ELES SABEM TUDO DE MIM – publicado na edição de ontem, sábado,
23.02.2013
Em tempos idos o DOPS suava e muito para conseguir desencavar a ficha
completa de alguém que, segundo a concepção lá deles, fosse suspeito.
Torturaram pra dedéu até chegarem aos seus objetivos. Trabalho executado com
muito “sangue, suor e lágrimas”. Hoje, para ter a ficha de algum “suspeito”
levantada nada mais disso é preciso. O até agora inofensivo Google pode estar
fazendo esse serviço sujo. Desconheço hoje local de maior armazenamento
de dados dos pensantes seres vivos do que esse. Tudo o que fazemos e pensamos
fazer está nas mãos de gente que a gente nem conhece direito as intenções. Não
me considerem alarmante, muito menos alucinado. Pura constatação. Assange, o
famoso Julian da Wikileaks, em recente entrevista repete o que até as pedras do
reino mineral já sabiam. “O Google trabalha com os serviços secretos e, por
tabela, armazena informações privadas em permanência”. Simples assim, como sua
conclusão: “A internet é agora o sistema nervoso da civilização que envolve
futuras decisões e a distribuição do poder”. Quer dizer, estamos diante do
próprio sonho alucinógeno de Orwell, profetizado em “1984”. Depois que li isso
não mais dormi direito. É que assim como todos à minha volta tudo que faço é
baseado no tal do Google. Ele sabe tudo de mim, meus sonhos mais libidinosos e
secretos. Imaginem isso tudo sendo revelado e todos ficaram sabendo de minhas
entranhas mais pecaminosas. Estou decidido a virar um cordeirinho, dizendo amém
para tudo e todos, tudo para não ter espalhado meus segredos. Já estou a
imaginar um desafeto consultando esses alfarrábios com algo do tipo: “Ah, me
conta só um tiquinho do que o Henrique consulta aí com vocês nas horas vagas?”.
Isso não é nada, pois se algum RH requisitar meus dados podem ter certeza, as
portas da maioria das empresas estarão a mim definitivamente fechadas. E pensar
que tudo isso foi caindo nas mãos do Google de mão beijada, entregamos tudo e
sem pressões, assim como o nome daquele bloco carnavalesco carioca: “Vem em mim
que sou facinha”. E fomos. E somos.
ONDA NEOLIBERAL – publicado na edição de 16.02.2013
A intolerância cega as pessoas e sem o perceberem estão a reproduzir insana perseguição, doença cruel a acometer os que não conseguem mais enxergar um palmo diante do nariz, ou nada além do que prega e dita seu restritivo e feroz moralismo. Eu acho lindo enxergar acertos nos adversários, pois os que vivem só de criticas padecem de crônico mal e nem tratamento os curam mais. Irremediavelmente contaminados, possuídos pelo mal do século, produzindo atroz linchamento, também denominado de Moralismo Liberal. Acompanhei essa semana uma tentativa de linchamento coletivo a um que pensa diferente do que hoje reza os pregadores do pensamento único. Os vejo no mesmo patamar dos pastores que pregam a cura do homossexualismo ou arrecadam valores astronômicos ludibriando a fé alheia. Esses precisam é de uma severa lei a lhes conter e os pregadores da inconsequência de camisa de força, pois não se tocam nem com toda a transformação que o país teve nos últimos doze anos. Torcer pelo retrocesso e enxergar só o que lhes interessa é o mesmo que perder o bom senso no julgamento do ato alheio.Essa cegueira tem nome e sobrenome. Representam parcela da população torcendo pelas minorias ricas e excludentes, as mesmas que nos governaram por 500 anos e só nos infelicitaram. Torcem para que voltemos a ter uma total dependência ao capital predatório e estrangeiro. Torcem pelos que querem nos privatizar até a medula óssea. Está cada vez mais reduzida uma parcela moderada, progressista, querendo construir um novo Brasil, oposição sem ódio de classe. Essa dicotomia entre os que são hoje uma raivosa direita e os que hoje nos governam, ditos de esquerda, chega a um grau de predatório enfrentamento. No absurdo dos absurdos criticam Dilma até pelo simples fato de não ter se manifestado sobre a renúncia papal. E por que deveria fazê-lo? Procuram chifre em cabeça de cavalo. De insanos já os vejo como hilários, pois a sério é que não devem ser levados. Não conseguem mais fazer nenhuma crítica construtiva, estão despirocados. Lamentável ortodoxismo.
A intolerância cega as pessoas e sem o perceberem estão a reproduzir insana perseguição, doença cruel a acometer os que não conseguem mais enxergar um palmo diante do nariz, ou nada além do que prega e dita seu restritivo e feroz moralismo. Eu acho lindo enxergar acertos nos adversários, pois os que vivem só de criticas padecem de crônico mal e nem tratamento os curam mais. Irremediavelmente contaminados, possuídos pelo mal do século, produzindo atroz linchamento, também denominado de Moralismo Liberal. Acompanhei essa semana uma tentativa de linchamento coletivo a um que pensa diferente do que hoje reza os pregadores do pensamento único. Os vejo no mesmo patamar dos pastores que pregam a cura do homossexualismo ou arrecadam valores astronômicos ludibriando a fé alheia. Esses precisam é de uma severa lei a lhes conter e os pregadores da inconsequência de camisa de força, pois não se tocam nem com toda a transformação que o país teve nos últimos doze anos. Torcer pelo retrocesso e enxergar só o que lhes interessa é o mesmo que perder o bom senso no julgamento do ato alheio.Essa cegueira tem nome e sobrenome. Representam parcela da população torcendo pelas minorias ricas e excludentes, as mesmas que nos governaram por 500 anos e só nos infelicitaram. Torcem para que voltemos a ter uma total dependência ao capital predatório e estrangeiro. Torcem pelos que querem nos privatizar até a medula óssea. Está cada vez mais reduzida uma parcela moderada, progressista, querendo construir um novo Brasil, oposição sem ódio de classe. Essa dicotomia entre os que são hoje uma raivosa direita e os que hoje nos governam, ditos de esquerda, chega a um grau de predatório enfrentamento. No absurdo dos absurdos criticam Dilma até pelo simples fato de não ter se manifestado sobre a renúncia papal. E por que deveria fazê-lo? Procuram chifre em cabeça de cavalo. De insanos já os vejo como hilários, pois a sério é que não devem ser levados. Não conseguem mais fazer nenhuma crítica construtiva, estão despirocados. Lamentável ortodoxismo.
7 comentários:
Henrique, quantas vezes em nossas conversas alertava sobre essa nova forma de controle social??
A forma com o que o sistema foi aprendendo e aperfeiçoando suas escravas relações para seus interesses trocou a tortura pelo prazer, ao invés de caçar, viu-se no exemplo da ratoeira ser mais fácil pegar pelo prazer.
E numa tacada serviu-se a dois propósitos, o de credenciamento para identificação das pessoas e a escravidão pela alienação virtual, essas ferramentas que vocês tanto adoram hoje, viciados e mesmo alguns tendo o conhecimento de que essa é a finalidade, não conseguem mais sair, muitas vezes por medo de isolação social fora do gueto virtual, são feitas exatamente para cumprirem com essas duas finalidades, e a velocidade de curtas informações, tira concentração, capacidade de entendimento, o que é real ou não e vicia no desejo mórbido em estar virtualmente acorrentado ao social de mentira.
Mas estar neste gueto virtual não é estar na maior isolação que é estar fora do mundo real??
As relações do século 21 do capitalismo é o prazer pela virtual escravidão.
No Dops você não tinha ficha, mas aceitou e carimbou você mesmo a sua para o Dops virtual, prazerosamente.
Bem vindo ao gueto!!! Heil!!
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Hehehe... Vc quer dizer que confessou tudo ao Google sem tortura?? Imagine com tortura então... Não ia servir para companheiro de luta armada...
Wagner Matheus
Caro Henrique.
Não sou advogado do Google, mas essa ferramenta sabe apenas o os seus algoritmos inferem a partir de suas buscas. E nem sempre as buscas que fazemos refletem nosso verdadeiro "eu". No mais das vezes nossas buscas nada refletem sobre nós meu caso por exeplo]. A maioria dos perfis fabricados a partir dessa buscas são inúteis. Ele não precisa cooperar ativamente com serviços de inteligência para descobrir algo a nosso respeito. As agências de inteligência podem descobrir por si mesmas ou solicitar mandados judiciais de busca aos sergiços de procura, e quanto a isso não há o que se fazer. A propóstio o Google sempre recorre no sentido de não cumprir tais mandados.
O Google também não é o único. o Bing da MIcrosoft é quse tão poderoso, e muito mais suspeito em colaborar com governos.
O Google é a plataforma mais segura entre todas. O seu Blog é uma ferramenta do Google.
Se você quer algo realmente perigoso, volte suas baterias de tiro para o FACEBOOK. Essa empresa não tem o menor laivo de escrúpulo, e vende informações bem mais reais e substantivas a corporações e também a governos.
Por fim, tome tudo que for dito por Assange com uma pitada de sal.
Abraços
Caro Eraldo:
Você não é o primeiro, aliás são milhares que enxergam mais perigo no facebook.
O Google armazena minhas consultas e detém essas informações. Repassar isso é que são um problema.
Sei que Assange sempre foi financiado por muitas transnacionais perigosas, mas isso não desmerece o surreal do que passa hoje. Veja só: Yoani é a favor dos EUA e reverenciada pela mídia e ele, espezinha os EUA com a revelação de secretos documentos e é processado. Aí uma hipocrisia sem tamanho.
O fato do texto é que tudo o que transmitimos ou consultamos pela via internet pode ser armazenado e depois entregue nas mãos de alguém com o explícito desejo de saber detalhes de nossas vidas. Ficou fácil saberem tudo a nossa respeito.
um abracito do Henrique - direto do mafuá
"CIA tem acesso ao material do Google", revela Assange
A Internet está se transformando no maior instrumento de vigilância já criado e a liberdade que ela representa estaria seriamente ameaçada. A avaliação é de Julian Assange, criador do Wikileaks e que, há sete meses, vive na embaixada do Equador em Londres. Para ele, a web redefiniu as relações de poder no mundo, se transformou no “sistema nervoso central hoje das sociedades” e chega a ser mais determinante que armas. O problema é que esse poder está agora se virando contra as populações.
O australiano recebeu a reportagem do Estado para uma entrevista sobre seu livro “Cypherpunks, Liberdade e o Futuro da Internet”, que está sendo lançado no Brasil nesta semana pela Boitempo Editorial.
Segundo ele, ao colocar informações em redes sociais, internautas pelo mundo estão fazendo um trabalho de graça para a CIA. “Hoje, o Google sabe mais sobre você que sua mãe”, disse. “Esse é o maior roubo da história”.
Durante a entrevista, Assange defendeu seu anfitrião, o presidente equatoriano Rafael Correa, diante de sua ação contra jornais no Equador.
Sobre o futuro do Wikileaks, Assange já prometeu que, em 2013, um milhão de novos documentos serão publicados. Ao Estado, ele garantiu: “haverá muita coisa sobre o Brasil””. Confira abaixo alguns trechos:
O Estado de S. Paulo: A Internet é o símbolo da emancipação para muitos e foi apresentada como a maior revolução já feita. Mas agora o sr. traz a ideia de que há uma contra-ofensiva a isso tudo. O sr. considera que a Internet está em uma encruzilhada ?
Julian Assange: Diferentes tecnologias produzem mais poder para estruturas existentes ou indivíduos e isso tem sido a história do desenvolvimento tecnológico, ao ponto que podemos ver a história da civilização humana como a história do desenvolvimento de diferentes armas de diferentes tipos. Por exemplo, quando rifles, que podiam ser obtidos por pequenos grupos, eram as armas dominantes em seu dia, ou navios de guerra ou bombas atômicas. E isso define a relação de poder entre diferentes grupos de pessoas pelo mundo. Desde 1945, a relação entre as superpotências dominantes tem sido definida por quem tem acesso às armas atômicas. Mas o que ocorre agora é que Internet é tão significativa que está começando a redefinir as relações de força que antes eram definidas pelos diferentes sistemas de armas que um país tinha. Isso porque todas as sociedades que tem qualquer desenvolvimento tecnológico, que são as sociedades influentes, se fundiram totalmente com a Internet. Portanto, não há uma separação entre o que nós pensamos normalmente que é uma sociedade, indivíduos, burocracia, estados e internet.
A internet é o alicerce da sociedade, suas artérias, os nervos e está conectando os estados por cima das fronteiras. A Internet é um centro, se não for o centro, da nossa sociedade. Ela está envolvida na forma que uma sociedade se comunica consigo mesmo, como se comunica entre elas. Não é só simplesmente um sistema de armas ou fonte energia. Não é certo pensar como se fosse o sangue da sociedade. É o sistema nervoso central da socidade. Portanto, se há um problema na Internet, há um problema com o sistema nervoso da sociedade. Agora, víamos antes a internet como uma força liberatadora, que garantia às pessoas que não tinham informação com informação e, mais importante ainda, com conhecimento. Conhecimento é poder. Outras coisas tambem são poder. Mas ela deu muito poder a pessoas que antes não tinham poder. E não apenas mudou a relação entre os que tem poder e aquelas que não tem, dando conhecimento àqueles que não tinham conhecimento. Mas também fez todo o sistema funcionar de forma mais inteligente. Todos passaram a poder tomar decisões mais inteligentes e puderam passar a cooperar de forma mais inteligente. Agindo contrário a essa força está a vigilância em massa criada por parte do estado.
continua...
O Estado de S. Paulo: De que forma estaria ocorrendo essa vigilância em massa?
JA: As sociedades se fundiram com a internet, diante do fato de que comunicações entre os indivíduos ocorrem pela Internet, os sistemas de telefone estão na Internet, bancos e transações usam a Internet. Estamos colocando nossos pensamentos mais íntimos na Internet, detalhes de comunicações e mesmo entre marido e muher, nossa posição geográfica. Enfim, tudo está sendo exposto na Internet. Isso signifca que grupos que estão envolvidos em vigilância em massa tem conseguido realizar uma transferencia em massa de conhecimento em sua direção. Os grupos que já tinham muito conhecimento agora tem mais. Esse é o maior roubo que de fato já ocorreu na história. Essa transferência de conhecido, de todas as comunicações interceptadas para agências nacionais de segurança e seus amigos corporativos. A tecnologia está sendo desenvolvida para essa vigilância em massa está sendo vendida por empresas de países, como a França, que vendeu um sistema de vigilância para o regime de Kadafi. Na África do Sul, há um sistema desenhado para gravar de forma permanente todas as ligações que entram e saem do país e as estocam por apenas US$ 10 milhões por ano. Está ficando muito barato. A população mundial dobra a cada 20 anos. O custo de vigilância está caindo pela metade a cada 18 meses.
O Estado de S. Paulo: Mas, justamente o sr. citou Kadafi. Muito acreditam que a Primavera Árabe só ocorreu graças à Internet. Não teria sido esse o caso?
JA: Há uma série de histórias tradicionais de um longo trabalho de ativistas, de sindicatos e até de clubes de futebol que tiveram um papel importante na Tunísia e no Egito, os Ultras. O que é realmente novo? Bom, algumas coisas: o ativismo pan-arábico é algo novo e potenciado pela web. Diferentes ativistas em diferentes países se conectaram entre si pela web, trocando dicas, identificando quem era bem e quem era mau. O movimento dos Ultras vieram da Itália para os clubes da Tunísia e Egito. Como? Pela Internet. E então há o Wikileaks, jogando muita informação e essa informação então foi atacada pelo regime na Tunísia e depois pelo Egito. Mas também sendo disseminada pelo Egito e Tunisia. Mais importante ainda, essa informação foi disseminada para fora desses países, a tal ponto que ficou difícil para os Estados Unidos e Europa defenderem seus tradicionais aliados.
continua...
O Estado de S. Paulo: O sr. aponta para o poder de redes como Facebook e Google. Confesso que não tenho certeza que Mark Zuckerberg (criador do Facebook) pensou nisso tudo quando estava criando o site. Como é que se tornaram tão poderosos e como é que são, como o sr. diz, usados contra civis?
JA: Google, essencialmente, sabe o que você estava pensando. E sabe também (o que vc pensou) no passado. Porque quando você tem algum pensando sobre algo, quer saber algum detalhe, você busca no Google. Sites que tem Google Adds, que na verdade são todos os sites, registram sua visita. Portanto, Google sabe todos os sites que você visitou, tudo o que você buscou, se você usou gmail ou email. Então ele te conhece melhor que você mesmo. Um exemplo: você sabe o que você buscou há dois dias, há três meses? Não. Mas o Google sabe. Google conhece você melhor que sua mãe. Claro, mas alguém pode dizer: Google só quer vender publicidade. Portanto, quem se importa que eles estejam fazendo isso. Mas, na realidade, todas as agências de inteligência americana e de aplicação da lei tem acesso ao material do Google. Eles acessaram isso em nosso caso.
O Estado de S. Paulo: Como fizeram isso?
JA: Eles usaram instrumentos como cartas da agência de segurança nacional e mandados para buscar os dados de email das pessoas envolvidas em nossa organização. Isso saiu do Google, da conta do Twitter, onde pessoas entraram para acompanhar a nossa conta. No caso do Facebook, é algo impressionante. As pessoas simplesmente estão fazendo bilhões de centenas de horas de trabalho gratuíto para a CIA. Colocando na rede todos seus amigos, suas relações com eles, seus parentes, relatando o que estão fazendo, dizendo que vi aquela pessoa naquela festa, aquela pessoa naquela loja. É um incrível instrumento de controle. Países como a Islândia tem uma penetração do Facebbok de 88%. Mesmo que você não esteja no Facebook, você pode ter certeza que teu irmão está e está relatando sobre você, ou sua namorada está relatando sobre você. Não há como escapar. Agora, quando uma organização como Facebook diz que as pessoas querem fazer isso…
O Estado de S. Paulo: Claro, essa é justamente a minha questão: como o sr. explica que pessoas de diferentes culturas e religiões estão dispostas a revelar suas vidas diante da web?
JA: Claro, sobre o que é que você está paranoico. Você pode dizer: bom, estou fazendo isso de forma voluntária e é mais importante estabelecer conexões sociais que se preocupar com um aparato de um estado totalitário. O problema é que isso não é verdade. As pessoas dizem que querem compartilhar algo apenas com meus amigos e amigos de meus amigos, mas não com meus amigos e com a CIA. É uma decepção o que está ocorrendo. As pessoas estão sendo enganadas em desenvolver essa atividade.
Fonte: O Estado de S. Paulo
texto postado por PASQUAL MACARIELLO - RIO RJ
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