segunda-feira, 4 de junho de 2018
CARTAS (189)
SEGUNDA COM AGENDA CHEIA
1.) O TITEREIRO, CARTA DE HPA NA "CARTA CAPITAL" E RESPONDIDA POR MINO CARTA Como até as "pedras do reino mineral" sabem, leio semanalmente a melhor revista semanal deste país, a Carta Capital, capitaneada por um jornalista que aprendi a admirar, não só pela resistência, mas pelo respeito aos princípios jornalísticos de atuação dentro da verdade factual dos fatos. Nenhuma outra semanal o faz. A edição 1005, tendo como capa "Os caminhões do Apocalipse" chegou em Bauru com uma semana de atraso, devido aos problemas de circulação pelas estradas brasileiras tomadas pela greve/locaute dos caminhoneiros. Quando chega, eis nela uma missiva de minha lavra e responsabilidade ali publicada.
Primeiro acho de bom alvitre reproduzir o editorial da edição anterior, a 1004, de autoria do Mino Carta, "O Titereiro". Eis o link: https://www.cartacapital.com.br/revista/1004/o-titereiro. Nele, algo sobre um general de antanho, dos tempos da ditadura militar, Golbery do Couto e Silva. Mino escreve dele e rebato com minha carta:
"O editorial de Mino Carta, "O titereiro" é, como sempre, louvável e impecável. Na qualidade de historiador eu me refestelo com sua contribuição para com a História. Falta, porém, algo quando lembra de Golbery. Mino o cita com frequência, mas não o compara com nenhum engalanado dos tempos atuais. Por que? Não existiria nenhum fardado de hoje com a sapiência de antanho da eminência parda, do "Bruxo"? Diga-me, caro Mino, existiria a mínima possibilidade de diálogo franco, aberto, sincero com algum general nos dias de hoje? Quais as diferenças? Golbery era único? Onde estaria hoje? Seria interessante fazer um paralelo entre os militares do passado e os do presente. Se antes foram artífices e instrumentos do golpe, hoje seriam o que no golpe civil, midiático e judicial? Muito me encantaria saber sua opinião a respeito".
Finalizo com a resposta de Mino logo na sequência de sua publicação: "Resposta de Mino Carta: Golbery não deixa de ter pecados, e muitos. Mas era detestado pelos companheiros de farda, e o seria também hoje".
Enfim, a constatação, seria mesmo impossível dialogar com algum segmento militar nos dias de hoje? Antes, mesmo cruéis até a medula, mantinham algum sentimento nacionalista, na defesa dos interesses pátrio, riquezas nacionais, etc e hoje, ainda o fazem? Mino descarta essa possibilidade. e os vê aliados todos com o golpe em curso. Triste sina.
2.) A POLÊMICA DA REPRESENTAÇÃO NEGRA NUMA NOVELA GLOBAL, A "SEGUNDO SOL" E O POSICIONAMENTO DE PROFESSOR DA UNESP BAURU EM REVISTA DE CIRCULAÇÃO NACIONAL
A edição 1005 de Carta Capital (30/05) chega nas bancas em Bauru com uma semana de atraso devido a greve dos caminhoneiros e seus desdobramentos estradeiros. Li a excelente matéria "A Bahia fica branca!" só neste final de semana. Nela algo sobre: "A Rede Globo reflete a violência institucional contra a população negra numa novela sobre axé music com protagonistas loiros e brancos". Foi assinada por Pedro Alexandre Sanches. Vejam o link: https://www.cartacapital.com.br/…/na-rede-globo-a-bahia-fic…. Nela mais do que evidente o fato dos afrodescendentes não se sentirem representados por marcas e propagandas difundidas pela novela na TV do plim-plim. No corpo da matéria uma opinião de alguém residindo e atuando em Bauru há alguns anos. Reproduzo:
"Também presente no debate de Leci Brandão, o mestre em jornalismo (e afrodescendente) Juarez Tadeu de Paula Xavier compara as experiências dos dois países no enfrentamento ao racismo institucional e institucionalizado. 'Nos Estados Unidos eles ssbem que O Nascimento de uma Nação (1905), de D.W.Griffith, teve papel importante na construção da imagem do homem negro como predador e estuprador e da mulher negra como lasciva e preguiçosa', afirma. 'Aqui, a ideia das novelas é fazer a representação do lugar do negro na sociedade, num processo extremamente articulado de negação absoluta da população negra. É uma longa narrariva de persuasão que justifica a brutal repressão contra a população negra por um Estado que é genocida em relação a essa população. No Brasil ainda precisamos construir essa narrativa: qual o papel que os meios de comunicação têm na legitimação da violência contra o negro?', pergunta. A resposta, irmãs e irmãos, sopra com os ventos globais".
Vale o registro.
3.) PS DO BELA VISTA, DOIS EX VEREADORES LÁ TRABALHANDO E UMA SUGESTÃO
Estive ontem à noite por quase hora e meia no saguão do Pronto Socorro do Bela Vista, também conhecido por UPA - Unidade de Pronto Atendimento. Casa cheia, cadeiras de espera todas ocupadas, muitas pessoas em pé, burburinho comendo solto ali no hall de entrada. Revejo dois ex-vereadores, ambos servidores municipais ali trabalhando. São eles, o médico Ivan Segura, atendendo pacientes em caráter de plantão médico e Benê, provavelmente como chefe de equipe de enfermagem ou de algum setor, pois esse circulava pelo saguão de forma ininterrupta, numa vestimenta funcional impecável. Mas não é disso que quero comentar, pois ambos ali se encontravam na qualidade de servidores, trabalhando em seus turnos e não como ex-vereadores. Os cito, pois, com certeza, devem ter olhos clínicos supostamente mais apurados que os demais mortais. O motivo da escrita é outro. Com a casa cheia de gente aguardando atendimento, o conversê se dá em alto e bom tom, daí quase impossível se ouvir quando aparecia alguém na porta de entrada para os consultórios e chamavam os próximos a serem atendidos. Os vi chamando em voz baixa e nada, ninguém ouvia nada. Qual o recurso? Gritar. Quem chamava já sabia ser esse o único recurso para ser ouvido. Saiam na porta e gritavam a plenos pulmões os nomes e só aí eram ouvidos. Tudo muito bem organizado, mas aos berros. Fiquei pensando com os meus botões: como estará a garganta desses no final do expediente? Com certeza, em petição de miséria. Minha modesta sugestão. 1) Implantar um sistema de chamada online, com painel e os nomes ali colocados ou 2) Fazer uso de um potente microfone e caixas de som, para que as chamadas possam ser escutadas por tudo, todas e todos. No mais, vi tudo fluindo bem para uma noite de domingo. Funcionar o sistema funciona, mas tudo precisa de adequações. Aos gritos, certamente é penoso demais.
4.) O CARTAZ NA DROGA RAIA DIZ TUDO...
Para quem defende o golpe, golpistas, neoliberais, neoliberalismo e que tais, vejam o que está ocorrendo e em curso. Farmácia Popular e outros programas em vias de extinção. Isso é obra de Temer e todos os sacanas que torceram desmedidamente pelo fim dos governos de Lula e Dilma. Eis o país que queriam. Estão felizes?
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