CARTAS (87)
OLHO CLÍNICO É O “APARTHEID” DO POLICIAL – publicado na Tribuna do Leitor, Jornal da Cidade, Bauru SP, edição de hoje, 21/06/2012.
Parado num “Comando” da Polícia Militar, nas cercanias do Shopping Center na última sexta, 15/06 por estar com a documentação do veículo conduzido por mim vencida há um ano, algo creditado como irrefutável para ter o mesmo guinchado, bastou-me permanecer no local a observar o trabalho policial até a remoção do meu meio de locomoção. Nesse período, aproximadamente 20 minutos, algo a comentar e o fiz para o policial que me entregou a documentação da multa e do guincho. “Vocês só abordam carros velhos?”, disse. Causei espanto. Não para mim. Outros entraram na conversa, não me convenceram e a nítida constatação, demonstra certa previsibilidade, junto a certo grau de preconceito embutido na ação. Feita a olho clínico por um deles, plantado no início da blitz, o critério “principal” é o de apartar os veículos que na sua visão devem se enquadrar nas suas estatísticas como tendo a maior probabilidade de apresentarem problemas na documentação, consequentemente na conservação do veículo. Muitos passavam incólumes e a maioria destes, com absoluta certeza, eram veículos mais novos, os do tipo “zero km”.
O espírito predominante me deu a impressão de uma máquina registradora. Se existe o “olho clínico” do lado de lá, existe também do lado de cá. Quem toca a vida com dificuldade, tem sempre seus problemas ampliados e em alguns casos, quem patrocina a “fiscalização” é também alguém na mesma condição, só que, naquele momento investido de “autoridade”. O policial raso é tão explorado, como a grande maioria dos que tiveram problemas naquela noite. Só que ele, investido desse poder (acatando ordens superiores, claro), reproduz a exclusão, pois aborda uns e deixa de fazê-lo com outros. Não tentem me provar o contrário, pois tudo o que virá é conversa fiada.
Parado num “Comando” da Polícia Militar, nas cercanias do Shopping Center na última sexta, 15/06 por estar com a documentação do veículo conduzido por mim vencida há um ano, algo creditado como irrefutável para ter o mesmo guinchado, bastou-me permanecer no local a observar o trabalho policial até a remoção do meu meio de locomoção. Nesse período, aproximadamente 20 minutos, algo a comentar e o fiz para o policial que me entregou a documentação da multa e do guincho. “Vocês só abordam carros velhos?”, disse. Causei espanto. Não para mim. Outros entraram na conversa, não me convenceram e a nítida constatação, demonstra certa previsibilidade, junto a certo grau de preconceito embutido na ação. Feita a olho clínico por um deles, plantado no início da blitz, o critério “principal” é o de apartar os veículos que na sua visão devem se enquadrar nas suas estatísticas como tendo a maior probabilidade de apresentarem problemas na documentação, consequentemente na conservação do veículo. Muitos passavam incólumes e a maioria destes, com absoluta certeza, eram veículos mais novos, os do tipo “zero km”.
O espírito predominante me deu a impressão de uma máquina registradora. Se existe o “olho clínico” do lado de lá, existe também do lado de cá. Quem toca a vida com dificuldade, tem sempre seus problemas ampliados e em alguns casos, quem patrocina a “fiscalização” é também alguém na mesma condição, só que, naquele momento investido de “autoridade”. O policial raso é tão explorado, como a grande maioria dos que tiveram problemas naquela noite. Só que ele, investido desse poder (acatando ordens superiores, claro), reproduz a exclusão, pois aborda uns e deixa de fazê-lo com outros. Não tentem me provar o contrário, pois tudo o que virá é conversa fiada.
O que quero dizer com tudo isso. Simples. Existe embutido no seio do órgão que faz a fiscalização de nossas ruas, seja no caráter trânsito, violência urbana, abordagens nas ruas, etc, uma premeditação de quem possua o estereótipo “problemas à vista”. É o pobre. Não entendam isso como crítica e sim, constatação (também visual). Algo está errado no nascedouro, nos cueiros educacionais de quem forma o elemento para agir nas ruas, pois lhe embute, talvez até de forma inconsciente, esse “apartheid” social. E o mais abastado é tão ou mais infrator que o menos abastado. Porém, nada a estranhar numa polícia, que todos sabem ser o braço
armado do Estado, pago para defendê-lo e como ele o é o maior propagador da diferenciação de classes, nada mais normal de que um dos órgãos fiscalizadores tenha como linha mestra o mesmo procedimento.
Sempre foi assim, desde os princípios da Polícia Militar. Isso é histórico (muito antes do tempo em que o Dondon jogava no Andaraí) e serve como bom motivo de debate e observação. Querer que a atuação policial atue de forma diferente, com seu leque de visão abrangendo indistintamente todas as camadas sociais é pedir demais dentro da vigência de um Governo excludente e patrocinador da exclusão. Um sendo cabo de transmissão do outro, nada mais justo que um seja a cara do outro. Mudar isso? Como diria uma celebre música, o “problema é o regime”. Isso é inerente ao capitalismo, unha e carne. Finalizo com dois exemplos concretos do que relatei.
armado do Estado, pago para defendê-lo e como ele o é o maior propagador da diferenciação de classes, nada mais normal de que um dos órgãos fiscalizadores tenha como linha mestra o mesmo procedimento.
Sempre foi assim, desde os princípios da Polícia Militar. Isso é histórico (muito antes do tempo em que o Dondon jogava no Andaraí) e serve como bom motivo de debate e observação. Querer que a atuação policial atue de forma diferente, com seu leque de visão abrangendo indistintamente todas as camadas sociais é pedir demais dentro da vigência de um Governo excludente e patrocinador da exclusão. Um sendo cabo de transmissão do outro, nada mais justo que um seja a cara do outro. Mudar isso? Como diria uma celebre música, o “problema é o regime”. Isso é inerente ao capitalismo, unha e carne. Finalizo com dois exemplos concretos do que relatei.
No primeiro uma senhora teve seu velho veículo guinchado essa semana somente pelo fato da placa estar com a tinta apagada, mas dias antes havia sido multada num radar fotográfico. Para a multa é legível, para o “olho clínico” do arrecadador não. Por fim, dias 21 e 22/06 teremos leilão da Ciretran de Bauru e dentre os 1300 veículos arrolados, imagina quantos são novos?
6 comentários:
Boa tarde... PARABÉNS PELO ARTIGO ESCRITO NO JC !
CARLOS CLEBER SANTOS
HENRIQUE
Estava lendo momentos atrás as declarações dos chefes de estado a respeito da Conferência Rio+20 e na sequência vim abrir seu blog. Foi inevitável a comparação de uma fala do presidente da Bolívia, o Evo Morales: "Países ricos consideram a vida um negócio".
Meu caro, não se iluda, tudo aqui dentro do capitalismo é um grande, imenso negócio. O sistema arrecadatório de multa é um negócio. Tudo é um negócio. Vivemos e somos tratados como um negócio. Tudo tem cota, meta a ser cumprida e quando não o fazem, são cobrados pela ineficiência. Coisa mais normal. E o pobre paga muito mais do queo rico, sempre foi assim.
Isso que escreveu é redundância, mas mesmo todo mundo ciente disso, eles te responderão com laudas e laudas. Existe justificativa para tudo.
Já tiraste o carro do pátio? Boa sorte.
André Ramos
meus caros e caras:
Hoje, domingo, 24/06, na Tribuna do Leitor do JC, uma resposta para minha carta. Reproduzida abaixo para contemplação ampla, geral e irrestrita de todos.
Henrique - direto do Mafuá
O olho clínico do policial
Sr. Henrique Perazzi de Aquino: na Tribuna do leitor de 21/6/12, o senhor usa até uma palavra pouco comum para justificar sua fala (estereótipo). Estava com a documentação de seu veículo há um ano vencida. Foi pego por policiais em um comando de trânsito e criticou-os, chegando ao ponto de perguntar-lhes se só abordavam carros velhos. Para quem não sabe, estereótipo é o mesmo que trivial, procedimento de pessoas que fazem sempre a mesma coisa. Dá a entender que o “policial raso”, como o senhor diz, já está orientado pelos seus superiores para abordarem só veículos velhos. Sua crítica é absurda. Imagine policiais parando todos os carros, sem exceção.
O trânsito viraria uma bagunça generalizada. Indiretamente, mas para o bom entendedor, “meia palavra basta”, pois diz que o “policial raso” também anda com seu veículo particular irregular (e, talvez pela sua ignóbil imaginação), este também não licencia seu carro, vale-se do fato de ser autoridade, como o senhor diz, para agir dessa forma.
Sr. Henrique Perazzi de Aquino: o senhor sempre escreve nesta coluna. É uma pessoa inteligente. Deveria saber que o “policial raso” não é autoridade. É apenas um agente. Ele tem tirocínio (preparação prática feita sob a vigilância de um professor). Esse aprendizado demora um ano. Depois ele fica mais dois anos sob observação. Se serve, fica. Se não, vai ter que procurar outro emprego. É lógico que há exceções, como existem em todas as profissões. O senhor, mesmo que indiretamente, está denegrindo uma corporação de mais de cento e cinquenta anos, principalmente seus oficiais superiores.
Por outro lado, entendo que seu carro já possui mais de vinte anos. Já não paga IPVA. Não seria um pouco de desleixo da sua parte deixá-lo sem licença? Quantos anos ainda ficaria, se não fosse pego pelo comando de trânsito?! Quanto aos dois exemplos, o de uma senhora que teve seu carro guinchado por estar com a placa ilegível, e depois foi multada pelo radar, eu pergunto: qual placa estava ilegível? A traseira ou a dianteira? No segundo exemplo, diz que no pátio da Ciretran só existem carros velhos. Eu pergunto: se o senhor tivesse um carro 2009, 2010 ou 2011, o deixaria lá no pátio para ser leiloado? Não?! Então, meu amigo, deixe este espaço para escrever coisas mais úteis. Sei que tem inteligência para tal. E que isso não se torne motivo para debate ou observação, como o senhor disse nesta coluna. Deixe a polícia trabalhar... e pague seus impostos corretamente, tá bom?!!!
Luiz Carlos Pasquarelo
Saiu hoje no JC:
26/06/12 03:00 - Tribuna do Leitor
Resposta da Polícia Militar
Caro senhor Henrique Perazzi de Aquino. Após a leitura atenta de sua carta ao nosso Jornal da Cidade julguei que, antes de qualquer coisa, o senhor é honesto. Honesto porque logo no início já apontou que estava com a documentação vencida, ou seja, encontrava-se em descumprimento da legalidade. Senhor Perazzi, o policial militar é como o sertanejo, antes de tudo um forte. Eis que oferece como garantia do exercício de sua atividade a própria vida, em juramento solene que muitos vêm a cumprir.
O policial militar, aqui entendido como o elemento pertencente à Corporação, é quem executa a manutenção da Ordem Pública, a prevenção e a repressão imediata dos delitos. Não o faz por acaso, como uma forma de “apartheid”, mas sim com base na lei que lhe assegura a competência para tal. Em razão da competência legal, o policial recebe sua parcela de autoridade. O policial militar, tratado comumente como PM, como autoridade que é, deve entender primordialmente o princípio da obrigatoriedade legal, pelo qual “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Esse é um princípio constitucional e suporta toda legislação dele decorrente.
No desempenho de suas atividades de preservação da Ordem Pública, o que faz por meio do policiamento ostensivo, preventivo e repressivo imediato, a Polícia Militar frequentemente identifica as pessoas nas ruas e locais públicos. Essa identificação das pessoas a pé ou motorizadas deriva do Poder de Polícia que é conferido às Organizações Policiais Militares. Então, temos a discricionariedade de agir, ou seja, escolhemos os veículos em um bloqueio mediante algumas técnicas.
A parada de um veículo deve ser feita pelo policial selecionador com base da visualização dos condutores dos veículos (podem estar dirigindo embriagados), passageiros (podem estar em bancos dianteiros quando a idade não permite) ou até pela reação dos ocupantes (podem ter fundada suspeita de que estejam na prática criminal).
Também outros aspectos da parada estão ligados à infração aparente, ou seja, um farol queimado, uma condução não linear sugerindo embriaguez ou velocidade incompatível sugerindo vontade de fugir à abordagem, dando margem à suspeição de provável descumprimento de lei de trânsito ou penal. Então, não são escolhidos carros por mau estado de conservação, até pelo fato de haver resolução que veda essa prática.
O senhor diz estar convencido de que o “pobre” é o mais visado. Creio que várias pessoas mais abastadas, cujos veículos removemos para os pátios de apreensão, vão agora discordar, pois para lá também foram, por estarem de alguma forma irregulares.
Não posso concordar com o senhor quando coloca a Polícia Militar em defesa de algum tipo de exclusão social, pelo contrário, a Polícia moderna é comunitária, procura identificar os problemas da sociedade e ajuda a solucioná-los, somos seu braço armado. Em outros momentos éramos uma polícia em defesa de instalações, hoje somos uma polícia em defesa dos cidadãos. Agora, não podemos abordá-lo, verificar irregularidades e deixar de tomar as providências legais.
Além do mais, lembre-se daqueles países que vemos na TV onde circulam dezenas e dezenas de veículos na contra-mão de direção, bicicletas, bois, vacas, carroças, carreteiros, cada um indo em uma direção, todos confusos. Certamente, se tivessem a oportunidade de vir para nosso país ficariam pasmos com o grau de conscientização que atingimos. Sobre as placas ilegíveis, imagine o senhor sendo atropelado e alguém dizer à sua família: “Olha, eu tentei anotar as placas do veículo, mas estavam ilegíveis”. Então veja, todas as nossas atitudes são planejadas, normatizadas e executadas dentro de procedimentos operacionais padronizados.
Tenente Coronel Nelson Garcia Filho - Comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar do Interior- Bauru
publicado hoje no JC:
26/06/12 03:00 - Tribuna do Leitor
Meu crime imperdoável
Cometi um crime terrível e boa parte dos motoristas desse mundão já deve ter cometido também. Alguns por falta de dinheiro, outros por esquecimento. O fato é que se esquecer de licenciar seu carro pode gerar um pandemônio. Sem contar o constrangimento, a submissão a um sistema leonino camuflado e o dinheiro que se aplica para resolver a situação. Passei por isso nesta semana e confesso que parecia estar vivendo em um universo paralelo, onde o cidadão é o último que fala e o primeiro que apanha.
Não! Não pretendo justificar meu erro. Errei. Porém, considerar isso um crime?! Não posso submeter-me à lei sem o direto de questioná-la, não seria democrático e, apesar do aperto de mãos entre o “símbolo da pouca-vergonha nacional” e a “ave de rapina”, acredito que o meu país me concede o direito de raciocinar e divergir, mesmo que para ser calado diante de uma caneta carregada com uma dose de poder.
Domingo passado (17/06), meu automóvel foi apreendido no centro de Araraquara. Estava em Jaú, na casa de amigos, e resolvemos nos divertir naquela cidade. Na volta, fomos abordados pela Polícia Militar araraquarense. Dentro dos seus direitos e deveres, recolheu meu carro. Pedi, por favor, à policial que deixasse eu e meus amigos na rodoviária e ela, na intransigência que a farda pode conferir, respondeu: - eu não sou táxi. Fui deixado a pé, de madrugada, a 150 quilômetros de casa, sem eira, nem beira, em um local desconhecido, à mercê da sorte, do azar, de assaltos, de todo o mal que o escuro pode abrigar.
Que tipo de proteção é essa que ela teve por mim? Que tipo de proteção a comunidade pode esperar dela? Que tipo de treinamento recebe? Que tipo de conta ela presta por submeter alguém ao poder do seu distintivo? Nunca senti tanta saudade de Lençóis Paulista. Dos ouvidos, bocas, olhos e mãos que a autoridade lençoense tem para compreender, mais que isso, zelar pela gente.
Caminhamos por um tempo,
encontramos um táxi e voltamos para Jaú (imagine a fábula que pagamos). Anteontem (21/06), munido com o licenciamento, ‘escassas garoupas’ e ‘suadas onças-pintadas’, voltei a Araraquara e precisei ir a três locais distantes: à empresa de guincho, à repartição pública e ao pátio de recolhimento. A surpresa: meu GPS havia sumido, junto aos óculos de sol e outras coisas menores. Claro que esbravejei. Daí perguntaram sobre um tal inventário junto à notificação (não vejo porque tinha obrigação de saber disso, pelo que entendi, isso cabe à polícia). Pediram as notas fiscais, ri da pergunta patética, já que não tenho por hábito carregar minhas notas nos bolsos. Você tem?
Providenciei (via e-mail) os documentos fiscais para espanto do estabelecimento. Fui ressarcido por alguns dos objetos roubados. Ninharia mediante ao montante de dinheiro que deixei nesse planeta de valores invertidos. Novamente, pensei na qualificação daquela mulher que me deixou na rua. Em sua responsabilidade sobre isso. No prejuízo financeiro e psicológico que me causou. No tempo de trabalho que perdi. Nota importante: quando dei por conta do roubo, disquei 190 (o nosso número de segurança), eis que a polícia disse que não poderia comparecer ao local, que me dirigisse à unidade mais próxima. Pergunto-me se ela e todas as autoridades têm consciência que suas ações geram reações em cadeia que prejudicam e humilham aqueles que deveriam ser profissionalmente instruídos, humanamente protegidos e merecidamente respeitados.
Pensamento da semana: Lealdade e Constância me parece um bom lema para o bem da sociedade, basta que seja interpretado, compreendido e aplicado.
Anderson Prado de Lima, diretor da Revista O Comércio, diretor-secretário da Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista, colunista do Jornal Tribuna, membro do Conselho Municipal de Turismo, formado em letras e marketing de varejo
Essa minha resposta ao Pasquarelo, publicada também hoje no mesmo JC:
26/06/12 03:00 - Tribuna do Leitor
O olho clínico do policial
Caro Luiz Carlos Pasquarelo: sua resposta (Tribuna, 24/06) só reforça a discriminação. Afirma que parar todos os carros geraria “bagunça generalizada”. Concordo, mas o que diria de só pararem os velhos? Isso gera o que? Eu vi isso acontecer (20 minutos de olho clínico) e não concordo com o procedimento. Nesse mundo tudo é um grande “negócio” e a multa é só mais um deles. Deixar a polícia trabalhar e aceitar cegamente tudo o que ela faz é uma coisa, acompanhar criticamente tudo o que ela faz é outra. Ninguém deve viver só de elogios. E mais, apoio os atos favoráveis à ação da polícia contra o crime organizado, como as em curso no momento. Quanto a mim e minha situação, fui, sou e serei um “gauche” na vida. Aos 52 não pretendo mais mudar.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista, professor de História e blogueiro - www.mafuadohpa.blogspot.com
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