O cara é uma das caras da resistência em Bauru e nós, do bloco Bauru Sem Tomate é Mixto fazíamos nossas camisetas com ele exatamente por causa disto. Existe na cidade preços mais em conta, empresas maiores, porém, o Henrique, da H. Tex, ali na rua Julio Prestes, entre a Araújo e a Antonio Alves era diferente de todos, pois exercia sua profissão de silk screan sózinho. O danado batia nas onze, ou melhor, jogava em todas as posições e nunca nos deixou na mão. São 13 anos de bloco carnavalesco e só por um ano deixamos de fazer com ele, numa cagada, logo retomada no ano seguinte, para seguir juntos até neste, quando novamente marcou presença.
Lembranças inenarráveis de quando estávamos festando certa feita lá na Casa da Capoeira de Bauru, local cedido pelo parceiro Alberto Pereira, quando chega o Henricão, com a mão lotada de camisetas, as que desfilaríamos naquele ano. Todo ano era a mesma coisa. Ela já sabia como queríamos a coisa, manga cada uma de uma cor, estampa ocupando todo o espaço central e na braçadeira um arco irís, nossa cara e neste último, no outro braço, a bandeira da Palestina. Ele nos atendia tudo prontamente, pois além de tudo sempre foi baita amigo. Eu deixava lá o pedido, antecipava algo, pois ele sempre necessitava de algum adiantamento e com isso, comprava o tecido, cortava tudo e enviava para sua costureira de confiança, que devolvia tudo já estampado. Quantas vezes não embalamos tudo ali na sua loja. Pois é, o cara morreu.
Ele foi um baita de um skatista e sempre me contava das peripécias com os instrumento nos pés. Tinha uma coleção de raros skates, peças raras, que fizeram história, muitos representando o pioneirismo dele. Ultimamente resolveu se mudar para o andar de cima de seu salão, num outro espaço, pois assim unia o útil ao agradável. Na verdade, trabalhava mais, pois com o pedido recebido e morando ali junto, não conseguia mais separar o trabalho do lazer. Misturava tudo e isso também deve ter sido um dos fatores do agravamento de algo, culminando hoje com alguém que, passando de carro pela rua, o viu caído no chão da loja. Ela estava fechada, a polícia foi acionada e já o encontrou morto. Provavelmente deve ter sido esse grande mal do século, o tal do enfarte fulminante, o que chega e não deixa rastros, leva a pessoa assim num vapt-vupt.
Seu meio de locomoção preferido, além do skate, era a bicicleta. O danado rodava a cidade inteira pedalando e sempre se mostrou um valente esportista, destes que não deixa nada a desejar a ninguém. Sujeito boa pinta, estatura mediana, de bem com a vida, mesmo diante de todas as adversidades que se apresentavam diante do seu dia a dia. Eu o conheci quando pela primeira vez alguém me indicou para fazer as camisetas do bloco - creio ter sido a Tatiana Calmon - e desde então, foi algo que pintou logo de cara, uma amizade que ia muito além do relacionamento comercial. Era destes que podia desabafar, contar algo mais, trocar ideias sem medo delas serem passadas adiante.
Na verdade, nada sei dele fora deste circuito. Sei que, estava de namorada nova, feliz da vida, todo pimpão e o sabia, pois acabei de encomendar camisetas com o símbolo do DNA Petista Bauru e iria amanhã levar pra ele o adiantamento combinado. Não deu tempo, pois o danado se foi hoje, deixando este do lado de cá prostrado, meio que inerte com essas coisas inexplicáveis da vida, ou seja, com a forma como somos arrebatados para o lado de lá. Hoje não quero saber de mais nada. O telefone tocou aqui e do outro lado, outro amigo, o Gilberto Caniatti, meu barbeiro há mais de décadas, com salão e residindo bem defronte a H.Tex. Liga me dá a notícia e diz que, tudo já foi encaminhado, a polícia já fez seu serviço, o corpo já foi levado e a namorada já passou por lá e resolveu tudo.
Eu não sei nem o que dizer. Outro dia alguém me parou na rua e disse que me lê, essas coisas que aqui escrevo. Perguntou dos motivos de não ter escrito das mortes do Silvio Santos, Delfin Neto, Alain Delon e tantos outros. Eu só escrevo de gente que me apetece, que me embala os sonhos. Outro dia, quando soube do passamento do ator, o Paulo Cesar Pereio, parei tudo e acabrunhado, pois estávamos perdendo um ser em confronto com a banalidade deste mundo. Deste escrevi e chorei. Assim como choro pelo Henricão, que nem sei o nome completo, mas é meu amigo, um cara que, sabia muito bem fazer seu ofício e o exercia ali no seu canto, dando muito murro em ponta de faca, mas sempre de cara limpa, alguém a merecer não só meu escrito, mas muito mais. Consideração por ele tenho muita e aqui a expresso, sentando diante do computador tão logo recebo a notícia. Não deu nem tempo de refletir sobre o que vai escrito, mas vai assim mesmo. Não deu tempo dele confeccionar as camisetas do PT, não deu tempo de levar para ele a grana para ele botar a coisa pra funcionar e, infelizmente, não usaremos essas camisetas, que para nós, tomateiros e petistas do DNA, tem um valor incomensurável. Na verdade, Henricão é desses caras que não tem preço. Hoje é um dia muito triste e infelizmente termina deste jeito mais que trágico.
por outro lado, no meio da tarde
FELIZ DA VIDA, NÃO PERDEMOS NADA, ALIÁS GANHAMOS MUITO COM ESSA CENTRAL DE FAKE NEWS FORA DE CIRCULAÇÃOEsse tal de Elon Musk é uma das grandes aberrações destes tempos. Na verdade, este senhor, dono de muito dinheiro, não produz nada, não cria nada, mas vez ou outra compra algo e o transforma segundo sua despeirocada cabeça e mentalidade. É um cidadão à serviço do quew de pior existe hoje no planeta, ou seja, a divulgação de inverdades, os tais de fake news e a defesa intransigente da ultra-direita, aquela que só quer danar com os interesses de quem ainda está disposto a lutar por soberania e liberdades. Seus negócios são todos ligados com esse aparelhinho, do qual não mais nos desligamos e entregamos nossas vidas, o celular. Diante de nossa total dependência do celular, gente safada como este Musk, sabe mexer com os pauzinhos e faz de nossas vidas o que ele quer. Passa algo desvirtuado da verdade dos fatos, tudo para beneficiar gente como ele, os tais poderosos, que nos manipulam até não poder mais. Precisamos ter muito, mas muito cuidado mesmo com gente com ele. Musk se acha acima do bem e do mal, acima inclusive de leis. Ele já tentou impor algo para destituir os mandatários da Bolívia e agora, neste exatoi momento, queria continuar aprontando no Brasil, sem ter ninguém para responder ou assumir o que faz. Foi brecado pelo STF, que acertadamente lhe barra e impede de continuar exercendo a falcatrua de latrina. Como não quiz colocar um representante no país para seus negócios, está impedido de continuar atuando. Não nos fará falta, pois de mentira já temos temos muitos por aqui. Basta os nossos. Gente como ele, os horrorosos do momento, perversos até não mais poder, se dizem arautos da liberdade de expressão, mas na verdade, mentem, falseiam a verdade e querem assim continuar, mentindo e publicando idiotices e barbaridades. Precisam ser contidos. No Brasil o foram. Ufa!!!