segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (78)


QUANDO TUDO PODE OU NÃO SER CREDITADO À FATALIDADE OU AO ERRO MÉDICO
Semana passada após a morte do querido Isaias Daibem, passei uma noite muito mal dormida e pensando em tudo o que acontece aos que são obrigados a se internarem nos hospitais brasileiros. Na revista Carta Capital de duas semanas atrás uma trágica história de um senhor, morador do subúrbio carioca e que os 54 anos teria que amputar uma das pernas. Suas filhas, temendo o que pudesse lhe ocorrer se atendido num hospital do subúrbio conseguem internação num hospital mais renomado e no centro da cidade. A seqüência dos acontecimentos foi cruel além da conta, pois lhe cortaram a perna errada, nem dando pelota para a outra, a ruim, toda enfaixada e é claro, tiveram que proceder a outra cirurgia quando detectado o erro. Histórias como essa chocam elem da conta. Fazem parte de um amplo histórico de erros médicos e só em casos extremos como esse, assumidos. Podem notar, na imensa maioria das vezes quando ocorrem, somos obrigados a tomar conhecimento de uma infindável relação de procedimentos, dito por eles médicos como todos dentro do mais correto acerto e nunca o erro é assumido, mesmo quando evidente e quase explícito. O espírito de corpo da categoria médica é imenso, quase que um código de conduta.

Digo isso, não por mera mania de perseguição, mas por notar algo de ruim no seio da categoria médica e que poderia ser alterado. Esse negócio de não assumir seus próprios erros não os tornam impolutos e perfeitos em tudo que fazem, mesmo que tentem passar essa imagem a nós, os pobres mortais. Viraram folclore esses comentários intramuros dos hospitais dos tais erros médicos e poderia ser amenizado com sua exposição, penalizando os que agem na contramão dos preceitos médicos e até mesmo porque, como todos sabem, errar é humano e não tem quem, mesmo com todo o cuidado, não o continue fazendo. Escrevo isso tudo porque o que me fez perder o sono foi o que ocorreu com o companheiro Isaias, que foi internado para operar uma diverticulite e acabou morrendo no hospital por uma pneumonia contraída lá naquele ambiente.

Pelo que ouvi, essa a justificativa, o corpo rejeitou a cirurgia feita e nessa demora da aceitação foi necessária a sua manutenção num leito hospitalar, advindo daí, corpo já debilitado, o fato de ter contraído o pneumonia que lhe foi fatal. Quem sou eu para acusar alguém, mas acredito que algo mais poderia ser dito sobre esse caso em específico. Uma pessoa saudável é internada e opera uma diverticulite. Que raios de rejeição foi essa? Que demora na aceitação do organismo em aceitar os procedimentos cirúrgicos foram esses? Isso pode ou não ser caracterizado como um erro médico? O que de fato ocorreu e foi o causador dele ser obrigado a permanecer mais tempo no hospital? A cirurgia realizada obteve pleno sucesso ou algo de errado ocorreu? É normal contrair pneumonia nesse hospital? E os cuidados que deveria ser tomados para evitar esse contágio, foram tomados? São perguntas que naturalmente devem ser feitas e respondidas. O que não podemos é em todos os casos mais ou menos idênticos, mantermos uma postura como se nada de diferente tivesse de fato ocorrido, pois ocorreu e as explicações dadas não me convencem.


O fato é somente um: Isaias foi embora antes do tempo. Esse negócio de sempre jogarmos tudo nas costas de uma tal fatalidade é fácil para alguns, resolve o problema desses, mas não responde às questões aqui levantadas. O buraco é mais embaixo e sem querer prejulgar ninguém, muito menos generalizar, acredito que o melhor nesse momento é uma explicação convincente, pois tudo o que foi ouvido até agora é muito vago e explica pouco.  

15 comentários:

Anônimo disse...

Foi minha primeira postagem do dia um comentário a respeito disso, levando-se em conta que o Syca foi operar do femur e morreu de pneumonia segundo me contaram. Aliás, ambos estavam vizinhos de UTI e se for verdade mesmo a causa da morte do Syca, confirma aquilo de sempre corre-se a boca pequena, hospital da UNIMED é um risco de vida no tocante ao controle de infecção hospitalar, como aliás, a grande maioria dos hospitais brasileiros...
Silvio Selva

Anônimo disse...

Deveria ser lançada uma campanha para que os hospitais de Bauru adotem medidas e programas para controle da infecção hospitalar. Talvez algum vereador possa usar a tribuna para levantar a questão, o que acham? Temos 03 médicos na Câmara e um deles poderia levantar a questão. Contudo não é preciso ser médico para tal.
Antonio Morales

Anônimo disse...

ESSAS HISTÓRIAS DE ERROS MÉDICOS SÃO CONTROVERTIDAS POIS AFINAL DE CONTAS QUANDO QUESTIONADO O JUÍZ DETERMINA UMA JUNTA MÉDICA PRÁ DIRIMIR AS DÚVIDAS ENTÃO... SERÁ QUE ERROS MÉDICOS SÃO MESMO COMUNICADOS NA QUANTIDADE QUE OCORREM? QUEM SABE COM MÉDICOS NÃO COMPROMETIDOS COM ESSES SISTEMA VIGENTE CONSIGAM DIZER SE HOUVERAM ERROS OU NÃO... SEM TEMER A REAÇÃO DOS DEMAIS "COLEGAS",
QUANDO A CAUSA É DELES AÍ É FATALIDADE...
José Luiz Schubert

Anônimo disse...

hospital unimed de bauru é excelente fui operado lá de hernia umbilical e extração da vesicula, fui muito bem assistido pela equipe médica e pelo corpo de enfermagem, salvo melhor juizo e respeitando as opiniões dos demais amigos tenho para mim que esse hospital é excelente em todos os itens....
José Eduardo Avila

Anônimo disse...

Henrique
Trabalhei em hospital há muitos anos. Na época a Beneficência era um exmplo no controle da infecção hospitalar. A Irmã Elda espalhava placas de petri por todo hospital para fazer cultura das bactérias do ar (isso nos anos 80). Diariamente, vejo médicos e enfermeiras entrando nos hospitais com roupas rancas que passeavam nas ruas. Meu cunhado, foi tratar uma leucemia no Estadual e minha irmã contou das enfermeiras entrando na UTI sem luvas ou sem lavar as mãos, aliás, meu cunhado não morreu de leucemia, mas de traumatismo craniano, não digo que foi erro médico, o que digo é que não há controle de infecção hospitalar....
Silvio Selva

Anônimo disse...

Esses hospitais particulares são verdadeiras colonias de férias, entra quem quer,sai quem quer na hora que quer, come o que quer e ai a infecção hospitalar deita e rola.
Lázaro Carneiro

Anônimo disse...

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Kaio Ruiz

Anônimo disse...

só de brincadeira, acabei de postar no google imagens a frase: "médico na rua" e olha só a primeira imagem que surgiu: Quer ser contaminado abrace alguémde jaleco.
Silvio Selva

Anônimo disse...

Muitos morrem sem ao menos ter o "direito" de adentrar e se tratar num bom hospital por pura falta de um leito! Não sei mais o que é pior: Morrer aqui fora ou entrar e morrer lá dentro!
Antonio Carlos Pavanato

Anônimo disse...

ELES TODOS TEM (EPI) LUVAS, MÁSCARAS, GORROS ETC quem não usa é negligente e tem que ter a atenção chamada, Se eu ver um médico ou algum empregado de hospital ou clínica entrando num local público usando as roupas hospitalares ou do trabalho, com certeza eu voi tentar impedir e se tiver BRONCA eu chamo a polícia. ELES todos sabem que é PROIBIDO usar a roupa do trabalho fora do lugar de trabalho e os médicos (aparentemente) são muito mais esclarecidos e se teimam em fazer isso tem que ser chamado no saco sim senhor e se derem bronca, ligue pro 190 e faça um BO, vamos dar dor de cabeça prá essse PROFISSIONAIS teimosoS e negligenteS. Antes ele tendo dor de cabeça do que nós. E mais, se ele for metido a valentão chamem a polícia, sem receio, é um direito nosso pedir ajuda.
José Luiz Schubert

Anônimo disse...

Acho que deveria ser lançada uma campanha para que os hospitais de Bauru adotem medidas e programas para controle da infecção hospitalar. Talvez algum vereador possa usar a tribuna para levantar a questão, o que acham? Temos 03 médicos na Câmara, mas o Roque Ferreira poderia levantar a questão.
Antonio Morales

Anônimo disse...

Excelente publicação Henrique, parabéns,minha filha , já foi vítima de erro médico aqui em Bauru, quase morreu. Já fui presidente da comissão de bioética e biodireito da OAB em Rio Preto, e lá o debate esquentava quando o tema era abordado.
Maria Cristina Zanin Sant'Anna

Anônimo disse...

Eu operei o colo do fêmur no hospital de Base. O médico ortopedista Marcelo Torquato operou em um dia e deu alta no outro. Na época reclamei e critiquei hoje agradeço!!!!!Não tive nada e minha recuperação foi excelente!!!!!
Mariza Silveira

Mafuá do HPA disse...

Não sabia que o SYCA também morreu no mesmo lugar e também por ter contraído pneumonia por lá. Se isso for verídico, acho que o tal Hospital precisa urgente vir a público e dar melhores explicações sobre seus procedimentos. Isso de imediato e cobrado por todos nós num só coro.
Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

A questão da pneumonia do Syca me falaram no velório do Isaias. O que sei é que ele foi operar do femur e morreu no tal hospital. A pneumonia dele não posso dizer já que não trabalho lá. Mas sim, ambos estiveram na mesa UTI do mesmo hospital...
Silvio Selva