SEXTA FEIRA É DIA DE MÚSICA NA ESTRADA E DESABAFOS...
Viajo cedo e vou pelas estradas embalado por uma música das mais emocionantes, RAZÓN DE VIVIR, de Victor Heredia, interpretação do trio de ferro argentino, Mercedes Sosa, León Gieco e Victor Heredia, do CD “Argentina quiere cantar!”. Vejam o que encontrei no Youtube: http://es.netlog.com/go/explore/videos/videoid=es-3263542 . Ando cada vez mais latino e gastei o CD na ida. Estou decidido a fazer um curso de espanhol, para entender e conhecer melhor essa nossa latinidade. Essa música é de chorar e nos faz pensar um bocado...
1. Como sai cedo, fui escutando nossas rádios, nos seus noticiários matutinos. Muita incoerência e pouca coisa de aproveitável/honesto sobre a invasão do MST em Borebi, em algo que tomou proporção nacional. Não espere de mim um ataque brutal ao MST. Não apunhalo facilmente esse movimento, pois os considero únicos e imprencindíveis. O fato é que a empresa dita como proprietária da tal fazenda, parece não o ser de fato e de direito. A versão do MST, que precisa ser conferida é a de que invadiram terras griladas, de propriedade pública, da União, com pendência judicial. Quem se estabelece em cima de terras griladas é tão violento quanto quem pinta e borda numa ocupação. Esse lado da questão precisa ser levado em consideração. Esperar isso de nossa mídia é muito, não? Espetaculizar o MST faz parte de uma orquestração que não é de hoje. Critiquemos os excessos e também a Cutrale, que está em terra que não lhe pertence.
2. Semana de muita correria, mas na quarta fui me divertir no SESC, num show de blues, com o gaitista americano da Philadélfia, STEVE GUYGER, acompanhado de dois músicos brasileiros, também muito bons. Foi uma noite para por pra fora a urucubaca e ficar ao lado de gente amiga. O SESC está tornando-se ponto de encontro de gente que gosta de música de bom gosto e disso não estou mais abrindo mão. Querem saber a lista dos que lá reencontrei? Primeiro o João Albiero, que veio de Palmas e foi dar uma recarregada por lá. “Não agüento mais falar em dupla de Goiás. Em Palmas só dá isso...”, desabafa. Vinagre e Zezé Ursolini me fizeram companhia, hora com ele (não arredou pé do balcão das geladas), hora com ela (sentada no chão, bem defronte o palco). Guto Guedes (do http://www.caldeiraopoetico.blogspot.com/), sempre junto da nossa psicóloga de plantão, a Rose Barrenha e dessa vez, do Reginaldo Furtado, com um visual motoqueiro, estilo ‘Selvagem da Motocicleta’ e do Nilton, o porteiro do Armazém Bar. Com gente assim, varo a noite, mas não o fiz, pois na quinta acordei com as galinhas (cedo demais, não me compreendam mal). Do show, todos saíram com aquele gostinho de quero mais. Isso é boêmia na sua essência. Ninguém dessa turma é baladeiro, pois isso não existe para nós.
3. Não posso deixar de citar nesse meu retorno a Novo Horizonte, o reencontro com seu JOÃO VAZ, personagem do último Memória Oral aqui publicado. A Andréia, lá da Cultura local já havia levado a ele o texto e quando me viu abriu um sorriso, que ganhei não só o dia, como o ano todo. Foi me mostrando mais coisas, como caixas e caixas com coleções de selos e além de já ter sido Costureiro, Marceneiro, Encadernador, Chaveiro, Lojista, fico sabendo de mais uma, foi também criador de máquinas para apiários, onde criou peças para ampliar captação de mel. Ver seus esboços é a confirmação que tive de que, se a Prefeitura não fizer nada para manter o acervo desse senhor, algo necessita ser feito, com uma urgência mais do que danada, para manter aquilo tudo num local seguro, onde lhe valorizem as peças que guardou ao longo do tempo. Vou cutucar bastante a Andréia e o jornalista Talles Freitas, que almoçaram comigo, para movimentarem os graúdos em prol da preservação do rico acervo do espevitado velhinho. Agora sou mais do que amigo dele, passo a ser um defensor e batalhador dos seus interesses. Esse reencontro foi arretado de bom. Já marcamos novo reencontro para a próxima semana.
Volto ao dia de hoje e o que ouvi na estrada, dessa vez na viagem de volta e com o dia começando a escurecer. Adoro ALTAY VELOSO, um moço que compõem como ninguém, lá de Nova Iguaçu RJ. Gastei seu CD e a mais ouvida foi APESAR DE CIGANO, do CD “Nascido em 22 de Abril”. No Youtube não encontrei com ele, mas com “Freddy Simões e Banda”. Se o som deixa a desejar, sintam o clima da letra: http://www.topmusicas.net/videos/altay-veloso/apesar-de-cigano.htm . Músicas assim me tocam profundamente. E viva os que resistem, os que navegam contra a maré, os que não abrem mãos de suas convicções e os que ainda conseguem se opor aos poderosos. Deixa eu dormir minha gente, amanhã tem mais.
Viajo cedo e vou pelas estradas embalado por uma música das mais emocionantes, RAZÓN DE VIVIR, de Victor Heredia, interpretação do trio de ferro argentino, Mercedes Sosa, León Gieco e Victor Heredia, do CD “Argentina quiere cantar!”. Vejam o que encontrei no Youtube: http://es.netlog.com/go/explore/videos/videoid=es-3263542 . Ando cada vez mais latino e gastei o CD na ida. Estou decidido a fazer um curso de espanhol, para entender e conhecer melhor essa nossa latinidade. Essa música é de chorar e nos faz pensar um bocado...
1. Como sai cedo, fui escutando nossas rádios, nos seus noticiários matutinos. Muita incoerência e pouca coisa de aproveitável/honesto sobre a invasão do MST em Borebi, em algo que tomou proporção nacional. Não espere de mim um ataque brutal ao MST. Não apunhalo facilmente esse movimento, pois os considero únicos e imprencindíveis. O fato é que a empresa dita como proprietária da tal fazenda, parece não o ser de fato e de direito. A versão do MST, que precisa ser conferida é a de que invadiram terras griladas, de propriedade pública, da União, com pendência judicial. Quem se estabelece em cima de terras griladas é tão violento quanto quem pinta e borda numa ocupação. Esse lado da questão precisa ser levado em consideração. Esperar isso de nossa mídia é muito, não? Espetaculizar o MST faz parte de uma orquestração que não é de hoje. Critiquemos os excessos e também a Cutrale, que está em terra que não lhe pertence.
2. Semana de muita correria, mas na quarta fui me divertir no SESC, num show de blues, com o gaitista americano da Philadélfia, STEVE GUYGER, acompanhado de dois músicos brasileiros, também muito bons. Foi uma noite para por pra fora a urucubaca e ficar ao lado de gente amiga. O SESC está tornando-se ponto de encontro de gente que gosta de música de bom gosto e disso não estou mais abrindo mão. Querem saber a lista dos que lá reencontrei? Primeiro o João Albiero, que veio de Palmas e foi dar uma recarregada por lá. “Não agüento mais falar em dupla de Goiás. Em Palmas só dá isso...”, desabafa. Vinagre e Zezé Ursolini me fizeram companhia, hora com ele (não arredou pé do balcão das geladas), hora com ela (sentada no chão, bem defronte o palco). Guto Guedes (do http://www.caldeiraopoetico.blogspot.com/), sempre junto da nossa psicóloga de plantão, a Rose Barrenha e dessa vez, do Reginaldo Furtado, com um visual motoqueiro, estilo ‘Selvagem da Motocicleta’ e do Nilton, o porteiro do Armazém Bar. Com gente assim, varo a noite, mas não o fiz, pois na quinta acordei com as galinhas (cedo demais, não me compreendam mal). Do show, todos saíram com aquele gostinho de quero mais. Isso é boêmia na sua essência. Ninguém dessa turma é baladeiro, pois isso não existe para nós.
3. Não posso deixar de citar nesse meu retorno a Novo Horizonte, o reencontro com seu JOÃO VAZ, personagem do último Memória Oral aqui publicado. A Andréia, lá da Cultura local já havia levado a ele o texto e quando me viu abriu um sorriso, que ganhei não só o dia, como o ano todo. Foi me mostrando mais coisas, como caixas e caixas com coleções de selos e além de já ter sido Costureiro, Marceneiro, Encadernador, Chaveiro, Lojista, fico sabendo de mais uma, foi também criador de máquinas para apiários, onde criou peças para ampliar captação de mel. Ver seus esboços é a confirmação que tive de que, se a Prefeitura não fizer nada para manter o acervo desse senhor, algo necessita ser feito, com uma urgência mais do que danada, para manter aquilo tudo num local seguro, onde lhe valorizem as peças que guardou ao longo do tempo. Vou cutucar bastante a Andréia e o jornalista Talles Freitas, que almoçaram comigo, para movimentarem os graúdos em prol da preservação do rico acervo do espevitado velhinho. Agora sou mais do que amigo dele, passo a ser um defensor e batalhador dos seus interesses. Esse reencontro foi arretado de bom. Já marcamos novo reencontro para a próxima semana.
Volto ao dia de hoje e o que ouvi na estrada, dessa vez na viagem de volta e com o dia começando a escurecer. Adoro ALTAY VELOSO, um moço que compõem como ninguém, lá de Nova Iguaçu RJ. Gastei seu CD e a mais ouvida foi APESAR DE CIGANO, do CD “Nascido em 22 de Abril”. No Youtube não encontrei com ele, mas com “Freddy Simões e Banda”. Se o som deixa a desejar, sintam o clima da letra: http://www.topmusicas.net/videos/altay-veloso/apesar-de-cigano.htm . Músicas assim me tocam profundamente. E viva os que resistem, os que navegam contra a maré, os que não abrem mãos de suas convicções e os que ainda conseguem se opor aos poderosos. Deixa eu dormir minha gente, amanhã tem mais.
4 comentários:
Henrique
Diante do que ublicou sobre o MST, acho legal todos lerem esse texto das explicações do outro lado:
Diante dos últimos episódios que envolvem o MST e vêm repercutindo na mídia, a direção nacional do MST vem a público se pronunciar.
1. A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. O resultado do Censo de 2006, divulgado na semana passada, revelou que o Brasil é o país com a maior concentração da propriedade da terra do mundo. Menos de 15 mil latifundiários detêm fazendas acima de 2,5 mil hectares e possuem 98 milhões de hectares. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras.
2. Há uma lei de Reforma Agrária para corrigir essa distorção histórica. No entanto, as leis a favor do povo somente funcionam com pressão popular. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988.
A Constituição Federal estabelece que devem ser desapropriadas propriedades que estão abaixo da produtividade, não respeitam o ambiente, não respeitam os direitos trabalhistas e são usadas para contrabando ou cultivo de drogas.
3. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas, como acontece, por exemplo, no Pontal do Paranapanema e em Iaras (empresa Cutrale), no Pará (Banco Opportunity) e no sul da Bahia (Veracel/Stora Enso). São áreas que pertencem à União e estão indevidamente apropriadas por grandes empresas, enquanto se alega que há falta de terras para assentar trabalhadores rurais sem terras.
4. Os inimigos da Reforma Agrária querem transformar os episódios que aconteceram na fazenda grilada pela Cutrale para criminalizar o MST, os movimentos sociais, impedir a Reforma Agrária e proteger os interesses do agronegócio e dos que controlam a terra.
)
5. Somos contra a violência. Sabemos que a violência é a arma utilizada sempre pelos opressores para manter seus privilégios. E, principalmente, temos o maior respeito às famílias dos trabalhadores das grandes fazendas quando fazemos as ocupações. Os trabalhadores rurais são vítimas da violência. Nos últimos anos, já foram assassinados mais de 1,6 mil companheiros e companheiras, e apenas 80 assassinos e mandantes chegaram aos tribunais. São raros aqueles que tiveram alguma punição, reinando a impunidade, como no caso do Massacre de Eldorado de Carajás.
6. As famílias acampadas recorreram à ação na Cutrale como última alternativa para chamar a atenção da sociedade para o absurdo fato de que umas das maiores empresas da agricultura - que controla 30% de todo suco de laranja no mundo - se dedique a grilar terras. Já havíamos ocupado a área diversas vezes nos últimos 10 anos, e a população não tinha conhecimento desse crime cometido pela Cutrale.
7. Nós lamentamos muito quando acontecem desvios de conduta em ocupações, que não representam a linha do movimento. Em geral, eles têm acontecido por causa da infiltração dos inimigos da Reforma Agrária, seja dos latifundiários ou da policia.
8. Os companheiros e companheiras do MST de São Paulo reafirmam que não houve depredação nem furto por parte das famílias que ocuparam a fazenda da Cutrale. Quando as famílias saíram da fazenda, não havia ambiente de depredações, como foi apresentado na mídia. Representantes das famílias que fizeram a ocupação foram impedidos de acompanhar a entrada dos funcionários da fazenda e da PM, após a saída da área. O que aconteceu desde a saída das famílias e a entrada da imprensa na fazenda deve ser investigado.
9. Há uma clara articulação entre os latifundiários, setores conservadores do Poder Judiciário, serviços de inteligência, parlamentares ruralistas e setores reacionários da imprensa brasileira para atacar o MST e a Reforma Agrária. Não admitem o direito dos pobres se organizarem e lutarem.
Em períodos eleitorais, essas articulações ganham mais força política, como parte das táticas da direita para impedir as ações do governo a favor da Reforma Agrária e "enquadrar" as candidaturas dentro dos seus interesses de classe.
10. O MST luta há mais de 25 anos pela implantação de uma Reforma Agrária popular e verdadeira. Obtivemos muitas vitórias: mais de 500 mil famílias de trabalhadores pobres do campo foram assentados. Estamos acostumados a enfrentar as manipulações dos latifundiários e de seus representantes na imprensa.
À sociedade, pedimos que não nos julgue pela versão apresentada pela mídia. No Brasil, há um histórico de ruptura com a verdade e com a ética pela grande mídia, para manipular os fatos, prejudicar os trabalhadores e suas lutas e defender os interesses dos poderosos.
Apesar de todas as dificuldades, de nossos erros e acertos e, principalmente, das artimanhas da burguesia, a sociedade brasileira sabe que sem a Reforma Agrária será impossível corrigir as injustiças sociais e as desigualdades no campo. De nossa parte, temos o compromisso de seguir organizando os pobres do campo e fazendo mobilizações e lutas pela realização dos direitos do povo à terra, educação e dignidade.
São Paulo, 9 de outubro de 2009
DIREÇÃO NACIONAL DO MST
do seu amigo carioca Pascoal Macariello
Essa carta saiu publicada hoje no Jornal da Ciadade e achei bastante pertinente com o tema da invasão em Borebi. Reflexões para todos os gostos. PAULO LIMA
Ações legítimas
No Brasil, a maior parte das terras pertence a poucos proprietários. De acordo com o IBGE, 20% da área são de 89% de proprietários, 34% são de l0% de proprietários e 46% da área de l% de proprietários. Do total, 46% da área nas mãos de l% de proprietários siguinifica que suas propriedades tem acima de mil hectares. Um hectare corresponde a l0 mil metros quadrados, um pouco mais que dois campos de futebol. Segundo estudiosos que analisam o problema da terra e da agricultura, a concentração da propriedade rural em poucas mãos dificulta o aumento da produção de alimentos para o consumo interno, pois a maior parte deles é produzida em pequenas e médias propriedades.
Na região de Borebi existe cerca de 60 mil hectares de terras da união, a Fazenda Cutrale é fruto da ação de grileiros, aqueles que invadem a terra de posseiros, que através de capangas toman posse da terra. Portanto, se as terras da Fazenda Cutrale são da União, elas pertencem ao povo brasileiro. Parabéns aos sem-terra, continuem firmes na luta, mesmo porque as crianças pobres brasileiras não tomam suco concentrado de laranja nas refeições e muitos não tem sequer um prato de arroz e feijão. Nada justifica a danificação do patrimônio, mas as ações do MST são legítimas e com certeza têm o apoio da maioria do povo brasileiro. "Sea terra é de Deus e Deus é de todos, terra pertence a todos".
Leonam Loureiro da Silva - professor
Refiticando...
www.caldeiraopoeticogutoguedes.blogspot.com
abraços e belo blog...vamos sentar essa semana e ver a possibilidade do jornalzinho cultural...já tenho algumas pessoas que escrevem grátis....
GUTO GUEDES
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