Mafuá do HPA

DROPS – HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (72)

HISTÓRIAS VIVENCIADAS NAS RUAS DE BAURU

Tudo o que relato aqui ocorreu a partir do sábado passado, 23/06 e são tantas histórias, algumas bem desconexas, mas na junção algum elo, o das possibilidades de quem sai de casa e vivencia o que ocorre nas ruas. Rua é ótimo, muito melhor do que ficar vendo TV. Comecemos pelo começo:

A – Adoro esse negócio de escapulir dos lugares rotineiramente conhecidos e batidos para umas refeições fora de casa. No sábado, 23/06 fui conhecer com meu pai, Ana e Aldo, o PEIXE ASSADO, na vila Giunta, rua Ângelo de Moraes nº 1-69, numa rua que é o acesso entre a Giunta e o cemitério da Independência. Preços honestos, peixes de água doce e salgado, comida saudável e saborosa. Na divisão gastamos todos bem pouco, foi fácil estacionar e o “pacu” estava divinal, de lamber os beiços.

B – Na Feira do Rolo dominical histórias é o que não faltam, uma mais saborosa que a outra. Ver gente, mas muita gente mesmo comprando LPs da Banca do Carioca é para lacrimejar esses cansados olhos. Paulo Henrique Lopes mantém um programa sobre Novelas na TV USC e Carioca lhe passou uma raridade, o LP da novela “Antonio Maria”, com o ator Sérgio Cardoso cantando algumas das músicas da trilha. Custou R$ 5 reais, mas valeria no mínimo umas cinco vezes mais. Do nosso lado o SAMU desdobrou-se para adentrar o local e retirar um senhor que passou mal na aglomeração e com todos abrindo espaço para passagem do pessoal da maca. O filho, HA, 18 anos arrematou uns seis livros pela bagatela de no máximo R$ 15 reais e saiu de lá cheio de felicidade.

C - Circulando pela feira propriamente dita, revejo o Vovô Neymar, alegre vendedor de melancias do cruzamento das ruas Gustavo e Ezequiel, parada
obrigatória em quem queira dar boas risadas na manhã dominical. Cada parada junto dele são histórias e estórias envolvendo suas andanças para cima e para baixo da cidade. É a alegria em pessoa. Na descida revejo um venho músico, morador da rua Beirth, que me mostra a mão toda torta, efeito de reumatismo e outros padecimentos, tudo pelo amor de continuar tocando o instrumento que gosta. Peleja com uma dor, mas diz que parar mesmo só quando bater as botas.

D – Ainda no domingo, agora à noite, no Toa Toa, defronte o Clube da Vovó, altos do Bela Vista, fui com a Ana, Mariza Basso e Kyn Jr ouvir o Alemão da Kananga e fotografar o Gilão, rei do cavaquinho, mas quem faz o maior sucesso é a Preta, uma alegre senhora, que num escrito anterior disse ter uma idade que não tem. Ela exala felicidade e dança que é uma beleza, ou seja, vive intensamente a vida do alto dos seus 60 e pouco. No domingo anterior, ali mesmo, dançando escorregou e trincou os dois pulsos. Voltou nesse, com os dois braços enfaixados, mas não deixou de dançar (e muito) por causa do pequeno problema. Tirou tudo de letra. Preta irradiava uma luz mais do que própria, só sua e encantou a todos.

E – Na terça fui no começo da noite conhecer o projeto do Periferia Legal, lá na fronteira do Beija Flor com o Mary Dota, capitaneado pelo Vanderlei e depois fui abraçar o amigo Manoel Rubira que estava a lançar um livro na galeria do Teatro Municipal em cima de um assunto que não me desperta grande interesse, mas sendo coisa de amigo, lá estive e trouxe a obra com dedicatória para três: eu, Ana e a mana Helena, que já ficou com o livro para ler. “Conexão natural com a vida – Pratica de retorno ao eu verdadeiro” é o título. Rubira já foi revolucionário com outras armas e hoje prefere fazê-lo pela busca do amor e da alegria de viver. Não o desmereço, mas confesso, ainda não consegui entrar nessa. 

F – Nessa passada no espaço do Teatro vimos uma belíssima exposição de fotos, em cima de um tema que é uma grande sacada, TOKYO 24 HORAS, do cinegrafista e fotógrafo Adauto Nascimento, com 24 fotos, uma para cada hora do dia, mostrando situações diferentes, segundo as andanças do autor e com um belo texto junto a cada uma. Criou até um site para a exposição e como o encantamento foi imediato, repaço para que outros tenham o mesmo

 click que tive: www.adautonascimento.wix.com/tokyo24horas.   

G – No mesmo dia, retornando para o descanso corporal, passando pela alameda Octávio Pinheiro Brisola, eu e Ana nos deparamos  sem querer com um novo restaurante aberto, o Bongo, de comida mexicana. Comidas calientes sempre caíram no nosso gosto. Provamos algo de nome estranho, de sabor agradável e bebi um “mujito” a me fazer ter lembranças das mais edificantes de minha estada cubana. Depois disso tudo, desmaiamos e acho que só acordamos agora. O que aconteceu nesse ínterim, tenho uma leve recordação, mas não posso afirmar ser verdade, mentira, ilusão de ótica ou qualquer outro objeto do ilusionismo causado pelo contato direto e reto com as ruas e suas possibilidades.

Me digam e sem pestanejar: O que é melhor, ficar em casa vendo TV ou vivenciar isso tudo?