quarta-feira, 28 de maio de 2014

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (57)


CORRUPÇÃO É CORRUPÇÃO E FUTEBOL É FUTEBOL – 15 DIAS DA COPA

Que o Brasil de hoje, dia 28/05 está um tanto estranho, isso até as pedras do reino mineral sabem. Mas quais os motivos? Seria uma revolução em curso? Longe disso, o motivo é outro e tem como pano de fundo a eleição presidencial. Os verdadeiros donos do poder desse país, a mídia nativa, comandada por quatro grupos familiares decidiu que o PT não deve mais ser governo e quer impor ao seu modo e jeito a remoção de um e a substituição por outro, mais adequado aos seus métodos. Todos são capitalistas, neoliberais, mas uns são, ao ver desses mais que os atuais no poder. E diante de uma real possibilidade de dona Dilma emplacar sua reeleição (e no primeiro turno) vê-se no país um esboço do mesmo sendo virado ao avesso, pernas para o ar. Dia após dia o crescimento de um ovinho da serpente fascistóide.

Li isso agorinha mesmo. “Uma sensação de profundo desconforto transcende a maciça campanha anti-PT e, portanto contra Dilma e Lula, movida pelo verdadeiro partido de oposição brasileiro, ou seja, a mídia nativa, a agremiação dos privilegiados. (...) O que chama a atenção, no entanto, é o clima estranho, de insatisfação difusa e, tão forte e prepotente ao ponto de provocar a balbúrdia institucional. (...) insunua-se, porém, no cenário algo mais, ainda impreciso, indefinido, embora ameaçador, à revelia de todos os envolvidos, quem sabe, como acontece quando a situação foge do controle. Espero que ainda tenhamos chance de mudar o rumo desse enredo”, Mino Carta, no editorial “Balbúrdia Institucional”, revista Carta Capital, edição de 28/05/2014.

A oposição, como é sabido, agarra-se até em fio desencapado para conseguir seus objetivos. A bola da vez para que isso tenha continuidade é insuflar um “não vai ter Copa”. Escrevi isso tudo até aqui e o farei até o final desse texto por um único motivo: VOU TORCER PELA REALIZAÇÃO DA COPA. Nunca me verão em plena dita democracia insuflar e apoiar uma onda de rancor, quando não de fascismo puro. Não vou misturar as coisas. O Brasil e seus políticos são uma coisa e a Copa do Mundo é outra. Discuto o país aqui, por todos os lugares aonde vou e a todo instante e a Copa é só um torneio esportivo. A sacanagem feita para realização dessa Copa não findará dificultando ou impedindo sua realização. Ela é muito mais abrangente do que o ocorrido de roubalheira nas ditas construções dos estádios. A corrupção está disseminada entre nós, vírus normal dentro do sistema vigente, o do capital e das leis do mercado acima do ser humano. Corrupção existe aqui, no governo estadual, no federal, no Corinthians e também no Barcelona e principalmente na FIFA, na Asltom e na empreiteira de A até Z.

Não sou contra uma Copa do Mundo. Continuarei gostando de futebol, buscando bons jogos e assistindo a eles todos, desfraldando bandeiras quando achar necessário. Não misturo alhos com bugalhos. Todo o político que já considero um sacana continuará o sendo com ou sem Copa. Não vai ser pelo motivo do país ganhar a Copa que a eleição de Dilma estará garantida. O jogo sujo está sendo feito nesse momento mais com o país do que seus governantes. No Brasil de hoje o podre quer dar uma de impoluto e diz combater a podridão. Ele aponta o dedo para a podridão alheia, mas esconde a sua para debaixo do tapete e com apoio irrestrito dessa mídia desavergonhada. Vou continuar criticando os mandatários da FIFA, governantes que desviam muita grana de obras, etc e etc e vou continuar vendo meu futebol. Se não agir assim, terei que deixar de fazer quase tudo daqui por diante, pois vejo tudo um tanto dominado, sem salvação.

Quero sim que o país mude, sempre para melhor. A minha luta é pela troca do sistema político. Assim sendo, continuarei na minha trincheira lutando contra as mazelas todas, onde estiverem, mas me deixem torcer pelo Brasil e também por uns outros escretes. O clima que vejo sendo abastecido não é o que quero para o país. Nunca torci pelo quanto pior melhor, ainda mais porque, sei que o que temos de pior é o incentivador da ainda oculta insubordinação, que de revolucionário não tem nada. Posso até concordar estarmos diante de uma crise de representatividade política. Ela está crescendo e atingindo outros setores, inclusive o sindical. Não farei o jogo de quem se diz contra os contrários aos desmandos do governo federal, mas não propõem nada novo e sim, a volta do arcaico conservadorismo. Serei sempre contra esses e farei o que for possível para não deixar o caldo entornar.

Eis meu posicionamento sobre o momento atual, exatos quinze dias antes do início da Copa do Mundo. Aceito muita conversação, até a exaustão se preciso for, mas num alto nível, por favor.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu também quero que tenha Copa e fico com o saco cheio do discurso moralista/hipócrita dos coxinhas. Mas não me passam para ficar contra um protesto de representantes dos povos indígenas pela demarcação das terras que historicamente são deles. E não me peçam para falar mal de manifestações por moradia e reforma agrária, ou por transporte público gratuito e de qualidade, ou mesmo por qualquer outra causa que contrarie os interesses de nossa elite mesquinha. O fato de eu votar neste governo e defender seus acertos não me obriga a fazer vistas grossas aos problemas seculares do país. Discursos do tipo "corrente pra frente" ou de "ame-o ou deixe-o" não são da democracia. Quem quiser protestar durante a Copa, que o faça. E que aproveite os holofotes e a atenção do restante do planeta para dar visibilidade a suas causas.
RODRIGO FERRARI

Anônimo disse...

Como já dizia o filósofo, uma coisa é uma coisa outra coisa e outra coisa. Então:
1. Que a grande burguesia nunca vai aceitar o PT plenamente, por mais que este a beneficie, garanta e reproduza seus privilégios, não deveria ser nenhuma surpresa.
2. Aos claros ataques à sua política o PT responde... abrindo mais as per..., digo, os leques de aliança, fazendo mais e mais concessões. Se há um ovo (e realmente há) este é chocado pela própria política governista.
3. Há também um setor, ainda minoritário mas que pode crescer, que faz uma oposição à esquerda ao PT. Ele está nos mais diversos movimentos sociais, de trabalhadores, que agitam o país desde as jornadas de junho de 2013.
4. De uma forma geral, e como já disse em post há alguns dias, utilizam o mote da Copa para dar visibilidade às suas ações. Na Copa vai ter luta. Impedir ou não a realização do evento é uma correlação de forças que ainda vai ser aferida, embora o mais provável é que o movimento não tenha amplitude e força suficiente para isso. E o mais importante: este nem de longe é o seu alvo principal.
5. Mas é nesse movimento, que emerge das ruas, que está nossa única esperança. Suas vitórias, seu crescimento é o que pode gorar o ovo.
6. Seu texto não faz claramente esta diferenciação. Talvez não intencionalmente, coloca tudo no mesmo saco. Acaba repetindo, de novo ainda e talvez não intencionalmente, o discurso governista que pode ser sintetizado assim: quem não apóia o governo é direita.
7. Um discurso que faz com que atos e mobilizações heroicas, como a dos garis, dos professores, dos metalúrgicos, dos motoristas, tornem-se resultado da ação da CIA, da direita infiltrada.
8. São movimentos heroicos porque enfrentam o discurso manipulador da mídia, a ação fascistas da PM, a traição das direções sindicais (em particular as da CUT, que se limita a ser linha de transmissão do PT) e o discurso sombrio e ameaçador dos governistas.
9. O ovo está aqui. Ou melhor, está sendo chocado em vários lugares do mundo: na Europa, na Colômbia, na Venezuela. E impedir que nasça e, nascido, que cresça é uma tarefa que só a mobilização popular pode realizar.
10. Derrotar a direita é derrotá-la nas ruas, nas fábricas, no campo. Derrotar a direita é derrotar também aqueles que, como o PT, os chavistas e semelhantes, negam-se a avançar, tornam-se um empecilho a mais na conquista do poder socialista.
Almir Ribeiro, do facebook

Anônimo disse...

Nota mil amigo Henrique...ha tempos esperava um texto deste nivel e tinha que vir de vc.
Nilton Santos

Anônimo disse...

"Vou continuar criticando os mandatários da FIFA, governantes que desviam muita grana de obras, etc e etc e vou continuar vendo meu futebol. Se não agir assim, terei que deixar de fazer quase tudo daqui por diante".


"Não vai ter copa" interessa a quem? Vai ter Copa sim.

Estevão Rinaldi Pereira - Jaú SP

Henrique disse...

comentários do grupo BAURU ACORDOU no facebook:

Alam Maia você Henrique Perazzi está em uma trincheira kkkkkkk.
7 h · Curtir

Alam Maia trincheira confortavel atras de um pc, falando mal dos outros e defendendo o atual governo.... Oh vida dificil essa sua
7 h · Curtir

Luly Zonta Sempre sensato e muito bem embasado!!!
7 h · Descurtir · 1

Henrique Perazzi de Aquino Alam Maia atrás de um pc estamos todos aqui, eu tu e o rabo do tatu. Não me coloque numa situação em que vc também não esteja. Opiniões são opiniões e o fascismo cresce a olhos vistos, uma juventude com ideologia retrógrada, perversa, maléfica e conservadora. Dos manifestos nada contra, estarei em muitos deles, mas não me peça para estar ao lado de quem aposta no quanto pior melhor, tudo para sacar um e colocar lá outro bem pior.

Mafuá do HPA disse...

Almir, só agora pude parar e te responder. Vamos lá: 1) Sim, eles parece que não se atinaram para isso até hoje; 2) Todos que aceitam o jogo político dentro do atual sistema sabem que terão que abrir as pernas, do contrário estariam fora da contenda; 3) Enxergo isso também e apoio; 4) Sim; 5) Desde que saibamos separar e apontar o dedo sempre aos que estão lá por outros motivos; 6) Já escrevi isso em outras oportunidades, mas não comungo da ideia de quem não apoia o governo é de direita, até porque em muitos momentos também não apóio, afinal apoio incondicional é burrice; 7) nunca desmereçi a luta desses em meus textos; 8) sim e não podem ser usados pelos aproveitadores da rua, que sabemos estão aí para nos confundir; 9) tarefa nossa deixando picuinhas de lado e se irmanando na denúncia desses vários ovos e 10) Daí um pequeno desacordo, pois tu coloca no mesmo baleio do que deve ser combatido o chavismo e até a Cuba de hoje e estou junto deles, nunca os entendendo como adversários. Empecilho para a conquista do poder socialista é muitas vezes manter a defesa de uma ideia mesmo que ela tenha muito semelhança com a da direita mais tacanha, não abrir mão disso e daí o retrocesso ocorre. Eu não me presto a isso e acho que em alguns momento é melhor engolir uns sapos e continuar sempre adelante do que ter o mesmo posicionamento de partidos de direita convicta. Nos entendemos em alguns tópicos e assim prosseguimos.
Henrique, direto do mafuá