terça-feira, 20 de agosto de 2024

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (196)


ALGO MAIS

E SE ISTO SE CONSUMAR???
Como já é sabido até pelas pedras do reino mineral, a campanha da composição montada pela Federação (PT, PV e PCdoB) para Bauru é como se fosse uma embarcação velha, fazendo água por todos os lados. Já tentaram tapar a água, que invade a o convés, mas sem nenhuma atitude ainda eficiente e definitiva. Ou seja, o nome escolhido, da forma mais surreal possível, não vinga, não emplaca e só continua por causa do prazo já encerrado das convenções. Na verdade, como fazer campanha para um candidato sem nenhuma atitude de conciliação ou mesmo de aproximação com o ideal de vida da esquerda brasileira? Se já é difícil continuar a campanha com este bode enfurnado no meio da sala, ainda agora vem essa nota do Entrelinhas do JC, algo solicitado por Pedro Valentim, a impuganção da candidatura do elevado a concorrer como representante da Federação, por não ter se descompatibilizado no tempo hábil. Se isso vai vingar é outra coisa, mas tudo causa turbulências numa embarcação já sem condições de navegar, sendo que, estamos no início do percurso, ou seja, da dita campanha eleitoral.

Estive em Jaú quando o ministro Alexandre Padilha lá esteve para se confraternizar com candidatos daquela cidade e da região. O nosso (sic) candidato lá compareceu, juntamente da presidenta vitalícia do PCdoB e é como se não tivessem ido, pois passaram totalmente desapercebidos. Como fazer campanha se escondendo? Pois é o que fazem.

Descaradamente. Ficaram sentadinhos na primeira fila, sem mover sequer o pescoço para os lados e quando foi anunciado que o ministro gravaria alguma mensagem com os candidatos, correram para a fila, gravaram e desapareceram como num passe de mágica. Enfim, como interagir com a festa ali em curso, se tudo ocorreu na penumbra aqui na cidade de Bauru?

Aqui na cidade, outro candidato passa por situação similar e pode ter sua candidatura impugnada, Antonio Izzo Filho, o único que no debate da Band ousou dar cutucões contundentes na direção de Suéllen Rosim, lembrando até o Palavra Cantada. Nada mais além dele. Izzo, assim como o candidato dito representante da esquerda, são praticamente cartas fora do baralho. O que virá como resultado deste pleito, se o nome do indigesto continuar e passar na prova dos nove do Tribunal Eleitoral será vexaminoso em todos os sentidos.
 Retrocesso é certeza e eleição da Suéllen no 1º Turno, outra hipótese justificável e pouco compreensível. Enfim, como o PT, representando um percentual de voto, principalmente na periferia da cidade, se deixar levar por um candidato que nunca lá pôs os pés? Só pode dar merda.

Nhaca mesmo dará se seu nome não vingar. A trama foi urdida sempre entre poucos e sendo interrompida pela Justiça Eleitoral, uma vergonha a mais para ser adicionada a tudo o que aqui já denunciei e foi escancarado como um golpe no que o partido havia decidido internamente, o caminhar com candidatura própria. Não choro mais o leite derramado. Existem hoje campanhas em curso e nas ruas, todos almejando chegar no mínimo à vereança. Todos, indistintamente, terão uma campanha sem a presença física do candidato à prefeito, pois esse desconhece o caminho das ruas e no máximo, gravará algo em estúdio. Será que alguém se arriscaria a sair com ele pelas ruas? Se já está difícil conseguir votos, perder mais alguns seria algo bem fora da casinha.

E agora mais essa. O cara pode cair fora sem nem bem ter entrado. Já escrevi que, poderia ter ficado sem essa, se tivesse a honradez de recusar convite tão inviável e despropositado. Não o fez, assumiu para si algo onde não sabe nem como se posicionar. No debate, foi o pior de todos, pois pego de surpresa, nem que quisesse, tudo o que ali falou foi de improviso e numa preparação de última hora, feita nas coxas. Péssimo isso de uma campanha ser tocada nas coxas, quando tudo poderia estar já nas ruas, alegria estampada na face dos candidatos a vereador, mas impossível isso ocorrer diante dos fatos. Quem pariu matheus que o embale, diz o ditado, pois bem, que assim seja. E agora, teremos mais sete dias para esperar o que ele vai usar como justificativa e depois, mais alguns para a decisão do Tribunal. Só depois, debaixo de uma vergonha sem fim para quem articulou essa composição, saberemos como tudo terá continuidade. Poderíamos estar vivenciando outro momento, mas como é sabido, tem gente jogando contra os interesses populares nesta esdrúxula composição. Eu, petista de quatro costados, morro de vergonha disso tudo...

outra coisa
REPERCUSSÃO DE UM POST DE ONTEM
Poste ontem algo sobre amigo escrevendo sobre a necessidade de lermos e para a militância estar bem /aprumada, ter as teorias todas na ponta da língua. Compartilho aqui comentário do militância social, Laércio Simões: "Pois é. O que difere o militante, de um indivíduo comum é justamente a, teoria e postulados metodológicos que servem de referência para o seu, conhecimento, experiências e, sua atuação. Sem, "método", nao tem militância. Tem ação voluntária, o que pouco ou nada, contrubui, para uma ação transformadora. Uma vez que: A sociedade esta sempre em constante evolucão e mudança. (...) O cansaço vem do tempo, do movimento das coisas e principalmente: dos resultados. Eu, particularmente estou muito, cansado. Enfim: São mais de quarenta anos de militância. De, ativísmo político. Mas...

E por fim publico o texto que me motivou a escrevinhar ontem:
"Militância e Estudo
Uma das consequências da virada militante à noção de "experiência vivida" é a desvalorização da leitura e do estudo nos meios radicais. Ora, para que ler, se a minha experiência imediata já é fonte suficiente de conhecimento?? Eis o problema com isso: não existe isso de experiência imediata. Toda experiência é mediada por conceitos. A noção de que teríamos acesso imediato a uma experiência pré-conceitual, que magicamente se cristalizaria em conceitos verdadeiros, é um preconceito empiricista que já deveria ter morrido de velho.

Pelo contrário: toda experiência é imediatamente mediada, não existe isso de um fundo pré-conceitual que viria a redundar em conceitos. A mesma experiência pode ser concebida... isto é, conceitualizada, de diferentes formas. Até o mais "imparcial" historiador, por exemplo, carrega consigo algumas decisões conceituais que envolvem comprometimentos filosóficos. E agora eu pergunto: quais os conceitos que temos mais imediatamente disponíveis para dar conta de nossas experiências?? Aqueles que nos fornecem o senso comum. O senso comum é o equivalente conceitual do status quo. O que quer dizer o seguinte: confiar na nossa primeira educação para dar sentido às nossas experiências resultará em interpretações que reafirmam inevitavelmente o status quo.
É só com muita dificuldade que nos elevamos acima da doxa (crença comum), dos conceitos correntes. Qualquer militante deveria dedicar uma boa parte de seu tempo "livre" ao estudo da economia política, da filosofia, da literatura e das artes. É só aí que se pode começar a questionar o arcabouço conceitual que nos foi relegado, a maioria das vezes para a reprodução daquilo que está.

A influência do positivismo à americana nas organizações de "esquerda" é uma praga com raízes profundas. O empirismo é uma praga contraproducente para qualquer um que queira criar um mundo que ainda não existe... porque justamente por não existir, esse mundo não pode ainda ser experimentado, mas tem de ser pensado, compreendido antes.
Saudações Comunistas!!", Camarada Insurgente Marcos The Rocker

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