Mafuá do HPA

INTERVENÇÃO SUPER-HERÓI BAURUENSE (37)

REUNIÕES (AGLOMERAÇÕES) PARTIDÁRIAS E A SOLUÇÃO A “LA GLAUBER ROCHA”

“Tá tudo dominado”, dizia um vereador aqui de Bauru, hoje meio que no ostracismo, após ter perdido alguns cargos dentro da atual administração. Mas o que esse “dominado” teria a ver com uma espécie de névoa, que nos últimos dias está tomando conta das reuniões partidárias realizadas na cidade? Período agitado onde os partidos estão tentando uma composição que lhes favoreça, possibilitando muitos cargos na nova administração e o número maior de vereadores sendo eleitos dentro de sua legenda. Guardião, o super-herói bauruense diz não ter nada com a tal névoa, mas rindo explica sua origem: “Os jornais divulgaram uma reunião atrás de outra nesse último final de semana. É PV com PSD, PSDB com DEM, o PP do Sakai definindo sua chapa de candidatos, os aliados do prefeito já se imaginando eleitos disputando vagas no tapa e no grito e pequenos estudando o melhor lado para beneficiarem-se sem muito esforço. Viu alguém falando de projetos e planos para a cidade? Nenhum, só gente estudando das possibilidades se estiverem aliados com esse ou aquele. Diante disso tudo, no meio dessa esbórnia, só mesmo fazendo uso do método largamente difundido pelo cineasta Gláuber Rocha para desmantelar com essas aglomerações. Querem saber o que seria esse método?”

Da pergunta lançada, o esclarecimento eu mesmo dou, o escrevinhador desse blog, um que já fez uso do método, transformando-se em “quase” catedrático no assunto. Essa eu vi num trecho do documentário sobre a vida do Gláuber, feito pelo cineasta Sílvio Tendler e narrada entre muitos risos pelo velho amigo, o escritor João Ubaldo Ribeiro. Papo entre baianos. O que Ubaldo narrou foi mais ou menos isso: “Glauber não se entediava com reuniões chatas, dessas que discutem de tudo e nada ao mesmo tempo. Aquela perda de tempo sem fim. Ele se infiltrava no meio dos grupos onde a discussão fosse mais acalorada e soltava peidos de esborrachar. Era expert nisso. Algo contundente e de um cheiro com alto poder de destruição como só ele sabia fazer. A correria era imediata e ninguém mais conseguia produzir algo sério depois do ocorrido. Os que conseguiam ainda permanecer no lugar esbravejam em altos brados e ali do lado um Glauber indiferente, como se não fosse com ele”.

Diante do relatado, Guardião faz um exercício imaginário e sugere agentes infiltrados nessas reuniões e com o mesmo intuito. “Seria uma eficaz forma de demonstrar para eles todos do real sentimento coletivo diante do tema discutido, alheios às necessidades da população de Bauru. Por enquanto, o que tem de sobra é esse tipo de reunião e faltam Glauber’s, mas a ideia está lançada”, diz. Guardião afirma que o pontapé inicial já foi dado e aplaude seus sensatos idealizadores. “É com iniciativas desse tipo, com embutida carga de patriotismo em cada uma, que daremos um verdadeiro tapa com luva de pelica na hipocrisia reinante”, conclui. A flatulência tem lá seus benefícios, esse um deles.