terça-feira, 25 de novembro de 2008

UMA ALFINETADA (42) - publicado dia 28/11/2008

DROPS – HISTORINHAS CURTAS QUE FUI RECOLHENDO POR AÍ
1. Carta de um cliente enviada a uma agência bancária: “Meu cheque retornou com a anotação de que havia insuficiência de fundos. Em virtude dos acontecimentos no mercado, gostaria de saber se a insuficiência se refere a mim ou a vocês?”

2.Dalva Aleixo é uma dileta amiga, professora da UNESP Bauru. Viajamos juntos dia desses e eu querendo tirar fotos dela. Diz estar numa fase de reencontro consigo mesma e com o corpo, recuperação do perdido e me dá uma definição para não concordar com as clicadas: “Infelicidade engorda”.

3.“Reinando com o ventilador, a menina tem a ponta do dedo amputada. Dias depois, você descobre as três bonecas de castigo, o mesmo dedinho cortado a tesoura”. Essa é do Vampiro de Curitiba, o especialista em textos curtos e diretos, vapt-vupt, Dalton Trevisan. Como gostaria de saber resumir tudo em tão poucas palavrinhas.

4.Certa feita, Antonio Maria, um dos tantos cronistas do Rio, recebeu a visita de uns tiras durante o regime militar e foi duramente espancado nos dedos por algo que havia escrito. Sua resposta foi publicada dias após: “Esses cretinos pensam que um jornalista escreve com as mãos”.

5.Conta-se que um lendário jornalista uma vez foi trabalhar num jornal anarquista. O diretor lhe disse alguma coisa assim: “A linha do nosso jornal é...” Rápido ele pegou a bengala e o chapéu, voltando-se para o homenzinho espantado: “Quem tem linha é trem”. E bateu a porta da redação, sem mais voltar.

6.Diante de uma forte reação da imprensa do Programa Bolsa Família, o presidente Lula pede ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que vá aos órgãos da imprensa explicar o programa. No retorno, eis a resposta: “Presidente, todos eles, com palavras diferentes, disseram a mesma coisa: o governo está gastando muito com o social e é isso que incomoda a eles”.

7.Um repórter gaúcho tenta descobrir algo sobre a sabedoria indígena. Numa aldeia procura o velho índio e lhe pergunta: “Como é que o senhor sabe que o tempo vai mudar?”. Ele o olhou, limpou a garganta e respondeu: “Pela rádio Gaúcha, filho”.

8.Show do Lobão no SESC, vou ao banheiro esvaziar o reservatório. Ao adentrar o local o cheiro é forte. Uma voz, em alto e bom som reclama do cheiro exalado: “Isso é porque vocês só comem carne. Final de semana é só churrasco e nada mais. Vocês precisam comer mais verdura, frutas, que o resultado será outro”. Saio logo do local, concordando com tudo.

Henrique Perazzi de Aquino, 48 anos, além de escrever e ler, viciado em música, família, sol e gente zen, não necessariamente nesta ordem.
PS.: a ilustração é do AIRON e foi Gilete Press do site dele.

2 comentários:

Anônimo disse...

HENRIQUE
Morri de rir com essa do banheiro do Sesc.
Conte mais essas curtas, sãomuito boas
Marisa

Anônimo disse...

Então, o índio fica sabendo sobre a mudança do tempo pelas informações do rádio...
Morri de rir.
Celso