terça-feira, 7 de março de 2017

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (37)


HOJE A FESTA DITA CLANDESTINA, AMANHÃ A CERCA, TOQUE DE RECOLHER E LUZES APAGADAS
Foto do JC, edição de hoje.
Estava pronto para escrever algo sobre o ocorrido ontem na Câmara de Vereadores, quando de mais um adiamento da votação sobre a definição do que venha a ser “festas clandestinas” na cidade de Bauru. Inicialmente com intenção de barrar as festas das repúblicas estudantis, estão abrindo o leque e proibindo qualquer tipo de festa popular. Como sempre é mais difícil fiscalizar, melhor para alguns lacrar tudo. Ser policial nessa situação é um maravilhamento. Sem vida urbana, tudo em silêncio na noite, nada mais acontecendo, a polícia não precisa nem mais executar a função a ela atribuída: policiar. Devem pensar dessa forma e jeito, aliás, a vereança bauruense está indo nesse “vai da valsa”.


Pois bem, escrever o que após o já publicado pelo Roque Ferreira: https://www.facebook.com/roque.ferreira.988/posts/1455584904460270. A questão está toda aí e muito bem fundamentada. Ainda com intenção de escrever algo, li também o texto para o JC de Thiago Navarro: http://www.jcnet.com.br/…/emendas-adiam-projeto-das-festas.…. Resta muito pouca coisa a ser ainda escrita. De tudo saliento algo: a polícia precisa continuar exercendo e cumprindo o papel a ela designada. Festa em república, não vejo dos motivos de se impedir de continuarem ocorrendo. Fui em muitas ao longo de minha atribulada vida e os excessos, quando ocorrem, devem continuar sendo discutidos caso a caso. As do Vale do Igapó idem. Se existe algo lá mais abusivo, não acredito que tudo já não tenha sido identificado e seus autores conhecidos da Polícia Militar. Existe legislação em vigor e o que se faz necessário é sua colocação em prática. Sendo tão perturbadoras, por que continuam ocorrendo? Para resolver dos excessos não se faz necessário impedir que tudo o mais deixe de acontecer.

Escrevo sobre o papel da Polícia Militar. Longe de querer ser contra a PM, o que faço questão de discutir é outra coisa. Claro que a polícia se faz necessária. Desnecessário é vê-la extrapolando de suas funções e obrigações, atuando com violência com quem lhe mantém o soldo. O vereador Meira, que já fez parte da corporação, extrapola e se mostra por demais autoritário, prepotência em pessoa (inadmissível chamar o Wander Florêncio de vagabundo). A Polícia mentalizada por ele não é a ideal e, acredito, ele mesmo revendo e aceitando uma ampla discussão sobre o tema, todos ganhariam. Rever conceitos faz parte da vida. Num mundo cada vez mais com os ânimos acirrados, quando a PM já chega acima do ponto nas ocorrências, tudo tende a dar “merda”. E dá. A própria “Atividade Delegada” seria desnecessária dentro da normalidade das instituições. É um precedente perigoso, pagando para que alguns de seus membros executem tarefas a eles já designadas dentro das suas precípuas funções.

“A farda do autoritarismo e da arrogância que o terno mal cortado não consegue esconder”, leio e concordo com a frase proferida pela Tatiana Calmon pelas redes sociais. Enfim, quem insufla a aprovação dessa lei como está sendo formatada? A Polícia Militar? Ela ou o vereador Meira? Melhor seria ver a polícia mais sensata, serena e integrada, dando menos ouvidos para vertentes que a querem atuando com o “tacape” na mão. Baixando a bola para quem a insufla, teriam menos problemas. Meira, como se sabe quer ser deputado, alavancar um partido com bases militaristas e vive seu momento palanque. Os atuais representantes da PM, que até agora não se manifestarem, talvez entendam tudo com menos ódio e rancor. O Brasil não precisa nem um pouco nesse momento desses propositores do caos. Mas não vejo só o Meira embarcando nessa aprovação. Tem também os donos dos estabelecimentos noturnos, encabeçado pelo Marquinhos, eternamente da Diversidade e segmentos ditos defensores do lema ‘Deus, Família e Propriedade’.

Eu sou um eterno festeiro e diante da aprovação da nova lei, estarei impedido de convidar amigos e batucar aqui no meu quintal. Não me enquadro nos itens mencionados na lei. Entro no mesmo quesito das repúblicas e afins. E daí? Se nem festa podemos mais fazer, o que nos restará? Outro dia li que um deputado já está invocado com a masturbação. Outro cidadão tentou censurar uma letra musical de marchinha de Carnaval. Para colocar uma cerca na cidade falta pouco e na sequência vão instituir o fim das apresentações culturais no Calçadão da Batista e por fim, o toque de recolher. Já antevejo a discussão entre os nobres vereadores: devemos todos estar dentro de nossos lares às 21 ou 22h? Depois disso, todo mundo em cana. Outro projeto discutido com louvor, grande ideia para futuro bem próximo: Cidade sem atividade, melhor as luzes serem apagas às 23h e com considerável economia seriam tapados mais e mais buracos. Tudo questão de criatividade. Ela “abunda” pelos corredores da atual Câmara e ganha descuidados e incautos adeptos. Você já embarcou nessa?

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