segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O QUE FAZER EM BAURU E NA REGIÃO (175)


E AS QUEIMADAS, HEM - FOGO NO MATO E NA SERVIDORA DA APAE
"Se é o Maduro que tem que provar que as eleições na Venezuela não foram fraudadas, o Agro também tem que provar que não tem nada a ver com as queimadas. O ônus da prova, há muito tempo, deixou de ser do acusador", jornalista Ricardo de Callis Pesce.

Não tenho mais dúvidas de que, os incêndios que ocorreram Brasil afora nos últimos dias tem algo muito mais sério do que ter ocorrido meramente de forma acidental. Quando ouvi o vídeo do pastor neopentescostal Malafia - que já deveria estar na cadeia por delitos outros -, creio algo mais sério precisa ser feito. Isso extrapola qualquer tipo de ação do tipo bolsonarista - mesmo sabendo que estes são capazes de tudo e mais um pouco. O que qualquer pessoa sensata percebe hoje neste país é a existência de uma corja, um bando de malucos, perversidade mais que explícita, fazendo de tudo e mais um pouco para colocar - devolver - o país nas mãos do crime organizado e se não for novamente com Bolsonaro, será com alguém muito pior, talvez no mesmo estilo do argentino Javier Milei. Facadas em campanha eleitoral e tiros mal explicados em orelhas de candidato são, pelo visto, fichinha perto de tudo o que se evizinha acontecer. Dentro deste naipe de procedimentos, o fogo como ocorreu é mero acontecimento dentro de tudo o que está em curso para obtenção da concretização de suas intenções. Vejo o país pegando fogo, em todos os sentidos e meios. E mais, até onde vai o envolvimento do dito Agronegócio com tudo isso? Precisamos saber.

Ou tudo é devidamente desvendado e esclarecido o mais rápido possível, ou num curtíssimo espaço de tempo, não existirá mais nada a ser feito e estaremos nas mãos, o país todo, entregue a gente mais inescrupulosa possível, num caminho meio que sem volta.


E A INSINERAÇÃO DA SERVIDORA DA APAE
Desde o princípio, tinha a mais absoluta certeza de que, o imbróglio todo tinha como pano de fundo muito dinheiro escuso e algo, uma intercorrência em relação ao butim, ou seja, a eterna divisão da malversação. Evidentemente, mesmo diante de toda perversidade e montante de grana ilícita, matar alguém nessas circunstâncias é abominável e inaceitável. Esse negócio de adentrar em algo ilegal, de lesar patrimônios alheios é a mesma questão da famosa peça de teatro, "Trair e coçar é só começar". Uma vez feito uma vez e tudo tendo dado certo, dificilmente a pessoa para, pois a facilidade, a impunidade e as benesses que a grana traz, coçam e fazem com que, até tudo ocorra, cada vez mais, com menos cuidado. Também infelizmente, pelas evidências, a pessoa incinerada fazia parte do esquema e agora, resta descobrir a trama toda, o envolvimento de cada um e dos motivos de ter sido barbaramente assassinada. Tudo vai entrar para a história dos crimes hediondos ocorridos em Bauru, no mesmo rol do de Mara Lúcia. Diante de tudo o que li a respeito, creio que, tirando todos os problemas que é a continuidade de muita grana federal para entidades como a APAE - algo a ser revisto e se não feito pelo próprio Governo, num outro formato, com controle absoluto -, reproduzo abaixo texto do jornalista Vitor Oshiro, muito pertinente sobre o tema:

"Com um enredo que não fica muito distante dos filmes sombrios do catálogo da Netflix, o mistério que abalou Bauru e região - e até o País - chegou ao fim. Em um trabalho minucioso e digno de elogios, a Polícia Civil driblou as tentativas do principal suspeito em empurrar as investigações para outros rumos, que seriam até mais lógicos e fáceis de engolir, e construiu um conjunto probatório difícil de ser refutado. E, para além do homicídio, desnudou um potencial esquema que envolveria “braços fortes” de uma das entidades mais tradicionais da cidade. Agora, fica a mancha. Não a mancha de sangue no banco traseiro do carro. Fica a mancha na história da Apae. E aqui está o risco maior: o da opinião pública se tornar “generalização pública”. Com o assassinato praticamente solucionado, creio que as apurações do que supostamente ocorria na entidade seguem. E os envolvidos deverão ser punidos. Mas, não podemos perder de vista o trabalho sério que a Apae realiza e quantas e quantas vidas dependem desse trabalho sério. Não podemos, por meio da “generalização pública”, dizer que “todo mundo lá não presta” ou que a “entidade sempre roubou”. Não podemos dizer que “nunca mais vamos ajudar a Apae”. Calma lá! Não é por um ou outro que desviou algo (seja verba ou caráter) que todos lá devem ser julgados. A Apae Bauru atende 4 mil pessoas e depende de doações e repasses para continuar levando qualidade de vida a esses indivíduos. Vamos seguir confiando no trabalho da polícia, e que os culpados sejam penalizados. Mas, da nossa parte, é preciso cuidado. Cuidado para não cometermos outro “homicídio”: o da reputação de uma entidade tão importante para tanta gente."

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