BAURU POR AÍ (83)
TEMPLOS E NUM DELES ALGO TRANSFORMADOR, OUSADO E LÚDICO, CHEIO DE DEUSES
Li por esses dias uma pequenina resenha de um livro que acaba de sair, o “OS ANJOS BONS DA NOSSA NATUREZA – POR QUE A VIOLÊNCIA DIMINUIU”, do canadense Steven Pinker (Cia das Letras, 2013), com uma tese pra lá de interessante. Julga ter provado que os tempos atuais são os menos violentos vividos pelos seres humanos em toda a história da humanidade. Demonstra com estatísticas, mapas, indicativos e quetais, tentando provar que a violência tem diminuído ao longo dos tempos na história da espécie. Para quem vive hoje e vê o mundo envolvido em sangrentos confrontos é difícil acreditar, mas ao se debruçar sobre o passado da humanidade, talvez um consolo, o mesmo do autor, cuja conclusão afirma que o momento atual deve-se a fatores evolutivos onde o ser humano desenvolveu ao longo dos séculos o autocontrole, a empatia, a moralidade e a razão.
Não sei se consigo referendar tudo assim de forma tão rápida, mas observando desde os primórdios, não existe como negar que um dos fatores de permanente violência e muito sangue são os conflitos religiosos. Eles frutificaram mundo afora em todos os tempos e os de hoje, igualmente perversos. Tentam nos fazer crer na existência de alguém superior, observador, pronto para repreender pelo exagero do que fazemos e incutindo medo pelo que podemos padecer quando deixarmos essa existência. Já freqüentei outros tipos de templos, muitos deles religiosos, hoje os deixei de lado, pois não vejo mais neles nenhuma possibilidade de amparo ao que tenho carregado junto de meu corpo físico. Mas, confesso, nunca deixei de freqüentar templos. Esses atuais geram menos conflitos, provocam menos confrontos, a ponto de confessar, ter encontrado uma paz interior muito grande quando neles. Ontem mesmo estive num maravilhoso e presenciei algo divinal, estupendo e daqueles cultos onde saio todo arrepiado, corpo em mutação, estado de pré-explosão plena de gozo. Êxtase total e absoluta.
Conto aqui onde e como tudo se sucedeu. O templo no qual estive ontem chama-se TEATRO MUNICIPAL DE BAURU e na placa, reverencia uma grande dama, uma divinal pessoal, a mestra maior do nosso teatro, CELINA ALVES NEVES. Ali naquele sacrossanto lugar, onde acontecem verdadeiros milagres no palco, está a ocorrer durante toda essa semana, até o próximo domingo, algo bestial, pra lá de santificado, o III FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO BONECOS. O templo teatral tem bombado, gente a aplaudir em pé as manifestações lá presenciadas, gente a balançar as mãos, bater palmas e até os pés, em jubilo e contentamento por tudo o que de uma angelical forma acontece por lá. Não acreditava em milagres até assistir a alguns espetáculos de mestres bonequeiros, verdadeiros e originais santos no ofício que fazem. Pessoas especiais, dotadas de um dom supremo, algo que o transformam não mais em pessoas comuns, mas seres com um algo mais, uma especialidade além do normal, o manuseio com precisão cirúrgica de fiozinhos ocultos, fazendo com que bonecos ganhem milagrosamente vida e encantem a todos. Ver rostos petrificados de puro contentamento, observar expressões de incredulidade diante do vislumbrado é estar diante da supremacia do ser humano. Ali não existe ilusionismo, ali ninguém engana ninguém com palavras falsas, ali ninguém escamoteia, tudo é feito sem falsidades e os jogos de cana, os devolteios de bastidores, o cenário na penumbra faz parte de um encantamento. Eu acredito na beleza do ser humano, no que ele tem de melhor, quando vislumbro isso, tudo numa singeleza e sem o presenciado em outros tipos de templos. Quero cada vez mais estar em lugares assim, não somente uma vez por semana, mas quase todos os dias.
Li por esses dias uma pequenina resenha de um livro que acaba de sair, o “OS ANJOS BONS DA NOSSA NATUREZA – POR QUE A VIOLÊNCIA DIMINUIU”, do canadense Steven Pinker (Cia das Letras, 2013), com uma tese pra lá de interessante. Julga ter provado que os tempos atuais são os menos violentos vividos pelos seres humanos em toda a história da humanidade. Demonstra com estatísticas, mapas, indicativos e quetais, tentando provar que a violência tem diminuído ao longo dos tempos na história da espécie. Para quem vive hoje e vê o mundo envolvido em sangrentos confrontos é difícil acreditar, mas ao se debruçar sobre o passado da humanidade, talvez um consolo, o mesmo do autor, cuja conclusão afirma que o momento atual deve-se a fatores evolutivos onde o ser humano desenvolveu ao longo dos séculos o autocontrole, a empatia, a moralidade e a razão.
Não sei se consigo referendar tudo assim de forma tão rápida, mas observando desde os primórdios, não existe como negar que um dos fatores de permanente violência e muito sangue são os conflitos religiosos. Eles frutificaram mundo afora em todos os tempos e os de hoje, igualmente perversos. Tentam nos fazer crer na existência de alguém superior, observador, pronto para repreender pelo exagero do que fazemos e incutindo medo pelo que podemos padecer quando deixarmos essa existência. Já freqüentei outros tipos de templos, muitos deles religiosos, hoje os deixei de lado, pois não vejo mais neles nenhuma possibilidade de amparo ao que tenho carregado junto de meu corpo físico. Mas, confesso, nunca deixei de freqüentar templos. Esses atuais geram menos conflitos, provocam menos confrontos, a ponto de confessar, ter encontrado uma paz interior muito grande quando neles. Ontem mesmo estive num maravilhoso e presenciei algo divinal, estupendo e daqueles cultos onde saio todo arrepiado, corpo em mutação, estado de pré-explosão plena de gozo. Êxtase total e absoluta.
Conto aqui onde e como tudo se sucedeu. O templo no qual estive ontem chama-se TEATRO MUNICIPAL DE BAURU e na placa, reverencia uma grande dama, uma divinal pessoal, a mestra maior do nosso teatro, CELINA ALVES NEVES. Ali naquele sacrossanto lugar, onde acontecem verdadeiros milagres no palco, está a ocorrer durante toda essa semana, até o próximo domingo, algo bestial, pra lá de santificado, o III FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO BONECOS. O templo teatral tem bombado, gente a aplaudir em pé as manifestações lá presenciadas, gente a balançar as mãos, bater palmas e até os pés, em jubilo e contentamento por tudo o que de uma angelical forma acontece por lá. Não acreditava em milagres até assistir a alguns espetáculos de mestres bonequeiros, verdadeiros e originais santos no ofício que fazem. Pessoas especiais, dotadas de um dom supremo, algo que o transformam não mais em pessoas comuns, mas seres com um algo mais, uma especialidade além do normal, o manuseio com precisão cirúrgica de fiozinhos ocultos, fazendo com que bonecos ganhem milagrosamente vida e encantem a todos. Ver rostos petrificados de puro contentamento, observar expressões de incredulidade diante do vislumbrado é estar diante da supremacia do ser humano. Ali não existe ilusionismo, ali ninguém engana ninguém com palavras falsas, ali ninguém escamoteia, tudo é feito sem falsidades e os jogos de cana, os devolteios de bastidores, o cenário na penumbra faz parte de um encantamento. Eu acredito na beleza do ser humano, no que ele tem de melhor, quando vislumbro isso, tudo numa singeleza e sem o presenciado em outros tipos de templos. Quero cada vez mais estar em lugares assim, não somente uma vez por semana, mas quase todos os dias.
Pois bem, ontem, 23/04, assisti ao espetáculo da CIA NAVEGANTE, da distante Mariana, interior de Minas Gerais, com MUSICIRCUS. No palco, o bonequeiro CATIN MARQUES, manuseando mais de quinze bonecos proporcionou a todos os presentes momentos de paz, harmonia e contentamento. Com um holofote focando o centro do palco, ele foi trocando as peças e ali permaneceu por mais de uma hora, hipnotizando a todos. Conheçam um pouquinho disso que vi ontem no teatro acessando aqui: http://cianavegante.blogspot.com.br/ ou http://www.cianavegante.com.br/. Artistas, verdadeiros mensageiros da luz e da prosperidade, vindos de plagas distantes, como México, Colômbia, Argentina, Espanha, Peru e muitos daqui desse nosso Brasil. Felicíssima a decisão dos organizadores Kyn Jr e Mariza Basso de homenagear o palhaço PARAQUEDAS, com o troféu CARA DE BONECO. Ele uma sumidade maior do que a de qualquer pregador da boa nova, pois esse prega de um jeito diferente, com sua arte, essa sua ação transformadora e revolucionária. Bonequeiros são agentes transformadores. Nesses eu acredito, pois fazem e acontecem sem artimanhas. Vê-los atuando com os templos culturais transbordando de gente é para não perder a esperança de que algo ainda pode estar ocorrendo e nem tudo está definitivamente perdido. Com gente assim no palco de nossas vidas, aí sim a violência tenderá a diminuir cada vez mais. Esse é o bom uso da razão e da empatia, fator gerador da diminuição da violência no planeta.
2 comentários:
Henrique
Voce me faz chorar.
Nesse tipo de templo a gente encontra uma paz interior, que os outros deixam a desejar. Veja o que se passa hoje com o padre Beto, cuja direção da igreja lhe pede para deletar tudo o que tem publicado no facebook, pois está agredindo aos fiéis. A agressão ocorre no modo de vida conservador que se vive hoje, onde ser diferente é um problema. Imagina voce ir preencher uma ficha cadastral hoje e colocar lá no lugar da religiao: Ateu. Não é contratada. Já passei por isso. Sua escolha foi das mais acertadas, pois acreditando nesses deuses das fotos, todos sendo manipulados de uma forma saudável, diferente da manipulação que ocorre em todas as atuais igrejas.
Chego em Bauru na sexta e irei ver os bonecos no sábado e domingo. Incentivada pelo seu texto.
Aurora
As reações furiosas dos religiosos continuam em minha caixa de email, o nível das mensagens é de deixar qualquer demônio de queixo caído, e só justificam o que venho escrevendo, não estão abertos a debates de ideias, abertos a realidade, tratam de exorcizar os ateus de suas vidas, não há argumentação, não há diálogo, é esta a insanidade e a posição de escravos que a religião os colocam, como aceitar esse tipo de postura em pleno século 21??
Alguns disseram que é preciso acreditar num deus para viver, mas devo dizer-lhes que nunca precisamos, porque a imagem que a ciência nos apresenta é em certo sentido, desconfortável, porque o que aprendemos com as evidências é que estamos cada vez mais insignificantes do que jamais poderíamos ter imaginado. Você poderia livrar de nós todas as galáxias e tudo o que vemos no universo e que será em grande parte o mesmo.
Então nós estamos insignificantes em uma escala que nunca Copérnico teria imaginado, e além disso, verifica-se que o futuro do universo é miserável, assim as duas principais lições que eu gostaria de dizer é que primeiro estamos insignificantes e o segundo é que o futuro é miserável, agora você pode pensar que isso deveria deprimi-lo, mas eu diria que, na verdade, deveria encorajar você e lhe fornecer um tipo diferente de consolação. Porque se o universo não se importa com nós e somos um acidente em um canto remoto do universo, em certo sentido, nos torna mais preciosos. O significado em nossas vidas é fornecido por nós, nós fornecemos o nosso significado, e nós estamos aqui por acidentes de evolução e a formação de planetas e devemos aproveitar o nosso breve momento ao sol. Devemos fazer o máximo de nosso breve momento ao sol, porque isso é tudo o que temos.
E mesmo que somos tão raros, e talvez únicos nessas formas de vida no universo, o que duvido, que nos faz, em algum sentido, já que estamos tão insignificantes, estamos mais especiais. Nós somos dotados de uma consciência(não a desperdice) que pode fazer perguntas sobre o início do universo e aprender mais sobre o universo em suas maiores escalas e toda a experiência que isso significa ser humano, música, arte, literatura e CIÊNCIA. Então, deveria ser "espiritualmente" edificante que não estamos criados com um propósito por alguém que cuida de nós, como uma marionete presa as cordas determinar tudo isso, nós determinamos o nosso futuro. E isso torna o nosso futuro mais precioso.
Se alguém ainda tiver um pingo de lucidez, pensem a respeito, e com certeza um grande horizonte de eventos surgirá.
MARCOS PAULO - MOVIMENTO COMUNISMO EM AÇÃO
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