AQUI AS MÚSICAS CONCLAMANDO O POVO A FESTAR NAS RUAS E PRAÇAS
Festas populares são locais onde o povo literalmente deve ocupar as ruas e praças, pois afinal como diz a famosa música de Caetano: “A Praça Castro Alves é do povo...”. Lindo esse momento do Carnaval onde o povo pode sair às ruas, de forma livre, espontânea e mostrar sua cara, coragem e disposição. Muitas músicas reverenciaram isso e na correria lembro de algumas.
A primeira é essa, UM FREVO NOVO: “A praça Castro Alves é do povo/ como o céu é do avião/ um frevo novo, eu peço um frevo novo/ todo mundo na praça/ e muita gente sem graça no salão./ Mete o cotovelo e vai abrindo o caminho. / Pegue no meu cabelo pra não se perder e terminar sozinho ./ O tempo passa mas, na raça eu chego lá . É aqui nessa praça que tudo vai ter de pintar”. Vejam ela aqui: http://letras.mus.br/caetano-veloso/44787/ Sou de um tempo onde se proibiam as pessoas de ir festar nas praças e ruas. Superamos isso, vivemos outro momento, mais arejado, dito democrático e a circulação é livre e espontânea. Na história conta-se que impediam as pessoas de circular livremente por essa praça em Salvador, mas o povo não mais saiu dela e reverteu tudo. No Cairo, recentemente, um governo caiu após uma manifestação ter começado em sua maior praça. A nossa mais famosa, a Rui Barbosa, centro de Bauru é palco livre, soberano, reduto a possibilitar todo tipo de manifestação, inclusive uma de Carnaval.
A segunda que me lembrei agora é a SACA ROLHA, do Zé da Zilda e num refrão cantando até hoje brincamos que “se a polícia por isso me prender...”. Imagina que nos dias de hoje alguém ainda é preso por causa de querer pular e festar nas ruas. Leiam a letra: “As águas vão rolar/ Garrafa cheia eu não quero ver sobrar/ Eu passo mão na saca saca saca rolha/ E bebo até me afogar / Deixa as águas rolar/ Se a polícia por isso me prender/ Mas na última hora me soltar / Eu pego o saca saca saca rolha/ Ninguém me agarra ninguém me agarra”. Vejam ela aqui: http://letras.mus.br/ze-da-zilda/358543/ A terceira é a EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA, do Sérgio Sampaio, numa clara demonstração de que o gostoso mesmo é espairecer, driblar imposições, legislações esdrúxulas e pular com alegria, galhardia e picardia. Eis a letra: “Há quem diga que eu dormi de touca /Que eu perdi a boca, que eu fugi da briga/ Que eu caí do galho e que não vi saída/ Que eu morri de medo quando o pau quebrou/ .../ Eu quero é botar meu bloco na rua/ Brincar, botar pra gemer/ Eu quero é botar meu bloco na rua/ Gingar, pra dar e vender/ ...”. Vejam aqui: http://letras.mus.br/sergio-sampaio/236958/ Por fim, uma que mostra bem como deve ser a atuação do povo nas ruas, o “LIBERDADE, LIBERDADE! ABRE AS ASAS SOBRE NÓS”, da Imperatriz Leopoldinense, samba enredo de 1989 e seu refrão profetizava essa lindeza: “Liberdade, liberdade!/ Abra as asas sobre nós (bis)/ E que a voz da igualdade/ Seja sempre a nossa voz”. Vejam isso: http://letras.mus.br/imperatriz-leopoldinense-rj/46373/ Escrevo tudo isso por estarmos nas vésperas dos festejos e é sempre bom ressaltar que o espírito predominante deve ser sempre esse. Só e tão somente esse. E é dessa forma, relembrando isso tudo que o bloco BAURU SEM TOMATE É MIXTO sairá dia 09/02, 12h.
OBS. : As três primeiras fotos são da praça Tahrir, no Cairo, primeiro vazia e depois cheia, numa brincalhona alusão do que pode ocorrer no próximo sábado com a nossa, a Rui Barbosa.
5 comentários:
Anônimo
disse...
Meu querido Henrique, adorei as músicas, unico senao ao samba da Imperatriz por conta do contexto... na época era permitido apenas exaltação.... e creio que faltou Saca-rolha As águas vão rolar Garrafa cheia eu não quero ver sobrar Eu passo mão na saca saca saca rolha E bebo até me afogar Deixa as águas rolar
Se a polícia por isso me prender Mas na última hora me soltar Eu pego o saca saca saca rolha Ninguém me agarra ninguém me agarra
A ficha caiu e só hoje ao ler o texto da proibição é que fui entender o motivos das letras muito bem escolhidas. Sou de um tempo que quando nos proibiam de subir na árvore é aí que queríamos subir. E subíamos. Torço muito pelo sucesso de vocês, mas escolhi ir pro mato esses dias, eu e os meus.
Macacos me bloguem. Aderi. Estarei juntando aqui, direto do meu mafuá particular, translucidação da minha bagunça pessoal, uma amostra de escritos variados, onde cabe de tudo (quase!) um pouco, servidas sempre, de forma desorganizada, formando um mural esclarecedor do pensamento de seu escrevinhador.
Pegue carona aqui e ao abrir a tampa do baú, constate como encaro tudo isso. Deixo cair rostos, palavras; alguma memória. O diálogo se instaura.
Abracitos do
Henrique Perazzi de Aquino - direto de Bauru S.P.
5 comentários:
Meu querido Henrique, adorei as músicas, unico senao ao samba da Imperatriz por conta do contexto... na época era permitido apenas exaltação.... e creio que faltou Saca-rolha As águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca saca saca rolha
E bebo até me afogar
Deixa as águas rolar
Se a polícia por isso me prender
Mas na última hora me soltar
Eu pego o saca saca saca rolha
Ninguém me agarra ninguém me agarra
Tatiana Calmon
é isso Tati, ainda bem que aqui em Bauru as praças estão livres para festas variadas e múltiplas...
Henrique - direto do mafuá
a constituição ainda garante a liberdade de expressão????
Tatiana Calmon
Ratos e urubus ..... larguem minha fantasia
Tatiana Calmon
Henrique
A ficha caiu e só hoje ao ler o texto da proibição é que fui entender o motivos das letras muito bem escolhidas. Sou de um tempo que quando nos proibiam de subir na árvore é aí que queríamos subir. E subíamos. Torço muito pelo sucesso de vocês, mas escolhi ir pro mato esses dias, eu e os meus.
Aurora
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