sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

AMIGOS DO PEITO (64)

UM PASSEIO NUMA MANHÃ DE SÁBADO PELO CALÇADÃO DA BATISTA
Sábado passado, 11/02, levei meu filho para permanecer divulgando seus engajados bottons ao lado da Banca Marxista, que todo sábado aporta quase no cruzamento do Calçadão da Batista com a Treze de Maio, local onde o mandato do vereador petista Roque Ferreira permanece com uma banca montada, livros expostos e ele, junto dos seus dois assessores, Silvio Durante e Fabricio Genaro, dialogam com a população. É único no que faz. Põe a cara para bater. Considero um dos espaço mais democráticos de Bauru. Não me venham falar dos ditos cafés, o do 21 Center e um outro, quase na esquina do Calçadão com a rua Gustavo Maciel, pois nesses é o perfeito encontro dos que fazem negócio com a cidade. Fujo deles, ou melhor, nem fujo, pois me recuso a passar perto, pois ali não é a minha praia. Minha praia é rever as pessoas queridas, conhecidos, bater papo e isso é mais do que possível no reduto criado e mantido pelo mandato do Roque. Virou um hábito o reencontro habitual com pessoas que não vejo a muito tempo, com outras que passando por acaso, param para um cumprimento e até aqueles que, vendo o agrupamento de discussão, principalmente de política, param, perguntam, questionam e por ali permanecem por instantes, minutos e até horas, dependendo do assunto e de quem esteja na roda.

Senti isso bem de perto naquele dia. A efervescência e o clima constante de gente parando e um papo agradável rolando me fez ir ficando. A intenção inicial era somente levar o filho, apresentá-lo para alguns e fazer outra coisa naquela manhã. Não consegui. Cheguei, fui envolvido e fiquei quase que das 9h30 até pouco mais de 12h. Nem me perguntem se fiquei arrependido? Nada, foi ótimo. Roue e Tatiana me envolveram com uma conversa inicial: o projeto dele de valorização dos trabalhadores de rua de Bauru. Daí para frente não parei mais. Quem chegou e também ficou foi o advogado Gilberto Truijo, da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Conversador, bom de papo, veio, assim como eu, fazer algo rápido na Batista, mas inevitavelmente parou e ficou no reduto esquerdista. Voltaire, o professor, barba branca como a minha foi outro. Até o ex-vereador Àvila, hoje um quase aposentado no IPA e cheio de idéias, como a de montar um grupo de Memorialistas de Bauru, com o intuito de preservação de memória. Topei a idéia e veremos como será colocada em prática. Avelino Cortelini, o manager da Marca e por trás do empreendimento do novo Shopping, o do cruzamento da Nações com a Marcondes Salgado, passou e salientou sobre as questões patrimonias nas quais está envolvido, a da Estação da Sorocabana e Chaminé da fábrica Antarctica, todas preservadas. Ele, que está parecidíssimo com o maestro Tom Jobim e mostrou muita sensibilidade quando da aquisição das casas dos moradores da Vila Antarctica, cujos moradores elogiaram o tratamento cortês do momento da mudança. Ponto positivo, dando uma verdadeira aula para muitos especuladores insensíveis daqui. Neizinho, meu craque, ponta direita inesquecível de um esquadrão dos anos 70 do ARCA - Associação Recreativa e Cultural Antarctica. O baixinho era daqueles a passar por debaixo das pernas dos zagueiros. Uma alegre pessoa e hoje morador do Hotel Cariani, bem ao lado da Estação da NOB. Minha tia Edi Perazzi, irmã gêmea de minha mãe, junto do marido Rubens, passam e alegram minha manhã, pois ao vê-la é inevitável as lembranças todas da minha falecida mãe (quanta saudade). Chiquinho, da Escola Tradição do Mary Dota passa e falamos muito do Carnaval bauruense e de sua abnegação. Sabem qual foi a observação feita por meu filho ao vê-lo pela primeira vez: "Pai, o cara tem a cara do Stálin. Sósia perfeita dele". Acabo sendo convidado para desfilar pela escola, mas abdico, mesmo gostando muito. Muitos outros passaram por ali e a manhã passou rápida demais, como a de amanhã, pois com toda a certeza, volto lá, eu, meu filho e a turma no entorno da banca do Roque. Saio de lá com uma convicção, a de não conseguir de maneira nenhuma fazer algo parecido no reduto lá de cima, o da Getúlio Vargas. Lá no alto da cidade isso não é possível.

11 comentários:

Anônimo disse...

Henrique, quero fazer uma observação no comentário seu sobre o Avelino Cortelini Jr.

Não importa se é cortês ou não, é especulação imobiliária e o resultado final, o objetivo é o mesmo.

O chicote virou nota de dinheiro, esses caras acham que podem tudo deitam e rolam, as pessoas não tem o direito nem de morar mais em suas casas, de uma forma ou de outra por interesses do capital são obrigadas a sair, conheço gente da vila antártica que morava há anos ali, tinha apego, história na casa, mas foi convencida pelos vizinhos a vender a casa e ir morar lá onde o vento faz a curva.

A valorização que ele vai ter com o shopping, lucrar horrores, faz o preço pago a sua cortesia, ter sido preço de banana, por isso não dou ponto positivo nenhum para esses magnatas e sim uma banana enorme.

Estão aos poucos nos expulsando de áreas boas e históricas da cidade, vivenciei isso com muitos conhecidos e agora atrás de casa um magnata comprou uma casa, demoliu e está construindo um prédio, outros já vieram em seus carrões parecendo uma máfia, todos corteses, simpáticos, e conversaram com minha avó e outros vizinhos sobre vender os imóveis pois tem interesse em fazer um empreendimento por aqui, talvez não encontrem muita resistencia pois a maioria do bairro é gente de idade e não tem forças para brigar mais, e a história, o apego desses idosos a suas casas???

Esses vermes, esses cancros, que escravizam e lucram em cima dos trabalhadores, que financiam campanhas, que vem sempre com esse papinho que farão a tal sustentabilidade ambiental, geração de empregos, que o empreendimento é um time de operários, tudo conversa fiada para enganar, e digo mais, o desenvolver das bases do capitalismo fez com que esses caras deixassem o estilo fordista em lidar com os trabalhadores para esse estilo enganador de paizão, quando a exploração é a mesma e estão nessa rasteira do capitalismo destruindo com os bairros e os pequenos comerciantes, aqui mercearias que tinha aos montes fecharam quase todas, as 2 que restaram estão quase fechando, açougues idem, pessoas baixando as portas com seus pequenos negócios familiares de bairros e indo serem escravos remunerados dos grandes predadores porque não é possível concorrer com esses vermes.

Estamos caindo sempre no conto do vigário, uma brochura, mas fico feliz em saber que pelo menos teremos o ex-vereador izzista e agora memorialista Ávila para contar a memória de como eram os bairros clássicos de nossa cidade depois que os megaempreendedores corteses limparem tudo para erguer horríveis arquiteturas de shoppings e afins para lucrarem e explorarem cada vez mais.

Espere e verá, esse sujeito se não ganhou ainda, algum político ainda lhe dará título de cidadão bauruense para puxar o saco e enaltecer esses que na verdade são os capitães desta nau a afundar.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Mafuá do HPA disse...

Sabe, Marcos, acho tudo isso, assim como você, mas faço uma clara distinção entre os mais insensíveis e os nada insensíveis. Vejo com uma imensa tristeza a degradação da área férrea no centro da cidade e o estado de completo abandono a que foi relegado por mais de duas décadas. Os culpados todos são nossos velhos conhecidos. O trem no Brasil é um novelo difícil de ser desfiado e as antigas instalações, todas imponentes e vistosas nunca mais serão utilizadas como um dia o foram. Daí, num certo momento aparece uma empresa propondo algo viável para a região compreendendo toda a extensão da avenida Pedro de Toledo. Serão mais de 800 moradias populares, apartamentos, num área que quase nada existe de construído. Sou favorável. No conjunto da obra foram garantidos a manutenção de imóveis históricos e contra-partidas de interesse social. Aliou-se a chegada do capital, contribuindo para que uma área degradada volte a vicejar. A Marca está por trás disso e em todo o processo não se mostrou insensível, como muitas daqui de Bauru.

No caso do novo Shopping a mesma coisa. Sim, entendo a saída das famílias, décadas morando ali. Te afirmo que no caso dos moradores da vila Antarctica, desconheço os que dali saíram em foram morar nos cafundós do juda, como ocorre na maioria dos casos. Vi o contrário, gente que saiu dali e foi morar melhor, em melhores acomodações e até melhor localizada. O que ocorreu ali e sei ter sido o diferencial é que o intermediário do negócio teve a sensibilidade de entender caso a caso. Ouviram todos pacientemente e procuraram resolver a situação de dramaticidade de uma mudança dessa natureza em todos os seus envolvimentos.

Diante de tanta crueldade que vejo por aí, nesses casos, pelo menos no que toquei, vi o contrário. Foi um exemplo para um setor onde impera a intolerância. Veja a Cracolândia, quando expulsaram todos os de rua, estão num outro processo de limpeza cartorial do local, tudo para que o local volte a se valorizar e ali se crie um novo boom imobiliário. No Pinheirinho a mesma coisa, tiram-se os pobres, todos jogados na rua, favorece-se a um especulados, o pior de todos e o intuito é valorizar o terreno e transformá-lo em ponto de alta lucratividade.

Perceba as diferenças. Mesmo dentro dessa insanidade que vivemos, existem diferenciais. O Avelino é um captador de recursos, vive disso, mas aprendeu com o tempo, que quanto menos crítica tiver seu negócio, melhor para quem traz o dinheiro. Faz um bom jogo de meio campo, muito melhor do que muita gente daqui.

Vejo assim.

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Sabe Henrique, esse é o problema que estamos vivendo quando falo do desenvolvimento dessas bases, os tais insensíveis que você se refere não funcionam mais, o estilo do empreendedor moderno é justamente esse meio de campo boa praça, mas que o resultado é o mesmo, os lucros que esses caras terão serão imensos perto do que gastaram e sabem se utilizar bem disso hoje, só que o impacto que esses empreendimentos estão trazendo é de uma grande queda social, dependendia desses caras e exploração do trabalho.

Fico triste em ver toda essa satisfação com pouco, esse convencimento de que as coisas são assim e não mudarão e por isso aceita-se essa "sensibilidade", só que de nada adianta se preservar memórias se não tem o impacto materialista para formar as pessoas.

A dialética materialista nos mostra isso, mas para não lutar aceitamos certas conveniências que no fundo só funcionam e fortalecem os predadores de sempre.

Apenas repare que esse jeito de "agradar" as pessoas em muito se parece com uma tática política aperfeiçoada de hoje em dia bem malufista de ser.

E pra fechar, se alguém achar que estou inventando, fico a disposição para levar quem quiser para conversar com gente que conheço que era morador e não se sente feliz, não gostaria de ter saído, mas como resistir a tanta sensibilidade e cortesia empresarial???

Dinheiro não compra tudo e não é o bem mais valoroso da vida, mesmo que muitos se curvem diante dele e engulam sapos e mais sapos, os ideais jamais poderão ser comprados.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Mafuá do HPA disse...

Marcos

Eu não vivo no mundo da Lua.
Vivo aqui, pulso aqui e ainda consigo lutar pelas boas causas referentes ao lugar onde moro.
Por aqui não existe quem não explore o capital, afinal querias o que vivendo debtro de um estado capitalista? E se todos nos esfalfelam e nós não iremos mudar esse mundo na minoria que nos encontramos, quem sou eu para ficar dando murros em ponta de faca. Estou vendo a degradação que a região do entorno da Estação se transformou, a região da Antarctica após o fechamento da fábrica e vislumbro o que de bom possa acontecer no centro e na vila Antarctica, tenho que levar em consideração os benefícios, a forma como tudo foi conseguido. Seria muito mais incoerente se ficasse calado e visse essas duas oportunidades se esvairem no ar e ficarmos mais 50 anos com tudo por ali degradado. Os moradores de ambos os locais serão beneficiados de uma forma ou de outra.

Claro que dinheiro não compra tudo. Também penso e procuro agir assim, mas deixei de ser um sonhador por aqui. Vc acha que o Brasil chegará um dia no estágio dos cubanos? Nâo. Portanto, não acredito que possa haver alguma outra possibilidade de ver algo de concreto, viável, com pequenos desacertos entre as partes e a cidade, num todo ganhar com isso.

Seria incoerente comigo mesmo ver os dois locais sem nenhuma perspectiva de melhora, tudo estagnado em ambos e diante de uma real e concreta possibilidade, a menos ruim, ficar ao lado de tudo permanecer como está.

Sei que não devemos capitular para o capital, mas em alguns caso,s me finjo de derrotado, de ter aceito tudo, para tentar usufruir algo de bopm lá na frente. Ficar só reclamando, clamando por uma mudança até de sistema político, numa sociedade que não quer saber disso, seria o mesmo que chover no molhado.

Eu não preciso me posicionar ao lado do capital pelas escolhas que fiz, mas acredito ter sido sensato. Em todos os locais existem os descontentes, Marcos, nesses casos acredito serem mínimos, de pequena representatividade. Eles mesmos, muito mais inseridos no capitalismo do que eu e você, devem estar aplaudindo tudo o que está acontecendo.

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Henrique, antes de fazer mais um comentário, quero dizer que ao menos fico feliz por você debater e não fazer como outros e muitas vezes anonimamente que só atacam mas não propõem um confronto de ideias e isso que estamos fazendo é ótimo para quem lê.

Sabe, acho uma pena que o olhar hoje seja tudo no superficial, ver rótulos e não o conteúdo, o problema não é a degradação de uma área e sim de uma sociedade, do resultado ser sempre o mesmo que é o lucro de poucos e a degradação social de muitos e quanto falo em degradação, me refiro ao social e não a prédios, porque se eu fosse olhar para rótulos e nesse sentido, ao ver muitos prédios degradados em Cuba acharia o país um horror, mas é totalmente diferente, você sabe que no fundo o contexto é o mesmo dos que defendem privatizações como a do DAE por exemplo??

Mesmo que acabasse o problema de falta de água, o esgoto fosse tratado, bombas parassem de explodir, não justificaria uma exceção sequer na crítica para aceitar que o jogo não muda e entregue o patrimonio ao setor privado, porque o problema está justamente nas concepções que se formam diante dessas bases materiais onde caminha-se sempre para a degradação e exploração das pessoas.

Eu já ouvi muito isso em minha vida, de vários amigos, que sou um sonhador e hoje é impossível continuar com um discurso desses, o problema é que esse pensamento é justificativa para o individualismo e desistir de resistir, sonhos podem ser adiados, mas nunca podemos desistir, mesmo que eles não se realizem por completo.

Nenhuma sociedade nasce formada, ninguém nasce com concepções prontas, bases materiais de um determinado tempo fazem as ideias, a vivência nessas bases nos ajuda a formar nossas estruturas internas, temos hoje uma geração que nada vive além de informação seja ela escrita, televisiva ou virtual, quando falo que peguei os ecos da contracultura, e coisas que podem parecer pequenas mas são enormes para a formação do ser e que você teve isso também, a convivência e troca de experiências nos pequenos comércios dos bairros, feiras, a discoteca de Bauru e mais, as críticas sólidas que existiam de gente ousada e que entendiam o ambiente sociocultural e que nos levavam a práticas de tentar uma mudança.

Não é que a sociedade não quer mudança Henrique, eles estão entretidos num ambiente onde parece não haver outra resposta para isso, sempre falo que o entretendedor é um lambe saco do público, o crítico é aquele que provoca e muda comportamentos.

Henrique, eu não me afastei nunca dessa luta, dessas ideias, aliás não culpo o capitalismo se hoje por questões financeiras tenho que adiar alguns sonhos, é porque escolhi este ideal, esse tom crítico e sei de suas consequencias, mas da mesma forma tenho a plena consciência que se mais pessoas resgatarem isso é inevitável uma mudança de postura de sociedade, aí você pode ter certeza que a tática muda e esses predadores deixarão a cortesia de lado.

Por que corremos para ideias "boas" de gente como essa e politiqueiros, mas não fazemos o mesmo para os grandes ideais???

Não tenhamos medo de sofrer por uma causa, todos nós morreremos um dia, façamos realmente valer nossos sonhos, nossos ideais, nossa morte e de outros heróis do passado e haverá sempre a chance de restaurar a degradação da humanidade.

Falam-se tanto sobre ações, mas é essa coisa da preocupação em expor rótulos, eu não preciso de carro alegórico, nem de banca para ser lembrado, as ações vivas do conviver marcam para sempre e isso sim nos transformam, como todos os momentos que vivemos em nossa amizade e que formaram esses ideais e o que somos, a mudança pode ser aqui mas não com eles Henrique, pense nisso sobre rótulos e aplique a analogia ao Dae para ver como no fundo a estrutura é para permanecer a mesma sociedade sem chance de sonhar para a maioria das pessoas.

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Mafuá do HPA disse...

MARCOS, É ISSO:

Nossa ferrovia ficou degradada por duas décvadas e criou uma zona de exclusão na cidade. Abandono total. Na vila Antarctica a mesma coisa, abandono e nenhuma perspectiva dentro de algo vindo do poder públicop. Ficariam assim mais duas, três, dez decadas.

Eu vivo aqui e mais inserido impossível dentro dessa dura e cruel realidade capitalista, que nos massacra e tira forças. Humilha, na maioria das vezes, pois tudo está aí diante de nossos olhos e a maioria sem condições de ter quase nada. Essa a liberdade.

Aí nesse contexto aparece um grupo de capitalistas, ouve a comunidade, atende suas reivindicações, propõe a fazer algo com o menor dano possível ao ser humano e eu, sózonho, vou dizer que eles são uns merda, que são bestas humanas, isso e aquilo.

Nenhum outro, principalmente os daqui surgiu com algo parecido, olhando para o que ocorrerá com a cidade e com os seus seres mais importantes, as pessoas. Esse o fez, visando o lucro, claro, pois todos o fazem, indistintamente. E vamos dar as costas para ele, porque no socialismo poderá ser diferente. Primeiro, o sonho que acalento de um mundo socialista não se aplicará aqui num curto espaço de tempo. Depois, teremos dois problemas da cidade, dos grandes, resolvidos e os envolvidos tratados com respeito e consideração.

Devo dar as costas para isso? Não, é a minha resposta. Fazendo isso, meu caro Marcos, dou também um tapa de luva de pelica em todos os daqui, os grandões, os que dizeme mandar na cidade e que nada fizeram para mudar ou propondo algo novo para alterar o ocorrido.

Esse meu ponto de vista. Acveito sim, o que estã fazendo e estarei até o último minuto propondo algo mais de contra-partida, o mínimo para que a cidade e a parcela de povo envolvido tenha dignidade na transição.

Se não fizer ao menos isso, se ficar com a bunda sentada na cadeira, se for mais um que deixo isso tudo passar e nada faço, acredito estar prestando um deserviço para tudo o que luto.

Toda minha defesa é baseada nesses princípios, que espero, mesmo que não os aceite, os respeite e concorde serem a mnelhor solução dentro da crueldade do capitalismo.

Um abracito para um que se despede nesse momento e vai curtir um pouco da festa carnavalesca baurue4nse - Henrique

Anônimo disse...

Henrique, estamos fazendo um debate de ideias respeitando um ao outro, mesmo com discordancias mas não brigando como alguns preferem, eu brigo com predadores isso sim, mas aqui é debate de ideias e essa é a grande sacada daqui para que ninguém fique apenas na mesma e não se tenha uma interação. Acho que isso já está evidente e podemos fazer nossas questões.

Repare atentamente no que escreveu no primeiro trecho desse último comentário. Essa justificativa do descaso do poder público, o esgotamento total, é a mesma que por exemplo o articulista do ideal burguês da cidade Zarcillo Barbosa utilizou recentemente para defender entregas ao setor privado, citou até "benefícios" para uma parcela do povo na região da Vale do Rio Doce.

O JC quase que diariamente vem utilizando desse expediente em usar o drama vivido pelas pessoas para uma publicidade em prol de seus ideais do capital, hoje foi o Jaraguá sobre a falta de água, colocam tipo "imagina abrir o chuveiro e não ter uma gota de água??", tudo está sendo empurrado para cair nas mãos do setor privado e cada vez mais fortalecer as bases dessa estrutura, por essa lógica deveria ser benéfica para a população enfim ter água com uma empresa privada gerenciando????

Só que há um problema nisso tudo que não se entra mais, ao fechar este cerco, estamos consolidando as bases desse sistema e talvez levaria 1000 anos para surgir um foco de esquerda novamente, a exploração da mão de obra na venda da força de trabalho, a mais valia, e principalmente o fator de alienação fazem um preço barato para os investidores, mas caríssimo para as pessoas.

Degradação social é diferente de degradação patrimonial, concordo que precisamos de ambos, mas um erro que muitos esquerdistas tiveram foram o de esnobar o desenvolvimento das táticas burguesas, esse tato e lábia que o Avelino tem é do empreendedor do século 21 e isso tem sido debatido entre eles nessas palestras e encontros empresariais, ações como a do Naj Nahas hoje são condenadas até pelos próprios pares, pois a forma de coação evoluiu e esse relacionamento de dominadores com dominados eles perceberam que um pão e circo mais desenvolvido, jogando paliativos, amança as pessoas, tecnicamente é uma maquiagem para esconder as diferenças e camadas sociais.

Existe muita coisa em interesses por trás desse bom mocismo desses caras. E pode ver que na comparação com o DAE é a mesma lógica que usam e hoje percebo uma parcela cada vez maior da população vendo com bons olhos a venda para o setor privado, essa lógica derrubamos fácil ao mostrar como o fortalecimento do capital é ruim para as pessoas porque continuarão numa degradação social, vendendo sua força de trabalho, levados a um consumismo desenfreado e a alienação da consciência.

E os bons críticos vencidos diante de tantas "gentilezas" do empreendedor moderno porque não souberam fazer a crítica corretamente.

Sabe que outro dia estava no Pão de açúcar e a moça do caixa me falou sobre a tal "consciência ambiental" para justificar o fim das sacolas, ao fazer minha crítica por ser uma questão econômica apenas do patrão dela, ela se enfureceu e defendeu o Abílio diniz por esse ser "bom" por dar emprego a ela e tantas "coisas boas", eu pacientemente expliquei para ela de forma breve, mas objetiva, como funciona o sistema e como ela na verdade é uma escrava remunerada do sistema, os olhos dela falaram por ela, por um momento ela pôde compreender o quanto acaba sendo como todos nós uma mera peça no tabuleiro do jogo do capital, o patrão das chicotadas está fora de moda, mas mesmo os modernos a base é a mesma da exploração.

O ponto é, essa lógica será mesmo aplicada ao DAE e toda vez que o poder público se mostrar corrompido??

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Mafuá do HPA disse...

Marcão, meu amigo:

Para fechar a tampa do caixão.
Te dou razão na maioria (Na maioria, não em tudo) das suas abordagens. Sua forma de agir seria o ideal, o formato ain da não encontrado no mundo de procedimento levando em conta o ser humano, que deveria estar sempre em primeiro lugar. Por mais que tentemos, não encontramos um onde isso ainda tenha ocorrido na plenitude de como a concebemos na teoria. Quando o bicho pega na prática, na imensa maioria das vezes tudo tem se mostrado com aplicativos desvirtuantes. Isso uma coisa. E olha que admiro demais as experiências cubanas, a soviética em variados momentos e a que poderiam acontecer se não tivessem sido interrompidas, como no Chile de Allende. Hoje, por mais que criticam, olho com esperança e crença para a Venezuela, Bolívia e Equador. Isso me move, pois esse tentar ser diferente é como se fosse aquela pecinha atrás dos relógios antigos, que viramos para dar corda em nossas vidas. Sobrevivo por causa dessa esperança.

E voce sabe, que levo em consideração sempre o dito por Latuff quando passou por aqui: "Perdemos esse jogo, estamos numa desvantagem desgraçada e o capital já foi injetado na cabeça das pessoas de uma forma meio que irreversível. Mas como não entrego os pontos, no restante de minha vida serei uma espécie de pedrinha no sapato deles, demonstrando por A + B o quando são ridiculos". Ele consegue isso muito melhor que eu. Você também faz isso maravilhosamente e aplaudo a ambos por causa disso.

O que faço é insipiente, mas faço. Errado ou não, continuo tentando. No nosso caso aqui discutido, veja a grande peça na especulação imobiliária feita aqui pelos que se acham donos do negócio e únicos possíveis de efetuar tudo e comandar tudo. Eles estão vendo a situação de Bauru há décadas, a degradação toda e nada fizeram. Não moveram uma palha além do lucro, sempre em primeiro lugar. Ação social zero. Sempre assim. Aí vem um maluco paulistano, no caso o Avelino, da Marca, que se propõe a ouvir, seguir a lei, escutar e atender as partes e acaba por resolver em duas tacadas problemas crônicos locais.

É isso que digo, meu caro Marcos. Um tapa de luva de pelica no bestialismo dos daqui, que pomposos ditam as regras, mas nada fazem. Precisou vir alguém de fora, para fazer o mínimo, ouvir e propor algo dentro de duas regiões problemáticas da cidade. O entorno da Pedro de Toledo e na vila Antarctica. Os especuladores daqui estão fervendo de raiva e tentando de todas as formas inviabilizar tudo.

É isso que enxergo, Marcos, todos estão mais do que inseridos no capital, que não seremos dois que iremos mudar. Os daqui, insensíveis e predatórios no máximo da acepção da palavra e um defora, ganhando também muito, mas não deixando de atender clamores e muito menos o que precisava de ser feito na questão a envolver o ser humano. Dentro disso tudo, ciente de que não mudarei o estado de coisas, fico ao lado dee um e prego uma peça nos daqui, insolentes e cabeças duras.

Deu para sacar onde quero chegar. É isso, só isso. No mais estamos a pensar de forma parecida.

Um abracito de terça feira gorda do Henrique

Anônimo disse...

Henrique, espero que a tampa do caixão seja dos comentários e não o meu caixão rsrsrsrsrs, se bem que já falei que o dia que morrer quero que você, o meu grande amigo de Bauru possa me dar esta última honra em fechar literalmente o caixão rsrs.

Eu entendo o que você está colocando e até a sua ligação com essa área histórica do municipio e quero também ser entendido que não digo para impedir alguma restauração, mas que isso não pode ser como me referi outro dia na questão do asfalto um "cala a boca" a crítica.

Lembra quando falei do exemplo do jogo Barça x Santos que serviu para mostrar o quanto estamos em todos os aspectos nos deteriorando e achando que ser brocha é ser brasileiro.

Não podemos ser garimpeiros arqueológicos, temos que lutar primeiramente é com a estrutura física e de ideias das pessoas, prédios podem ser construídos, restaurados, mas seres destruídos, explorados não são restaurados de forma tão simples como essa.

Como falei é a máxima do século 21 esse estilo de empreendedor, não tem nada de ganho social coletivo e sim apenas o do capital, porque esses megas grupos estão fazendo o capitalismo chegar num estágio como eram civilizações primitivas, de uma aldeia global, estamos ficando com tudo nas mãos de pequenos grupos e todos os demais cidadão ou irão vender a força de trabalho para esses caras ou uma outra parte a definhar cada vez mais.

Olha, bem estar social, é ter dignidade em sua integridade como ser e ter a liberdade em expandir os horizontes da mente, em ter oportunidade de desempenhar aquilo que lhe cabe de contribuição a uma sociedade.

Eu sou comunista, de verdade, não sou o ser mais sábio, vivido, mas sei como funciona essa sociedade e como a crítica é a única forma de armar as mentes para armar uma luta.

Desculpe se fui mimado demais pela arte de grandes craques do esporte, da música, do cinema, de líderes que eram sinceros nas palavras, nas ações e contagiavam as pessoas a fazer o mesmo, e tenho sentido isso em SP quando vou pra estudar lá, toda semana me chamam para algum debate e é incrível como é possível dar um choque nas pessoas, como tem gente que quer também gritar mas tinha receio e espera alguém para acender o pavio novamente e você também sabe disso a cada vez que nos falamos.

Agora por que temos que ser brochas??? Achar que o passado foi brilhante mas que hoje é impossível de manter os sonhos e fazemos tudo apenas um museu para memórias, porra, mesmo que não vejamos mais isso podemos dar um reinicio, mas não é engolindo sapos, sendo brochas como esses imprestáveis, bundas moles "socialistas" de trio elétrico que tem que aparecer pra fazer política, para ser popular, mas o operário e socialista ser apenas uma punheta no banheiro, porque é isso que estão fazendo, saem pela tangente na hora do pau, encenam mais que o curso livre de teatro, o antigo professor e que se diz socialista romântico, autentico, está lá enfiado embaixo da mesa, vendo tudo e não dizendo nada porque quer fazer política, quer encostar no poder público e o socialismo ser isso, uma punheta no banheiro, enquanto deveria ser exposto as pessoas, crítica para libertar mentes, transformar a sociedade, ter isso no íntimo das pessoas, como um bom sexo e não punheta.

Anônimo disse...

Temos que parar com essa brochura em achar que a limitação é cutucar outros empresários que agem com rótulos diferentes, mas são todos uns vermes, sempre acusamos essa publicidade de assistencialismo social um paliativo, um jogo de cena, sem mostrar a face verdadeira deles ficaremos a merce dessas corporações Marca, Unilever, Carrefour e etc, todos eles não estão nem aí para o social das pessoas, porque como falei, social não é recuperar áreas, é olhar todo um contexto de uma nação para a verdadeira libertação e soberania do povo, não dos lucros.

Sou mesmo mal acostumado, vejo discurso do Fidel, lembro vídeos de falas do Lennon, as canções do Dylan, todo um atrevimento, o Chávez desafia os EUA, a Coreia do Norte desafia, o Irã mete medo e podemos finalmente estarmos prestes em ver Israel cair em sangue, a URSS desafiava, aqui não, temos que ser brochas e nos contentar com "socialistas" de recitais, antes os mais velhos eram os mais conservadores, hoje graças a essa brochura, a juventude é o fator reacionário da sociedade, porque não tem vivencia, crítica, nerdismo academico, quando antes a universidade era o lugar em que se levavam as experiencias, hoje é ao contrário, o cara sai recitando teses para a experiencia ser inócua.

Achar que romantismo é se contentar com pouco diante das dificuldades causadas diga-se por esses socialistas bunda moles, que nos anos 80 com a estrutura educacional destruída pelos militares, você tinha a Xuxa, a gracinha, simpática ficando mais de 6 horas diárias no ar fazendo a cabeça de uma garotada, e a geração anterior enterrou Lennon, jogou pra morte o Raul e sua sociedade alternativa, pra ficar cantando a brochura de "é, é a gente não tem cara de panaca" com todo o respeito ao Gonzaguinha, genial mas que entrou nessa época num contexto como o Chico onde não fazia mal a uma mosca sequer.

Não vai ser aceitando as coisas, ar derrotista e matando a crítica que vai mudar alguma coisa, achar que por exemplo o futebol ficou uma merda mas "temos que manter o romantismo em ir no estádio para comer a paçoquinha", meu, romantismo é você transar com uma bela mulher após ver um show de futebol arte no campo, é beijar a mulher ouvindo Blowing in the wind, não Michel Teló, não tomando chá de cadeira esperando o Ricardo Teixeira cair, porque isso não vai mudar nada, o mundo só mexeu na hora que a crítica ferveu, me põe num debate frente a frente com esses caras que você verá como é possível mexer com as pessoas e a revolução é pra isso meu amigo, todos os dias mesmo na maior dificuldade financeira, tendo que perder algumas aulas no mes por estar sem dinheiro, não dou a bunda, não deixo de conviver com pessoas que vejo estarem absorvendo bem a crítica, fiz tantos novos camaradas em sampa e por aí, e isso com crítica ácida, mexendo com os nervos, porque volto a dizer, revolução é para isso, nos transformarmos internamente e lutarmos para sobreviver para passar adiante a tentativa e a chave para mudança.

Anônimo disse...

Não é com caras que saem pela tangente e escodem suas opiniões, encostam-se no poder público e fingem um ar de cavaleiros da esperança, porra nenhuma, sinceridade é tudo.

Você é meu grande amigo dessa cidade, e tem muito, mas muito mesmo meu afeto e por isso grito para não comprar gato por lebre, para que não fique longe e deixe de visitar a sede da revolução.

Henrique, ano passado quando fui no debate na Argentina, o país é capitalista, mas os caras tem garra para defender opiniões, a sala estava cheia de seguranças e achei estranho ao saber o motivo é porque o pau come entre os debates e lavação de roupa suja entre os diversos movimentos, os maoístas os quais eu estava com eles saem no pau com a juventude peronista por essa ser sem dúvida um movimento não-revolucionário, agora aqui cansei de ver diversas correntes um fala mal do outro pelas costas, mas quando estão frente a frente e por interesses políticos, é tapinhas nas costas, bom dia, tudo bem. Os bolcheviques quebravam o pau entre eles, e quando preciso até morte saía, aqui não, tem que ser tudo brejeiro, falsos, e brochas.

Me arrependo de duas coisas na vida, os dias que perdi quando moleque fazendo catecismo na igreja e quando dava ouvidos a petistas acreditando que eram diferentes, olha, com todo respeito, mas o Lula realmente é um bundão que só joga para galera, mas não provoca, não desafia, não leva medo ao capital, mas aqui a brochura faz parecer que somos, o Brasil, não desistimos nunca. Porra nenhuma.

Fazer a crítica e mostrar quem são esses mega grupos e como funciona toda a estrutura é preciso.

Agora que você já voltou do Rio, pulou carnaval, te espero finalmente pela sua visita para reativar os genes da revolução.

COMUNISMO OU MORTE!!!
PELA DESTRUIÇÃO DO IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO E DESTRUIÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL

Marcos Paulo
Comunismo em Ação