terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OS QUE FAZEM FALTA E OS QUE SOBRARAM (30)

RELATOS MAFUENTOS DO DOMINGO DE CARNAVAL EM BAURU
Traço aqui um escrito mais do que pessoal de dois dias do Carnaval vivenciado por mim. Hoje o primeiro, o de domingo, 19/02. Antes de começar o relato propriamente dito, repasso como informação, para leitura aos interessados, de um debate que travo com Marcos Paulo Resende aqui nos Comentários do Mafuá, tendo como base o texto de sexta, 17/12, “Uma manhã de sábado...”. Sabe aqueles embates de duas pessoas que se respeitam, divergem e se entendem, discursam e debatem cada um respeitando a opinião alheia. Fazemos isso no tema a envolver dois locais antes degradados de Bauru, o entorno da Estação da Sorocabana, área ocupando toda a Avenida Pedro de Toledo e local da provável instalação de um conjunto habitacional com 800 apartamentos e o novo Shopping Center, o Nações, adentrando a vila Antarctica, com desapropriações e alterando a pacata vida dos moradores. Em ambos a assinatura do paulistano Grupo Marca. Só lendo para entender o que um e outro defende. Seria interessante um textão com mais gente adentrando esse debate. Talvez o faça.

No domingo de manhã começo tudo ao escutar daqui de casa o apito da Maria Fumaça. Ele me diz que teríamos trem na Feira do Rolo. Iria lá de qualquer forma e o faço, primeiro revendo o Carioca e sua banca de livros. Quem aporta por lá são os amigos pirajuienses cururus CÁSSIO E REJANE, os mais kaigangues dentre nós branquelos. Vieram rever a Feira do Rolo, procurar coisinhas e bater perna. Ganhei um CD deles, o “Singin’ Good Ol’Songs with Good Ol’Friends”, do campineiro e bluseiro Paulo Gazela (ele quer tocar aqui no Templo Bar). Vamos bater papo com o pessoal da Cultura Municipal, ORLANDO ALVES e damos de cara com o vereador Roque Ferreira e sua peregrinação feirista dominical. Juntamos a falar de coisas e mais coisas, por pouco não demos uma maravilhosa solucionática para os problemas, não só de Bauru, mas do Brasil e do mundo. No facebook Roque publicou: “Como todos os domingos, hoje estive na feira, passei pela Estação Arte, muita gente passeando de trem, e bons amigos para conversar. Também recebemos solicitações e sugestões da população sobre os mais variados temas. A Sumiê do Jardim Terra Branca, por exemplo nos relatou as dificuldades dos moradores da Rua Canadá, que é de terra e está tomada por buracos. Reivindica pavimentação. O Paulo do Leão XIII disse que o bairro está esquecido, e que ninguém faz nada. Disse ao Paulo que é necessário a população do bairro se organizar e coletivamente se manifestar apresentando suas reivindicações. Como vereador posso levar ao executivo o que ele já sabe, mas não posso dizer que vai atender.Quando o povo se organiza, sai as ruas, ele e seus problemas passam a ser vistos, e a possibilidade de conquistar é muito maior”.

Depois disso, o Carnaval propriamente dito. Ontem escrevi sobre a Norma, uma das caras da velha e saudável Mocidade Independente de Vila Falcão, que infelizmente, graças à péssima atuação de Jaime, seu atual “dono” (sic), deixou de existir, pois vegeta e dá seus últimos suspiros. Deles, escreverei algo mais qualquer dia desses. Hoje, algo não dos desfiles, pois para isso existem outros meios, até mais qualificados. Quero descrever um pouquinho das pessoas que fui trombando. Primeiro as amigos. O secretário de Cultura ELSON REIS perpetrou uma atitude que certamente lhe causará muitas dores lombares: não parou um só minuto, esteve onipresente em todos os lugares do Sambódromo e tudo acabou dando mais do que certo. Ressalto a participação de todos funcionários envolvidos e com a publicação de uma foto do VALTINHO, presto uma justa homenagem a todos. Existia um pool de transmissão já previamente estabelecido com imagens e sons de lá, mas uma pessoa quebra tudo isso e expõe uma divulgação inédita, a transmissão via WEB TV. O responsável foram três malucos, o JOAQUIM "KYN" JUNIOR, JOSÉ DE SOUZA LOPES JÚNIOR e PAULO DA ÔMEGA VÍDEOS e tudo ainda pode ir sendo conferido no http://www.webtvc.com.br/ . Tudo de improviso, mas admirável, pois seguidor que sou do lema de que tudo que é feito para subverter a ordem estabelecida é válido, eles merecem meus efusivos abraços. Do Kyn quando lhe perguntei se havia valido a pena, me disse: "Tudo vale a pena se alma não é pequena". Olha eu aí posando para uma foto com a Rainha da Diversidade, a VALENTINA PRYNS. Bater os olhos em ESSO MACIEL e vê-lo todo pimpão com seus mais de 70 anos é a certeza de que tudo isso vale mesmo a pena. Para dentrar a área aos credenciados enviou um bilhete de próprio punho para o Elson, com algo parecido a isso: "Me deixe entrar, estou no fim da vida e não posso ficar de fora disso". Entrou e gravou tudo com seu gravador a la Juruna. TATIANA CALMON estava radiante e cheia de alegria, tanto que brinquei com ela num certo momento: "Olha você em primeiro plano e o Roque ali ao fundo em segundo. No Carnaval as situações se invertem". Lá no fundo da mesma foto, GERALDÃO PIRES, ex-maquinista da Maria Fumaça e pessoa de peso (sic) do samba. Nessa foto com cara e assustado e com uma águia no peito, o primeiro presidente da hoje quase extinta Mocidade de Vila Falcão, quando revoltado pelo arremedo de desfile presenciado pela antes gloriosa rainha da Falcão: "N Norma não poderia ter se prestado a sair e ajudar o Jaime. Nem com toda pressão e amor do mundo que tenho pela escola, não dá para concordar com o que fizeram". Carnaval, Futebol, Religião e Política são divergentes por natureza e posso não concordar e nem torcer para a Cartola, mas ver o PASCOAL STORNIOLLO comandando a escola que preside, com o amor da ponta das chuteiras (sic) é de arrepiar. Não quero analisar recursos, quero ficar somente no que senti ao vê-lo e a mesma coisa senti pela concentração no olhar e gestos de PAULÃO MADUREIRA, outro símbolo do PVA. Olha a ANA BIA aí gente atuando como jurada e lá no alto de uma bancada suspensa que construiram para isolar os jurados dos inconvenientes (ela confinada lá durante todo o tempo e eu solto na avenida). Foram 27 no toal, julgando sete quesitos e três em cada, seguindo os moldes de grandes centros, com a menor nota deles sendo desprezada. Mesmo retornando agorinha mesmo, vejo que tentam dar um ar de muita seriedade para tudo. Chegaram a me perguntar se vi as escolas e respondi que "Pouco, pois mais circulei do que parei num só lugar". O fato é que gostei da animação, do reencontro com o povo com uma festa, que considero a mais popular desse país. Tudo o que é feito no sentido de resgatá-la é louvável e bato palmas. Algo está sendo feito aqui e se muito parecido com o já visto por aí, nada contra, pois a alegria na cara das pessoas, suplanta tudo. Até na equipe que recolhia o lixo despois de cada desfile deu para perceber que o caminho é sempre seguir em frente. Muitas fotos e pessoas poderiam terem sido citadas nesse texto. Faltou espaço e sobraram imagens positivas. O CARNAVAL sempre faz muita falta, essa uma das poucas manifestações populares que nos sobraram. Amanhã escrevo sobre a noite de segunda...

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