sábado, 13 de março de 2021

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (153)


A VERDADE DOS FATOS*
* 4º texto deste mafuento HPA exclusivo para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição desta semana, nas bancas desde hoje, 13/03:

Sou seguidor de um jornalista na acepção da palavra, Mino Carta, velho bardo, nascido na Itália e radicado no Brasil desde a juventude, tendo passado pelas mais famosas publicações brasileiras, sempre em cargos de direção. Ele possui um lema. Algo como um mantra para seguir na profissão, a “busca pela verdade factual dos fatos”. Parece algo simples, mas não é. Seguir isso à risca é algo raro hoje em dia no Brasil, quando o jornalismo está atrelado às vontades e interesses do patrão. Na maioria das publicações existentes a verdade é escamoteada e sai perdendo, pois sai em retalhos, sempre faltando partes. Ocultar e escamotear com essa verdade é algo normal no jornalismo pátrio.

Mino teve muitos problemas ao longo de sua carreira, justamente por não arredar pé de seguir a verdade. Diante de seguidas demissões, tendo dificuldade para encontrar novos locais de trabalho, acabou por tomar a decisão de sua vida, inventar seu próprio trabalho. Como não mais encontraria lugar para a prática do jornalismo como aprendeu e o praticava, só assim mesmo, sendo o dono do negócio. Desde então, foi em busca de parcerias e até a presente data, algumas vezes aos trancos e barrancos, consegue tocar seu barco, hoje com um nome dos mais respeitáveis, a melhor publicação brasileira, diria a com maior credibilidade no nosso mercado editorial, a revista semanal Carta Capital.

Dela pode-se dizer tudo, menos que foge da verdade. Certa feita brigou com o banqueiro Daniel Dantas e este tempos depois tentou um acordo e lhe propôs anúncios em sua revista. O anúncio saiu, mas na mesma edição o pau cantou pro lado do banqueiro. O anúncio foi interrompido já para a edição seguinte. Assim também se deu com outros anunciantes, como o fabricante de telhas de amianto. Esse querendo algo brando na publicação, mesmo diante dos crimes pelos quais estava a cometer. Prevaleceu a linha editorial da revista e assim, ele perde anúncios, mas não se afasta da linha de conduta que o tornou o que é hoje, um nome sem máculas.

Escrevo isso e comparo com o jornalismo que vejo sendo praticado na maioria da imprensa brasileira. Existem temas barrados no nascedouro. São destes nunca publicados. Cito dois aqui em Bauru. Até hoje prevalece no Jornal da Cidade, nada sai de críticas sobre o ex-deputado Pedro Tobias, queridinho e protegido da publicação. Não adianta insistir e quem trabalha lá sabe até onde pode chegar, os tais limites. Isso não é exclusividade deles. Com a Lava Jato isso ocorreu país afora, todos endeusando Sergio Moro e os juízes curitibanos. Nem hoje, quando comprovada a deslealdade cometida para com o país, muitos ainda não se vergaram e voltaram a escrever a verdade. Na rádio Jovem Pan Bauru acontece algo parecido. Criticar Jair Bolsonaro só em generalidades e superficialidades, tudo en passant. Algo contundente, nem pensar. Lá existem alguns políticos locais protegidos e sobre estes só o positivo. Críticas são filtradas e não vão ao ar.

Assim navega a imprensa nativa. Nessa semana o jornal DEBATE seu um furo de jornalismo quando publica algo sobre a prefeita Suéllen. Nenhum órgão da imprensa hegemônica bauruense deu e só depois do publicado no corajoso, arrojado, intrépido, voraz e imediato — pluft, plaft, zum — semanário de Santa cruz do Rio Pardo, 100 km de Bauru, algo começou a ser aventado aqui e ali, ainda de forma tímida, como que pisando em ovos. Jornais como este DEBATE são joias raras, preciosidades e algo cada vez mais raro. Estar atrelado a interesses comerciais e acordos econômicos até pela sobrevivência, subserviência a conveniências e aceitar benesses, algo bem comum. Difícil ainda quem consiga sobreviver sem entrar para o time destes. Pois bem, Carta Capital e o DEBATE conseguem e produzem um jornalismo de ponta, primeira linha. Eis o principal motivo por aqui estar escrevinhado toda semana.

Conto outra do Mino para encerrar — por enquanto, pois escreveria laudas dele e de sua impecável atuação. Ele me ensina sempre. Apregoa não ser de bom alvitre carregar na ironia quando dos escritos. Diz não ter nada contra, mas alerta ser um perigo, pois muitos poderão não entender a intenção e acabar levando a sério. Ou seja, Mino é um exemplo para mim e sem querer bajular, confesso aqui algo inédito. Tenho pelo Sérgio Fleury Moraes a mesma consideração. São da mesma cepa.

BAURU ESCAPANDO PELOS DEDOS

CASO 01) O Hotel Colonial tem rica história dentro do cenário do centro da cidade de Bauru e hoje amanhece com algo a mais dentro de tudo o que está se sucedendo com os hotéis bauruenses. Uma placa de ALUGA-SE e por detrás a revelação de tantos outros na mesma situação, quando se entregaram durante a pandemia para a empresa chinesa funcionando em Lençóis Paulista, com necessidade de muita mão de obra e assim lotando todos os espaços possíveis para abriga-los. Os hotéis se abriram para eles, estiveram cheios, a preços que estes consideravam possíveis e hoje, alguns fenecem, com instalações derrocadas e seus proprietários sem nenhuma possibilidade de reformulação de seus ambientes. A saída da Colonial foi entregar os pontos, fechar as portas, jogar a toalha, até com retirada dos aparelhos de ar condicionados e assim, mais um triste capítulo das relações comerciais inauditas e feitas no calor dos acontecimentos.

TRÊS COMENTÁRIOS:
A) "Quando Figueiredo esteve em Bauru eu e outros companheiros da finada CPFL fizemos plantão durante a noite toda na praça diante do hotel para garantir o fornecimento de energia", Lazaro Carneiro.
B) "Desculpe caro amigo a historia não e bem assim o motivo de hoje o hotel Colonial estar assim não foi a culpa da Brascell, a maior culpado do proprietário pois ganância, vamos dizer o motivo diante da necessidades de alguns reparo como por exemplo para si ter o alvará precisava de algumas adequações mais o motivo que levou o fechamento do colonial foi o preço do aluguel de 25 mil reais eles ficaram um aluguel irrisório de 35 mil reais um absurdo os empresários que tocavam o Colonial tocam mais quatro hotéis todos colocando homens da Brascell e da MRV e outras empresas que vem prestar serviços em Bauru. (...) pra ter uma ideia o que diz que é dono mora atualmente no Paraguai ele colocou na ideia de querer 35 mil reais no aluguel para vc ver até a pintura externa do prédio em geral ele si negou a ajudar a pagar toda a manutenção do prédio do hotel era feita pelo dono do hotel comunicava com ele vc sabe o que ele dizia não pode arrumar mim entrega o prédio o inquilino não suportou tanto descaso que desistiu de ter que pagar para trabalhar segundo informação eles tem250 imóveis esparramado por aí a fora dizem que não paga impostos como pode eu não sei dizer falar da Brasccel na minha opinião foi a coisa mais certa acertou a vida de muitos hotéis em Bauru mesmo antes da pandemia já estavam capengando depois da pandemia piorou os viajantes sumiram as contas aumentaram melhor com Brasscell do que sem Brasscell e sem contar com mais de 7 mil emprego diretos e indiretos", Sebastiam Souza. 
C) "Vamos ser realistas, as pessoas se hospedam em hotéis com melhores condições e localização melhor! Centro da cidade já teve sua glória, o comércio está subindo para zona sul e Altos da Cidade. Em São Paulo existem hotéis antigos como o "Estadão" mas estão totalmente adequados. Não vejo lamentação nesse caso. Nasceu, cresceu e morreu...", Ronaldo Vanzelli.

CASO 02) Dando prosseguimento ao processo de dilapidação de algo sólido, o Banco do Brasil fecha mais uma agência em Bauru, desta feita a da rua Virgílio Malta, centro da cidade, com data já definida para o falecimento, 29/03 e assim, apressa o procedimento para mais uma privatização neste insólito momento de dilapidação de nossas riquezas.

TRÊS COMENTÁRIOS:
A) "No Brasil inteiro estão fechando 361 unidades e convertendo 243 agências em posto de atendimento. Em Bauru teremos apenas essa agência sendo fechada. Muito triste e ruim essa decisão. Faço parte do movimento em defesa do BB e estamos acompanhando e lutando contra o fechamento. Não conseguiram reverter em lugar nenhum... aqui em Bauru a justificativa foi que existe uma agência próxima na Primeiro de Agosto. O Sindicato deve fazer algum protesto", deputado federal Rodrigo Agostinho.

B) "Grande amigo Henrique, nós aqui da ZONA LESTE, Mary Dota e região, também estamos de luto, nossa ÚNICA AGÊNCIA BANCÁRIA e do FAMIGERADO BANCO DO BRASIL também virou posto de atendimento. Eu estou de luto duas vezes pq foi um trabalho muito difícil que EU, do Jornal Z L News, o Fábio Presidente da ACEMAD e a Estela, então vice prefeita que somos os PAIS DESSA CONQUISTA. O que me deixa INDIGNADO é o Banco, o Paulo Guedes, o BOLSONARO não levar em conta a FUNÇÃO SOCIAL do Banco, somos mais de 100.000 pessoas nessa região, maior que muitas cidades da região, o segundo comércio de Bauru, USADOS VERGONHOSAMENTE NAS ÉPOCAS DE POLÍTICAS, pra depois nos darem UMA BANANA. CADÊ OS " PSEUDOS " REPRESENTANTES DAQUI. Mas vou fazer muito barulho viu irmão, VÃO LEVAR MUITA PANCADA, aliás já comecei, qdo trouxe a Agência liguei duas caixas de som aqui na Avenida, colhemos milhares de assinaturas e chamei o poder público, veio o saudoso ISAÍAS DAIBEM pelo executivo e o MOISÉS ROSSI pelo legislativo, E agora vou fazer também só que com um caminhão de som. O bicho vai pegar, pq vou cobrar de TODOS", Rafael Santana de Lima.
C) "Tempos modernos, eh uma tendência... bancas de jornais não acabaram? Então!! Eu estava fazendo um evento no final do ano, e duas ou três vezes por semana tinha que depositar o dinheiro (vivo) no Santander, o cara do caixa começou a insistir para que eu começasse usar o caixa eletrônico, alegando que o caixa físico e agências, com o tempo, vão deixar de existir... Lembre-se que hoje têm varios bancos online que não possui uma agência sequer, é tudo por aplicativo... Tempos modernos", André Duarte. 

CASO 03) Neste terreno vazio, esquina da rua Benjamin Constant com travessa Baden Powell, centro da cidade, existia um velho CASARÃO, moradia de inúmeros estudantes, ponto conhecido de convergências e de Repúblicas, burburinho causador da discórdia com o proprietário e vizinhança, motivador da desocupação e posterior demolição. Hoje, alguns conhecedores de alguma ponta de história ali vivida, passando pelas imediações sente arrepios de saudade, tocado pelo imaginário ranger de portas e vozes, algumas delas inenarráveis.

TRÊS COMENTÁRIOS:
A) "Não sei se é a mesma ou vc fala de outra. Mas a república chamada Casarão ficava no meio da quadra 2. Num terreno hoje fechado com portões de metal cinza. Morei lá no início dos anos 2000... Depois pegou fogo e foi demolida. A não ser que seja outra. Não tenho muitas fotos, só um pouco... Mas acho uma ideia bem bacana tentarmos reunir. Ainda tenho contato com algumas pessoas que moraram lá. (...) Vou achar aqui . Fomos os primeiros habitantes do casarão e éramos amigos da proprietária, que às vezes ia matar a saudade da jabuticabeira do quintal . Marcelo de Troi deve lembrar o nome dela . Chris Alcantara Federica Fochesato Marina Cangiani também devem ter fotos e memórias .", Tarcila Lima da Costa.
B) "Era dona Léia o nome dela? A proprietária! Quantas histórias...", Chris Alcântara.
C) "Fizemos um OLA - Observatório Latino Americano, realização da Cultura Municipal com organizadores da área estudantil, acho que 2006/2007 e alguns convidados ficaram aí hospedados. Uma senhora linda, entendida de Haiti, quebrou a perna e era carregada escada abaixo e acima pelos moradores. Caiu nas graças deles. Ali era uma antro da boa arte conspiratória, algo em falta nos dias de hoje", HPA.
Eis o Casarão, lugar de acontecimentos inenarráveis. Muita saudade!!! 

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