MEUS TEXTOS NO DOM DIA BAURU (179 e 180)
PANTOMINA COMO FÁBULA – texto publicado no Bom Dia Bauru, edição de 02/06/2012
Gilmar é um menino do mundo do faz de contas. Levado, não tomava jeito. Descaradamente criava invencionices. Na continuidade da sacana artimanha, sua história transformou-se num baluarte contra a mentira. Além de inventá-las, envolvia na trama alguns à sua volta, principalmente os desafetos e os em desacordo com sua desabonadora linha de pensamento. Para os que já o conheciam, motivo de piada, mas aos incautos e aos repetidores delas, algo preocupante. Sempre foi assim, desde os cueiros. No início de sua fábula inventou uma de arrepiar. Criativo, fez muitos crerem estar sendo bisbilhotado por avançado equipamento de escuta. Presidia o Grêmio Estudantil e repassa tudo para o jornal estudantil. Esse publica tudo com estardalhaço. A intenção conseguida foi a transferência de um ilibado colega para bem longe de sua vista. A mentira veio à tona e o jornal foi flagrado a cometer atos mais que libidinosos com elemento já perdido no mundo da bandidagem. Por ocupar cargo de elevada estima e consideração na hierarquia da gurizada tudo foi acobertado. Fizeram vista grossa e os deslizes continuaram. Doutra feita impediu a expulsão de um aluno, declarado escroque, desses que, dizendo-se investidor negociava com a mesada da gurizada. Trapaças nada aconselháveis. Gilmar pegou gosto e não parou mais. Fez de sua vida uma sequência de atos condenáveis. Depois passou dos limites. Ainda defendendo o desacreditado jornal, repassa informação de que um ex-presidente de Grêmio mais importante que o seu, havia lhe sugerido sumir com a bola com que os colegas brincavam no intervalo das aulas, mesmo ciente dela não ser a única. Ou seja, o jogo continuou e até um então imponente aliado, testemunha do encontro, o desmentiu publicamente. Dizia-se traído, mas na verdade havia sido mais uma vez desmascarado. Daí para frente, ele e o tal jornal viraram peças da crendice popular, um de como não se devia fazer jornalismo e ele de como a mentira não devia ser a mola mestra da vida de ninguém. Estórias, nada mais que estórias. Pura pantomina.
Gilmar é um menino do mundo do faz de contas. Levado, não tomava jeito. Descaradamente criava invencionices. Na continuidade da sacana artimanha, sua história transformou-se num baluarte contra a mentira. Além de inventá-las, envolvia na trama alguns à sua volta, principalmente os desafetos e os em desacordo com sua desabonadora linha de pensamento. Para os que já o conheciam, motivo de piada, mas aos incautos e aos repetidores delas, algo preocupante. Sempre foi assim, desde os cueiros. No início de sua fábula inventou uma de arrepiar. Criativo, fez muitos crerem estar sendo bisbilhotado por avançado equipamento de escuta. Presidia o Grêmio Estudantil e repassa tudo para o jornal estudantil. Esse publica tudo com estardalhaço. A intenção conseguida foi a transferência de um ilibado colega para bem longe de sua vista. A mentira veio à tona e o jornal foi flagrado a cometer atos mais que libidinosos com elemento já perdido no mundo da bandidagem. Por ocupar cargo de elevada estima e consideração na hierarquia da gurizada tudo foi acobertado. Fizeram vista grossa e os deslizes continuaram. Doutra feita impediu a expulsão de um aluno, declarado escroque, desses que, dizendo-se investidor negociava com a mesada da gurizada. Trapaças nada aconselháveis. Gilmar pegou gosto e não parou mais. Fez de sua vida uma sequência de atos condenáveis. Depois passou dos limites. Ainda defendendo o desacreditado jornal, repassa informação de que um ex-presidente de Grêmio mais importante que o seu, havia lhe sugerido sumir com a bola com que os colegas brincavam no intervalo das aulas, mesmo ciente dela não ser a única. Ou seja, o jogo continuou e até um então imponente aliado, testemunha do encontro, o desmentiu publicamente. Dizia-se traído, mas na verdade havia sido mais uma vez desmascarado. Daí para frente, ele e o tal jornal viraram peças da crendice popular, um de como não se devia fazer jornalismo e ele de como a mentira não devia ser a mola mestra da vida de ninguém. Estórias, nada mais que estórias. Pura pantomina.
MAINSTREAM TRANSFORMADOR – texto publicado no Bom Dia Bauru, edição de 09/06/2012.
Marx profetizou que na evolução das sociedades, as relações, as consciências se davam e formavam pela forma de produção do trabalho. Com o advento da imprensa escrita, depois o rádio, televisão e o boom iniciado no final da década de 50, surge de fato o chamado mainstream, que é a comunicação de massa. Filtrada no final dos anos 80, somente o ruim permanece em evidência, pois as forças das relações de trabalho já não bastavam para criar uma alienação ao trabalhador. O equilíbrio era favorável ao trabalhador e as manifestações artísticas literárias e musicais davam voz a uma geração. No Brasil atual o mainstream nunca esteve tão ruim e como é preciso investimentos para invadir esse meio, onde estariam os em condições para mudar o cenário? Um amigo, fã de Lennon e Dylan disse-me: “Em suas letras nada de ‘um barquinho, um violão’. Sempre impositivos, conclamando os que os ouviam para reagirem. Chico Buarque é gênio, mas arrefeceu. Cadê o sentido claro disso na sua obra atual? É conscientizador, mas ameniza na crítica. Não vai ao cerne da questão. Paul MacCartney lança anualmente muita gente”, diz. Como querer atingir as massas fora do mainstream ou através de guetos culturais para uma minoria privilegiada assistir? “Falar pro próprio quarteirão não adianta, por isso Lennon e Dylan eram os caras. Engels bancou a obra do Marx para o mundo, não para a turminha da roda cult da Oficina Cultural. Deve-se tocar no Sesc, mas é preciso querer tocar no Morumbi. Aplicando isso, a cabeça das pessoas voltará a ser algo habitável. Tempo e gerações perdidas, mas a culpa não é do Teló e sim da própria elite cultural, uns bananas metidos a bolcheviques de parlamento”, segue dizendo. “O grande artista precisa estar inserido no mainstream, num selo de grande porte, valer-se do seu talento, importância e repassar a mensagem transformadora. Chico seria poderoso comandando uma gravadora”, conclui. Essa seria tarefa para alguns graúdos peixes, envolvidos na libertação das mentes. Mas esses querem isso de fato?, pergunto eu.
Marx profetizou que na evolução das sociedades, as relações, as consciências se davam e formavam pela forma de produção do trabalho. Com o advento da imprensa escrita, depois o rádio, televisão e o boom iniciado no final da década de 50, surge de fato o chamado mainstream, que é a comunicação de massa. Filtrada no final dos anos 80, somente o ruim permanece em evidência, pois as forças das relações de trabalho já não bastavam para criar uma alienação ao trabalhador. O equilíbrio era favorável ao trabalhador e as manifestações artísticas literárias e musicais davam voz a uma geração. No Brasil atual o mainstream nunca esteve tão ruim e como é preciso investimentos para invadir esse meio, onde estariam os em condições para mudar o cenário? Um amigo, fã de Lennon e Dylan disse-me: “Em suas letras nada de ‘um barquinho, um violão’. Sempre impositivos, conclamando os que os ouviam para reagirem. Chico Buarque é gênio, mas arrefeceu. Cadê o sentido claro disso na sua obra atual? É conscientizador, mas ameniza na crítica. Não vai ao cerne da questão. Paul MacCartney lança anualmente muita gente”, diz. Como querer atingir as massas fora do mainstream ou através de guetos culturais para uma minoria privilegiada assistir? “Falar pro próprio quarteirão não adianta, por isso Lennon e Dylan eram os caras. Engels bancou a obra do Marx para o mundo, não para a turminha da roda cult da Oficina Cultural. Deve-se tocar no Sesc, mas é preciso querer tocar no Morumbi. Aplicando isso, a cabeça das pessoas voltará a ser algo habitável. Tempo e gerações perdidas, mas a culpa não é do Teló e sim da própria elite cultural, uns bananas metidos a bolcheviques de parlamento”, segue dizendo. “O grande artista precisa estar inserido no mainstream, num selo de grande porte, valer-se do seu talento, importância e repassar a mensagem transformadora. Chico seria poderoso comandando uma gravadora”, conclui. Essa seria tarefa para alguns graúdos peixes, envolvidos na libertação das mentes. Mas esses querem isso de fato?, pergunto eu.
9 comentários:
Anos 50, o Rock'n'Roll rolava adoidado com o Little Richard
seu criador, Elvis Presley, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis,
Paul Anka, Neil Sedaka. Bill Haley & The Comets & muitos
outros. Anos 60, exatamente 1965 o Rock tambem começava
a sua trajetória com a sensacional Satisfaction com os Rolling Stones precisamente
em 1965. Depois viriam The Who, Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple,
Black Sabbath e outros gigantes, para consolidar de uma vez por todas o Rock. Anos 70
começou a decadencia, e nos anos 80 então nem se fala, terminando de vez,
com o fraquissimo U2 e mais alguns outros. Aqui em nosso Brasil apareceram uns caras
que mal sabiam cantar e fundaram umas bandas que diziam tocar Rock,
como os Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Engenheiros do Hawai, Capital
Inicial, Os Titás, Barão Vermelho e alguns outros, e rotularam o Rock. Dá prá
comparar os monstros do Rock lá de cima com os caras aqui debaixo?
Acima caminha o nosso país. Querem nos empurrar goela abaixo o que não dá
sequer prá engolir. (Aldo Wellichan)
Aldo, o Rock n Roll como arte final, bem como dizia David Bowie, jamais decaiu e é aí que entra esse excelente texto do Henrique a trazer a discussão o mainstream que é sem dúvida o fator maior do que entra na formação das cabeças de uma sociedade. A safra de bons grupos sempre foi grande e hoje tem muita coisa de altíssimo nível e soma-se a isso os muitos vovôs da música que continuam mandando ver um som do caralho. Posso ficar o dia todo fazendo uma lista do que tem de bom por aí, o problema que precisar ser discutido é a comunicação de massa e nisso o texto começa bem, lá fora ainda há respiros no meio do mainstream, você tem o Radiohead, Belle & Sebastian etc, a questão é que aqui não se consegue por exemplo inserir um Jimmi Joe ou um Bnegão e seletores de frequencia, tem muita coisa boa aí e o questionamento foi bem lançado pelo blogueiro, ainda bem porque eu não aguentava mais ver rodas de corrupção partidária aqui :)
Ah e só mais um detalhe, não é muito meu estilo, mas o U2 não é de forma alguma fraquíssimo, são músicos muito bons e sabem trabalhar muito bem a sonoridade, quanto ao rock nacional entra aí o ponto do mainstream, pois tivemos Mutantes, Raul, Serguei, Moto Perpetuo, Cascaveletes, Hypnos, Jupitaer Maçã, Wander Wildner, e mais uma porrada de coisa boa que precisam estar nesse mainstream, porque senão a burrice vai continuar e todo mundo vai a cada dois anos ir votar achando que isso vai resolver alguma bosta.
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Gente,
Acordei cedo hoje e lendo um dos seus escritos, quiz meter o bedlho em algo que escreveu. Quero escrever sobre o ministro Gilmar Mendes. Não suporto mais essa picuinha entre tucanos e petistas, pois a maioria desses hoje só pensa no próprio bolso. O que vejo nesse caso do Gilmar é que ele inventou essa história junto com a revista Veja. Inventou ou a aumentou para propiciar a besteira escrita e publicada. A Veja encontra-se com a credibilidade baixa após os negócio revelados entre ela e o mandante bicheiro. Precisava dar um tyroco e como não o tinha, inventou esse traque. Essa trama deve ter durados dias: de onde podemos tirar uma história para reagir? Veio o tema gilmar e um diálogo que não existiu dessa forma. Só um louco pode imaginar Lula pedido justamente para o Gilmar o que a revista diz que pediu. Impossível. Lula não seria maluco da idéia, nem indluenciado pelos efeitos de quimioterapia em excesso pediria justamente para o cara que sempre fez algo contra seu governo,jogou contra, fez de tudo para criar problemas. Lula não iria pedir algo para alguém que não possui mais o poder de antes, quaqndo Gilmar presidia o Tribunal. De que valeria Lula pedir isso para Gilmar? Nada. O que entristece quem gosta de ler jornais é como a grande imprensa comprar essas loucuras plantadas por Veja como se fosse a mais absoluta verdade. Todos deram mais destaque para a matéria da Veja e nada sobre uma investigação, que desmascararia facilmente a urdida trama. Por que fazem isso? A canalhice da imprensa precisa ter um basta. Isso não é liberdade de imprensa. Inventar histórias é algo repgnante e vê-las publicadas e reproduzidas como se verdade fosse é o que de pior pode acontecer para uma nação. Está na hora de se inventar uma outra imprensa. Essa atual já deu mostras mais do que suficientes de estar falida. Fazem acordos espúrios com bandidos só para conseguir atingir seus objetivos. Não dá mais para acreditar em gente assim. E não será neles que teremos os espaços para fazer a denúncia contra eles todos. Eu quero escrever para os jornjais que reproduziram a mentira toda nessa questão entre a Veja e o caso Lula/Gilmar, mas eles não aceitam isso. Só publicam a versão que interessa aos seus interesses. Nossa imprensa livre morreu e não sabe. O que o público leitor precisa fazer já é jogar uma pá de terra em cima deles e decretar sua morte. E onde escrever a verdade? Por enquanto me utilizo dos blogs que me permitem deixar algo escreito. Alguém vai ler e pensar. A imprensa atual tenta nos enganar. Eles é que são os falsários do momento atual, pior ou iguais aos políticos e corruptos desse nosso país.
Era isso. Um abraço a todos de Bauru. O blog do mafuá é muito bom.
Antonio P. Pereira
Henrique, isso é muito importante de ser repassado, por isso te envio:
Pasqual RJ
11:30
“Los Urabeños” ordenam o assassinato de Carlos Lozano, diretor de VOZ
5 de junho de 2012 | 04:06 AM. | Notícias Comunicado de Imprensa Segunda-feira, 4 de junho, recebi, por fonte digna de todo crédito, a informação de que o grupo narcoparamilitar “Los Urabeños”, pertencente a “Don Mario”, ordenou o meu assassinato. Para executar este ato criminoso, contrataram um grupo de matadores profissionais, cujos integrantes estão presentes em diversas localidades de Bogotá, tendo recebido US$200 mil e a ordem de fazê-lo o quanto antes.
Não tenho dúvida de que esta grave denúncia está relacionada à onda de coerções e intimidações provenientes da ultradireita e dos inimigos da paz. A elas inclui-se a ameaça revelada há poucos dias pela ex-senadora Piedad Córdoba, dirigente de “Colombianas e Colombianos pela Paz”.
Infelizmente, tais atos desesperados do terrorismo narcoparamilitar são estimulados pelas declarações viscerais dos altos funcionários do Governo e membros da cúpula militar, que acusam a Marcha Patriótica de ser agente da subversão e aliada das FARC. Espero que o Governo Nacional se atente a essas denúncias. O caminho mais aconselhável é o de fortalecer a democracia, oferecer garantias aos opositores e aos críticos do regime, possuidores de todo o direito de buscar mudanças e transformações progressistas para o país. Além disso, preciso advertir aos criminosos que ordenaram meu assassinato que as ameaças não me intimidam. Eles não poderão silenciar-me. Nós permaneceremos firmes ao lado dos colombianos e das colombianas que anseiam um amanhã melhor para nossa pátria.
Carlos A. Lozano Guillén
Diretor de VOZ Bogotá, junho de 2012
Oi Henrique!
Eu, sinceramente, vivo este paradoxo: busco o público maior para tentarmos dar voz aos que não têm? Ou guardo os patrimônios culturais brasileiros que a grande mídia se recusa a mostrar e resgatar? Obviamente não tenho autoridade para mudar nada nas emissoras em que trabalho, mas nas discussões que fazemos por aí, sempre a mesma dúvida...
Acho injusto cobrar algo assim do Chico Buarque. Pra mim, já fez sua parte e continua fazendo. Na época da ditadura suas música tinham mais visibilidade.
Após a censura, a música "alienante" reinou tranquila. Não adianta o Chico espernear, escrever "subúrbio" (de 2006), regravar "ode aos ratos" (também em 2006) ou atualizar a sua "cálice" com versos ácidos do Criolo (em shows de 2011 e 2012). Ele é apenas o bom e velho Chico Buarque, gatão sexagenário a inspirar mocinhas de gosto refinado...
A mídia dá voz ao Teló (grande sanfoneiro paranaense, diga-se de passagem) como deu a outros da mesma cepa. Culpa dos sertanejos? Acho que não.
Pra mim, ainda sofremos as sequelas de uma ditadura eficientíssima, que matou e torturou muitos e, ainda, cegou e tirou a voz da maioria.
É uma luta quixotesca que tentamos travar sem pensar nos resultados imediatos. Luta que será árdua até que uma nova educação seja instalada no país.
Já temos bons exemplos de músicas de protesto que até passam na novela e são inócuas: Zé Ramalho, Caetano Veloso, Taiguara, Gonzaguinha, João Bosco tentaram nas décadas de 1980, 90 e alguns tentam até hoje.
Não é, da minha parte, a entrega dos pontos.
Continuamos firmes, fazendo as alterações que nos permitem, testando soluções, mas os resultados são, invariavelmente, pífios.
Seguindo a mesma lógica, jogaram nas costas das emissoras educativas a "missão" de recuperar a audiência do rádio, que algumas pesquisas dizem não ser mais ouvido pela juventude (a fonte salvadora das ondas hertzianas, já que os ouvintes velhos morrerão logo...). Pensei e não falei: se os que têm interesse comercial não encontraram uma solução, porque nós devemos assumir esse verdadeiro "ato de fé"?
Bem, acho que é isso. Espero ter mostrado meu ponto de vista, como me pediu. Resposta mesmo, que é bom, o gato comeu!)
Abração
W.Leite
Oi Henrique!
Eu, sinceramente, vivo este paradoxo: busco o público maior para tentarmos dar voz aos que não têm? Ou guardo os patrimônios culturais brasileiros que a grande mídia se recusa a mostrar e resgatar? Obviamente não tenho autoridade para mudar nada nas emissoras em que trabalho, mas nas discussões que fazemos por aí, sempre a mesma dúvida...
Acho injusto cobrar algo assim do Chico Buarque. Pra mim, já fez sua parte e continua fazendo. Na época da ditadura suas música tinham mais visibilidade.
Após a censura, a música "alienante" reinou tranquila. Não adianta o Chico espernear, escrever "subúrbio" (de 2006), regravar "ode aos ratos" (também em 2006) ou atualizar a sua "cálice" com versos ácidos do Criolo (em shows de 2011 e 2012). Ele é apenas o bom e velho Chico Buarque, gatão sexagenário a inspirar mocinhas de gosto refinado...
A mídia dá voz ao Teló (grande sanfoneiro paranaense, diga-se de passagem) como deu a outros da mesma cepa. Culpa dos sertanejos? Acho que não.
Pra mim, ainda sofremos as sequelas de uma ditadura eficientíssima, que matou e torturou muitos e, ainda, cegou e tirou a voz da maioria.
É uma luta quixotesca que tentamos travar sem pensar nos resultados imediatos. Luta que será árdua até que uma nova educação seja instalada no país.
Já temos bons exemplos de músicas de protesto que até passam na novela e são inócuas: Zé Ramalho, Caetano Veloso, Taiguara, Gonzaguinha, João Bosco tentaram nas décadas de 1980, 90 e alguns tentam até hoje.
Não é, da minha parte, a entrega dos pontos.
Continuamos firmes, fazendo as alterações que nos permitem, testando soluções, mas os resultados são, invariavelmente, pífios.
Seguindo a mesma lógica, jogaram nas costas das emissoras educativas a "missão" de recuperar a audiência do rádio, que algumas pesquisas dizem não ser mais ouvido pela juventude (a fonte salvadora das ondas hertzianas, já que os ouvintes velhos morrerão logo...). Pensei e não falei: se os que têm interesse comercial não encontraram uma solução, porque nós devemos assumir esse verdadeiro "ato de fé"?
Bem, acho que é isso. Espero ter mostrado meu ponto de vista, como me pediu. Resposta mesmo, que é bom, o gato comeu!)
Abração
W.Leite
caro Henrique e Wellington
Outro dia o Henrique escreveu aqui mesmo sobre o Lenine. Não seria esse um dos caras dessa nova geração a nos guiar diante desse mar de gente só visualizando dinheiro à sua frente? Suas letras são fortes, diretas e ele está inserido nesse mainstream, algo de ponta da comunicação de massa. Ele passa uma mensagem aguerrida. Hoje é um dia histórico da vida de John Lennon e aqui não li nada sobre isso. Naqueles anos ele incomodava tanto, que a moçada começou a se re4voltar e isso incomodou o governo do Nixon, que queria expulsá-lo do país. Depois veio, anos depois, sua morte mal explicada até hoje. Ele passou a ser uma pessoa que precisava ser calada, pois sua voz atingia milhares e isso poderia gerar problemas para o sistema. Não vejo isso no Lenine, nem em nenhum outro e nem sei se eles pregam o fim de algo além das injustiças todas. O que vejo é mais gente como ele dentro das grandes gravadoras poderia ajudar muito na conscientização de quem ouve e consome música. Ele produz o lado bom, com letras que fazem pensar e te fazem levantar a voz. Se foi essa a mensagem do texto, acho que entendi e prego isso também. O Chico fez muito mesmo, Wellington, mas não poderia ter parado. Ele tem muita lenha para queimar e mesmo sem cobrar por tudo o que já fez, vejo que existem motivos mil para ele continuar produzindo letras pulsantes.
Um abraço do meio do mato, literalmente mato=grossense
Paulo Lima
Olá Paulo
Infelizmente, creio que um produtor desse naipe, que valoriza letra e música, inovações, críticas à sociedade, seria demitido em pouco tempo da gravadora...
Tempos atrás, conversando com o Roberto Menescal ele me contou da sua rápida passagem como diretor da rádio Nacional (ou MEC, não me lembro).
Mesmo numa emissora cultural e educativa, sua função só durou 3 meses...
Seria excelente o que você e Henrique disseram, também acho. Mas a realidade é dura.
Abração
W.Leite
Henrique
O seu texto do mainstream é bom, mas o exemplo brasileiro nem tanto. Chico tem uma passado de luta. Não me venha dizer que ele não resistiu e não foi fonte de inspiração para toda uma geração que não aceito. Já tentaram me convencer disso, mas não cola. Durante mais de vinte anos suas letras e sua postura incentivaram a resistência a um regime duro e cruel. Suas letras foram fortes, diferente de outros grndões que se omitiram ou cujas letras não tocavam diretamente no quesito regime político. Com o Chico não, pô! Sei que tu gosta dele e o texto serviu só de exemplo, mas se usasse um Caetano, um Gil, uma Gal, uma Bethânia eu até podia concordar mais.
Fique em paz.
Alexandre Batista
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