RETRATOS DE BAURU (124)
GILÃO, INSEPARÁVEL DO CAVAQUINHO E DA PÁ DE PEDREIRO, SEUS OFÍCIOS
Quem procurar pelo bairro do Rasi por um tal de JAIR ALVES é capaz de não localizar o sujeito, mas perguntando pelo GILÃO, famoso por dois grandiosos ofícios, o de pedreiro, esse o do seu diário ganha pão (aposentou-se recentemente, mas não o abandonou) ou pelo de tocador de cavaquinho, facilmente alguém lhe indicará o lugar onde mora, frequenta ou bata cartão. Esse esguio sujeito, negro, queimado pelo sol, carapinha reluzente, alto e forte
como poucos, aos 65 anos é um exímio instrumentista bauruense. Começou cedo, fazendo batuque numa escrivaninha, depois dedilhando cordas de um violão e daí não parou mais. Parar para um papo nos dias atuais é reviver (ou seria, reativar?) suas recordações, como a do dia em que tocou aqui em Bauru para dona Zica, esposa do Cartola e a fez chorar, um show acompanhando Germano Mathias em Jaú, a de uma gravação sua que está lá em terras francesas ou as de por onde circule acabe tendo que tocar algo. Para isso, carrega sempre consigo uma dedeira, feita de PVC (“eu mesmo faço, esquento e dobro na minha medida”, diz), tudo para não ser pego de surpresa. Aqui na cidade, recordações de ter tocado com o Alemão da Kananga, Cardápio do Morro, Aldeia Bar e Davi Correa, entre outros. Nos bairros, em seus locais musicais, figura reconhecida (até paparicada) e em casa, pai de três filhas, cinco netos e um bisneto, ou seja, um senhor periférico, na acepção da palavra. Vive na simplicidade, mas fazendo o que gosta e sendo arrastado para demonstrar um bocadinho de sua arte Bauru afora. Gilão é Gilão, um mestre dentre aqueles que aprenderam a tocar de ouvido e o fazem com uma sabedoria a enfeitiçar os estudados todos. Eu o reverencio como um dos que conseguem unir o útil ao agradável e fazer de sua vida algo exemplar. VIVA , GILÃO!!!.
OBS.: Na noite de 24/06, domingo, passou pela Associação de Cabos e Soldados e deu uma longa canja, depois ficou sabendo que o Alemão tocava no Toa Toa, defronte a Clube da Vovó e o pessoal ao vê-lo, tocou e encantou novamente. Roubou a festa e foi a coqueluche da noite. É sempre assim, por onde passe.
como poucos, aos 65 anos é um exímio instrumentista bauruense. Começou cedo, fazendo batuque numa escrivaninha, depois dedilhando cordas de um violão e daí não parou mais. Parar para um papo nos dias atuais é reviver (ou seria, reativar?) suas recordações, como a do dia em que tocou aqui em Bauru para dona Zica, esposa do Cartola e a fez chorar, um show acompanhando Germano Mathias em Jaú, a de uma gravação sua que está lá em terras francesas ou as de por onde circule acabe tendo que tocar algo. Para isso, carrega sempre consigo uma dedeira, feita de PVC (“eu mesmo faço, esquento e dobro na minha medida”, diz), tudo para não ser pego de surpresa. Aqui na cidade, recordações de ter tocado com o Alemão da Kananga, Cardápio do Morro, Aldeia Bar e Davi Correa, entre outros. Nos bairros, em seus locais musicais, figura reconhecida (até paparicada) e em casa, pai de três filhas, cinco netos e um bisneto, ou seja, um senhor periférico, na acepção da palavra. Vive na simplicidade, mas fazendo o que gosta e sendo arrastado para demonstrar um bocadinho de sua arte Bauru afora. Gilão é Gilão, um mestre dentre aqueles que aprenderam a tocar de ouvido e o fazem com uma sabedoria a enfeitiçar os estudados todos. Eu o reverencio como um dos que conseguem unir o útil ao agradável e fazer de sua vida algo exemplar. VIVA , GILÃO!!!.
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