sábado, 31 de agosto de 2024

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (190)


a triste notícia, no começo da noite
TOMATE DE LUTO, ACABA DE FALECER QUEM FAZ SUAS CAMISETAS, O HENRICÃO DA H.TEX
O cara é uma das caras da resistência em Bauru e nós, do bloco Bauru Sem Tomate é Mixto fazíamos nossas camisetas com ele exatamente por causa disto. Existe na cidade preços mais em conta, empresas maiores, porém, o Henrique, da H. Tex, ali na rua Julio Prestes, entre a Araújo e a Antonio Alves era diferente de todos, pois exercia sua profissão de silk screan sózinho. O danado batia nas onze, ou melhor, jogava em todas as posições e nunca nos deixou na mão. São 13 anos de bloco carnavalesco e só por um ano deixamos de fazer com ele, numa cagada, logo retomada no ano seguinte, para seguir juntos até neste, quando novamente marcou presença.

Lembranças inenarráveis de quando estávamos festando certa feita lá na Casa da Capoeira de Bauru, local cedido pelo parceiro Alberto Pereira, quando chega o Henricão, com a mão lotada de camisetas, as que desfilaríamos naquele ano. Todo ano era a mesma coisa. Ela já sabia como queríamos a coisa, manga cada uma de uma cor, estampa ocupando todo o espaço central e na braçadeira um arco irís, nossa cara e neste último, no outro braço, a bandeira da Palestina. Ele nos atendia tudo prontamente, pois além de tudo sempre foi baita amigo. Eu deixava lá o pedido, antecipava algo, pois ele sempre necessitava de algum adiantamento e com isso, comprava o tecido, cortava tudo e enviava para sua costureira de confiança, que devolvia tudo já estampado. Quantas vezes não embalamos tudo ali na sua loja. Pois é, o cara morreu.

Ele foi um baita de um skatista e sempre me contava das peripécias com os instrumento nos pés. Tinha uma coleção de raros skates, peças raras, que fizeram história, muitos representando o pioneirismo dele. Ultimamente resolveu se mudar para o andar de cima de seu salão, num outro espaço, pois assim unia o útil ao agradável. Na verdade, trabalhava mais, pois com o pedido recebido e morando ali junto, não conseguia mais separar o trabalho do lazer. Misturava tudo e isso também deve ter sido um dos fatores do agravamento de algo, culminando hoje com alguém que, passando de carro pela rua, o viu caído no chão da loja. Ela estava fechada, a polícia foi acionada e já o encontrou morto. Provavelmente deve ter sido esse grande mal do século, o tal do enfarte fulminante, o que chega e não deixa rastros, leva a pessoa assim num vapt-vupt.

Seu meio de locomoção preferido, além do skate, era a bicicleta. O danado rodava a cidade inteira pedalando e sempre se mostrou um valente esportista, destes que não deixa nada a desejar a ninguém. Sujeito boa pinta, estatura mediana, de bem com a vida, mesmo diante de todas as adversidades que se apresentavam diante do seu dia a dia. Eu o conheci quando pela primeira vez alguém me indicou para fazer as camisetas do bloco - creio ter sido a Tatiana Calmon - e desde então, foi algo que pintou logo de cara, uma amizade que ia muito além do relacionamento comercial. Era destes que podia desabafar, contar algo mais, trocar ideias sem medo delas serem passadas adiante.

Na verdade, nada sei dele fora deste circuito. Sei que, estava de namorada nova, feliz da vida, todo pimpão e o sabia, pois acabei de encomendar camisetas com o símbolo do DNA Petista Bauru e iria amanhã levar pra ele o adiantamento combinado. Não deu tempo, pois o danado se foi hoje, deixando este do lado de cá prostrado, meio que inerte com essas coisas inexplicáveis da vida, ou seja, com a forma como somos arrebatados para o lado de lá. Hoje não quero saber de mais nada. O telefone tocou aqui e do outro lado, outro amigo, o Gilberto Caniatti, meu barbeiro há mais de décadas, com salão e residindo bem defronte a H.Tex. Liga me dá a notícia e diz que, tudo já foi encaminhado, a polícia já fez seu serviço, o corpo já foi levado e a namorada já passou por lá e resolveu tudo.

Eu não sei nem o que dizer. Outro dia alguém me parou na rua e disse que me lê, essas coisas que aqui escrevo. Perguntou dos motivos de não ter escrito das mortes do Silvio Santos, Delfin Neto, Alain Delon e tantos outros. Eu só escrevo de gente que me apetece, que me embala os sonhos. Outro dia, quando soube do passamento do ator, o Paulo Cesar Pereio, parei tudo e acabrunhado, pois estávamos perdendo um ser em confronto com a banalidade deste mundo. Deste escrevi e chorei. Assim como choro pelo Henricão, que nem sei o nome completo, mas é meu amigo, um cara que, sabia muito bem fazer seu ofício e o exercia ali no seu canto, dando muito murro em ponta de faca, mas sempre de cara limpa, alguém a merecer não só meu escrito, mas muito mais. Consideração por ele tenho muita e aqui a expresso, sentando diante do computador tão logo recebo a notícia. Não deu nem tempo de refletir sobre o que vai escrito, mas vai assim mesmo. Não deu tempo dele confeccionar as camisetas do PT, não deu tempo de levar para ele a grana para ele botar a coisa pra funcionar e, infelizmente, não usaremos essas camisetas, que para nós, tomateiros e petistas do DNA, tem um valor incomensurável. Na verdade, Henricão é desses caras que não tem preço. Hoje é um dia muito triste e infelizmente termina deste jeito mais que trágico.

por outro lado, no meio da tarde
FELIZ DA VIDA, NÃO PERDEMOS NADA, ALIÁS GANHAMOS MUITO COM ESSA CENTRAL DE FAKE NEWS FORA DE CIRCULAÇÃO
Esse tal de Elon Musk é uma das grandes aberrações destes tempos. Na verdade, este senhor, dono de muito dinheiro, não produz nada, não cria nada, mas vez ou outra compra algo e o transforma segundo sua despeirocada cabeça e mentalidade. É um cidadão à serviço do quew de pior existe hoje no planeta, ou seja, a divulgação de inverdades, os tais de fake news e a defesa intransigente da ultra-direita, aquela que só quer danar com os interesses de quem ainda está disposto a lutar por soberania e liberdades. Seus negócios são todos ligados com esse aparelhinho, do qual não mais nos desligamos e entregamos nossas vidas, o celular. Diante de nossa total dependência do celular, gente safada como este Musk, sabe mexer com os pauzinhos e faz de nossas vidas o que ele quer. Passa algo desvirtuado da verdade dos fatos, tudo para beneficiar gente como ele, os tais poderosos, que nos manipulam até não poder mais. Precisamos ter muito, mas muito cuidado mesmo com gente com ele. Musk se acha acima do bem e do mal, acima inclusive de leis. Ele já tentou impor algo para destituir os mandatários da Bolívia e agora, neste exatoi momento, queria continuar aprontando no Brasil, sem ter ninguém para responder ou assumir o que faz. Foi brecado pelo STF, que acertadamente lhe barra e impede de continuar exercendo a falcatrua de latrina. Como não quiz colocar um representante no país para seus negócios, está impedido de continuar atuando. Não nos fará falta, pois de mentira já temos temos muitos por aqui. Basta os nossos. Gente como ele, os horrorosos do momento, perversos até não mais poder, se dizem arautos da liberdade de expressão, mas na verdade, mentem, falseiam a verdade e querem assim continuar, mentindo e publicando idiotices e barbaridades. Precisam ser contidos. No Brasil o foram. Ufa!!!

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

CENA BAURUENSE (255)


COMO ENXERGO A CIDADE ONDE NASCI, CRESCI E VIVO
01. Publiquei em 31/07/2024: Eis a visão da esquina da Treze de Maio com a Rodrigues Alves, de quem está na janela do primeiro andar do Sebo do Bau e quer ver o que rola ali do lado de fora.

02. Publiquei em 01/08/2024: Nessa Bauru hoje comemorando 128 anos, eis a certeza de que, continua sendo algo dentro desse mundo véio e "com" porteira. Na baixada de saída do Gasparini, querendo adentrar pro Jardim TV, um obstáculo intransponível. Uma porteira anunciando propriedade particular e proibida passagem, daí, para se transpor de um lugar para outro, só mesmo dando uma enorme volta.

03. Publiquei em 02/08/2024: Na entrada do Jardim Europa, um bairro popular que veio bem antes, mas hoje está encolhido no meio - parede meia com um - de tantos condomínios fechados, sem perder a soberania e imponência, conquistada com muito sangue, suor e lágrimas.

04. Publiquei em 05/08/2024: A velha edificação localizada na esquina da Rua Araújo Leite com Inconfidência, junto a praça Washington Luiz, centro da cidade, se sustentava ao longo do tempo, mas não resistiu a uma louca batida, veículo em alta velocidade, rodopianda na esquina no último sábado e terminando derrubando toda sua parte fronteiriça. Se o ocorrido abalou de forma a comprometer sua estrutura definitivamente, isso ainda está em averiguação. E assim, podemos nos despedir em breve de mais uma das edificações remanescentes de um passado marcante bauruense.

05. Publiquei em 06/08/2024: Defronte a EE Torquato Minhoto, coração do Jardim Bela Vista, entrada e saída dos alunos um profissional do gelo, algo quase único ainda em exercício na cidade, relembrando tempos idos de saudosa memória. Raspadinhas de gelo, com vários sabores à sua escolha. Não existe como não voltar no tempo.

06. Publiquei em 08/08/2024: Posso acertadamente denominar a "Banca de Revista & Tabacaria A Sertaneja", como o "último dos moicanos" do centro da cidade de Bauru. Ela resiste bravamente vendendo revistas e jornais. É hoje única no que faz, localizada ali na rua Primeiro de Agosto, em sua quadra point dentre todas as demais, centro nervoso da cidade e oferecendo um produto, antes dos mais requisitados, hoje em baixa e não se sabe até quando persistindo e resistindo.

07. Publiquei em 09/08/2024: A garoa caiu implacavelmente durante toda a sexta em Bauru, o que não impediu os jogadores de carteado, dominó e afins, de se reunirem debaixo de uma lona, numa pequena pracinha na rua Angelo Paschoal, coração do Santa Edwirges, duas quadras da muvuca do supermercado Panelão. A contenta acontece nos finais de cada dia, faça sol ou chuva, frio ou calor.

08. Publiquei em 11/08/2024: Junto ao portal de entrada do Bosque do Bauru XVI, território limitrofe com a Nova Esperança, tarde de domingo, um solitário evangélico prega pra ninguém, com sua caixinha de som ligada no máximo volume.

09. Publiquei em 13/08/2024: Quando você passa seguidamente diante da avenida Lucio Luciano, no Parque Bauru, muito próximo da vila Tecnológica e observa diante da Cozinha Comunitária, uma fila sempre crescente, sinal de que, a situação não está nada boa e a existência de projetos como esse dão dignidade para a comunidade no seu entorno.

10. Publiquei em 14/08/2024: Num rápido passeio noturno - de carro - pelas ruas centrais da cidade, algo mais chamando a atenção, a quantidade de placas de imóveis disponíveis para aluguel, como este na rua Virgílio Malta, entre a Batista e a Rodrigues. Não existe quadra sem algumas dessas placas, num sinal bem evidente de que, a situação não anda nada boa no momento atual vivenciado pelo comércio bauruense.

11. Publiquei em 16/08/2024: Nos altos da rua Bernardino de Campos, imediações do Residencial Sabiás, quando ela se alarga, eis uma cena pouco comum, com a integração do urbano com o rural, lugar onde o que chegam à cavalo, amarram estes nas árvores e quem deles se utilizam curtem a sombra do lugar.

12. Publiquei em 18/08/2024: Um bebedouro público, algo de uma raridade estonteante, localizado na rua Presidente Kennedy, quase esquina com a Gustavo Maciel e nele, final da feira dominical, quase uma fila, diria mesmo, procissão, onde os moradores em situação de rua, ali se higienizam, lavando mãos e corpo, até as vestes, diante do crescente calor dos últimos dias na cidade. Ele é visto e entendido como uma espécie de oásis no meio do deserto, com poucas torneiras deste tipo espalhadas por Bauru.

13. Publiquei em 21/08/2024: Das encruzilhadas existentes dentro da Grande Bauru, essa é uma que não tem solução à vista, pelo visto, nem que a vaca tussa. Ao final da rua Marcos Augusto Genovez Serra - a mesma da 94FM - , sua quadra 4, fundos do supermercado Sam's, uma real possibilidade de ligação com o outro lado da cidade, sem que se tenha dar uma enorme volta, contornando tudo pela avenida Getúlio Vargas. Compras de imóveis inservíveis se tornaram possíveis por Suéllen Rosim, mas essa ligação, mais que útil, não sai do papel e não é possível, nem pelos atalhos e vielas que muitos motoristas tentam fazer no meio do ainda terrão pela frente. Uma séria questão de mobilidade urbana ainda sem solução.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

RETRATOS DE BAURU (292)


EU E AS HISTÓRIAS DE ADELINO SILVESTRE, FUNILEIRO NOTA MIL, SER HUMANO NOTA DEZ MIL
Ralei o carro e desta forma, motivo para rever seu Adelino, um senhor acima de qualquer suspeita. Como gosto deste senhor. Ele já foi beque no futebol amodor bauruense, nos tempos quando dava vontade de assistir jogos nos campos da cidade. Tive o prazer de vê-lo nuns poucos jogos e depois, muito tempo depois, o revi já com sua oficina de funilaria, localizada atrás de onde um dia foi a Baurucar e hoje é a Delegacia de Policia Civil, no coração da vila Cardia.

É lá que o danado bate cartão. Havia ligado um dia antes e fico sabendo, ele teve por este dias uma hérnia estourada e foi parar numa UPA. Pernoitou por lá e só saiu no dia seguinte, mais de 16h. Me dizia de suas dores intensas, mas isso não o impede de continuar na lida e luta. O reencontro, um dia após sair do hospital já com o uniforme de trabalho e com aquele baita sorriso no rosto. FAla de seus problemas, amenizando tudo, pois sabe que, ali no seu local de trabalho é onde tudo gira e sua vida deve muito a isso. Sinto que o astral do lugar é desses onde, só de passar por ali, o recebimento de fluídos altamente positivos. Vou lá, não só por causa do carro avariado, mas por causa dele e das conversas que fluem em cada reencontro.

Sei que, sai de lá e deixarei o carro na semana que vem, mas nem acertei o valor, pois sei me cobrará o preço mais justo deste mundo. O mundo gira mais alegre e redundante circulando com gente dessa estirpe. Toda vez que estou meio acabrunhado com algo, instável psicologicamente, passo pela sua oficina e ele, mesmo sem saber, me eleva pras alturas. Seu trabalho, além da eficiência como funileiro, possui dons sobrenaturais de conversação e eficiência no quesito também de recuperação humana. O danado pode estar estropiado, como nós todos com o passar dos anos e alguns probleminhas de ordem interna, mas nã ose entrega e segue altaneiro e sendo o CAMPEÃO na sapiência de como saber tocar a vida. Acordo meio chateado e já sei como resolver tudo: volto pra papear com seu Adelino.

NESTE LOCAL, VIVENCIEI MOMENTOS INESQUECÍVEIS DE MINHA VIDA
Bem aqui nesta esquina, cruzamento da avenida Nações Unidas com a rua Marcondes Salgado, esteve fincado um pequeno estádio de futebol amador, a do ARCA - Associação Recreativa e Cultural Antárctica. Era meu point dominical onde ia assistir futebol amador, num tempo quando ir aos estádios dava prazer e contentamento. Do lado da avenida dava pra visualizar uma lage, onde em destaque, o nome ANTARCTICA. Ali, num dia que não sei mais precisar quando, creio que quando o Noroeste jogou o Brasileirão de Futebol, vi treinar, num time que também não mais me lembro ter sido o Fluminense ou o Grêmio, o Renato Gaúcho, então craque já consolidado. Foi um dia de intensa movimentação, inclusive com entrada reservada ao local. Entrei, também não me lembro mais como, mas tenho a recordação de ter visto bater bola ali o tal do polêmico Renato, eu encostado no muro rodeando o campo e hoje, passado já mais de uma década da derrocada do antigo campo de bola e fábrica da Antarctica, dando lugar ao Supermercado Assaí, exatamente no mesmo lugar, passo sempre ali defronte e tento reanimar minha desgastada memória. Não existe mais nenhum resquício do campo e nem muitos ainda se recordam que um dia por ali bateu bola Renato Gaúcho. Tudo muda no visual de uma cidade e só as recordações permanecem guardadas, como livros numa estante, dentro da cabeça de quem, um dia, pode vivenciar o que antes ali acontecia. Mas também, que importância tem para nossas vidas, ter um dia ali batido bola este tal de Renato Gaúcho, quando tantos outros, meus craques locais, jogavam todo domingo pela manhã, estes me reavivando muito mais a memória. O ponta direita Neizinho, o goleiro Paraguaçu, o centrovante Maurão ou mesmo o camisa 10 Adelmo ou o 5 Paulinho, me trazem melhores recordações. Viverei com elas dentro de mim para todo o sempre.

UMA HISTÓRIA QUE JAMAIS ESQUECEREI 
Ontem ouvia no rádio sobre a frustrada tentativa de um assalto milionário a um banco na Argentina, mais de 200 metros escavados e tudo desmontado, pois um entregador ouviu barulhos estranhos vindo do subsolo, foram conferir e descobriram o túnel. Momentos depois passo diante de empresa de valores no cruzamento das Nações com a Inconfidência, próximo do Poupatempo bauruense e lá a recordação de história com idêntico desfecho. 

Quando o túnel quase pronto, escavação de dentro de um rio submerso debaixo de uma lage, um desnível no solo asfáltico e quando foi acionado o reparo, a descoberta do túnel, quase pronto. Ambas obras de estudada engenharia, muito parecidas e porque não, até tendo os mesmos artífeces, em nada improvável intercâmbio internacional.

O daqui não deu certo, o argentino idem, mas outros tantos deram.

EU JÁ PASSEI POR ISSO
Local marcante em minha vida, tempos idos, quando voltava pra casa com meu Palio branco, documentos em atraso e na rua prof. Durval Guedes de Azevedo, lateral da Nações Unidas, na curva bem diante da Amantini Veículos, o receio de se deparar com um comando policial. Por ali, sempre acontecem e não existe como retornar. 

Era o mesmo que fazer roleta russa: atalho bem antes, trecho bem mais longo ou seguir, sem possibilidade de escapar. Prender a respiração e contar com a sorte. Numa dessas paradas, carro já identificado, eu no aguardo do guincho, crio o maior problema, quando por mais de meia hora fico ali observando os que são parados e digo ao comandante da operação: "Tenho que te dizer, mas só param carros velhos, como o meu. Novos passam todos incólumes". 

Subiram o tom comigo, mas era pura constatação, observação feita num dos locais onde mais ocorrem os tais comandos na cidade de Bauru. Até hoje, passando pelo local, inevitável as lembranças.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (133)


CONTINUA A CONTENDA

ESPERAVAM ALGO MAIS DE MIM E PELO VISTO DECEPCIONO...
Não é a primeira, muito menos a última vez que me deparo com alguns me qustionando sobre meus posicionamentos, procedimentos e mesmo, como toco a vida ou tento me posicionar. Neste momento, já tendo vivenciado muita coisa na vida, calejado pelas pedras encontradas pelo caminho, espero que a maioria dos que me conhecem, pelo menosd, saibam de que lado da contenda me encontro. Podem pesquisar e nunca encontrarão nada de tão grandioso para me desqualificar. Eu remei até aqui, tendo como mola mestra, um posicionamento firme e constante, sempre em busca de dias melhores, não só para mim, para todos que me cercam, rodeiam, ou seja, para a humanidade num todo. Claro, evdiente, penso muito em mim, pois quero levar uma vida mais amena, tranquila e sem percalços, mas creio ter dado para perceber que, pelas brigas onde me envolvo, tem algo de uma luta coletiva, uma melhoria para tudo e todas. Se busco isso é por acreditar ser possível. E daí, continuo por aqui, esgrimando ao meu modo e jeito. Eu não sou nésceio, sei que, em muitos momentos deixo a desejar, não sei fazer os enfrentamentos pela forma mais adequada e até poderia obter melhores resultados se buscasse outros caminhos. De minha parte digo, faço o que posso.

Escrevo isso tudo, pois vez ou outra, alguém me questiona sobre como cumpro o meu papel como o Secretário de Comunicação do Diretório e Executiva Municipal do PT Bauru. Em primeiro lugar, faço questão de afirmar fazer parte de um grupo de pessoas admiráveis, pelo menos os que me rodeiam nas afinidades e anseios. Errar é humano. Tenho deficiências, muitas aliás. Tudo na vida são feito através de escolhas. Faço as minhas e não me arrependo, torno-as, a maioria delas, públicas. Na verdade, faço muitas coisas ao mesmo tempo e assim sendo, nem todas saem a contento. Umas mais, outras menos, porém, o intuito é acertar. Eu e os que comungam comigo do mesmo ideal, estamos na lida e luta.

Poderia discorrer sobre os que vieram antes, prometeram muito mais e fizeram muito menos, mas isso é besteira. Aceito as críticas com a maior normalidade deste mundo, enfim, como dizia Sófocles, "prefiro falhar com honra, do que ter sucesso por fraude". E mais, escrevo isso, pois acabo de ler outra frase, de outro mestre de antanho, Tácitus, que deixou registrado para a posteridade: "Quem fica bravo pelas críticas que recebe, reconhece que as merece". Em primeiro lugar, reconheço muitas delas e me aquieto, toco o barco e sei, que mesmo não correspondendo as expectativas, sigo meu caminho, meu rumo e faço o que posso, dentro de minhas debilidades e deficiências. Eu quero viver, deixar viver, ser feliz, tentar proporcionar lago de bom para os que me cercam e irradiar isso tudo da melhor forma possível. Nado neste mar e sei separar o joio do trigo, a crítica que me ajudará a modificar e até alterar algum procedimento equivocado, mas passando batido quando a vejo sem sentido, feita só para ferir, para causar e feita por quem tendo espelho em casa não enxerga a si próprio, o que faz, como faz e com quem faz. 

Eu sigo meu caminho, com gente em quem confio e por causa disto, escrevo destes, os defendo até debaixo d'água e quem me lê, vê e percebe muito disso. Não sei como alterar meu rumo, minha conduta, meu posicionamento, meu mode de fazer as coisas, neste estágio de minha vida. Falta tão pouco para acabar isso tudo, daí, creio não será possível aterar muita coisa. Sou um véinho quase incorrigível.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (189)


ALGO SOBRE MORTE DE IZQUIERDO
Desde o dia do fatídico jogo de futebol, quando sdeu clube, o Nacional de Montevidéu, com o São Paulo, no Morumbi, uma apreensão toma conta da gente, adoradores do mundo da bola. Inevitável, a lembrança de outro incidente, décadas atrás, com o jogador do São Caetano, este falecendo no local, também o campo de bola do Morumbi. Fatalidades mais que tristes. Estes são algo a nos comover profundamente, primeiro por se tratar de uma vida humana que se vai, muito jovem e no pleno exercício de seu ofício, o de jogar bola. A morte é sempre remediada. Eu mesmo, cá com meus 64 anos, vendo o tempo urgir, diminuir a cada instante a chegada da derrocada final, quando me deparo com alguém que vai tão jovem, uma espécie de aflição interna, onde os pensamentos voam e batem asas. E depois, quando algo assim ocorre, começamos a entrar na vida do até um dia atrás, bem vivo, Izquierdo com um filho recém nascido. Pululam vídeos dele em ação, em casa, nos vestiários, nos campos de treinos e nos estádios, suas falas e o mais chocante, algo de sua vida pessoal, mais íntima. Para muitos jogadores, algo foi construído e possuem estabilidade para uma vida inteira depois, quando se der a parada, o final da carreira, Outros não. Creio, com ele isso ainda não estava construído e se dava no seu dia-a-dia. Um time de futebol no uruguai não deve dar retorno igual a um grande time no Brasil. Impossível não pensar também no futuro de sua família, seus dois filhos e no que virá daqui por diante, quando as luzes se apagarem, os holofotes não mais incidirem sobre os seus, quando o tema deixar de ser comentado e tudo voltar para a tal da normalidade, ou seja, outros fatos irão ocupar espaço dentro de nossas preocupações. A cabeça gira pensando nele e depois nestes, os que continuam vivos. Dele em si, nada sabia. Sei agora e triste estamos.

algo de Bauru
ALBERTO DE SOUZA, LUIZ CARLOS PRESTES E BAURU

"ALBERTO DE SOUZA, O HOMEM DA COLUNA
O 24 de agosto marca não apenas o suicídio de Getúlio Vargas.
Marca também o nascimento de Alberto de Souza, há 107 anos.
A maioria das pessoas nunca ouviu falar em Alberto de Souza.
Alberto de Souza nasceu e morreu pobre. Ele se foi em 17 de dezembro de 1991.
Foram 84 anos sofridos, mas bem vividos. "Não me arrependo de nada ", dizia ele, com um olhar firme para o interlocutor.
Pois se a maioria nunca ouviu falar de Alberto de Souza, o problema é da maioria.
Alberto de Souza é um dos poucos brasileiros que podem ser classificados como herói popular. Se nada mais tivesse feito na vida, o fato de ter sido soldado da lendária Coluna Prestes (1925-27) já o tornaria um ser humano raro. A Coluna, como se sabe, cortou 25 mil quilômetros dos interiores brasileiros sem uma única derrota militar.
Alberto de Souza foi preso político, em 1935. Foi arrebentado na tortura e, desde os 27 anos de idade, nunca mais pode andar.
Alberto de Souza jamais baixou a crista ou largou a luta pelos de baixo. Comunista até o fim da vida, morava na periferia de Bauru, onde o conheci, no fim dos anos 1970.
Na época em que ele faria cem anos, escrevi o texto que segue no link.
Há um belo livro de meu amigo Arthur Monteiro Junior sobre esse cidadão exemplar. Por artes e partes misteriosas, permanece inédito, quase vinte anos depois de escrito.
Essa lacuna vai ser coberta. A obra deve ser publicada no primeiro semestre de 2016.
Mais gente vai saber das andanças do gigante Alberto de Souza.
A foto mostra o encontro com seu comandante, na casinha em que vivia, seis décadas depois daquela marcha histórica. Era março de 1984, quando as Diretas Já! tomavam conta do país", jornalista, professor e escritor Gilberto Maringoni.

ESCREVENDO POUCO, EIS A JUSITIFICATIVA - TRABALHANDO NA CAMPANHA DE VEREADOR DE CLAUDIO LAGO

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O QUE FAZER EM BAURU E NA REGIÃO (175)


E AS QUEIMADAS, HEM - FOGO NO MATO E NA SERVIDORA DA APAE
"Se é o Maduro que tem que provar que as eleições na Venezuela não foram fraudadas, o Agro também tem que provar que não tem nada a ver com as queimadas. O ônus da prova, há muito tempo, deixou de ser do acusador", jornalista Ricardo de Callis Pesce.

Não tenho mais dúvidas de que, os incêndios que ocorreram Brasil afora nos últimos dias tem algo muito mais sério do que ter ocorrido meramente de forma acidental. Quando ouvi o vídeo do pastor neopentescostal Malafia - que já deveria estar na cadeia por delitos outros -, creio algo mais sério precisa ser feito. Isso extrapola qualquer tipo de ação do tipo bolsonarista - mesmo sabendo que estes são capazes de tudo e mais um pouco. O que qualquer pessoa sensata percebe hoje neste país é a existência de uma corja, um bando de malucos, perversidade mais que explícita, fazendo de tudo e mais um pouco para colocar - devolver - o país nas mãos do crime organizado e se não for novamente com Bolsonaro, será com alguém muito pior, talvez no mesmo estilo do argentino Javier Milei. Facadas em campanha eleitoral e tiros mal explicados em orelhas de candidato são, pelo visto, fichinha perto de tudo o que se evizinha acontecer. Dentro deste naipe de procedimentos, o fogo como ocorreu é mero acontecimento dentro de tudo o que está em curso para obtenção da concretização de suas intenções. Vejo o país pegando fogo, em todos os sentidos e meios. E mais, até onde vai o envolvimento do dito Agronegócio com tudo isso? Precisamos saber.

Ou tudo é devidamente desvendado e esclarecido o mais rápido possível, ou num curtíssimo espaço de tempo, não existirá mais nada a ser feito e estaremos nas mãos, o país todo, entregue a gente mais inescrupulosa possível, num caminho meio que sem volta.


E A INSINERAÇÃO DA SERVIDORA DA APAE
Desde o princípio, tinha a mais absoluta certeza de que, o imbróglio todo tinha como pano de fundo muito dinheiro escuso e algo, uma intercorrência em relação ao butim, ou seja, a eterna divisão da malversação. Evidentemente, mesmo diante de toda perversidade e montante de grana ilícita, matar alguém nessas circunstâncias é abominável e inaceitável. Esse negócio de adentrar em algo ilegal, de lesar patrimônios alheios é a mesma questão da famosa peça de teatro, "Trair e coçar é só começar". Uma vez feito uma vez e tudo tendo dado certo, dificilmente a pessoa para, pois a facilidade, a impunidade e as benesses que a grana traz, coçam e fazem com que, até tudo ocorra, cada vez mais, com menos cuidado. Também infelizmente, pelas evidências, a pessoa incinerada fazia parte do esquema e agora, resta descobrir a trama toda, o envolvimento de cada um e dos motivos de ter sido barbaramente assassinada. Tudo vai entrar para a história dos crimes hediondos ocorridos em Bauru, no mesmo rol do de Mara Lúcia. Diante de tudo o que li a respeito, creio que, tirando todos os problemas que é a continuidade de muita grana federal para entidades como a APAE - algo a ser revisto e se não feito pelo próprio Governo, num outro formato, com controle absoluto -, reproduzo abaixo texto do jornalista Vitor Oshiro, muito pertinente sobre o tema:

"Com um enredo que não fica muito distante dos filmes sombrios do catálogo da Netflix, o mistério que abalou Bauru e região - e até o País - chegou ao fim. Em um trabalho minucioso e digno de elogios, a Polícia Civil driblou as tentativas do principal suspeito em empurrar as investigações para outros rumos, que seriam até mais lógicos e fáceis de engolir, e construiu um conjunto probatório difícil de ser refutado. E, para além do homicídio, desnudou um potencial esquema que envolveria “braços fortes” de uma das entidades mais tradicionais da cidade. Agora, fica a mancha. Não a mancha de sangue no banco traseiro do carro. Fica a mancha na história da Apae. E aqui está o risco maior: o da opinião pública se tornar “generalização pública”. Com o assassinato praticamente solucionado, creio que as apurações do que supostamente ocorria na entidade seguem. E os envolvidos deverão ser punidos. Mas, não podemos perder de vista o trabalho sério que a Apae realiza e quantas e quantas vidas dependem desse trabalho sério. Não podemos, por meio da “generalização pública”, dizer que “todo mundo lá não presta” ou que a “entidade sempre roubou”. Não podemos dizer que “nunca mais vamos ajudar a Apae”. Calma lá! Não é por um ou outro que desviou algo (seja verba ou caráter) que todos lá devem ser julgados. A Apae Bauru atende 4 mil pessoas e depende de doações e repasses para continuar levando qualidade de vida a esses indivíduos. Vamos seguir confiando no trabalho da polícia, e que os culpados sejam penalizados. Mas, da nossa parte, é preciso cuidado. Cuidado para não cometermos outro “homicídio”: o da reputação de uma entidade tão importante para tanta gente."

domingo, 25 de agosto de 2024

MEMÓRIA ORAL (309)


PORQUE AMO ESTE MEU AMIGO, CARIOCA, O LIVREIRO DA FEIRA
Escolhi uns livrinhos para comprar hoje na banca do Carioca, o livreiro da Feira do Rolo e de um deles, meus comentários. "A Guerra Conjugal", do curitibano Dalton Trevisan é reralmente uma de suas obras mais instigantes. Escolhi este, primeiro pela promoção de hoje, dia de chuva, quando o livreiro não traz seus filés - mas este não seria um? - e promove promoção, de 3 por R$ 10. Impossível a parada. Essa é uma edição da Record, com essa linda capa a demonstrar a legenda da contra-capa: "As mil e uma batalhas da minha, da tua, da nossa ilíada doméstica".

 Por si só, a sequência de fotos, tiradas no começo século passado, em forma de cartões postais, chama a atenção. Chamou a do Carioca. Ele, como se sabe, ao comprar livros, antes de trazê-los para revenda, limpa um por um e me dizia: "Neste parei pelas fotos. Não conheço o autor, mas fui ler, depois de seguir a sequência das fotos. Era um casal sendo conduzido para a cama. Gostei, são contos curtos e me fez rir muito". Pronto, era o que me bastava. Ele, o livreiro que lê - algo também raro hoje em dia -, se interessou pela capa e seguiu leitura adentro. Daí, a partír disso, estabelecemos uma conversação que poderia - e deveria - continuar por longo tempo, mas ele hojeestava agitado e vendendo mais do que em domingos anteriores e eu, fazendo campanha para meu candidato a vereador, Claudio Lago, que presenciou parte da prosopopéia e só não ficou com livro para leitura, pois nessa curta campanha, sua vabeça gira mais do que pião na mão de menino. 

Fico mais do que contente quando me deparo com histórias deste naipe e no caso do CArioca, elas se repetem a cada domingo. Sua banca ali defronte a Associação dos Aposentados é um lugar único, que deveria ser preservado e tombado como bem imaterial bauruense.

O QUE VEM A SER FEIRAR NUM DOMINGO, QUALQUER DOMINGO, LÁ PELOS LADOS DA FEIRA DO ROLO
Enfim, o que me leva para a tal da Ferira do Rolo todo domingo? O principal motivo é sempre o mesmo, ver e rever pessoas, conversar e desta forma, trombando e sendo trombado, vivendo intensamente os momentos, que só se repetirão no domingo seguinte. Tudo ali é único, talvez por causa disto, costumo repetir para quem me dê um pouco de atenção, ser ali o lugar mais democrático dentro desta insólita Bauru. Passo e vivencio embates mil durante a semana e para estravazar tudo, tentar recolocar tudo no seu devido lugar, preciso sempre de uma compensação, daí entra a inda para feira, mais precisamente na do Rolo, onde permaneço a maior parte do tempo. Saio do meu mundinho vivenciado a semana inteira e adentro este mundão de imensas possibilidades, do quel não consigo - e nem quero - mais me separar. Se querem me ver triste, me peçam para permanecer em casa numa manhã dominical, abdicando de descer pra feirar. Pronto, meu dia estará problematizado.

Desta feita, o faço como sempre para essa reenergização e depois, para junto de meu dileto amigo Claudio Lago, neste momento concorrendo para uma das 21 vagas de vereador em Bauru e eu, o ajudando no que posso. Ciente do quanto ele se faz necessário estar por lá, para não deixar aquela Casa de Leis desandar de uma vez, percorro com eles todos os lugares possíveis e imagináveis. E na manhã de domingo, como eu e ele já fazemos a algum tempo, feiramos. Ele já é bem conhecido por lá. Marcamos de nos encontrar logo cedo e nem preciso dizer do lugar, pois ele bem sabe onde me encontrar. Estava, como sempre, fuçando livros na Banca do Carioca. Ele bem que tentou me retirar de lá para circularmos juntos, o que demorou um bocadinho de tempo para acontecer.

Por ali mesmo, ali paradinho, os reencontros são muitos e se permacesse ali paradinho, vendo as pessoas pararem e a circular defronte a banca já seria suficiente para ganharmos o dia. Até o amigo Branco, artesão e funcionário público municipal em Arealva passou por lá. Vem pra feira procurar peças de decoração e desta feita deixou sua esposa num evento religioso, com hora marcada para ir buscá-la, permanecendo todo o tempo mergulhado nas entranhas do lugar. Trombamos e colocamos as conversas em dia. Estamos juntos num projeto a contar algo da deniminação "Cidade das Águas", mas junto do Lago, revivemos algo de como nos conhecemos, mais de 40 anos atrás, já vivenciando algo petista, ele lá e nós do lado de cá.

Quem nos aborda numa curva da feira foi o Marco Ali, que dois anos atrás esteve com o pessoal do bloco do Tomate, produzindo o som pro bloco do Tomate descer a Batista. Ele, assim como nós, gosta de acordar cedo domingo e vir por aqui. Nos parou para contar do CRAS, onde atua hoje na Prefeitura, locado no distrito rural de Tibiriçá e de um belo projeto social envolvendo adolescentes do distrito. Isso tudo rendeu uma boa conversa, ladeada pelo amigo vascaíno, um baita negão, quem nunca lembro o nome, nordestino, que por uns anos morou no rio, em Alcântara e sempre que o abordo, me abraça sorridente, feliz com a vida, pois depois de rodar o país, diz não existir lugarmelhor do que o encontrado aqui. Neste domingo nos apresentou outros donos de barracas no Rolo e armamos juntos, um furdunço bem animado ali no centro de convergência do lugar, a esquina mais agitada do lugar, a encruzilhada da Gustavo com a Julio Prestes.

Na barraca da Andréia, o suco de laranja natural e sempre uma conversinha pra lá de política. Hoje, ela também quer ser vereadora, estava acabrunhada, quando nos deparamos com a Camys Fernandes e a fizemos descer o capuz do agasalho, soltando os cabelos e sorrindo pro mundo. Tristeza, algo que todos podem possui dentro de si, tem que ser deixado pra depois da feira. Só de ver a Andréia sorrindo novamente já foi pra ganhar o dia, mas tinha mais. Sempre tem muito mais na feira, algo incontornável em cada novo passo naquele lugar mais que único. Quem acompanhava a mim e Claudio Lago eram mais dois do metiê petista, Alexandre Gasparotti Nunes e Bruno Eloy, descendo e subindo a feira. Na curva da ruas Rio Branco, outro de porte inquestionável para o lugar, Montinegro Monti, baita batalhador e sofredor, pois ouve diariamente as pisadas na bola - que são constantes - do Pittolli na bestialidader que se transformou a Jovem Auri-Verde, só para ajudar nas denúncias de suas irregeularidades. Não temcomo não ir dar um fraterno abraço nele todos os domingos.

Depois vieram outros, muito mais, como os irmãos, um nos Correios, outro morador de Rio Claro, filhos do maior vendedor de amendoim do Noroeste, herdeiros da receita e com espírito libertário. Finalizando a ronda com uma parada para comer uma contracoxa de frango, feita pelos Pequeno's Bar e finalizando tudo com o casal, o artesão Nelson Justino e sua linda esposa, Aparecida de Fátima, porém, estes por tudo o que representa Nelson para mim, merecedor de um texto à parte, só para ele. Assim começo sempre meu domingo e circulando com Claudio Lago, fazendo a ronda, maravilhando nossos domingos. Saímos de lá iluminados para tudo o mais que se apresentava num frio domingo, quente por dentro e pelas andanças e reencontros propiciados.

JUSTINO E APARECIDA, TORNARAM A FEIRA MAIS ALEGRE
Nelson Justino é conhecido em toda Bauru pelo seu trabalho como artesão em madeira. Entalha, corta, recorta, cola e monta réplicas de ônibus, caminhões e carros diversos, vendendo-os em praças públicas. Toda quarta está na Feira do Vitória Régia. Faz isso há muitas décadas, tendo também viajado para exposições variadas por aí. 

Vive de seu árduo trabalho e neste domingo, desceu e subiu a feira da Gustavo abraçadinho de sua esposa, Aparecida de Fátima. Pela simpatia irradiada pelo casal, algo mais que os cumprimentos de praxe. Paramos para uma conversa e ela, muito sorridente, diz ter sido ele, 40 e tantos anos de casadoso motivador de ter vencido a depressão, pois um escorado noutro seguem juntos, vencendo todos os obstáculos da vida. Juntos ali na feira representavam, além da bela declaração de amor, algo singular, quando abraçados no meio do furdunço, descem lá do alto do Parque Vista Alegre, onde moram, só para ocasiões mais que especiais, como a deste domingo, quando ao serem vistos, despertam algo singular nos que o rodeiam, a vontade de ir conhecê-los e ouvir suas histórias. 

Justino é meu velho comnhecido, já escrevi dele em outras oportunidades e neste domingo revi sua companheira de vida, me certificando de que, não existe tristeza e depressão quando se tem alguém do lado nos elevando pras alturas. O casal iluminou a movimentação deste domingo na feira da Gustavo.

No meio de tantas histórias de vida eu adoro navegar...

sábado, 24 de agosto de 2024

CHARGE ESCOLHIDA À DEDO (209)


MUDOU DE PARTIDO E TENTA ME EXPLICAR SER ISSO A COISA MAIS NORMAL DO MUNDO
Conhecido aqui de Bauru, chegado pouco tempo em Bauru, se diz o publicitário de candidato (a) a vereador (a). Recebo dele material da campanha onde atua e iniciamos um breve e elucidativo diálogo. Esclareço que, o pessoa representada por ele, até pouco tempo estava filiada num partido com sigla denotando ser do segmento ligado à esquerda e um dia antes do registro das candidaturas, pede o desligamento e se filia num partido da base da atual alcaide municipal, a Suéllen Rosim.
 
 Vejam como se deu o diálogo: 

- Meu caro, em hipótese nenhuma eu apoiaria ou colaria a este desGoverno Suéllen Rosim. Nem que eu recebesse muito bem, pois discordo frontalmente de quase tudo o que ela faz como prefeita. Já conversamos sobre isso e sabe minha opinião. Quanto faz essa filiação no último dia num partida da base da Suéllen e praticamente decreta ali a derrocada dessa pessoa como candidato, pois vai ser impossível ser eleita. Vai no máximo, ajudar a eleger mais um pastor. Só isso. Como posso, querer participar votando em alguém no qual desacredito? Não existe hipótese nenhuma disso se realizar.


- Henrique, você sabe o que acontece. Não tem político ruim, cara, entendeu, agente é que as vezes não sabemos votar. A gente tem que entenderque quem está no poder são eles e a gente pra poder ajudar a cidade a melhorar, pra gente poder opinar, fiscalizar, a gente precisa tá dentro. Você concorda comigo? Não dá mais pra ficar mais quatro anos fora. Ela vai se reeleger e ela precisa da gente, cara. A gente não pode ficar deixando as decisês sendo tomadas por estes aí. A gente tem que dar nossa contribuição, tem que ajudar a prefeita, entendeu, porque ela que tá com a chave da cidade na mão. Ela não vai perder a eleição, o grupo dela está forte. E outra, a vista de muitos prefeitos que passaram por aqui, ela tá trabalhando. Agora, a gente precisa fazer uma assessoria melhor, mas se ficar de fora, como a gente vai trabalhar. Um voto errado que você der no dia 6 de outubro, você vai chorar quatro anos, meu amigo. E daí, vai ficar mais quatro anos, questionando, criticando. Criticar não resolve nada, cara. Venha com a gente, tem coisa boa pra gente poder conquistar junto. VAmos construir juntos, vamos fazer a nossa vitória, a vitória de Bauru. Você tem muito a oferecer, muita experiência, vamos sentar e conversar. Político, cara, a gente tem que ser frio igual uma barata, não adianta radicalismo. Temos que focar no povo, trabalhar e ajudar. 

Ouço tudo um tanto estarrecido e o máximo que posso lhe responder, até para não me atritar seriamente: 

- Não perca tempo comigo. 

Ele não se contenta:

- E outra coisa que eu vou te falar. Cole com a gente, vamos juntos, segure na mão do (a) candidato (a) a vereador (a) e a gente vai surpreender pastor, porque a gente sabe fazer política, rapaz, a gente dá ula, tem mais organização. Entendeu. E a gente não podia fazer política sem dinheiro. Política, cara, o pequeno nunca vai ser maior que o grande. A gente tem que entrar logo com os dois pés. É desse jeito que se faz política, não adianta.

- Cara, não é radicalismo, não é nada disso, isso se chama ideologia, seriedade na forma como sempre agi dentro deste meio. Como é que eu vou mudar da água pro vinho, assim de uma hora para outra. Vai lá, cara, procura saber o que é ideologia e como agem os que a seguem. Comigo não existe nada de conchavo. Concorde comigo, você na última hora aderiu à prefeita da forma mais sem sentido possível. Você estava num partido que tinha até socialista no nome, entenda o que quer dizer isso, a importância disso. Onde você estava estava e pra onde você foi. Como é que pode algo assim, ir pro lado totalmente oposto, pregando tudo diferente. Não perca tempo comigo, faça o que sua mente lhe diga, mas me deixe fora disso - lhe respondo.

- Independente do lado político, eu não tenho fanatismo não, entendeu, Henrique. A gente tem que procurar uma árvore que dê sombra, que tenha força e dê condições de trabalhar. A gente tem que cuidar das pessoas, cuidar da cidade, fazer políticas públicas, mais abrangente em todos os sentidos, para quem precisa e vamos que vamos - ele vem na sequência.

Já tinha desistido de continuar, mas ele veio com ul algo mais, para lacrar e ter a mais absoluta certeza de onde os descaminhos leva a pessoa:

- Tarcísio tá fazendo um bom governo. Bauru é 80% conservadora. Estamos fazendo a política certa. A política da renovação. Henrique, gosto de conversar muito com você, te acho um cara dez, mas te digo. Hoje, sigla de partido não representa nada. As pessoas hoje tem mais nome do que o próprio partido, ou seja, se Lula for pra qualquer partido, Lula ganha. Se Tarcísio for pra qualquer partido, ele é Tarcísio. Se vê, a Suéllen estava num partido e agora está no PSD. O trabalho é o da pessoa, é o caráter da pessoa e não o partido. Partido pra mim não quer dizer nada, ideologia já era. A gente tem que ver o trabalho da pessoa, a força de vontade, a vontade política, a experiência e gerar resultado. 

Vi que, poderia continuar e obteria dele muito mais, revelações escabrosas de como, segundo ele, se deve fazer e tocar política. Preferia não mais responder e assim, encerrar a contenda. A reproduzo na íntegra, mais para verificação de quem ainda está disposto a ler algo mais longo, constatando como se deram muitas das mudanças de última hora, aqui dentro do quadro partidário local. Se for exatamente isso, "ideologia já era" e o fazer política, seja isso mesmo, ir sempre junto de quem está no poder. Doa a quem doer. Sentiram o drama? No meu entender, isso aqui revelado permeia muito do que está em curso por aí, nas quebradas do mundaréu. Segundo ouvi, fiz política de forma errada a vida inteira...

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

FRASES (248)


O INACEITÁVEL É TAMBÉM INELEGÍVEL, PERDE PRAZO E QUER CONCORRER MESMO ASSIM
A militância bauruense do PT desde o princípio grita por todos os lugares, meios e condições:algo de muito estranho aconteceu para vingar, primeiro o nome de Clodoaldo Gazzetta e depois, quando este renuncia, o de Ricardo Crepaldi, este um desconhecido de tudo e todos, principalmente do campo de luta e resistência política, onde munca esteve ou militou. Um absurdo, que só pode ser entendido como GOLPE.

Não existe como dourar a pílula. Uma instância do PT de Bauru, comandando pela vereadora Estela Almagro, pela presidente vitalícia do PCdoB, Majô Jandreice e por um recém empossado presidente do PV, cujo nome ninguém ainda decorou, pois até então nunca foi visto em nada referente a este partido. Se uniram, se disseram a própria Federação e instigaram junto ao DE - Diretório Estadual e DN - Diretório Nacional do PT, o partido com maior representatividade na Federação, para impor um nome como pré-candidato, representando o PV. Mas como, se este partido não tinha nada constituído na cidade? Foi dado um jeito e alguém assumiu a direção. Daí, por diante tudo foi possível.
Gazzetta percebeu o enrosco, tardiamente, mas preferiu ficar de fora quando o caldo começou a entornar. Agora, com este nome para representar a federação, um desconhecido, que dizem, foi visto frequentando o acampamento defronte os quartéis na rua Bandeirantes, ou seja, bolsonarista de carteirinha, na verdade o que ocorre é a esfacelamento do PT, o maior partido de esquerda na cidade. Tudo com intenções inconfessáveis, ou seja, dizem por aí, até para facilitar que Suéllen Rosim ganhe logo no primeiro turno e o PT continue fazendo somente um vereador na cidade - adivinha qual?

E agora, mais essa. Impuseram um nome que a militância petista não engole nem com lubrificação banhada a ouro. Impossível, pois como estar nas ruas e fazer campanha com um corpo estranho, destes que até bem pouco tempo repudiava as lutas poplares? Ele caiu de maduro, fruta aprodrecida no próprio pé, sem que tenha feita nada que posso verdadeiramenteser considerado como campanha. Foi a algumas entrevistas no rádio e num debate na TV, mais nada. De rua, nunca iria, pois sabia cmuito bem como seria recebido. Agora essa, o cara se inscreveu fora do prazo, sendo essa uma das condições mínimas para concorrer. Não deu e o cara queimou a largada, pneu furado, carro sem condições de competir.

Sabe quem perde? O PT, só ele e quem deve ser exposto são todos os que bancaram até hoje o fiasco. Um avergonha que não pode ser coletiva, mas tem nome e sobrenome. Não pensem, quem colocou o partido nesta enrascada, ficaram impunes neste momento. Vai ser lindo o cara sendo removido, carcaça já no acostamento da disputa, impraticável em todos os sentidos e o partido na mão, chupando o dedo. Vergonha maior que essa, neste período eleitoral, só mesmo quem articulou essa bazófia eleitoral, envolvendo a Federação e, principalmente o nome e credibilidade do PT. O PT é maior que tudo isso e daremos um jeito de denunciar e evidenciar quem propiciou essa bagunça, algo inconcebível, porém, se repetindo e com os mesmos personagens de eleições passadas. Dá pra fazer política séria com gente deste tipo querendo conduzir as coisas? Fracasso sempre.

Em tempo: Não existe LIMINAR que apague o fiasco ou solucione impasse criado com a escolha totalmente descabida. E mais, depois de mais essa, a militância tem ou tem total razão em contestar a imposição deste nome tirado das catacumbas? Constatem quem está com a razão, quem protesta ou quem ainda tenta convencer com algo totalmente inconcebível.

MEU SEXTO LIVRO LIDO NO MÊS É UM MOSTRANDO A REALIDADE PERIFÉRICA PAULISTANA
Ferréz é escritor, nascido e criado em Capão Redondo, foco de sua contundente escrita, feita sob oestigma de sangue, suor e lágrimas. Ele retrata o que vivencia e com o jeito, a escrita como falado no lugar onde viveu a maior parte de sua vida. Não tem como, quem gosta de ler, começar e não querer acabar, assim de uma só tragada, leitura feita de um só fôlego, sem tréguas. O fiz em dois dias, mas me inquietou a parada, pois sonhei com o que ainda estava por acontecer. São tantas as tragédias, uma atrás de outra, numa sequência avassaladora, onde poucos conseguem escapar. Nas frases que fui anotando, dá para se notar algo , certamente passando desapercebido pelos que moram do outro lado do mundo, como nós. A periferia de Capão Redondo, guardadas as devidas proporções não é muito diferente da vivenciada aqui em Bauru, no Fortunato ou mesmo nas entranhas do Jaraguá, da vila São Paulo ou tantos outros nas "quebradas do mundaréu", como Plinio Marcos denominava acertadamente a periferia mais sofrida. É o retrato dos "mano", das "treta" e o que "moçada/rapaziada" faz para se virar. É miséria, violência, droga e morte. Tudo junto e misturado. Nada como, para entender tudo, inclusive seus códigos, antes de querer dizer algo a respeito de quem vive nestes lugares, conheça algo escrito exatamente por quem ali mora. TEstemunha ocular da história, Ferréz, conseguiu dar o salto. Não vive mais lá, mas Capão redondo nunca o abandonou. Fui vê-lo em Bauru, mais de uma década atrás e depois, o revi num lugar insólito, numa palestra em Buenos Aires, quando o abordei e o lembrei de sua estada em Bauru, no SESC. É o primeiro livro que leio dele. Este foi o seu livro de estrpeia e agora, ando já a procura de outros, pois a respiração fican um tanto suspensa quando entramos, acompanhados por ele, no meio do dia a dia de Capão. Mano brow, na orelha do livro reduz tudo numa frase: "Aqui as histórias de crime não têm romantismo nem heróis".
Em tempo: Essa semana, meio molengão, diabetes em alta, fiquei mais em casa, daí mergulhei mais nas leituras, tirando o atraso. Achei ótimo.