UM DOMINGO E TRÊS ATIVIDADES
Hoje, segunda, feriado, cá estou na arrumação desse desorganizado mafuá. Com papéis espalhados por todos os cantos e mesas. Alguma coisa precisaria ser feita. Pego a manhã para o serviço pesado e descobri que José Esmeraldi, um locutor da velha (e boa) guarda está de volta com sua "Galena Sem Limites", levando ao ar, diariamente, entre 9 e 19 horas, os grandes sucessos do momento, sem esquecer nossa vocação pela história da música popular brasileira e internacional, transitando através dos movimentos musicais que marcaram várias gerações de aficcionados pelo veículo rádio. Ele faz aquilo que chamo de miscelânea musical, tocando de tudo um pouco, eclétrico, mas com qualidade. Ouvia Esmeraldi na Auri-Verde e 710, agora só pela Internet, pelo: http://www.radiogalenafm.blogspot.com/ .
1. Comecei o dia de ontem indo participar de algo valoroso. Junto de membros da Associação de Preservação Ferroviária, demos nossa contribuição para a limpeza da Estação da NOB, que nos dias 17 e 18/10 abrigará o II Encontro Histórico Férreo. Ano passado foram cinco mil pessoas e para esse, Ricardo Bagnato (organizador, idealizador e espécie de faz tudo) promete o triplo, com o uso integral da estação, suas duas plataformas e a utilização do túnel, que dá acesso aos dois lados da Gare. Éramos umas quinze pessoas, cada uma numa função, empenhados em deixar aquele espaço preparado para recepcionar o público. Uns recolheram o lixo dos trilhos, taparam buracos, rastelaram tudo, o DAE veio com seu caminhão pipa e a NP Service, com uma equipe completa de limpeza para deixar os túneis brilhando. Eu e Bagnato com uma vassourinha nas mãos, esfregando a sujeira das pombas. O presidente da associação, João Donda, com uma tinta igual a das paredes, cobria as pixações com esmero. Carrinhos cheios com lixo passavam diante de todos e até um carro prancha foi deslocado pela força dos braços dos presentes, posicionando-o bem defronte o hall de entrada. O secretário Nico Mondelli, um que pega no pesado, marcou presença e ficou encarregado de resolver os detalhes extras. Semana intensa, para que tudo fique um brinco. Se depender dessa aguerrida turma e pelo amor dedicado à causa ferroviária, vai tudo dar muito certo. E dará.
2. Almocei e passei boa parte da tarde com gente ligada ao samba de verdade, no I Encontro dos Brahmeiros de Bauru, lá na Hípica. Feijoada de primeira, sob coordenação do baiano Arquimedes e da esposa Ana (realizadores do evento). Todos de camiseta vermelha, caneca nas mãos e comida à vontade, além de três grupos de samba no palco. Assisti a dois, o Quintal do Brás (cada dia melhor, dei meu abraço no Borracha e em todos – sou fã deles) e o do João Paulo Ulpiano (aproveitem, pois esse ganha a estrada rapidinho), com muito samba-rock. Desses dois, só aplausos, pois não tocaram um pagode sequer e a pista esteve cheia o tempo todo (arrisquei uns discretos passinhos com a Zezé), provando que samba de qualidade atrai gente aos borbotões. Não agüentei ficar para o último show do dia, com o Grupo Elite, do amigo Sílvio (bebida e comida em excesso cansam), mas sei que o bom clima perdurou até o fim. Sentei ao lado da Cléo e do Cacá (Cléo Malharia), da amiga de todas as horas, Maria José Ursolini, a Zezé e do novíssimo casal, Ademir Elias e Denise. A outra Denise, a Amaral, encantou a todos, dançando à nossa frente e numa canja, atacando de Ivone Lara e Mart’nália. Um ônibus veio lotado de São Paulo, com gente da Vai-Vai e animaram a pista, com uma disposição de causar inveja. Como é bom ir revendo pessoas queridas, como o Brás (o que dá nome ao grupo do Quintal). Sai de lá contrariado, pois havia marcado compromisso de levar o filho ao cinema e precisaria de um tempo de recuperação (balão de oxigênio em ação) para conseguir o intento. Muita calma nessa hora.
3. Cine’n Fun, 21h30, após andanças com o filho, sentamos para assistir o novo filme do Tarantino, “Bastardos Inglórios”. Li coisas escabrosas sobre o filme, mas quem vai assistir Tarantino sabe muito bem o que irá encontrar e indo, não deve se assustar com nada, tudo faz parte do script. Gaiatos existem, mas são poucos. Ri muito com a paródia feita sobre um atentado a matar Hitler e todo seu staff dentro de um cinema da periferia de Paris e com um Brad Pitt imitando um italiano queixudo (igualzinho a mim), com um sotaque macarrônico. Filme com sangue, mas para rir. Foi o que fizemos, eu e o filho. Porém, num certo momento, viro para ele e digo: “Americanos são foda, você sabe que não foram eles a vencerem os nazistas, não?”. Ele como bom estudante de História, não me surpreende: “Foram os russos”. Inevitável lembrar de uma recente entrevista do agora adoentado Niemeyer, quando entre outras coisas disse: “Os americanos entraram na guerra só no fim, com pouco mais de 200 mil soldados, enquanto que a Rússia colocou o que tinha de melhor na guerra, mais de 2 milhões de bravos soldados, que praticamente resolveram a questão. Isso não pode e não deve ser esquecido nunca”. Deixando pelos americanos, que já ficaram com ou louros, reescrevem a história, omitindo até a participação russa, como se tudo foi feito só por eles. Atenção nesses detalhes é sempre muito importante.
Hoje, segunda, feriado, cá estou na arrumação desse desorganizado mafuá. Com papéis espalhados por todos os cantos e mesas. Alguma coisa precisaria ser feita. Pego a manhã para o serviço pesado e descobri que José Esmeraldi, um locutor da velha (e boa) guarda está de volta com sua "Galena Sem Limites", levando ao ar, diariamente, entre 9 e 19 horas, os grandes sucessos do momento, sem esquecer nossa vocação pela história da música popular brasileira e internacional, transitando através dos movimentos musicais que marcaram várias gerações de aficcionados pelo veículo rádio. Ele faz aquilo que chamo de miscelânea musical, tocando de tudo um pouco, eclétrico, mas com qualidade. Ouvia Esmeraldi na Auri-Verde e 710, agora só pela Internet, pelo: http://www.radiogalenafm.blogspot.com/ .
1. Comecei o dia de ontem indo participar de algo valoroso. Junto de membros da Associação de Preservação Ferroviária, demos nossa contribuição para a limpeza da Estação da NOB, que nos dias 17 e 18/10 abrigará o II Encontro Histórico Férreo. Ano passado foram cinco mil pessoas e para esse, Ricardo Bagnato (organizador, idealizador e espécie de faz tudo) promete o triplo, com o uso integral da estação, suas duas plataformas e a utilização do túnel, que dá acesso aos dois lados da Gare. Éramos umas quinze pessoas, cada uma numa função, empenhados em deixar aquele espaço preparado para recepcionar o público. Uns recolheram o lixo dos trilhos, taparam buracos, rastelaram tudo, o DAE veio com seu caminhão pipa e a NP Service, com uma equipe completa de limpeza para deixar os túneis brilhando. Eu e Bagnato com uma vassourinha nas mãos, esfregando a sujeira das pombas. O presidente da associação, João Donda, com uma tinta igual a das paredes, cobria as pixações com esmero. Carrinhos cheios com lixo passavam diante de todos e até um carro prancha foi deslocado pela força dos braços dos presentes, posicionando-o bem defronte o hall de entrada. O secretário Nico Mondelli, um que pega no pesado, marcou presença e ficou encarregado de resolver os detalhes extras. Semana intensa, para que tudo fique um brinco. Se depender dessa aguerrida turma e pelo amor dedicado à causa ferroviária, vai tudo dar muito certo. E dará.
2. Almocei e passei boa parte da tarde com gente ligada ao samba de verdade, no I Encontro dos Brahmeiros de Bauru, lá na Hípica. Feijoada de primeira, sob coordenação do baiano Arquimedes e da esposa Ana (realizadores do evento). Todos de camiseta vermelha, caneca nas mãos e comida à vontade, além de três grupos de samba no palco. Assisti a dois, o Quintal do Brás (cada dia melhor, dei meu abraço no Borracha e em todos – sou fã deles) e o do João Paulo Ulpiano (aproveitem, pois esse ganha a estrada rapidinho), com muito samba-rock. Desses dois, só aplausos, pois não tocaram um pagode sequer e a pista esteve cheia o tempo todo (arrisquei uns discretos passinhos com a Zezé), provando que samba de qualidade atrai gente aos borbotões. Não agüentei ficar para o último show do dia, com o Grupo Elite, do amigo Sílvio (bebida e comida em excesso cansam), mas sei que o bom clima perdurou até o fim. Sentei ao lado da Cléo e do Cacá (Cléo Malharia), da amiga de todas as horas, Maria José Ursolini, a Zezé e do novíssimo casal, Ademir Elias e Denise. A outra Denise, a Amaral, encantou a todos, dançando à nossa frente e numa canja, atacando de Ivone Lara e Mart’nália. Um ônibus veio lotado de São Paulo, com gente da Vai-Vai e animaram a pista, com uma disposição de causar inveja. Como é bom ir revendo pessoas queridas, como o Brás (o que dá nome ao grupo do Quintal). Sai de lá contrariado, pois havia marcado compromisso de levar o filho ao cinema e precisaria de um tempo de recuperação (balão de oxigênio em ação) para conseguir o intento. Muita calma nessa hora.
3. Cine’n Fun, 21h30, após andanças com o filho, sentamos para assistir o novo filme do Tarantino, “Bastardos Inglórios”. Li coisas escabrosas sobre o filme, mas quem vai assistir Tarantino sabe muito bem o que irá encontrar e indo, não deve se assustar com nada, tudo faz parte do script. Gaiatos existem, mas são poucos. Ri muito com a paródia feita sobre um atentado a matar Hitler e todo seu staff dentro de um cinema da periferia de Paris e com um Brad Pitt imitando um italiano queixudo (igualzinho a mim), com um sotaque macarrônico. Filme com sangue, mas para rir. Foi o que fizemos, eu e o filho. Porém, num certo momento, viro para ele e digo: “Americanos são foda, você sabe que não foram eles a vencerem os nazistas, não?”. Ele como bom estudante de História, não me surpreende: “Foram os russos”. Inevitável lembrar de uma recente entrevista do agora adoentado Niemeyer, quando entre outras coisas disse: “Os americanos entraram na guerra só no fim, com pouco mais de 200 mil soldados, enquanto que a Rússia colocou o que tinha de melhor na guerra, mais de 2 milhões de bravos soldados, que praticamente resolveram a questão. Isso não pode e não deve ser esquecido nunca”. Deixando pelos americanos, que já ficaram com ou louros, reescrevem a história, omitindo até a participação russa, como se tudo foi feito só por eles. Atenção nesses detalhes é sempre muito importante.
Um comentário:
Amigo Henrique,
Antigamente, quando eu ainda recebia exemplares do jornal "O Alfinete", editado na cidade de Pirajui, acompanhava sempre com muita atenção os artigos muito bem redigidos que você lá publicava.
De algum tempo para cá estou tendo o prazer de acompanhar suas escritas neste bem elaborado blog, mostrando o dinamismo que você possui e que deveria ter uma continuidade na vida publica pois imagino conhecer sua índole e sua vontade de contribuir, principalmente com a cultura de nossa população. Fico torcendo para que isso aconteça e, nesse caso, você sabe, poderá contar com meu humilde apoio.
Para finalizar tenho que agradecer as palavras que você, sempre que aparece a oportunidade, dedica à nossa árdua luta no sentido de viabilizar a tão sonhada rádio comunitária.
Parabéns pelos textos devoráveis" e muito obrigado pela amizade dedicada!
José Esmeraldi
www.twitter.com/galenafm
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