quinta-feira, 21 de agosto de 2008

UMA ALFINETADA (36) E UM AMIGO DO PEITO (10)
Sai nesse sábado n'O Alfinete esse texto e deixo registrado aqui, ser esse garotão meu melhor amigo (que bom!). Tenho um filho que só me dá orgulho e não me canso de falar dele e de me surpreender com o que vou aprendendo com ele. Como no texto abaixo:
UM PAI TODO PIMPÃO
Motivo de maior orgulho para qualquer pai é observar seu filho, sua cria ir se destacando. Orgulho maior é quando são seguidos alguns passos, quando os gostos batem e o filho acaba pegando e seguindo os mesmos do pai. Nesses momentos, todo pai, não se cabe de contentamento. É o meu caso. Tenho somente um filho, que leva o mesmo nome que o meu, tem 14 anos e está terminando a 8ª série numa escola pública aqui de Bauru. Desde a mais tenra idade ele convive com o meu jeitão de ser, irreverente, sarcástico, lendo de tudo um pouco, ouvindo muita MPB, adorando cinema e escrevendo bastante. Não é que o garotão pegou gosto e me acompanha em tudo.

Fico radiante quando ele me fala: "Pai, já faz um tempo que não vamos ao cinema, não?". Ou ainda: "Terminei de ler Hamlet para a escola, vamos debater umas coisinhas?". Viajo nessas horas. Dia desses uma professora indicou um livro, acabei lendo junto e fizemos um debate dos mais calorosos, isso tudo no carro, à caminho da escola. A surpresa dessa semana foi uma crônica. Isso mesmo, sua professora de Português, após uma aula sobre Padrão de Beleza, pediu algo sobre esse tema. Quando fui buscá-lo na saída da aula, ele radiante me disse que a professora havia lhe dito que ele escreve muito bem. Quiz ler e apresento aqui para apreciação dos diletos leitores. Olhem só:

O MONSTRO
Como era rotineiro, naquela manhã o meu despertador tocou e vagarosamente levantei-me, andei desatento até o banheiro, liguei o chuveiro e durante alguns minutos permiti que a água escorresse por meu corpo. Sai rapidamente do chuveiro, escovei os dentes. Quando me levantei para ver meu reflexo no espelho, o desembacei e para minha surpresa, não vi somente o habitual cabelo desarrumado. Além disso, emergia em meu rosto um monstro imortal, que poderia cometer o mais terrível, o mais desprezível crime de toda a história, poderia acabar com
minha vida social. Era uma abominável espinha.

Fiquei atônito com isso e nesse momento soltei um urro de desespero, que foi ouvido por minha mãe, irrompendo a porta do banheiro cheia de medo:
- Pelo amor de Deus, são seis horas da manhã, o que houve?
- Mãe! Socorro, olha isso! - e com os olhos cheios de lágrimas, lhe mostrei o tamanho de meus problemas.

Para minha surpresa, ela atentamente pousou os olhos durante alguns segundos sobre minha espinha. Esse ato se seguiu por um momento de silêncio, até que ela cerrou os olhos, fitou-me com raiva e com voz rouca e lenta, assustadoramente me respondeu:
- Você me acordou, me deixou assustada as seis da manhã, por...isso?
Achei que ele pegou muito bem o espírito da coisa. Torço muito por ele, meu amigão, de todas as horas e momentos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns,

Fiquei emocionada...



Beijos.

Logo irei a Bauru, vamos ver se tomamos um sorvete juntos



Rosa Maria - Cuiabá