A COLEÇÃO DE CADA UM – ALGO DA MINHA
Conheço cada coleção bem amalucada. Eu também tenho as
minhas. Quase sempre a envolver papéis. Já colecionei Pasquim, Repórter, Isto
É, Coojornal, Placar, Veja, Playboy, Status, Set, Imprensa, Tex, Fradim,
Chiclete com Banana, Caros Amigos e alguns outros títulos. Esses todos acabei
por me desfazer ao longo dos anos. Mantenho aqui no mafuá algo d’O Pasquim, a
Caros Amigos completa até dois anos atrás e exemplares dos áureos tempos da
revista Imprensa. Continuo colecionando revistas, hoje compro regularmente a
Carta Capital, Brasileiros, Piauí, Revista de História e Samuel. Anos atrás
abria diariamente a página do JB RJ só para ler e imprimir os textos diários do
Fausto Wolff. Tenho quase todos e quando me sinto muito só, espalho eles pela
cama e fico relendo aquilo tudo. Já colecionei os textos no Tarso de Castro na
Folha SP e na extinta Atenção. Hoje abro diariamente o site do Página 12 só
para salvar as tiras do Rep. Já fiz isso em vários outros sites, mas pela falta
de tempo fui perdendo a assiduidade.
Livros eu junto desde os cueiros. Tenho de tudo, ressaltando
que o filho levou boa parte para a biblioteca dele sendo montada e o
incentivei. Ele, muito mais organizado que eu. Uma que faço questão de manter,
para mim de grande valor é uma quase completa da Codecri, a editora d’O Pasquim,
“rato que ruge”, com belos títulos, preenchendo um lado completo de uma
estante. Gostava tanto d’O Pasquim que resolvi guardá-los acima de tudo. Escrevo
tudo isso para demonstrar como num certo tempo pensamos de um jeito e noutro
doutro. Quando que hoje eu pego uma Veja para ler. Mas já a colecionei, nos
tempos do Mino. Assim como li a Folha e adorava colecionar o suplemente de
sábado, o Folhetim. Guardei todas as primeiras páginas d’O Estadão quando fez
uma reforma e criou o Caderno 2, sob a direção do Emediato. Na sua página 2
tinham cronistas dos bons. Sumiram com o tempo. Recortei as tiras do Maringoni
e colei tudo num caderno, essa guardo e num dia mostrei tudo para ele. Da Isto
É a única recordação que guardo aqui é uma capa emoldurada, uma com a capa “Adeus
Elis”.
Mas essa escrita é para reverenciar outro tipo de coleção. Desde
meus tempos de adolescente que ouço MPB e comecei lá a colecionar, primeiro
Fitas Cassete, depois LPs (os bolachões), agora os CDs (não sei até quando).
Das fitas cassetes não tenho mais nenhum, dos LPs devo ter uns mil eu me
restaram e dos CDs, desde que saíram até agora, devo ter já perto de uns dois
mil. Essa minha coleção, a que mais resiste a ação do tempo. A preferência é
mesmo pela velha e boa MPB, os da velha guarda (anos 70 em diante), até os que
vão surgindo e se impondo. Sou eclético, juntando também muita coisa de samba,
instrumental (de preferência brasileiro), alguma coisa de jazz, blues, latina e
alguns interpretes internacionais escolhidos a dedo. Numa parede os CDs que ali
couberam, todos por ordem alfabética e na repetição do cantor (a), pela ordem
de lançamento. Esgotado o espaço comecei a juntar numa mesa, mas daí para
frente a bagunça imperou e quando quero encontrar um dos novos, reviro tudo.
Com os LPS, eles ocupam um espaço só deles numa estante, tudo por ordem, mas
enquanto não reformar o espaço desse mafuá, ainda um tanto empoeirado. Alguma
coisa se perdeu ao longo do tempo, cem foram vendidos num momento de aperto e
outro tanto foi emprestado e nunca devolvido.
Compro muito ainda hoje, mas quase nada novo devido principalmente ao alto preço. Sou adepto das promoções, onde arremato bons itens. Nos sebos faço a festa, quando o preço é convidativo sempre trago coisas boas. Virou praxe, viajando por aí e entrando num desses lugares, inevitável trazer alguns deles. Não baixo quase nada na internet, colecionador não gosta muito disso, gosta mesmo é de ir lendo as letras, curtindo o encarte, separando aqui e ali. Nas últimas viagens para a Argentina, Uruguai, Espanha, Salvador, Fortaleza e Recife trouxe muita coisa boa. Em alguns lugares peças assinadas pelos autores, o que para mim é uma preciosidade. Aqui em Bauru sou assíduo na banca do Carioca na Feira do Rolo e nos Sebos Literário e do Bau (o do pai). Semana passada na feira consegui achar dez de um disponibilizado acervo da Auri-Verde, tudo por R$ 20 reais. Vivo apregoando que darei uma parada e organizarei tudo, mas vou adiando. O que faço muito é ouvir, vivo enfr4onhado no meio dessa musicalidade toda. Não declino nesse texto os meus preferidos, mas o faço qualquer dia desses, mas conto algo que comecei e quero retomar qualquer dia desses. Fiz um fichário com o acervo separado por temas. Ou seja, pego um LP/CD e catalogo cada música buscando um tema para ela. Acredito já ter feito a catalogação com uns 500 e encontrei mais de 500 temas. Uma loucura e disso penso em ajudar na criação de um programa de rádio, um tema sendo discutido em cada um e as selecionadas sendo ouvidas. Loucuras de um desvairado colecionador. Mais uns e algumas das suas.
obs.: Todas as fotos são de últimas aquisições, incorporadas ao mafuento acervo.
Um comentário:
é preciso socializar essa coleção de discos, hein, Henrique! rsrs
Wellington Leite
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