Outro dia me perguntaram: Que negócio é esse de Alfinete? Explico. É um jornal semanário de Pirajuí, 50 km de Bauru. Marcelo Pavanato, um grande amigo, dirigia o négocio, enviava textos meus e ele publicava. Morreu de enfarte, a esposa Fátima prosseguiu até onde pode. Continuei enviando textos. Hoje, quem dirige tudo é o Américo, de uma FM local. Continuo com os textos. Não sou de lá, sou daqui, de Bauru. Peguei gosto e enquanto não me pedirem para parar, batuco algo semanal e envio a eles. Como esse aí embaixo, que sai também na edição impressa de hoje:
UM PASSEIO VAPT-VUPT EM PIRAJUÍ
Estive na cidade do "Rio do Peixe Dourado" durante a semana. Foi uma passada daquelas de rever tudo em poucas horas, estilo vapt-vupt. O motivo foi levar uma pesquisadora daqui de Bauru, para um bate-papo com dois entendidos da questão indígena, Cássio "Cururu" Mello Filho e Rejane Bush. Indicados por representante da FUNAI, eles foram de uma atenção muito grande, abrindo seus arquivos, onde foi constatado a grande quantidade de material sobre o tema, tudo já desenvolvido por eles. Impressionados ficamos os dois, pois realizando tudo ali, dentro da própria residência, o casal possui um aparato de causar inveja. São pesquisadores de fato e de direito, devendo ser reconhecidos como tanto, pois têm grande cabedal na área, pelos longos anos dedicados à causa. E falam a mesma língua, se completam e se necessitam.
Estive na cidade do "Rio do Peixe Dourado" durante a semana. Foi uma passada daquelas de rever tudo em poucas horas, estilo vapt-vupt. O motivo foi levar uma pesquisadora daqui de Bauru, para um bate-papo com dois entendidos da questão indígena, Cássio "Cururu" Mello Filho e Rejane Bush. Indicados por representante da FUNAI, eles foram de uma atenção muito grande, abrindo seus arquivos, onde foi constatado a grande quantidade de material sobre o tema, tudo já desenvolvido por eles. Impressionados ficamos os dois, pois realizando tudo ali, dentro da própria residência, o casal possui um aparato de causar inveja. São pesquisadores de fato e de direito, devendo ser reconhecidos como tanto, pois têm grande cabedal na área, pelos longos anos dedicados à causa. E falam a mesma língua, se completam e se necessitam.
O tempo era curto e tinha em mente rever e conhecer outras pessoas. Queria trazer o novo CD do Levi Ramiro, "Nosso quintal", recentemente lançado. Não precisei matutar muito para saber onde procurá-lo. Se tivesse tempo disponível, iria para a Estiva. Ciente de que ir lá só para comprar o CD seria um desperdício muito grande, pois diante de tudo o que acontece no espaço do Levi, a visita deveria se estender por muitas horas, não fui. Se ele permitir, volto em breve só para conhecer aquele santuário encravado dentro da mata da região.
Procurei pelo Marcelo Lemos, na esquina da praça central, na conhecida Padaria Santa Edwirges. Adentrei o local e dei de cara com uma estante repleta de CDs, todos de MPB. Foi empatia a primeira vista. Bati os olhos naquilo e vi que a trilha sonora tocada 24h por dia naquele estabelecimento é também a minha. Conheci o Marcelo e não foi difícil convencê-lo a me vender o seu CD do Levi. "Se ele me trouxer outro te vendo", me disse. Ligou, Levi passa o preço e a confirmação de que lhe levaria um novo. Sai de lá meio que extasiado, pois o astral do lugar é contagiante. Na pressa, acabei esquecendo de provar os pães, mas do café ele não escapou.
Queria demais ter encontrado por lá, um mineiro perdido em Pirajuí, o engenheiro Henrique, que aqui em Bauru tinha um bar dos mais movimentados, o Coisas da Roça. Henrique, que foi por um tempo o "engenheiro que virou suco", em alusão ao nome do filme famoso, voltou às origens profissionais, embrenhando-se de vez na roça. Deve andar de botinas o dia todo e criando sacis. Virou amigo do Marcelo, do Levi e de outros mateiros. Não encontrei o dito cujo, mas deixei recado e prometi voltar, num daqueles dias em que o Marcelo promova algo com música ao vivo, talvez com a Audren aqui de Bauru. Não sei como faço para aderir ao grupo, se precisa virar sócio, pagar taxa, contribuir mensalmente, mas sei que não posso ficar fora dessa.
Por fim, atrasado para retornar, passo na casa da Fátima, a ex-d'OAlfinete. Cheguei numa hora desagradável, arroz no fogo, feijão fumegante, bife em tiras na frigideira, cheiro incontrolável espalhado pelo ar. Não deu outra, sentei, proseei um pouco e voltei de barriga cheia. Ela continua rindo gostosamente, junto da irmã e da mãe. Sai da casa dela sem saber direito se o que tinha montado era um estabelecimento de massas ou um canil, pois na tentativa de contar, acho que passaram fácil de sete os cães espalhados pelo quintal . "Esses últimos o Pedro encontrou na rua, ficou com dó e adotamos", me diz. Voltamos voando baixo e ouvindo na estrada o novo CD do Levi (recomendo para todos). De todas as faixas, fiz minha escolha, "Sossego de riacho" ("e passo horas pescando um peixe que nem existe"), com viola, bandoneon e até uns batuques, no estilo dos pampas gaúchos e argentinos. Não queria voltar para minhas atividades rotineiras, mas as contas em atraso me fizeram cair novamente na realidade.
Henrique Perazzi de Aquino, 48 anos, tentando escapar da vida real por alguns instantes, tentando viver a vida fazendo o que gosta e tentando experiências novas a cada virada de esquina
3 comentários:
Henrique
Conheci o Cássio aqui em Bauru na Oficina Cultura Glauco Pinto de Moraes. Grande pessoa. Alto, né! Quanto ao Henrique, o do Coisas da Roça, acho que o bar dele faz falta hoje aqui em Bauru. Igual o dele, só o dele mesmo. Tá faltando mineirice por esses lados.
Maria do Carmo
Quando é que Levi volta a tocar em Bauru?
Menestrel
Onde fica a Padaria, na praça central?
JC - Agudos
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