terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (34)

A ELEIÇÃO DO CONSELHO DA CONDIÇÃO FEMININA E SEUS DESDOBRAMENTOS
Levanto aqui novamente a questão da grande barafunda ocorrida na eleição das novas conselheiras do Conselho da Condição Feminina de Bauru. Tudo o que se tem certeza de ser o menos convencional para um distinto pleito por lá ocorreu. Gente sendo transportada aos borbotões em carro e ônibus, seguranças de um sindicato acompanhando o pleito como “gorilas” e o escancaramento da politicagem só com fins eleitorais não só no Conselho, mas com sede própria, na Casa dos Conselhos. Uma vergonha denunciada de forma velada pela imprensa e no “vai da valsa”, ocorre a posse e o início do novo mandato.

Duas ocorrências muito me alegram. Na primeira, na seção “Entrelinhas”, do JC, escrita por Criastiano Barros, 30/01/2012, duas notas tocam novamente nesse assunto de forma bem contundente: “Briga no conselho - Se prevalecer o “estilo” do atual governo de sair correndo para longe da fogueira enquanto o circo pega fogo, mais um foco de incêndio político vai render gravetos nesta semana. A conturbada eleição para o Conselho da Condição Feminina já gerou a primeira reclamação formal. Foi protocolado na prefeitura pedido de impugnação da comissão executiva que o prefeito empossou há alguns dias” e “A impugnação - O mérito será avaliado pela área competente. Na representação, a conselheira Angela Maria Brito Silveira argumenta que não pode fazer parte da diretoria executiva do conselho pessoa que integre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Gisele Moretti estaria nesta situação, segundo ela. Outro ponto é que a escolha teria de ser por voto direto e, segundo a reclamante, o processo foi por aclamação. A representação elenca outros pontos. Vamos aguardar a avaliação da representação”.

Isso prova que não chovo no molhado quando cutuquei o tema por aqui. Vi tudo reforçado com uma carta publicada na Tribuna do Leitor, também do JC, 03/02/2012, missiva escrita por SONIA BELLO: “CONSELHO DA CONDIÇÃO FEMININA, QUE VERGONHA - Ao vislumbrar as colocações feitas no espaço “Política & Entrelinhas”, deste operoso Jornal da Cidade de Bauru, em circulação no dia 30 do corrente mês e ano, não poderia deixar de tecer meus comentários. Após a eleição da nova gestão do Conselho, realizada em dezembro p.p., só poderia redundar nisso. Durante tal eleição, ocorreram inúmeras discussões, controvérsias e o nível intelectual e social da candidatas foi finalmente exposto em toda sua “realidade”. Restou nítido que “certas” candidatas ao Conselho olvidaram tal fim e digladiavam como se fosse pleito de cargos políticos. Acordem, mulheres, nada disso se faz preciso para atuar no Conselho da Condição Feminina, ali é um espaço para vocês lutarem por nossas mulheres carentes, fiscalizarem se as políticas em prol delas vêm sendo cumpridas e demais itens, já do conhecimento de todas. Mas não para servir de trampolim para galgar cargo político. Permaneci no Conselho por 5 (cinco) anos e 3 (três) deles como voluntária. Jamais vi algo parecido como foi esta última eleição, acirrada, em busca de entrar na “força” para tal Conselho. Que tal se ao invés de ficaram se estapeando e trocando farpas começassem a pensar em propostas, ações concretas e outros meios de dar continuidade ao trabalho tão bem feito pela gestão anterior? Mulheres, larguem de politicagem barata, sem fundamento, sem embasamento em planos traçados dentro dos objetivos do Conselho, para, realmente, serem tidas como membros da entidade”.

Quero juntar a isso um trecho de um texto da médica TELMA GOBBI, publicado no Bom Dia Bauru, 01/02/2012, com o título “OS INTOCÁVEIS, DO FILME À NOSSA REALIDADE”. Ela, que foi eleita dentre as empossadas no Conselho atual, não se posicionou sobre a postura adotada no pleito, mas no texto faz questão de ressaltar, sobre a questão do CNJ: “Por que alguns setores da sociedade não podem ser objeto de cogitação de investigação? Será que alguém está acima de qualquer suspeita? (...) Os brasileiros pedem por transparência e nada mais justo que o Judiciário seja um dos primeiros a demonstrar boa vontade no estabelecimento dos fatos que o envolve, evitando desta forma colocar toda a magistratura em uma vala comum, a das más práticas. A autonomia do CNJ é salutar e deve ser mantida”. Concordo com tudo, mas não vejo a mesma transparência na eleição ocorrida no Conselho onde ela participou e nem na atuação de algumas pessoas com atuação dentro do mesmo. Investigar como tudo ocorreu é algo natural e assim como o texto dela mesmo alerta, necessário.

Esse mafuá tem como um dos seus sentidos (sic) mais aguçados o da PREMONIÇÃO e assim sendo explícita aqui o que está enxergando para o futuro do referido Conselho. Tudo se encaminha para que numa eleição dentre as eleitas (sic) uma seja a ungida para assumir a presidência: GISELE. Não nos esqueçamos de que ela saiu e entrou de função pública lá na SEAR, caso na Justiça e bafafá mais do que estabelecido. Seria de bom alvitre uma olhada nesse processo, como o fiz (é público e pode ser visto por todos), para conhecermos todos seus meandros. Depois me digam se minha premonição tinha ou não razão. Não engulo de forma nenhuma o que aconteceu nessa eleição e a preocupação se estende para o futuro de um Conselho, até agora tão atuante, ao lado das grandes questões municipais e nacionais. Verifico também que a Casa dos Conselhos, antes tão magistralmente comandada, perdeu seus reais e únicos objetivos. Está faltando mais pessoas discutindo esse tema e escancarando a realidade dos fatos.

6 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE

É que essa é fácil demais, não precisa ser nenhum bidu parasaber quem vai ser a nova presidente do Conselho Feminino. Está escrito nas estrelas. Isso me lembra aquelas nomeações fajutas, ganhadores de licitação com carta marcada, que o jornal para desmascarar publicada o nome embutido junto aos anúncios de classificados e quando saia o premiado, ele botava a boca no mundo, afirmando que tudo já estava previamente marcado. Não vai dar outra. É só aguardar.

Um abraço pela hilariedade da cena. Seria irônico se não fosse trágico e o Poder Público Municipal parece que referenda isso tudo. Bate palmas e apóia. Sinal dos tempos.

RFT

Anônimo disse...

Rode aquele sambinha "Carta Marcada", que a Simone cantava e que não sei se é do Chico, mas que cai como uma luva para esse momento vivido no Conselho das Mulheres. Vamos ver se voce tem ou não razão.

Aguardemos

Valéria

Ricardo Oliveira disse...

HPA, parabéns pela coragem e pelo convite à uma discussão séria sobre a realidade de alguns dos meandros da nossa política, em Bauru! Há muito o que fazer e avançar, mas temos de perseverar. Para seu conhecimento, protocolizei nesta quarta-feira, 08/02/12, pedido para que a BATRA - Bauru Transparente acompanhe o desenrolar da Representação Criminal e das Sindicâncias Administrativas que distribui em face da senhora GISELE MORETTI, entre outros, por crime de "Denunciação Caluniosa" contra mim, no "Caso SEAR". Quero ir a fundo, em tudo isso, para que a verdade prevalesça! Coloco referida documentação, que é pública, à sua disposição, e do Mafuá! Abraços!
Ricardo Oliveira

Anônimo disse...

Sr. Henrique

Não se esqueça que o sr prefeito está ao lado, ou defende, ou referenda ou se beneficia de tudo o que está acontecendo e o sr dencuncia como irregularidade. Cobre também dele.

Pires

Anônimo disse...

Henrique só cuidado nessa briga entre lobos x lobinhos não acabar fortalecendo algum lado, pois lobos são lobos e os maiores são os que tentam se passar por doces vovozinhas mas são os mais perigosos.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

BOA MARCOS

ESTÁ TUDO MUITO BEM EXPLICADO, POIS NUM DESCUIDO ACABA-SE COMENDO GATO POR LEBRE.

silvio carlos