terça-feira, 9 de março de 2021

COMENDO PELAS BEIRADAS (99)


COMEÇO OUVINDO ALGO NA RÁDIO, VOU PARA SUÉLLEN, WIKIPEDIA, HEGEL E NOVO DESABAFO MAFUENTO
Foi hilário hoje pela manhã ouvir a rádio Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan fazer uma entrevista ao vivo com a deputada federal paulista Joice Hasselmann PSL, esperando ouvir do outro lado elogios para a prefeita Suéllen Rosim e críticas para o governador João Dória, desafetos e motivos de campanha diária ininterrupta. A conversa fluiu de forma constrangedora, pois Joyce, hoje conhecida desafeta do presidente Jair Bolsonaro, não possui papas na língua para criticá-lo, assim como o faz para com a prefeita de Bauru, pela insistência em brigar com quem pode lhe ajudar neste momento. Todas as perguntas tiveram como pano de fundo a “areia movediça”, ou seja, pegadinhas com o intuito de colocar a deputada numa saia justa e assim, ver os objetivos da rádio alcançados, com a prefeita sendo colocada num trono. O objetivo não foi alcançados, pois impossível ouvir da desbocada parlamentar algo que venha de encontro ao que defende a rádio neste momento. Escolheram a entrevistada errada e se deram mal. De tudo, algo bem explícito, está cada vez mais difícil fazer a defesa da prefeita, pois todos fora daqui já estão mais do que percebendo o engodo em curso. Foram necessários pouco mais de dois meses de mandato para o país num todo perceber que aquilo tudo que se tentou apregoar, do bom mocismo da prefeita, tudo viesse por terra.

Desligo o rádio e vou consultar o que o Wikipedia tem pra dizer sobre o novíssima (sic) prefeita. Entro lá e por lá só elogios, rapapés e algo fantasioso, cheio de falácias. Eis o link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A9llen_Rosim...(Dourados%2C%207,ser%20eleita%20prefeita%20de%20Bauru.
Ainda desconsertado e querendo dar um jeito de reescrever, recolocando a verdade dos fatos, abro meu e-mail e lá, recado deixado pelo professor aposentado da Unesp Bauru, Jeferson, o querido Garoeiro, hoje exilado por conta própria em Natal RN e por coincidência versando sobre o mesmo assunto. Até parece estarmos sintonizados na mesma estação. Reproduzo a carta para todos tomar conhecimento de quantas anda as conversas de bastidores sobre como se dá a administração nada normal da prefeita bauruense:

Caríssimo Agapeá,
" A estrutura da oposição é o motor da gênese." Como reles estudante do pensamento de Hegel, massacrado, impiedosamente, pelo pouco publicado em português, e traduções anti-históricas do alemão, faço o que posso para me manter hegeliano. Henrique, conta para nós, por favor, como pode a gênese, o parto daquilo que é novo e surge rompendo com tudo o que vigorava, luminosamente ascender, sem o sangue dos que damos nossas vidas para organizar uma oposição estrutural?
Pelo que me consta, amigo, há 60 anos que me perco no sonho de contribuir para que essa nossa névoa que se opõe aos donos do poder no Brasil possa vir a ser um dia uma oposição estruturada. No entanto, o que acontece? Debulhando a máxima hegeliana, o que fazem os que se opõem à gênese, ao parto, agora, do futuro?! Derramam, todo dia, sem parar, avassaladoramente, as lições da tradição, razões de continuidade, argumentos de conservação, rubricas para forjar validade ao status quo.
Com o respaldo corporativo midiático, o discurso da perpetuação da continuidade, do enaltecimento e glorificação das nossas atuais desumanas aberrações, e da crítica nazi-fascista ao futuro socialista, vai aparecendo como dominante, vitorioso. No entanto, amigo, Hegel não estava querendo falar com a gente quando tascou aquilo! Falava com a História da Humanidade! Aquela "gênese" é o nome da humana força que faz a História, instalando progresso nos domínios do atraso. Hoje, o glorioso Partido Comunista Português comemora o seu centenário! 100 anos de uma luta vitoriosa no bojo das derrotas que foram incapazes de extinguir a resistência.
Tais palavras e garoeiras viagens, amigo, vieram depois que li, na Wikipedia, o texto creditado à Suéllen...
Abraço, Garoeiro”.

A erudição do velho bardo me faz viajar no tempo e no espaço. Mais do que também acabrunhado com essa “perpetuação da continuidade” e “glorificação das nossas atuais desumanas aberrações”, quase me prostro. Não, não posso fazê-lo. Entregar os pontos, desistir da contenda nesse exato momento é tudo o que querem. Estou velho, triste, desiludido, isolado e um monte de outras coisas, mas não tenho o direito de desistir. Esses todos – Suéllen incluída e com louvor – terão que me engolir, que me aguentar mais um bocadinho, pois ainda me vejo em condições de queimar mais alguma lenha. Eles podem ser mais fortes que tudo o que represento, sei disto. E nem por causa disto eu me entrego. Sei tudo o que podem fazer e fazem para nos lançar na lama, mas isso pouco me importa nesta altura do campeonato. Outro dia, o hoje radialista internado e se recuperando de Covid, o indefectível Alexandre Pittolli me chamou de vagabundo – assim como fez com os professores – e ameaçou iria produzir um dossiê contra minha pessoa, tudo porque escrevo dele e de suas artimanhas radiofônicas. Os cruéis e insanos agem assim, se não conseguem calar as pessoas, as ameaçam, quando não fazem coisa pior. Nós, resistimos com as armas que temos, a palavra. Mas não a palavra pueril, sem sentido, solta ao vento. Tem um time hoje escrevendo e tentando desvendas as agruras e bastidores desta terra dita e vista como “sem limites”, lodaçal também se apresentando como “areia movediça”. Modestamente eu encontro um tempinho diário dentro de minha atribuições para revolver o que estes fazem. É o mínimo que posso fazer, primeiro para tentar fazer com que os que foram ludibriados pelo canto da sereia da prefeita caiam na real, depois porque faço isto no meu blog pessoal, o Mafuá do HPA, desde 2007, quando deixei minha única participação de atuação dentro do serviço público, convidado por Tuga Angerami para por quatro anos atuar na Cultura local, debruçado nas questões de patrimônio cultural. Desde então eu escrevo, cutuco, conto histórias, construo amizades e inimizades. Neste tempo todo, em nenhum momento alguém me viu ao lado dos cruéis desta terra. Eu pego nos pés e mãos destes. Certo ou errado, é o que continuarei fazendo. Assim como Garoeiro, as leituras do passado – Hegel um deles -, me dão alento para continuar, pois me explicam muita coisa. Eu vim e estou aqui para criar caso com estes danados que se apossam de algo como se fosse deles, viram as costas para o povo e dá-lhe merda. Gente como eu e o Garoeiro só desistiremos quando fecharmos definitivamente os olhos. Alguns rezam para que isso ocorra num breve espaço de tempo, outros o contrário. Enquanto isso, continuo aqui no meu posto, uns dias mais ou menos vigilante, mas resistindo e fazendo o que posso. Creio estar no lado certo da coisa.

ALGO SOBRE O ATUAL MOMENTO AFLITIVO E ALGUNS INFECTADOS
Que a coisa está mais brava do que se imagina, disso não tenho a menor dúvida. Sabe por que? Cito um só exemplo e ele me basta para demonstrar a gravidade da coisa. Percebam que até o coronel da Batista, o sr Walace Sampaio deu uma sumida e está sem se pronunciar, sumidinho da silva. Faz já uns bons dias que o danado não mais levanta a voz e sai apregoando contra o governador e todos os que querem preservar a vida e clamam contra a flexibilização proposta pela prefeita. Ele, pelo visto deixou a prefeita sozinha no seu afã de manter todas as portas da cidade escancaradas. Outros sinais são também relevantes. Um deles é o que ilustra esse texto. Major Olímpio, senador da República, esteve aqui na cidade no dia do comício diante da Havan, aquele onde tudo e todos estavam revoltadinhos, falaram alto e sem máscaras, pouca proteção e falatório despropositado. Dias depois ele sentiu os primeiros sintomas e pelo que se fala, neste momento está entubado e lutando pela vida. Ele é forte, resistirá mais essa e tomara volte refletindo melhor dos cuidados necessários para todos vivermos. Outro que subiu no mesmo palanque e também está sumido mais de uma semana sem fazer uso do microfone da rádio Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan é o indefectível Alexandre Pittolli. Falava e acontecia com tudo, chamou professores de "vagabundos" e todos os que tentavam se proteger e se mantiveram em casa como vetustos privilegiados e agora, nenhuma notícia. Parece proibido falar dele por esses dias na rádio. O que se sabe é estar também contaminado e em recuperação. Outro que, na volta, torço para fazê-lo sem o arrivismo utilizado até momentos antes de ser obrigado a se recolher. Desdizer do que está em curso não é bom sinal, boa coisa e pelo visto, mesmo não sendo praga, pois não acredito nisso, mas que deveriam ter se cuidado mais e falado menos besteira, disso não tenho a mínima dúvida. Que estes exemplos sirvam para a boa reflexão deste aflitivo momento pelo qual todos atravessamos. Pelo que se sabe e nem seu Walace tem mais coragem de esconder é da necessidade de Bauru fechar suas portas por uns tempos - o país inteiro - e todos se cuidarem, para ali na frente, vivinhos, possamos continuar nos combatendo uns aos outros, porém, sadios, vacinados e com a cuca no lugar. Precisamos de menos ódio e mais compreensão. O momento exige...
OBS.: Torço para que tudo esteja bem com a saúde do seu Walace e de todos que desdisseram dos cuidados básicos. Tem muita coisa que a gente só aprende na porrada. A gente precisa sobreviver e depois que a poeira baixar conversamos novamente. Tá bom assim?

O CIRCO VAI INDO EMBORA AOS POUCOS, AOS PEDACINHOS...
O Circo de Moscou, mais de um mês instalado na avenida Nuno de Assis, esquina com rua Inconfidência, beirada do rio Bauru, somente apresentou dois espetáculos na cidade, padeceu com decreto da fase vermelha, pediu e clamou por ajuda, fez até live arrecadatoria, tentou ir para Araras, Limeira, todas avermelhadas e agora levanta vôo para a Grande São Paulo, região de Itaquera, crendo que em breve possa retomar sua vida normal. Todos torceram muito pelo circo, mas quem mais pode ajudar todos nessa situação, o desGoverno Federal, este vira as costas para tudo e todos. Contou com apoio popular para conseguir seguir adiante seu sonho de vida. Da história deles, divulgo algo mais, estão indo aos poucos de Bauru, para Itaquera, perto do campo do Corinthians e pelo que me contam, lá ficarão em espaço público municipal, com água e luz pagos pela Prefeitura, num convênio cultural que deve persistir até o final da pandemia. Ou seja, a sensibilidade que existe lá não é a mesma que existe cá. É o que sei. 

Tania Oliveira posta algo de outra coisa: "Infelizmente, pelo que tenho visto no face, falta a alguns deles humanidade em relação aos animais deles. Houve vários relatos de coisas absurdas. Não sei realmente o q houve, se levaram com eles ou abandonaram algum, mas temo pelo bem estar desses animais. (...) Qto aos ocorridos, não fui eu quem vi, por isso nada posso afirmar, mas sim outras protetoras que são de confiança e vi no face alguns relatos delas. Talvez não sejam todas as pessoas de lá, nem com todos os cachorros. Talvez alguns só consigam enxergar maus tratos aos animais, aqueles que os enxergam como seres vivos e sencientes".

Respondi a ela: "Não sei o que se passou no passado em outras cidades, mas bem defronte aqui o Mafuá tem uma mulher do circo, ela tem um lindo cão e a vejo passeando com ele todo dia, ele muito limpo, sem nenhum mal trato. Vejo mais alguns cães no espaço do circo e pelo que percebo nenhum com maus tratos. É o que vejo. Falo do que vi e o que vi me foi satisfatório. E enxergo isso muito bem, pois tenho o meu e nutro algo mais do que especial por ele. Ponto. Eu vi, vejo todos os dias e o que vejo aqui relatei. Descrevo isso e o algo mais nos meus escritos aqui sobre o que vivem. Ajudá-los neste momento me parece algo da sensibilidade que todos devemos ter, tanto para animais como com os humanos".

Tânia respondeu assim: "Entendo seu lado, porém, seria bom que as protetoras que relataram os ocorridos, se manifestassem para que pudéssemos entender melhor a situação. Isso não quer dizer que eles não mereçam ajuda, mas apenas, que talvez alguns deles pudessem rever certas atitudes em relação aos animais". Retruquei da seguinte forma: "Sim, também entendo a sua. Algumas pessoas do circo podem ser insensíveis, assim como vemos tantos fora do circo, outros não o são. Conheci uma que não é. Que bom nos entendermos, enfim, precisamos mesmo de muita sensibilidade para tratar as questões relacionadas para com os animais e também para com os humanos. Intensifiquemos o diálogo, cada vez mais". Ela encerra o diálogo com algo apaixonante: "Sim, com ctz, sabemos como tudo isso é complexo. Jamais pregaria ódio ou diria que não mereçam ajuda, em todo lugar tem gente boa e ruim. Maus tratos têm em todo lugar, porém, comentei aqui por ter visto postagem e comentário de protetoras que me deixaram aflita. Repito, jamais vou pregar ódio, mas apenas penso que essa questão dos animais merece atenção, caso sejam verdadeiros os ocorridos que relataram. Desculpe se fui rude em algum momento ou passei outra ideia, mas todos temos nossos pontos fracos, e fico nervosa com qualquer injustiça, principalmente com os animais".

E PRA NÃO DIZER QUE NADA FALEI DO QUE MAIS SE FALA NO DIA DE HOJE
Inesquecível diálogo entre o grande LULA e o pequeno Moro.

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