quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

OS QUE SOBRARAM E OS QUE FAZEM FALTA (31)

RELATOS MAFUENTOS DA SEGUNDA DE CARNAVAL EM BAURU
Ontem fiz algo que ainda não havia feito aqui nesse mafuento espaço. Reproduzi muitas fotos de um evento carnavalesco e não gostei do resultado final. Acredito ter fugido um pouco do grande motivo desse blog que é o de escrever com ilustrações. O fiz porque queria demonstrar que a maioria das pessoas que fotografo (e mais ainda no Carnaval) não são pessoas da dita elite da cidade e, sim as mais simples. É desses que falo, escrevo. Uma vez ou outra escapa algo a defender uma coisa ou o estar ao lado de uma situação que normalmente me confronto. Eis minha justificativa. No Carnaval quase tudo é possível e algo a ferver o cerebelo são as manifestações contrárias a esses festejos, que não me canso de afirmar serem a nossa maior manifestação popular. Abro o Jornal da Cidade, edição de ontem e logo na página dedicada aos editoriais, dois artigos sobre o tema Carnaval. No primeiro, o “O fim do Carnaval”, de Marcondes Serotini (pode ser lido aqui: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=221564 ) e me junto a ele na conclusão: O fim do Carnaval é só porque hoje é quarta feira de cinzas, mas ano que vem ele volta e se possível cada vez mais forte. O segundo texto foi de arrepiar. Escrito por um pastor, um tal de Gilson Jr vem com “Carnaval, o ópio do povo” (por ser lido aqui: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=221563 ). O cara para defender seu ponto de vista junta a frase do Marx e recheia tudo com a sua questão de fé, como se essa fosse a salvadora do planeta. Cansei, pura idiotice elevada a quinta potência. Fé sem um mínimo de conhecimento histórico vira manicômio. Desprezível em todos os sentidos. Ou seja, dos dois textos, um no “cravo” e outro na “ferradura”.

Mas não quero escrever somente disso nesse final de Carnaval. Meu filho me pergunta sorrateiramente ontem: “Quantos livros leu nesses dias de folga? O que leu nesses dias?”. Envergonhadamente respondi: “Nada, nem mesmo minha revista semanal”. Péssimo isso dos livros irem se acumulando sobre minha mesa e sempre a mesma alegação de falta de tempo. E pior, sem tempo para fazer uma das coisas que mais gosta na vida, desfrutar do prazer da leitura. É claro que o Carnaval não é o culpado disso. Até ajuda, mas não é o determinante. Chego à conclusão de que é necessário dar um breque e reiniciar tudo de novo, com menos computador e mais leitura.

Dos Desfiles de Carnaval de Bauru escrevo mais agora. O relato do segundo dia, a segunda no Sambódromo, 21/02 e após uma “quase” chuva. Na primeira foto lá no alto eu, esse mafuento HPA e meu melhor amigo, o DUÍLIO DUKA, que literalmente arrastei para a avenida meio que a forceps (faltou arrastar o amigo Marcão - ano que vem ele não escapa). Na sequência, minha mana HELENA AQUINO e o também amigo e jornalista ADEMIR ELIAS, que anda batendo um bolão, pois esteve presente em muitas das manifestações festeiras cidade adora. Depois, eu mascarado, minha barriga nada carnalesca e ALFIO GIOVANETTI, um artesão que aqui aportou vindo de Sampa e hoje está na coordenação da Feira Ubá e acalentando um sonho, que diz será realizado ano que vem: "Que tal um Bloco Carnavalesco da Ubá?". Achei ótimo e já me proponho desfilar nesse também. Meu primão BETO GRANDINI, que por anos a fio saiu de destaque na Mocidade, hoje o faz com os pés no chão no Pé de Varsa, junto da esposa NÁDIA (olha ela na foto e recebendo um abraço do mestre em cerimonial NETO) e da filha NÚBIA, todos carnavalescos de boa cepa. Momentos antes do Bloco mais animado da Vila Falcão, o Pé de Varsa pisar a avenida, a festa estava mais do que estabelecida e dentre eles o BRÁS, que dá nome a um grupo de samba de raiz dos mais ativos da cidade, o Quintal do Brás. Esse de chapeuzinho branco é meu amigo, o OBRIGADO, pois era dessa forma que ia agradecendo a todos após o encerramento do desfile e por tudo ter dado muito certo. Essa foto dos meus pés no tênis bamba é do Duka e foi uma gozação por ter tirado do armário um velho e surrado pisante, sem cadarço, só para não sair com algum outro de outra cor que não o branco e quebrar a harmonia da escola. Amarrei na hora com o primeiro cordão que encontrei pela frente. Esse animado sexteto de mulheres ficou por bom tempo na beirada da calçada a animar os que desfilavam. Composto pelas mulheres de muitos que estavam a trabalho pela avenida, juntaram-se e não deixaram a peteca cair. Olha o vereador ROQUE FEREIRA aí gente. Esse saiu no Pé de Varsa e na foto estava ajudando na Harmonia da última escola a sair na avenida, a Tradição do Mary Dota, que presidida pelo competente CHIQUINHO, fez e aconteceu nesse último dia de avenida, pois mesmo com todas as dificuldades, propiciou talvez a mais belo e original festa que presenciei por lá (vejam como não existe mesmo ninguém desapaixonado). Destaque mesmo e com muito samba no pé, quem arrasou na avenida foi a SARA, da velha cepa do samba no pé e dona de uma salão de beleza e uma loja de revenda de cães lá no bairro da escola. Mostrou a que veio e não deixou a peteca cair. Dela, faço uma escrevinhação em breve num Retrato de Bauru. Um dos que, assim como eu, fotografou cada detalhe do desfile foi TITO PEREIRA, festeiro de mão cheia e animado folião de calça e camisa e me apresentando uma senhora, dona de um pousada próxima da USP, que veio na avenida trazer suas hóspedes peruanas, venezuelanas e guatemaltecas, todas dentistas e loucas para conhecer o Carnaval. Todas sairam na Tradição. Na saída, Marisa Basso conta mais uma novidade, a sua intenção de criar mais um bloco para a festa do ano que vem, um só com imensos bonecões, no estilo dos de Olinda e daqui da próxima Torrinha. Já são duas as intenções. Na última foto, o desfile após o encerramento da festa e aproveitando ainda o samba batido pela Tradição, com o Bloco do Vai quem Quer, composto pelos funcionários públicos envolvidos com a trabalheira de estar por trás da festa e de populares, que descem das arquibancadas e fazem a festa na avenida.

Na terça à noite, eu e Duka fomos dar uma espida no Carnaval no Vitória Régia, mas não ficamos nem dez minutos. Curtimos é Carnaval e nenhuma marchinho estava sendo tocada por lá, só axés e afins. Sartamos de banda e fomos em busca de outra folia, pois essa não a propícia para esses dias. Agorinha mesmo acabo de saber pelo rádio que o PÉ DE VARSA ganhou o Concurso de Blocos e a CARTOLA o das Escolas de Samna. Skindô, skindô...

E para finalizar e provar que nem tudo é festa nesses dias, ROSE BARRENHA, uma servidora da Saúde Municipal na acepção da palavra e que curtiu a festa ao lado Décio, do ex-Alternativa. Veja o que ela publicou no facebook: "GOSTARIA QUE AS PESSOAS DAQUI QUESTIONASSEM PORQUE O CONSELHO GESTOR DA UNIDADE DE SAÚDE DA BELA VISTA FOI SIMPLESMENTE EXTINTO...PQ LUTAMOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO, CLARO! ANO ELEITORAL. MEDIDA ABSOLUTAMENTE ILEGAL,IMORAL E REACIONÁRIA, CONTRA QUALQUER ARREMEDO DE DEMOCRACIA...COISAS DE NOSSA CIDADEZINHA MESQUINHA...ONDE TUDO FICA IMPUNE".

2 comentários:

Anônimo disse...

SOMOS CAMPEÕES
VIVA O PÉ DE VARSA
O MAIOR BLOCO E O MAIS ALEGRE, NÃO SÓ DA VILA FALCÃO, MAS DE TODA BAURU.

BELAS FOTOS

MARCÃO BRÁS

Mafuá do HPA disse...

"Em relação aos desfiles de escolas de samba, o Carnaval ‘já era’. Os enredos são, em sua maioria, horrorosos. Você se orgulha de um ou outro. Além disso, o samba é composto por muita gente.

Sem falar na questão financeira. Você pode desfilar na escola que quiser, na hora que bem entender, basta pagar. Você entra na escola sem saber nada, nem o nome, nem as cores, nem a história. Então, eu não tenho mais paciência para o Carnaval.

Também há a mistura da festa com o futebol. No momento em que você tem torcidas organizadas no desfile, vira aquela rivalidade que existe nos arredores dos campos, nas ruas, não dá certo.

O que aconteceu ontem em São Paulo, durante a apuração, se dá em função da torcida organizada, e não importa o clube.

Já gostei muito de baile, de desfile, mas acho uma pouca vergonha o que acontece hoje!", ESSA FALA AÍ EM CIMA É DO JOSÉ TRAJANO, A ESPN, NUMA ÁCIDA CRÍTICA AO QUE VIROU O CARNAVAL. ASSISTI ATÉ O FIM O VÍDE3O INDICADO ABAIXO E CONCORDO COM TUDO O QUE ELE DISSE.


Trajano é um dos poucos resistentes da TV. Descobri o vídeo e a escrito acima após um email de um e-mail:

"Henrique, aumente o som e assista atentamente essa crítica do Trajano, isso é que é crítica, não essa bundamolice de críticos que se acham o máximo mas não falam nada, saem pela tangente, realmente me acostumei mal com Trajano".

http://espn.estadao.com.br/josetrajano/post/242059_VIDEOBLOG+O+CARNAVAL+JA+ERA+OS+ENREDOS+SAO+FRACOS+E+EU+NAO+TENHO+MAIS+PACIENCIA


Henrique - direto do mafuá