanha, Itália e França. Agora estamos visitando solo brasileiro pela segunda vez e curtindo as pessoas que gostam de nossa música. PolleraPantalón querem espalhar dança, alegria, riso, energia, arte e diversidade”. Confira mais no http://www.pollerapantalon.com.ar/

Na saída fui conhecer o pessoal da banda, comprei um CD, o “La Música a Outra Parte”, dei um forte abraço na DREAN (que ao dizer ser a alma do grupo, tascou a dedicatória: “Brigado pela alegria, Drean, a alma da banda”). O encontro que havia marcado antecipadamente foi com o produtor da vinda desses eventos latinos em Bauru, o Felipe França Gonzales, manager da Difusa Fronte(i)Ra, que conheci ali mesmo no SESC em apresentações outras. Escrevo tanto deles que me presenteou com alguns CDs, os de Sol Pereyra (http://www.solpereyra.com.ar/) e do grupo La Madre Del Borrego (http://www.lamadredelborrego.com.ar/). De uns tempos para cá estou cada vez mais entusiasmado com a música latina, principalmente a argentina (e tenho gostado muito). Saio de lá em estado de graça e passo a noite de sábado ouvindo os hermanos latinos. Ainda passei pelo quintal onde o Pé de Varsa ensaia e dá os últimos retoques. Comprei minha camiseta, revi uma pá de gente conhecida e depois conto aqui como foi meu reencontro com o Sambódromo. Muito samba e ritmos latinos, tudo junto e misturado. Foi assim até me apagar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Muito Brigado¡!¡!
Eu vou postera no Facebook¡!


Abrazo grande, a gente se fala pra um proximo show no Bauru¡!

Darío Margulis
Pollerapantalón Managment
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skype ID: dariomargulis