domingo, 22 de setembro de 2013

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (36)


DOMINGO COMPRANDO CDs E ARTESANATO EM DUREPOX – A FEIRA É DO ROLO
Eu, como até as pedras do reino mineral sabem não passo domingo em Bauru sem bater cartão na feira dominical, mais precisamente na Feira do Rolo. Impossível não conhecer uma pá de gente nova a cada retorno. Fiquei duas semanas longe do lugar e hoje não deu outra, reencontros memoráveis e muito papo. Relato aqui duas pequenas histórias, dois relatos vividos e escritos no calor dos acontecimentos, no frigir dos ovos. Quem muito bem define tudo o que por ali rola foi o presidente da Associação dos Feirantes de Bauru, a AFB, Moisés Bastos, quando criou o termo “feiroterapia”, definindo de maneira precisa a magia do lugar.

Na esquina do fim da feira e do começo da do Rolo, esquina da Julio Prestes com a Gustavo, uma banca chama a atenção do lugar, com uma infinidade de CDs ali espalhados. Essa a quarta semana onde Vinicius revende os CDs, todos originais, adquiridos do acervo da Jovem Auri-Verde, pela bagatela de 3 por R$ 10 reais. “Hoje eles gravaram tudo e não tinham mais necessidade de permanecer com essa quantidade de CDs. O lote todo está aqui e faz o maior sucesso. Na primeira semana só uma senhora comprou mais de 100 e está voltando todo domingo e levando mais”, explica o jovem empreendedor da feira. Ele descobriu esse nicho e disse que na primeira semana vendeu mais de 700 CDs.

Escolhi três ali na correria, mas sei que muito dos filés já perdi. Trouxe um do Fogaça, do Thobias da Vai-Vai e do argentino Fito Paez. O movimento é grande e meu companheiro de empreitada, o imenso farmacêutico Quico, disputava comigo os achados. Depois de quatro semanas de intensas compras, o lote diminuiu consideravelmente e para achar preciosidades só mesmo garimpando com fé e afinco. Peço para tirar fotos e Vinicius pede que tire só da banca e de seu ajudante, um alegre e comunicativo corintiano, esse fazendo questão de propagar aos gritos a promoção da banca. Para quem gosta de música, uma boa dica, mas se dada semanas atrás valeria muito, hoje vale pelo registro de que, acervos dessa natureza não são disponibilizados todos os dias. Cheguei tarde, mas ainda consegui abiscoitar alguns perdidos no amontoado descoberto por puro acaso.

Do outro lado, juntinho da banca de livros do Carioca e do vendedor de bijouterias, o Valter, descubro um forasteiro vendendo seus produtos entre os feirantes do pedaço. Tratava-se do José Carlos Cunha, de Bernardino de Campos, com algo diferente, peças variadas feitas com modelagens em durepox. “Faço tudo nas horas vagas e depois viajo vendendo pelas cidades da região. Sou na verdade construtor, levanto casas, mas gosto demais de fazer essas peças, montei uma pequena firma no fundo de casa e faço peças artesanais, uma diferente da outra. Vim para cá hoje pensando que ocorreria hoje a Feira Estação Arte. Fiz minha inscrição e vou expor meu trabalho ali. Como vim em dia errado sai vendendo aqui para os feirantes e só num vendi mais de trinta”, conta Cunha.
O artesão é amigo do também artesão Chico Cardoso, o rei dos trenzinhos lá do Gasparini e o que me chamou a atenção foram os portas isqueiros. Comprei um para a Ana, fumante, com algo lembrando bem nossa região, uma bota dessas utilizadas em rodeios. Cunha gosta de botar o bloco na rua, de circular de cidade em cidade, de conhecer gente nova e com o que aprendeu a fazer, criou um bom motivo para viajar. Circulou a manhã toda de banca em banca, fez amizades, sentiu e gostou do clima do lugar. Assim como ele, vários outros podem ser percebidos nesses lugares. Uma legião de pequenos artesãos, todos fabricando pequenas peças e distribuindo da mesma forma que o Cunha, de mão em mão, preenchendo as barracas de produtos. Representam uma legião de formiguinhas, pouco notadas, mas bem ativas e necessárias. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Então a Auri-Verde disponibilizou todos os seus CDs e não avisou ninguém. Bela coleção, hem? Imagina se fizesse uma campanha junto aos seus ouvintes sorteando-os pela cidade. Preferiu repassar para alguém lucrar em cima disso. Perderam um rica oportunidade de fazer algo grandioso.
Alvarenga