CONTO ALGO DE DUAS TROMBADAS CARNAVALESCAS NO SAMBÓDROMO BAURUENSE...*
* O título lá do alto, "Diário de Cuba" é uma necessária provocação a todos os que nos mandar ir pra Cuba. Se ainda não voltei, foi por absoluta falta de grana... E informo: aceito doações para voltar concretizar uma (re)viagem pela ilha.
PAPO FURADO 1 – Isso do Mafuá ter sido processado às vésperas da descida do Calçadão por um economista, cuja citação de seu nome ocorre na marchinha 2017, devido sua folha corrida em prol da intransigente cantilena neoliberal predatória gerou conversas mil. Ontem no Sambódromo paro para conversar com um conhecido empresário da Zona Sul, um que não quer (e nem deve) se identificar. Ele me disse ter lido o processo todo ao baixar a senha disponibilizada pelo Fórum. Achou de uma burrice atroz o pedido, a formatação do processo, inclusive cita algo a me surpreender. “O cara te acusa pelo fato de ser esquerdista, como se isso fosse crime. Veja a que ponto chegamos, por você ter um posicionamento diferente dele, te acusa pela sua linha ideológica. Um absurdo e isso vindo de um professor, um que se diz conceituado economista e também atuando como jornalista. Mereceu a traulitada”, me diz. O papo foi longo e me disse mais, daí me espanto pela sua percepção do ocorrido: “Ele quando viu a cagada que fez, voltou atrás, já instruído e retira o processo. Mas não foi só isso, sua preocupação deve ter ocorrido pelo bolso. Perdendo, ele perderia ainda mais e na continuidade teria que pagar as custas e tudo o mais. Isso seria uma merda para ele, ter que arcar com uma grana pela burrada cometida. Correu e cancelou tudo. O censor pensou como economista e se antecipou. Você já havia pensado nisso?”. Sim, já havia. Mas o que me espanta foi perceber que muitos como esse da conversa em clima carnavalesco adentraram o site do Fórum e o fizeram só para tomar conhecimento dos detalhes do ocorrido. Isso não tem preço. Quantos outros já o fizeram e quem perde não sou eu, nem o mafuá, muito menos o bloco.
PAPO FURADO 2 – O Sambódromo permite trombadas das mais interessantes e instigantes. Entro num camarote de uma escola de samba para cumprimentar conhecidos e sou apresentado a uma pessoa que só conhecia de vista. Ele me surpreende com o que me quer contar. Espera a roda de conversa amainar, me puxa pelo braço e num canto reservado me conta algo, para mim inesperado: “Henrique, eu te conheço de longa data, te leio no jornal faz um tempão. Você me conhece, sabe quem eu sou e eu sei quem você é, estamos cada um em lados opostos na vida, você batalhando por suas questões e causas de um lado e eu de outro. Não te considero adversário, muito menos inimigo. Lutamos em trincheiras distintas, sem guerra. Quis conversar contigo porque queria te confessar algo e nem sei qual será sua reação. Gosto do que escreve e de como escreve. Não existe hipocrisia e nem falsidade no que faz”. Já achei um luxo aquilo tudo, vindo de quem veio. Antes da despedida, ainda veio com um algo mais: “Eu frequento uma roda de amigos, num clube aqui da cidade, muita gente, todos endinheirados e outro dia falávamos de ti e um deles me disse que também gostava do que você escreve, mas não queria que você soubesse quem ele é, nem queria te conhecer, pois tinha receio de que as coisas sofressem alteração. Disse a mim não ver nada raivoso no que escreve, só uma versão fria dos fatos, uma mais plausível do que as que ocorrem nas rodas onde frequenta. Falou da importância da existência de pessoas assim em tempos como os atuais, impedindo que o pensamento único predomine. E te falo isso para te encorajar a não parar, pois muitos do lado de lá, mesmo sem se manifestarem concordam com ti. Siga em frente”. Descubro que sou também tema de conversa em rodas entre os do lado de lá. Devo temer?
Enquanto tem os que me processam, tem os que me paparicam. Ganhei o dia, a noite e festei com mais afinco.
OBS.: As fotos aqui publicadas são de autoria do experiente fotógrafo ZANELO, um expert em fotos de rua e nas ruas.
PAPO FURADO 1 – Isso do Mafuá ter sido processado às vésperas da descida do Calçadão por um economista, cuja citação de seu nome ocorre na marchinha 2017, devido sua folha corrida em prol da intransigente cantilena neoliberal predatória gerou conversas mil. Ontem no Sambódromo paro para conversar com um conhecido empresário da Zona Sul, um que não quer (e nem deve) se identificar. Ele me disse ter lido o processo todo ao baixar a senha disponibilizada pelo Fórum. Achou de uma burrice atroz o pedido, a formatação do processo, inclusive cita algo a me surpreender. “O cara te acusa pelo fato de ser esquerdista, como se isso fosse crime. Veja a que ponto chegamos, por você ter um posicionamento diferente dele, te acusa pela sua linha ideológica. Um absurdo e isso vindo de um professor, um que se diz conceituado economista e também atuando como jornalista. Mereceu a traulitada”, me diz. O papo foi longo e me disse mais, daí me espanto pela sua percepção do ocorrido: “Ele quando viu a cagada que fez, voltou atrás, já instruído e retira o processo. Mas não foi só isso, sua preocupação deve ter ocorrido pelo bolso. Perdendo, ele perderia ainda mais e na continuidade teria que pagar as custas e tudo o mais. Isso seria uma merda para ele, ter que arcar com uma grana pela burrada cometida. Correu e cancelou tudo. O censor pensou como economista e se antecipou. Você já havia pensado nisso?”. Sim, já havia. Mas o que me espanta foi perceber que muitos como esse da conversa em clima carnavalesco adentraram o site do Fórum e o fizeram só para tomar conhecimento dos detalhes do ocorrido. Isso não tem preço. Quantos outros já o fizeram e quem perde não sou eu, nem o mafuá, muito menos o bloco.
PAPO FURADO 2 – O Sambódromo permite trombadas das mais interessantes e instigantes. Entro num camarote de uma escola de samba para cumprimentar conhecidos e sou apresentado a uma pessoa que só conhecia de vista. Ele me surpreende com o que me quer contar. Espera a roda de conversa amainar, me puxa pelo braço e num canto reservado me conta algo, para mim inesperado: “Henrique, eu te conheço de longa data, te leio no jornal faz um tempão. Você me conhece, sabe quem eu sou e eu sei quem você é, estamos cada um em lados opostos na vida, você batalhando por suas questões e causas de um lado e eu de outro. Não te considero adversário, muito menos inimigo. Lutamos em trincheiras distintas, sem guerra. Quis conversar contigo porque queria te confessar algo e nem sei qual será sua reação. Gosto do que escreve e de como escreve. Não existe hipocrisia e nem falsidade no que faz”. Já achei um luxo aquilo tudo, vindo de quem veio. Antes da despedida, ainda veio com um algo mais: “Eu frequento uma roda de amigos, num clube aqui da cidade, muita gente, todos endinheirados e outro dia falávamos de ti e um deles me disse que também gostava do que você escreve, mas não queria que você soubesse quem ele é, nem queria te conhecer, pois tinha receio de que as coisas sofressem alteração. Disse a mim não ver nada raivoso no que escreve, só uma versão fria dos fatos, uma mais plausível do que as que ocorrem nas rodas onde frequenta. Falou da importância da existência de pessoas assim em tempos como os atuais, impedindo que o pensamento único predomine. E te falo isso para te encorajar a não parar, pois muitos do lado de lá, mesmo sem se manifestarem concordam com ti. Siga em frente”. Descubro que sou também tema de conversa em rodas entre os do lado de lá. Devo temer?
Enquanto tem os que me processam, tem os que me paparicam. Ganhei o dia, a noite e festei com mais afinco.
OBS.: As fotos aqui publicadas são de autoria do experiente fotógrafo ZANELO, um expert em fotos de rua e nas ruas.
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