terça-feira, 30 de março de 2021

MÚSICA (196)


CRÔNICA DE UM SOBREVIVENTE, TRANCADO E SÓ OBSERVANDO
Falar o que mais desta minha cidade, estado e país? Tá tudo tão deteriorado e, acredito, tudo já tenha sido dito e se ainda falta algo, não será mais novidade para ninguém. Em pouco menos de três meses de desgoverno de Suéllen Rosim como novíssima (sic) prefeita de Bauru, por enquanto, só decepções, nada de novo, um enrolar em cada ação e pronunciamento. Ela não me surpreendeu, pois o vazio já era mais do que evidente em como se deu sua campanha. 

Qualquer pessoa com alguma experiência de vida ao vê-la na campanha tinha a mais absoluta certeza: “desse mato não sai coelho”. E não saiu mesmo. Por ela ser do Patriotas, sabíamos só decrepitude, decepção e tudo de ruim para Bauru, mas ela encantou e o fez por ninguém conseguir preencher no eleitorado aquilo tão em falta na mente do eleitorado. Busca-se algo de difícil garimpo na política de hoje, permeada por promessas, carcaças expostas, tentando uma coisa, mas com outra bem diferente dentro de si. Vivemos de decepções em decepções.

Ela já chegou bolsonarizada e assim prossegue, pois acredita que assim terá chances de galgar o que almeja, ser deputada, brilhar em Brasília. Sinto que sua pretensão é fazer isso o mais rápido possível, pois empurra com a barriga a administração bauruense, algo totalmente estranho e despropositado para ela, sem nenhum experiência no ramo e sem vontade de aprender. Ela já se acha pronta e assim menospreza tudo à sua volta. Ela não tem sonhos, tem um plano e segue com ele, trombando com tudo o que lhe surgir à frente. Bauru é só um obstáculo no caminho. Essa negação da periculosidade da pandemia é no que acredita, pois assim como seu mentor, o ex-capitão, tem visão limitada e crê, tratando dessa parcela do eleitorado, irá não só manter como conseguir se tornar famosa. Ela começa sua ação num ato ainda não muito bem explicado, racismo meio sem nexo, algo meio sem pé nem cabeça e depois daí, como a facada do presidente, capitalizou e vai prosseguindo.

E não faz outra coisa que não brigar, esbraveja contra o governador, instruída para assim agir, pois assim se manterá na mídia, não como liderança regional, mas como alguém que governa, mas se diz impedida de fazê-lo a contento, daí se faz de coitada, de impedida de atuar, pois não lhe arrumam as vagas hospitalares que a cidade precisa. É um jeito novo de governar, quando o governante mente ao se dizer impedido de governar e daí, segue loroteando, gargateando, fingindo governar. Bauru segue abandonada, sendo governada de fato por uma estrutura já existente e que sabe como resolver as coisas. Dou um exemplo dos problemas de água e dos buracos. Quando esses afloram, todos sabemos, existe uma estrutura que atua e ela, mesmo desprestigiada e vilipendiada, continua operante. Não fosse esses, estaríamos em pior situação. Ela agora, resolveu se aliar ou seguir o que lhe impõe um coronel, Zeca Diabo de sua admiração, ela sendo a própria encarnação do Odorico e Bauru a mais nítida expressão da Sucupira da ficção. Essa pregação de manter portas abertas, mesmo no momento mais crítico da pandemia é dessas aberrações incompreensíveis, de um país cada vez mais de revelando pelo avesso, pelo seu lado mais insano, cruel, desorientado e doente.

Essa doença encarnada pela prefeita bauruense foi a ela transmitida por Bolsonaro, pois ela é sua cópia. Não sei se piorada ou melhorada, mas ambos representam bem o país aflorado após o golpe de 2016, o que defenestrou Dilma e colocou no poder este conluio que até hoje nos governa. Só perdemos com estes, o Brasil se funbicou e continuará se funbicando, pois ainda não conseguimos extirpar o grande mal. Ele agora, quer golpear o que nos resta de normalidade política, fechar ainda mais e governar mediante um Estado de Sítio, sem dar explicações, fazendo o que bem entender e se possível, sendo garantido pelas forças policiais, das Forças Armadas ou mesmo das polícias militares estaduais, além dos milicianos. Bolsonaro despreza as instituições, essas que o ajudaram a chegar lá, participaram da trama e hoje estão também acuadas por estes, mas mesmo assim não se vergam, continuando sua sina de agir contra os interesses do zé povinho. No Brasil de hoje, aflorou estes, gente com essa linha de pensamento e ação política iguais a Bolsonaro e Suéllen. Em cada cidade existem exemplos destes, saindo das entranhas encardidas deste país e quando com algum poder, agindo mais e mais para desmontar o consolidado por décadas e querendo impor a bestialidade, não só conservadora, mas pior que isso, fundamentalista, daí sem diálogo possível.

Se Bolsonaro vencer a queda de braço sendo travada neste momento com o que ainda resta de um país onde existem leis e o respeito pela Constituição, Suéllen estará com ele e o que virá pela frente será um período tão nojento, repulsivo, com imprevisíveis consequências, período de perseguições inauditas, caça às bruxas, que muitos já pensam em cair fora antes que seja tarde demais. Desistir jamais, esse o lema dos que resistem, isso tanto em Bauru como nos demais desGovernos, estadual e federal. Nos próximos dias, mais um capítulo, amanhã mais uma aniversário do Golpe de 64 e cenário propício para mais que uma quartelada, uma trapaça intestina, endurecimento e o país entrando nesses períodos onde o povo só perde. Se a prefeita está perfilada com quem propõe o casuísmo da Armação Ilimitada em curso, tenham certeza, nem Bauru, muito menos o Brasil tem chances de melhorar e resolver seus problemas. Eles se ampliarão.

Baita abracito deste mafuento sem nenhuma esperança de ver dias melhores sem “sangue, suor e lágrimas”
HPA

ENFIM, TEREMOS GOLPE
01. AMANHÃ, 31 DE MARÇO, DATA EMBLEMÁTICA PARA GOLPES - DE UM LADO BOLSONARO E AS POLÍCIAS MILITARES ESTADUAIS E DO OUTRO O SEU IMPEDIMENTO, FORÇAS ARMADAS E A CHEGADA DE MOURÃO - O CENÁRIO SE CONFIGURANDO
Lembra-se das "Forças Ocultas", quando Jânio Quadros tentou dar um golpe e depois voltar fortalecido, agora a coisa é um pouco pior, pois o que o ex-capitão pretende é continuar no poder, mas com o país em Estado de Sítio, ele com forças extraordinárias e dominando todas as instituições com braço de ferro. Pelo que estamos vendo, de amanhã não passa e como neste país, sempre existe um general Olímpio Mourão, desses não se segurando nas calças e produzindo alfo antes da hora, talvez algo ocorra ainda hoje, ou como da outra vez, em 1º de Abril. O fato é que a cartada final do grande lance, a grande jogada já teve início e tudo está em curso, fato por fato, lance após lance e, nós, o povo, só de expectadores, como eu, aqui trancadinhos em casa, observando, lendo, se informando, mas sem nenhum possibilidade de ir pras ruas e se posicionar. Enfim, se o fizesse, de que lado deveria estar: do ruim ou do menos ruim? Do golpe ou do contragolpe? Tudo leva a crer que essa noite vai ser longa... Eis o link virtual do escritor Fernando Morais: https://www.facebook.com/fernando.morais.1612/posts/4742197932464106

02. ENFIM, GOLPE OU SOMENTE MAIS UMA AFRONTA AS INSTITUIÇÕES REPUBLICANAS? O professor Paulo Ghirardelli não acredita em GOLPE, pois Bolsonaro ataca as instituições republicanas que nós queremos e ao mesmo tempo defende que outras instituições republicanas participem. Segundo ele, o campo de disputa é o mesmo, nenhum dos lados quer o fim da tal democracia. Cada lado luta por um tipo de democracia, é isso que está em disputa. Ouvi-lo é salutar neste momento. Eu, querendo analisar os conceitos em disputa, dou atenção, pois trata-se de discussão com muito sentido. Confiram e conversamos...  https://www.youtube.com/watch?v=CnW6gay0A9Q

03. VAI OU NÃO VAI TER GOLPE? AMEAÇAS, MAS NÃO BASTA QUERER, TEM QUE DE FATO PODER
O analista Pedro Dória, editor da página Meio, aqui no Ponto de Partida, oito minutos de boa reflexão. Vamos entender que dar um golpe neste momento não é uma coisa simples. Eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=71-aQOXBc6s

 04. OS INDIFERENTES...Eu ando uma pilha, tento sintonizar tudo, ligo em várias estações ao mesmo tempo, consulto vários sites, faces de pessoas diversas, consulto o que muitos já disseram sobre o que anda em curso no país, quando no mesmo dia os três ministros militares renunciam por não concordarem com a política de Bolsonaro. As especulações são muitas, versões diferentes para o mesmo fato, cada qual entendendo uma coisa e vislumbrando caminhos diferentes, dependendo da atitude tomada. No meio da tarde, minha mana me chama para uma emergência, ir socorrê-la na saída de um supermercado. Vou e volto num vapt-vup. A deixo em casa e assim espio a cidade. Toda minha preocupação parece não ter o mesmo foco por muitos que vejo numa normalidade para endoidecer gente sã. Mas como, penso eu, se o país pode tomar rumos completamente diferentes a partir de algo novo amanhã? Tem quem, ao meu ver, não está nem aí, como se tudo continuasse do mesmíssimo jeito e maneira. Tento compreender. Até consigo, as cabeças e informações, mesmo com tanto disponível, se sugestionam de forma completamente diversa e diferente. Mas é o Brasil em questão? Volto matutando sobre isso e ao chegar em casa, abro meu e-mail e lá algo do amigo Garoeiro, lá de Natal e a tentativa de me acalmar:

"Caríssimo Amigo,
Não se deixar afogar na onda rasa...
Agora, enquanto o gajo bafunta, nós precisamos botar a alma no auge e dizer que ganhamos todas!
Bolsonaro está fodido!
NADA!
Não vai acontecer NADA!
Por favor, mantenhamos salvos, claros, límpidos todos os nossos melhores sensos!
O envenenado mostrengo, bafunta!
Bebamos, hoje, mais do que ontem.
Amanhã, mais do que hoje ...
Garoeiro".

Respirei fundo e, só assim, consegui chegar até a geladeira, abrir uma cerveja bem gelada. Já estou mais calmo e na terceira.

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