sábado, 6 de dezembro de 2008

CENA BAURUENSE (15)

ELOCUBRAÇÕES DE UM SÁBADO PELA MANHÃ
Saio cedo de casa e compro nas bancas o 19º CD da Coleção Folha SP de Bossa Nova, com a Joyce. Rodo a cidade ouvindo sua suave voz. O que mais vejo na rua são Papais Noéis, com aquela calorenta roupa e suando aos bicos. Nas esquinas o que predominam são os varais, todos com muitas camisas do time do São Paulo. Na qualidade de corintiano, torço contra. Tem gente cantando vitória antes do tempo e toda vez que vejo dessas coisas, não tem como não se lembrar do FHC sentando na cadeira de prefeito paulistana antes do tempo e Jânio Quadros borrifando o assento com inseticida logo a seguir. De uma coisa concordo: Muricy é o mais sensato técnico do momento, cabeça no lugar e nem um pouco estrela. Gente da melhor espécie. Nessa reta final, torço mesmo é para o Vasco não cair. Roberto Dinamite não merece cair, pois todo o estrago proporcionado pelo canastrão do Eurico Miranda lhe cairá nas costas. Sigo nas ruas e na vila Vicentina, Daniel Proença me leva até o bar Sangrador. "É tudo caro, eis o motivo do apelido", me explica. Lá ouço a história contada pela dona do estabelecimento sobre um insistente vendedor a lhe oferecer um carro novo. "Eu disse repetidas vezes a ele que não precisava de carro nenhum. Insistiu tanto que não escapei, mesmo dizendo não estar em condições. Se não conseguir pagar, problema dele, que venha buscar o carro", fala para todos ouvirem. E o carro defronte o bar. Ligo para um amigo e ele em Brasília, não pode me atender num favor. Antes de desligar lhe digo: "Cuidado com Brasília, pois isso aí é uma perdição". Ficamos a confabular sobre "o sentido da perdição, pois cada um tem um jeito diferente para se perder". Fico a matutar sobre o significado da perdição para cada um de nós, quando me deparo com uma novíssima pintura feita nas paredes do prédio histórico da Casa Luzitana. O azul é lindo, chama a atenção, mas o prédio é histórico e totalmente diferente das cores originais. Prevejo dores de cabeça para futuras decisões sobre patrimônio histórico. Bem, hoje é sábado, o sol está a pino, o centro da cidade cheio de são-paulinos. Desculpem a a pressa, afinal, meu filho me aguarda na barranca do rio Tietê, na vizinha Arealva. Volto amanhã, queimado de sol, para mais um Diário de Cuba. Até lá (ufa!!!!).

3 comentários:

Anônimo disse...

É Henricão, desilusão dupla, São Paulo campeão e Vasco na segunda divisão. Que merda, hem!
Paulo Lima

Anônimo disse...

Deve ser dificil ficar vendo o adversário festejar todo ano graças a sua competencia, estrutura e claro falta de capacidade dos outros que até para a segundona vão parar, resta torcer contra mas não adianta.
É Muricy, Tri/Hexa.
Chupa que a cana doce corinthiano rs.
Time grande ganha título, time pequeno ganha acesso.

Marcos Paulo

Anônimo disse...

Um recado maroto para Paulo Lima e Marcos Paulo:
Não sei se vocês perceberam, mas houve alguma coisa estranha, do tipo "tem gato nessa tuba" nesse final de campeonato. Que papo mais sem lógica um juiz aceitar um ingresso de show da Madonna. Só acredita quem acreditar em duende. Será que o time campeão não tem nada com isso? Que eles estavam com mêdo, todos perceberam que estavam. Afinal, mesmo campeão, é um time que deixa muito a desejar. Ano que vem, vão sofrer um pouco mais, pois o Timão voltou e vai engolir todos eles.
Ademir