quarta-feira, 20 de junho de 2018

DICAS (173)


REENCONTROS BAURUENSES

1.) MANZANO, OS TRÊS MOSQUETEIROS DA ENCADERNAÇÃO
Tem história que não pode passar em branco e muito menos ser esquecida. A da encadernação em Bauru passa por um famoso sobrenome, muito conhecido na cidade. Trata-se de uma profissão meio que em extinção ou cada vez mais restrita e segmentada. Tempos atrás, mais precisamente em 2009 contei a história de outro com a mesma persistência, seu Clóvis de Garça. Eis o link: https://mafuadohpa.blogspot.com/search…. E a do seu Vaz, de Novo Horizonte: https://mafuadohpa.blogspot.com/search…. Em ambos, algo muito triste, fizeram sucesso, mas não tiveram solução de continuidade. Nenhum filho ou parente deles deu continuidade na atividade exercida brilhantemente pelos anfitriões. Conto algo desses três irmãos de Bauru.

MARCOS, BETO E LAERTE MANZANO estão na atividade de encadernação há exatos 55 anos. São uma referência na cidade e região quando o assunto são a "capa-dura, teses, encadernação, espirais, livros fiscais, binder, restauração e TCC". O lema da empresa está expresso no cartão de visitas, "a qualidade ao lado da arte". A imensa maioria das bancas de revistas os indicam para encadernar revistas e enciclopédias, além do mesmo ocorrer nas universidades para os trabalhos acadêmicos. Trabalhando num mercado muito segmentado, muitas empresas já atuaram nesse ramo, mas com o passar dos anos, muitos não resistiram e foram em busca de outras atividades. Eles permaneceram, sempre no mesmo lugar, estabelecidos ali na rua alto Acre nº 3-42, começo do jardim Bela Vista. A atividade ainda é o sustento da família desses três abnegados irmãos, tirando leite de pedra e tocando o barco para a frente. Não perdem a esperança de quando cansarem, chegarem o tempo de parar, consigam entre os seus encontrar algum Manzano para dar prosseguimento ao negócio. Quem circula por lá e vê todo o maquinário conseguido ao longo dos anos, muitos hoje quase ociosos, não imagina o quanto fluia de movimentação e barulho naquele recinto. Hoje, eles mesmos dividem as tarefas e se safam com maestria e sutileza, buscando um mercado junto a quem sabem ainda necessitam de um trabalho bem feito. Seguindo rigorosamente as normas estabelecidas para armazenamento de trabalhos acadêmicos, seguem por saberem atuar num filão, que mesmo diminuido a concorrência, seguirá sempre necessário. Os Manzano são a cara da encadernação na cidade, sabem disso e até por causa disso não deixam a peteca e nem a qualidade cair.

2.) ZÉ DA VIOLA NOS DEIXOU...
Ontem ciurculando e pagando contas pelo centro velho da cidade, rua Gustavo entre Ezequiel e 1º Agosto sou abordado por um cidadão me chamando pelo nome. Abro um baita sorriso, desses de boca a boca. Era seu ZÉ DA VIOLA, um violeiro e sanfoneiro que já comandou na aldeia bauruense casas noturnas aos estilo arrasta pé da maior responsa. Foi meu número 1 dos relatos que faço regularmente aqui, o Personagens Sem Carimbo - O Lado B de Bauru. Era lindo vê-lo nos shows cidade afora com a disposição de quem é grandioso, mas adora observar o que os colegas aprontam pela aí. Certa vez um garoto de uma orquestra lhe disse ser maestro. Ele me disse: "Tive que rir, pois estudei música a vida inteira e não cheguei nem perto disso". Triste foi vê-lo tempos atrás vendendo picolé pelas ruas da cidade, mas o fazia com a devida galhardia e dignidade, algo que nunca dele estiveram distantes. Grande figura humana, um que abrigou em seus forrós n ada menos que Toninho Ferraguti, hoje um músico universal, mas sendo de Botucatu, começou sanfonando com ele na periferia bauruense.

Pois bem, Zé da viola estava sumido e já comentava comigo mesmo: Por onde andará o Zé? O via muito lá pelos lados do Pingueta, mas desaparaceu misteriosamente. Estaria doente? Hoje elucidei a charada. O velho bardo não está mais morando em Bauru e sim, no Guarujá (pertinho do tal apartamento que os malvados enfiaram como sendo do Lula só para tirá-lo do pleito já ganho). Foi abrigado por uma sobrinha generosa e no sorriso diz estar feliz da vida. Me passa o mapa e diz para passar a notícia adiante. Está localizado bem defronte o Hospital Santo Amaro, ali ao lado a Amanda Cosméticos, da sobrinha e também ali perto o restaurante Nino's (três na cidade), da irmã Cecília, onde almoça e janta todos os dias. Mora na rua Rivaldo Fernandes 368, 3º andar, apartamento 31, jardim Tejereba (nome de um peixe). Passo a notícia adiante, como me pediu, pois pedido de Zé da Viola é para mim uma ordem. Esse é um daqueles que adoro reencontrar pelas ruas, bate papo alvissareiro garantido. Gente da melhor estirpe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um excelente trabalho dos Manzano, realmente referência!! Os alunos da Pós da ITE, seja em Especialização, Mestrado ou Doutorado, que optam por eles, podem contar sem preocupações com a altissima qualidade do serviço prestado! Parabéns! 👏👏
MARISA FERNANDES