domingo, 5 de março de 2017

DICAS (158)


DA IMPORTÂNCIA DE ESTAR NA CÂMARA QUANDO OS ATUAIS VEREADORES VOTAM ALGO
As sessões da Câmara de Vereadores de Bauru são motivo de eterna discussão. Antes eram mais à noite e algumas invadiam a madrugada. Muitos diziam ser um horário propício para inviabilizar a presença da população nas discussões e votações de projetos. Mudaram. Agora começam sempre às segundas, a partir das 14h e na maioria das vezes não passam das 19h. Quanto a esse horário, existem, como o anterior, muitos prós e contras. Difícil conciliar a todos os interesses. Se para uns ficou mais fácil, para outros não. Segue o cortejo.

Nossa Câmara continuará por um tempo determinado (toda Legislatura existem os que querem um prédio novo, longe de tudo e todos) ali na praça D. Pedro II, centro nervoso da cidade e com uma galeria onde cabem no máximo umas cem pessoas e, mesmo assim, com muitas em pé e apertadas umas contra as outras. O local é ótimo para possibilitar concentrações populares, principalmente as de final de expediente. Acanhado, antigo, escadas, esses não são os maiores problemas para quem lá comparece. Ver esse local pulsando e lotado de gente interessada em acompanhar o que lá é decidido, eis algo realmente substancioso. Discuto aqui sobre isso.

Nessa segunda deve estar bombando, pois nossos edis estão a decidir sobre as tais da Festas ditas por eles como "clandestinas" (sic). Estar lá nesses dias e não ver, acompanhar, mas mostrar a cara, a insatisfação, pressionar, falar individualmente com cada um é mais do que importante. Muitos não mudam de opinião, muito menos de voto, nem com a casa cheia, mas sentindo o bafo do povo no cangote, o buraco sempre é mais embaixo. Ajuda e muito. Hoje mais do que nunca. Hoje e sempre. Muitas audiências públicas estão ocorrendo por esses dias e, mesmo que muitos edis já tenham seus votos decididos, vão se sentir constrangidos diante do clamor popular direcionado para outro lado diferente de como pensam e agem.

Vivemos um momento sui generis em Bauru. O Executivo envia projetos aos borbotões para a Câmara. A intenção é aprovar tudo a toque de caixa e o fazem com o claro intuito de tentar levar a coisa meio que na desordem, ou seja, aprovar no descuido, no deslize, nas brechas. Elas sempre existem e mesmo diante de uma Câmara quase totalmente favorável, alguns mais sensatos estão devolvendo esses projetos. Insipientes até a medula. Pegaria mal a aprovação sem ao menos estarem bem fundamentados.

Audiência pública sem povo presente é também outra maneira de ir apressando as votações. A presença popular auxilia no sentido oposto. A grita quando geral atinge o objetivo mais facilmente. Dessa forma, o rolo compressor trava e empaca. Só desse jeito, com o povo nos calcanhares. Engripar essa máquina de fazer doido é tudo o que precisa acontecer. Esse projeto mesmo juntando alhos e bugalhos, considerando tudo o que ocorre cidade afora como Festa Clandestina é o absurdo dos absurdos. Nem a das Repúblicas, alvo principal o é. E porque não se discutir mais, envolver mais e mais pessoas nessa discussão?

Daí, ver o povo se movimentando do lado de fora, se organizando, chegando em bloco, ocupando espaços é a oxigenação da atividade parlamentar. Explico. Se a composição atual é conservadora e favorece um tipo de procedimento, só existe uma saída. Pressão, feita um por um, mostrando como cada um age, dos motivos de agir dessa forma, quais os interesses defende, pois do contrário eles nadarão de braçada. Ver a Câmara cheia de gente, gente disposta a resistir, enfrentar o touro a unha, não se mostrar indiferente, nem aceitar tudo passivamente é o mínimo a ser feito diante de tudo o que está sendo construído. Aliás, desconstruir é também uma bela forma de construção. Vejo isso na ação popular ocupando os espaços num lugar também conhecido como Casa do Povo.

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