quinta-feira, 27 de maio de 2010

BAURU POR AÍ (39)

TRÊS COISAS SOBRE O JORNALISMO DA TERRINHA
1. Essa aconteceu aqui no blog. A assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Cultura, Vera Lucia Andrade Mazzoni postou um Comentário no texto sobre o caso ocorrido no show do Ultraje a Rigor. Nele havia assumido toda a culpa pelo ocorrido, afirmando ter sido só dela a idéia de instigar Roger, o vocalista do grupo a chamar o prefeito ao microfone no final do show. Dias depois, talvez seguindo orientação superior o texto foi retirado do blog. Como foi feito com identificação do remetente, pode ser retirado por este (só ela e eu poderíamos fazer isso). Ela o fez. E o texto saiu do ar. O tenho guardado aqui pata evitar aborrecimentos, em caso de instigamentos outros, do contrário, respeito a vontade da mesma e não o publico novamente. A explicação se faz necessária, primeiro em resposta a todos que o leram e hoje não mais o encontram postado. Segundo, demonstra a atitude de um segmento jornalístico hoje em dia, que prefiro não comentar. Tirem suas conclusões.

2. Bauru possui dois jornais e em ambos, cadernos exclusivamente para a Cultura, ou seja, o tema está sendo exposto à exaustão. E em ambos, todas as manifestações culturais deveriam merecer um destaque igualitário, ou seja, guardadas as devidas proporções, o que não deve ocorrer é algum evento ser menosprezado, ou tratado com desdém. Escrevo isso, pois noto em ambos os cadernos algo singular, existe um lugar em Bauru tratado sem a devida atenção. Mas como? Explico. Estive por duas vezes seguidas nesta semana no Templo Bar. Assisti dois belíssimos shows, no primeiro, terça (aqui já comentado), um com Arismar do Espírito Santo e no segundo, quarta, um com Levi Ramiro (junto de Norba). Em ambos uma constatação, primorosos, podendo atrair bons públicos e promovendo algo cada vez mais raro no empresariado local, a execução de uma cultura, verdadeira e autêntica, com um bom gosto de babar. Babei na terça e na quarta. Pego os dois cadernos culturais, de terça e quarta dos dois jornais e por lá, nada. Num deles, uma mera linha informativa. O que acontece com o Templo e os cadernos culturais da cidade? Fernando, o proprietário do Templo, instigado sobre o assunto me diz: “Acho que não gostam de mim”. Isso até pode ser verdade, mas o que produz é da mais alta qualidade e merecedor de divulgação de página até inteira. Fica o registro e o questionamento provocador.

3. Ouvia diariamente o “Plantão das Seis”, jornalismo da rádio Auri-Verde, 18h. Deixei de fazê-lo pelo texto tendencioso lá encontrado, críticas a Lula de forma até preconceituosa, demonstrando algo mais do que claro, escolheram um lado e o enaltecem, vendo todos os males do mundo no outro. Cai fora. Passei a escutar o jornalismo da Unesp Fm (www.radio.unesp.br), 18h30. Achava que encontraria algo valioso por ali. Pelo contrário. Presencio algo ainda mais perigoso. O que ouço ali é um jornalismo a enfatizar o posicionamento da nova direita brasileira, contra todos os movimentos sociais, presidentes latino-americanos e a favor do lado predatório do país, o de sua elite dominante. Não que quisesse encontrar um jornalismo de esquerda por lá. Algo dentro da verdade factual, sim. É o mínimo. Um exemplo do que ouvi essa semana: a reprodução do pensamento de um grupo perigosíssimo, o Endireita Brasil (http://www.endireitabrasil.com.br/ ). Abram o site e vejam como pensa e age esse pessoal que a Unesp FM faz questão de divulgar. Essa é a linha de pensamento da rádio Unesp FM? Desculpe os amigos e conhecidos que lá tenho, como Vagner Silvestre, Pedro Norberto, Wellington Leite, Eneide Bérgamo, Mário Moraes e Fábio Fleury, entre outros. São funcionários e credito a linha perigosa e mais do que tendenciosa, a sua direção, hoje sob o tacão de Liene Castro (peço algo simples: busquem exemplo em Maria Dalva, a grande dama do rádio bauruense). Esperava encontrar isso em outras rádios, nunca na rádio pública estadual. E o que vem a ser isso? Sinal dos tempos, o apocalipse chegou, estamos todos num mato sem cachorro ou dizer simplesmente a verdade já não é mais mesmo possível. Pior impossível, desalento total. Vou escutar o que agora nos meus fins de tarde? Escrevi isso agora, pois amanhã, 28/05, eles comemoram 19 anos e fui convidado para assistir ao vivo, 17h, no pátio da rádio uma apresentação de um Trio de Violões. Irei mais em respeito a tudo o que essa rádio já me proporcionou de bom. Já não faço mais questão de indicá-la, pois nem ouvinte sei se sou mais. Mas posso voltar a sê-lo, basta reencontrar o caminho da verdade factual dos fatos.

Seria eu um chato, estaria vendo coisas, alucinações mentais ou isso tudo está mesmo a acontecer. Será que um Lexotan resolveria meu problema?

13 comentários:

Cristina Camargo disse...

Só um protesto. Jornalistas não gostam do Templo? Como assim? É um dos lugares que os jornalistas mais frequentam...

Camila Turtelli disse...

Querido Henrique,

Eu adoro o Fernando e a Sônia, só que o problema é que eu quase nunca fico sabendo o que está rolando no bar.
Não é sempre que o Sérgio manda emails com a programação e quando o faz nem sempre é com a antecedência necessária (dois dias antes já seria ótimo).
Os dois shows que você cita, por exemplo, eu não fiquei nem sabendo. O Templo não tem site, nem comunidade (no Orkut, por exemplo) com a programação.
Também não é toda semana que eu vou lá para conversar com o pessoal e ficar por dentro do que está acontecendo.

Mafuá do HPA disse...

caras Cristina e Camila:
Que existe uma falha, ela é latente. Se for de quem divulga os eventos para a mídia, que algo ocorra rapidamente sanando isso. Isso que a Camila diz, que nem ficou sabendo, concordo, pois recebi um email com release do show do Arismar, fui e só tomei conhecimento do do Levi, acidentalmente, quando voltei ontem para levar um amigo de fora que queria rever o Fernando. Vimos o Levi por lá e ficamos. Vocês fazem a parte de vocês, sei disso.
O fernando precisa também melhorar sua forma de distribuição dos releases.
Espero que o pessoal do JC ao menos leia esse texto.
Um abracito às duas e até lá, no balcão do Templo.

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

Nenhuma surpresa nisso Henrique. Estamos cansados de saber nas mãos de quem estão os grandes meios de comunicação. Um lixo de informação. Na imprensa tá cheio de gente que se veste de pacheco e fica jogando confete para os poderosos.
E sobre cadernos culturais, tem isso nesses jornais????

Marcos Paulo
Comunismo em Ação

Anônimo disse...

SOU UNESPIANA DE QUATRO COSTADOS E NUNCA VI A SITUAÇÃO TÃO FEIA E CRÍTICA COMO AGORA. OS CASOS DE EXPURGO DO PASSADO SÃO FICHINHAS PERTO DO CASO DE DISTORÇÃO DA NOTÍCIA. POR AQUI O QUE VALE É O PENSAMENTO DO GRUPO DO PODER. O OUVINTE PADECE POR CAUSA DE BIRRAS, BEICINHOS, CARINHAS EMBURRADAS E ATÉ UMA IMPOSIÇÃO AO VELHO E DETESTÁVEL ESPÍRITO REMANESCENTE DO PERÍODO DITATORIAL. CUTUCAR É SAUDÁVEL.

PEREIRA

Anônimo disse...

caro Henrique, estive a frente das produções do Templo por muito tempo, e sempre tivemos um bom respaldo por parte da imprensa, talvez o que esteja faltando para o Templo seja produção, nas inumeras apresentações do Arismar no Templo ele sempre tocou ao vivo na rádio Unesp e tenho materias ótimas sobre os show que realizou. Quando apresentamos o show Opinião no Templo tivemos toda a cobertura, mas trabalhamos para isso, chamamos uma fotografa profissional para produzir as fotso e encaminhar para os jornais, fizemos uma maratona de entrevistas pelas rádios e fomos muito bem recebidos, então, creio eu, que falta produção.
ps. estou no aguardo do orçamento...
abraço

sivaldo disse...

esqueçi de me identintificar no comentário acima

Anônimo disse...

Em relação a Rádio Unesp. Se fosse rádio particular, faríamos a cr´tica, mas o dono mesmo sendo uma conseção acab fazendo o uso que quizer. Já no caso da pública, é nosso dinheiro. Temos sim que ficar batendo para que sejam imparciais e não puxem a brasa para o governo atual, no caso o estadual. Algo difícil, mas é a função de quem está do lado de fora. Jornalismo chapa branca é coisa repugnante. E direitoso pior ainda.

Paulo Lima

Anônimo disse...

Henrique

Acompanho, como você, o trabalho das rádios bauruenses e me entristece como todas elas já não buscam mais a produção da notícia, sendo meras reprodutoras de algo trazido de agência de notícias variadas. Tudo está sendo feito de bastidor, sem que se tire a bunda da cadeira. Um comodismo que cresce a olhos vistos. Na verdade, uma vergonha.

Vindo do setor público, mais preocupante ainda, pois confirma aquilo que ouvimos muito por aí, de que nada fazem mesmo, vieram para ganhar o seu, sem compromissos mais sérios. Não querem saber de ralar, de esquentar a moringa. Faz muito tempo que não vejo nada nessas rádios de ida a campo em busca de notícia.

Mais preocupante que tudo isso é quando fazem de seus noticiários a reprodução de algo tendencioso, com caráter a fundamentar o que pensa um grupo político, um segmento, talvez o do poder. No caso paulista isso acontece sempre, principalmente dentro da universidade pública, onde quem chega ao poder, quer ser mais realista que o rei, mesmo não recebendo orientação nesse sentido. Denúncias como a que você fez são mais do que necessárias, pois se existe uma conotação de direita no que você ouve é o fim da picada.

Estou nessa luta contigo e senti o mesmo problema.

Carlos de Paula

Anônimo disse...

me responda uma coisa senhor, o seu blog é imparcial?

Mafuá do HPA disse...

Caro Anônimo a me questionar sobre imparcialidade

Respondo:

Acredito que sim, me responda onde não o seria?

As opiniões, mesmo as divergentes da minha linha de pensamento são totalmente liberadas, permitidas, toleradas e a única coisa que acontece é uma discussão, um debate sobre o assunto.

Henrique - direto do mafuá

Anônimo disse...

é muito chato mesmo - por vezes incômodo, se não fosse por ideologia e paixão, dedicar-se mesmo a responder a noite, de madrugada, nos finais de semana, a qualquer tempo e hora, a este tipo de questionamento sobre - imparcialidade - que neste blog fica clara - na minha PARCIAL opinião - e, sobretudo a respeito de liberdade de expressão (tão pouco praticada neste país). é óbvio o empenho para propor possibilidades públicas DIÁRIAS - utilizando este instrumento por opção - de debates a respeito de questões pertinentes a bauru (foco principal, dentre outras. anônimos poderiam, a propósito, refletir um pouco sobre o que as informações disponíveis neste espaço e em qualquer outro, sendo, tavez, um pouquinho mais educados e respeitosos. ana bia andrade

Anônimo disse...

Henrique
Posto dois comentários hoje no seu blog. O primeiro fiz sobre o vereador Mantovani querendo criar o Dia do Astronauta Brasileiro e este para comentar algo citado por ti, quando falava dos cadernos culturais dos dois jornais.

É disso que quero falar. Leio os dois e nos de hoje, quando acabo de folhear os dois, tenho que concordar que algo anda errado.
Hoje ocorre o lançamento no SESC de um Festival de Cinema e no Templo, show e uma exposição. O Bom Dia que possui muito menos espaço que o Jornal da Cidade cita ambos em matérias distintas. O JC dá uma pequena notinha sobre o show e exposição no Templo, de três linhas e nada sobre os filmes no SESC. Fala de outra exposição, que o Bom Dia não fala, a da Viviane Mendes. O mesmo JC reproduz longos textos sobre Ney Matogrosso no Fashion Rio, Evento com Caetano Veloso e repercussão lançamento do novo filme Sex And the City. O que será que anda acontecendo com o pessoal do JC para estarem desantenados? Não acredito ser algo intencional. Orecisam falar mais de Bauru.

Alvarenga