Mafuá do HPA

CENA BAURUENSE (12)

TAMBÉM QUERO FALAR DO NOROESTE

Criticaram tanto o presidente Damião Garcia, que ele decide abandonar o Esporte Clube Noroeste. A coisa foi orquestrada e o octogenário presidente deu “nome aos bois”. Segundo ele, os maiores críticos são o Silvestre, da rádio Auri-Verde e o Cameschi, ex-presidente do clube, numa época de “vacas muito magras”. A situação é grave, pois diante de sua renúncia, todos os que compunham a atual Diretoria, ou melhor, todos os possuidores de algum cacife financeiro, arrepiaram carreira. Três eu nomino aqui: o Kiko, da distribuidora de petróleo, o João Bidu, da editora Alto Astral e o Érico Braga, do agronegócio. Ninguém da chamada “thurma” das “Forças Vivas” da cidade quer comandar esse barco. O time está ficando acéfalo a partir de 1º de dezembro (data anunciada para a debandada geral), sem pai e sem dono (sic), sem patrono e “num mato sem cachorro”. Até o técnico pediu o boné. E agora, de onde surgirá o guia de cego a nos reorientar?

Agora vem a ironia. Acredito eu, que como a crítica foi contundente, intermitente, os que a promoveram irão apresentar um Plano B, guardado até agora a sete chaves na manga do colete. Tanto fizeram para que esse momento fosse antecipado e agora, com a faca e o queijo na mão, devem estar prontos para assumirem a “batata quente”. É claro, que quando criticavam incisivamente, tinham pleno conhecimento de que o futebol nos tempos atuais não é mais possível (dentro dos moldes que vemos no cenário nacional) com o romantismo do passado. Os gastos são contínuos. Quem vai ao campo (como eu), sabe que a renda dos jogos não dá nem para pagar os árbitros e as despesas do dia do jogo. Tenho muitas críticas a gestão Damião, mas ela foi infinitamente melhor do que as que o antecederam. Gostaria de ver o futebol brasileiro administrado de outra forma, mas sou realista. O que Damião fez, ressuscitando o Norusca, quem mais fará? E se colocou dinheiro (como o fez), porque não poder tirar quando ocorre lucro? Não dá para questionar isso. Vivemos dentro de um modelo econômico onde o dinheiro é o grande Deus e fugir disso é dar murro em ponta de faca. Se existisse uma participação popular, um interesse coletivo, talvez pudéssemos sonhar com uma outra solução. Isso não existe no momento. Cá do meu canto aguardo ansioso os próximos passos. Mas a coisa não pára por aí.

Existe um outro lado (sempre existe um outro lado). Recebi um e-mail anônimo, me passando informações que desconhecia. O cara afirma que tudo isso foi preparado para receber um grupo comandado por um empresário de fora. Não acredito em fantasia. Deixo aqui uma pequena parte do que me foi enviado. É bomba pura e se verdade, acho que existe sim um grupo querendo assumir o clube. Leiam e comentem:

"Existe uma famosa roda politica e futebolistica numa loja nos Altos, tudo é feito sob a gritaria dos debates travados. (...) ...o responsável por toda essa confusão não é nem o Cameschi e nem o Silvestre, eles entraram na onda depois, tentaram se aproveitar da situação, quem está querendo assumir e prepara uma equipe é um comerciante de lá, que tem contato com um empresário de São Paulo, que investe em alguns times pequenos e está louco para vir para Bauru assumir o Noroeste. (...) O tal comerciante seria uma espécie de ponte e supervisor do Noroeste. As ações foram todas orientadas lá, o esquema desde a pichação dos muros, como os protestos com faixas. (...) Não quero confusão apenas que no final o Norusca não fique prejudicado, acho que tudo passa por discutir sem extremismos, acho que devemos sim fazer um balanço da administração do Damião, criticar alguns erros, acho que a crítica certa é sempre necessária e entender o que está acontecendo".

O e-mail é muito mais picante, cita mais detalhes, coisa escabrosa. Para não ter que repassar para alguém, deletei. Aproveitei isso aqui e aguardo ansioso os próximos capítulos, pois serão interessantíssimos e ninguém deve perdê-los. Noroestinos, tem gato nessa tuba!