O QUE VOCÊ
FAZIA EM 11 DE SETEMBRO de 1973/2011?
Hoje é um
dia de muita dor para todos lutadores por mais justiça social, os buscadores de um
mundo mais humanitário e sem as desigualdades hoje quase perpetuadas. Foi nesse
dia há exatos 40 anos que no CHILE, o socialista SALVADOR ALLENDE foi
brutalmente traído e sacado violentamente do poder por um golpe de estado lhe
tirando a vida e mantendo o país sob a mais intensa penumbra ditatorial, névoa a
encobrir quase toda a América Latina naqueles tenebrosos anos. PINOCHET, o
cruel e insano ditador deveria representar hoje um escárnio amplo, geral e
irrestrito, mas percebe-se muitos antes ocultos devotos de sua prática, botando
as manguinhas de fora.
Que Torres
Gêmeas que nada, o que aconteceu nos EUA 12 anos foi fichinha ao ocorrido no
Chile em 1973. A crueldade do golpe até hoje persiste como uma névoa, com
muitos aplaudindo o que ocorreu, gente com mente curta, fazendo questão de
perseguir alterações sociais a favorecer a grande massa, os que, segundo eles,
deveriam permanecer ad eternum numa situação de subserviência e dependência a
uma elite, essa sim, preparada e única a poder ocupar cargos de direção e
mando. O que aconteceu nas ruas brasileiras por esses dias serviu para escancarar
alguns ocultos, expôs muitos que se diziam democratas, mas pensam e agem na
surdina como verdadeiros “pinochezinhos” de plantão.
Em 11 de
setembro de 1973 tinha treze anos, estava saindo do 1º Grau, cursava a
Escolinha da Rede (RFFSA) e já lia O Pasquim, começava a ter consciência
política. Vagas lembranças desse
período, que só me inteirei totalmente alguns anos depois. Quando isso ocorre o repúdio foi instantâneo
e o combate ao que ocorreu o faço até hoje, pois o perigo dos trogloditas
voltar ao poder nunca está totalmente afastado. O maior escárnio sentido hoje, provocador de náuseas e vômitos é para os saudosistas daqueles tempos.
Sim, esses estão entre nós e não me furto em apontar-lhes o dedo e demonstrar o
quanto de bestialidade possuem no que defendem. Faço isso sem trégua.
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3 comentários:
¡VIVA CHILE, MIERDA!
“Esta noche, cuando acaricien a sus hijos, cuando busquen el descanso, piensen en el mañana duro que tendremos por delante, cuando tengamos que poner más pasión, más cariño, para hacer cada vez más grande a Chile…”
(Salvador Allende, madrugada de 5 de setembro de 1970)
Um ano depois desse discurso, um golpe militar daria uma outra dimensão ao 'duro amanhã' chileno: o horror de uma das mais brutais ditaduras militares da história. Não esquecer, não perdoar.
E lembrar que o golpe foi dos militares, porta-vozes dos interesses imperialistas e da burguesia chilena. Mas teve seu caminho facilitado pela traidora política de 'frente popular' do PC chileno. A mesma política que, no Brasil, também abriu caminho para um golpe militar, o de 1964. E hoje é implementada pelo PT com apoio, direto ou indireto, de vários grupos de esquerda, com resultados igualmente desastrosos para a classe trabalhadora.
A história só ensina quem deseja/quer aprender.
Almir Ribeiro
COBRIR O ROSTO É O DE MENOS – A esquerda não pode, em hipótese alguma, ser condescendente com as ações dos Black Blocs.
Assim como é imperativa a condenação da violência policial, deve-se igualmente negar qualquer aprovação a táticas individualistas, desagregadoras e isolacionistas de grupelhos que se valem de manifestações para desatar sua bílis colérica sobre orelhões, lixeiras e vitrines de lojas.
Qual o programa dito radical dos Black Blocs?
Nenhum, pois os Black Blocs não são radicais. Fazem ações epidérmicas, levianas e superficiais.
Radical quer dizer ir à raiz das questões. Qual a radicalidade de se juntar meia dúzia de garotos hidrófobos e depredar a fachada de um banco? Em que isso penaliza o sistema financeiro?
Baixar em um ponto as taxas de juros é algo muito mais eficiente e danoso à especulação do que as travessuras de meninos e meninas pretensamente rebeldes que cobrem os rostos para parecerem malvados ou misteriosos.
Aliás, qual a finalidade de máscaras e rostos ocultos, além do desejo infantil de um dia ser Batman, Zorro ou National Kid e sair por aí saltando sobre prédios e vivendo aventuras espetaculares? De se ter uma identidade secreta, na qual de dia enfrenta-se uma vidinha besta e à noite, na calada, devolve-se anonimamente à sociedade o mal que se esconde nos corações humanos, como dizia o Sombra em voz gutural?
O pior é que as peripécias dos blocos de blaques isolam os protestos da população que a eles poderia aderir e reduz o ímpeto das mobilizações à idéia de baderna pura e simples. Que acaba sendo complementar à violência policial. Ambas se justificam e se explicam.
Trotsky tem um texto admirável chamado “Porque os marxistas se opõem ao terrorismo individual”, escrito em 1911 e que está no link do pé da página. Ali, o revolucionário russo opõe a consequente manifestação coletiva a ações estrepitosas de poucos indivíduos tomados de fúria aleatória.
O seguinte trecho tem a precisão de um compasso:
“Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão”.
E mais adiante, completa:
“Nos opomos aos atentados terroristas porque a vingança individual não nos satisfaz”.
Os Black Blocs têm uma ação deletéria. Acabam justificando a violência policial para um grande número de potenciais participantes de mobilizações de protesto. Exacerbam o reacionarismo existente na sociedade e transformam movimentos sociais em sinônimo de vandalismo. Animam pit bulls existentes nos aparelhos de segurança, como o boçal que atende pelo nome de capitão Bruno, da tropa de choque de Brasília.
Os Black Blocs não organizam nada, não querem nada.
E podem fazer com que manifestações maciças virem nada.
http://www.marxists.org/portugues/trotsky/1911/11/terrorismo.htm
GILBERTO MARINGONI
Henrique Perazzi, sempre companheiro e nunca esquecendo de mim. Fala deste esquizóide novamente em seu Mafuá, sempre agradeço e sempre me desculpo, por só ler quando lembro. Mas, afinal, seu blog está sendo bem visto, pois me falaram dele na fila do supermercado....
Silvio Selva
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