sábado, 4 de outubro de 2014

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (62) e MEUS TEXTOS NO BOM DIA BAURU (298)


ESCRITOS ANTERIORES À ELEIÇÃO (05)

CONTINUO ACREDITANDO (TOC TOC TOC) - Texto desse HPA publicado hoje como nº 298 no BOM DIA BAURU e também no semanário ALFINETE, de Pirajuí:
Semana de eleição no Brasil é propícia para acirrar ânimos. Fácil isso, basta opinar e aguardar um bocadinho. O pau come solto. Os que te apóiam logo batem palmas e referendam teu escrito, os contrários descem a lenha, procuram pequenas falhas e sem dó e piedade mostram as garras. Tudo mais do que normal. “Entrou na chuva é para se queimar”, já dizia o guru futebolístico Vicente Matheus. Chuva ácida, percebo. Queima pra burro.

Areia movediça querer entender o imbróglio eleitoral brasileiro. Um vai e vem danado entre alguns candidatos, Marina hours concours nesse quesito, uma hora diz uma coisa, ora outra. “Bastou o pastor clicar três vezes a ela e foi pra cucuia tudo o que referendava até então sobre minorias”, alerta Luciana Genro em debate televisivo. Refém dessas pessoas, de uma igreja retrógrada e do mercado financeiro opressor. E quem me diz que Dilma não age da mesma forma? Disfarçada, mas com pouca diferenciação, pois bate cartão em inauguração de todo e qualquer templo de vulgos novos messias. Do outro, o mineiro Aécio, esse representa o retorno assim sem vaselina ao neoliberalismo mais crápula, aquele totalmente subserviente aos ditames dos EUA. Dane-se o que já foi feito, caminhos trilhados, nada levado em consideração.

Temos que mirar o futuro, mas como desse jeito? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. “E o Brasil de hoje, não obstante todos os bolsões de atraso, inclusive das marcas do racismo de três séculos de escravidão, é o melhor de todos os tempos, é o que o nosso povo, sempre alijado do poder pelas classes dominantes, pôde construir. Com a ascensão social do povo, vai melhorar, disto não tenho dúvida”, me escreve um amigo carioca, o escritor Artur José Poerner. É o que me guia nesse momento.

Tento ainda acreditar que se está ruim, pode piorar. Voto consciente e com esse pensamento. Ando pela periferia e vejo algo nunca antes feito nessas proporções, prédios e mais prédios populares, médicos estrangeiros indo na residência dos pacientes, estudantes sem condições cursando universidades, um soldo mínimo revitalizando a vida de desassistidos, etc. Não queria ver isso interrompido, pois sei que pode parar assim num vapt-vupt. Miro o futuro apostando na continuidade disso. Voto amanhã com tudo isso em mente.

SAIBAM QUE TEM GENTE QUERENDO ACABAR COM A MÚSICA AO VIVO NA CIDADE - RECEBO ESSE INSTIGANTE E PROVOCATIVO TEXTO, APIMENTANDO A DISCUSSÃO - Entendam todos tratar-se da opinião de alguém com ligação umbilical ao meio musical, não generalizada e muito menos feita endereçada para esse ou aquele dono de estabelecimento. Outro lado da questão, merecendo ser lido com a devida atenção e todos desarmados, por favor:

“Henrique, bom dia. Estou enviando o texto seguinte "in box". Fica ao sei critério caso queira publicar. Parati, patatá, tro ló ló, justa é de direito as reivindicações dos donos de bares e casas noturnas contra os exageros da “Lei Parreira”, mas não se pode esquecer que de certa forma ela acabou com a exploração dos músicos, limitando o horário da música ao vivo. Os profissionais tinham horário para começar a apresentação, mas não tinham horário para terminar. Lembro-me da extinta Choperia Castelo, três ou quatro horas da manhã, quase fechando aparecia um egresso da zona e o músico não podia parar. Isso sem contar com os desmandos da tal Ordem dos Músicos conseguindo liminares em mandados de segurança. Pior, quando essa “ordem” autuava a casa pela falta da Nota Contratual Coletiva, os proprietários descontavam esse valor do cachê e o músico ficava mais miserável do que era, pois os valores pagos não chegavam a R$ 80,00 a noite.

Passados mais de vinte anos, os R$ 80,00 continuam a mesma paga. Aproveitando dos jovens e inocentes músicos escravos da música, inescrupulosos comerciantes conseguem, em períodos esporádicos, abrir casas noturnas, com o único intuito de se aproveitar dos mesmos. Dizemos esporádicos porque os já citados músicos inocentes e escravos da música começam a perceber, depois de algum tempo, que estão pagando para tocar, tendo em vista que ninguém o faz de graça. Sabemos que para se chegar a tocar um instrumento a ponto de se exibir publicamente, inclusive arrancando aplausos da platéia, é necessário todo o envolvimento intelectual de aprendizado de técnica instrumental, afinação, equalização sonora e rítmica, além, é claro, da necessária boa interpretação de cada música no aspecto estético, sem a qual nenhuma emoção real será transmitida ao público consumidor. Infelizmente, para o não conscientizado músico, todos os requisitos acima citados passam totalmente despercebidos, tendo em vista que a atividade de cantar e/ou de tocar para uma pessoa de real talento é extremamente prazerosa.

Mas eles se esquecem que estão fazendo um trabalho intelectual muito desgastante e, junto a isso tudo, vem o investimento material que é feito como: Compra de instrumentos de boa qualidade porque, apesar dos bons similares nacionais, há a preferência, em geral por terem ou não um melhor poder aquisitivo, pelos importados, que têm obviamente os custos mais elevados; Despesas com transportes dos instrumentos. Muitas das vezes é feito em veículo próprio, ou alugado (táxi), com custos de combustível e pagamento da corrida; Gorjetas a tomadores de conta de carro ou estacionamento pago; Aluguéis de estúdios para ensaios ou a incômoda busca de um local para realizar os mesmos. Quando feito em casa, assumem as conseqüências tradicionais de atritos com a vizinhança, parentes, pela sua própria natureza de estar apreendendo a tocar individualmente ou em conjunto, que causa um STRESS denominados de PERTURBAÇÃO A VIZINHANÇA (LEI MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE).

Todo esse processo até atingirem o estágio de tocar em uma casa noturna, qualquer que seja ela, todo o músico passa impreterivelmente pela maioria das situações descritas. Paradoxalmente, depois de todo esse prazeroso e estressante investimento não percebido pelo nosso músico, ele ainda se submete à situação de "TOCAR DE GRAÇA", inclusive não se sentindo explorado e realmente convicto que está dando o PRIMEIRO PASSO PARA O ESTRELATO. É interessante notar que as casas noturnas que usam desses jovens e inocentes escravos da música possuem em seus quadros de trabalho profissionais como garçons, cozinheiros, seguranças, bar-men e porteiros todos com seus salários e obrigações devidamente pagas pelo proprietário do estabelecimento, que só os mantém contratados e em dia, graças aos jovens e inocentes escravos da música que estão tocando no palco. E se não fosse o trabalho desses jovens, tais respeitáveis profissionais citados não estariam empregados, pois uma casa noturna sem música ao vivo ou mecânica simplesmente não existe. Há de se notar que até os tomadores de conta de carros, nos arredores da casa noturna, têm a sua gratificação garantida. Mas o músico que se auto intitula amador e está tocando de graça, além de tudo está dando oportunidade para que pessoas (espertinhos de carteirinha) usufruam dos altos lucros obtidos, estabelecendo uma escravidão branca.

Será que as pessoas vêem os Músicos como pessoas de boa fé e sem maldade e, por isso, se tornam presas fáceis aos exploradores de plantão? O poder de sedução de qualquer produto é conseguido através de seus pregões, das propagandas comerciais das emissoras de rádio e televisão e de seus shows, filmes e novelas de seus temas, enfim, de todo o tipo de exploração comercial. Sem a MÚSICA E SEM O MÚSICO, SERIA COMO VIVER SEM RESPIRAR. Seria interessante ver uma casa noturna onde profissionais como garçons, cozinheiros(as), seguranças, "barmen", porteiros, faxineiros, e também os músicos fossem todos, sem exceção, AMADORES, e nenhum deles recebesse nenhuma remuneração e, sem esquecer-se daqueles tomadores de conta dos carros lá fora, ninguém recebesse nada. Seria um verdadeiro PARAÍSO, para o proprietário da casa: talvez assim ele pagasse um CACHÊ aos tomadores de conta dos carros, para a maior segurança de seus clientes. Vale a pena lembrar que o tal “cachê artístico” cobrado como consumo fica para o dono do bar e não é repassado para o músico. Muitas vezes o proprietário recebe várias vezes o que pagou ao artista. Aquele que faz o espetáculo, além dos aplausos, merece o respeito... É preciso respeitar para ser respeitado! Pagando um cachê digno, que não R$ 80,00, se obtém respeito”.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se voltássemos no tempo e observássemos a chegada das Caravelas, estaríamos diante de um Brasil muito verde, diferente, um país que até então só conhecíamos por livros de História, se voltássemos 70 anos atrás, o visual também seria diferente do tempo das Caravelas e dos tempos atuais, mudanças são um constante no desenrolar da história, mas e a forma, a base da sociedade?? Esta muda??

O desenvolvimento muda o visual de uma sociedade, mas não muda a base social, a produtividade aumenta com o passar do tempo, mas a exploração de quem trabalha a terra e produz continua, este permanece sem a terra, escravo da baixa remuneração, miserável, oprimido pela classe dos grandes proprietários de terra, continua tudo na mesma.

A publicidade do capitalismo, com algumas semelhanças da publicidade na época das senzalas, onde funciona como uma ilusão motivacional para o explorado, ela apregoa que o país está passando por uma mudança fantástica, sem precedentes na história brasileira, o que é uma grave mentira, mil vezes mentira(como diria o saudoso Hugo Chávez), até porque do ponto de vista histórico não apenas brasileiro, mas mundial, desde os anos 30 estamos passando por muitas e aceleradas mudanças, portanto, bem diferente do que fala por aí. Mesmo se usarmos para facilitar o debate em questão, da ótica capitalista, falando-se em taxa de crescimento econômico, hoje ela é mais baixa do que a maior que já existiu na história da economia brasileira. Não se tem na sociedade hoje uma mudança grande, como por exemplo na época da abolição da escravatura, o que mostra que o país já mudou muito mais em períodos anteriores, como também após o golpe de estado de 30, onde com as mudanças de hoje são fracas para comparações.

No visual, quando avançamos na história, vemos hoje nas cidades uma grande quantidade de indústrias que não existiam décadas atrás, só que naquele tempo o trabalhador era explorado e continua sendo explorado, hoje mais ainda do que antigamente, já que a produção também mudou, vejam que as cidades mudaram, mas não mudou a exploração.

Antigamente éramos uma colônia, depois passamos por uma independência, ao menos oficial, mas nada mudou, antes mandava a família portuguesa, hoje quem manda é a política norte-americana, o Banco Mundial, FMI, as Multinacionais, é o típico exemplo do "mudou para não mudar", antes não possuíamos muitas escolas, a população era quase toda composta por analfabetos, hoje tem escolas para todos os cantos do país, mas as pessoas aprendem?? As pessoas dominadas por este sistema conseguem aprender?? A maioria é analfabeta funcional, sabem ler, escrever algumas palavras, mas sem poder de entender além, desfrutar de um amplo horizonte, então isso é o que precisa mudar, a política é diferente?? Claro que sim, antigamente mandava um rei, durante muito tempo nem se consultava as pessoas, hoje todo mundo vota, mas o pobre trabalhador deixou de ser explorado por uma classe que representa só os interesses da burguesia?? Não deixou, as cidades hoje, desenvolvidas pelo aumento da produção e da economia capitalista, onde a maioria esmagadora dos trabalhadores moram, deveriam ser o retrato das mudanças sociais, mas são ao contrário, justamente por não serem mudanças sociais, mostram um país que cresce na produção e capital, e exibem aos montes uma miséria social e cultural como uma fratura exposta, isso não é apenas um motivo de vergonha para os brasileiros, isso mostra que o modo de viver piorou no desenvolvimento do capitalismo ao invés de melhorar, em todos os aspectos há um país que muda nesse sentido, e outro que permanece enraizado, acorrentado com o que de pior a história deste modelo de sociedade nos legou.



"Pioneiros para o Comunismo, seremos como Che Guevara"

"Comandante, Ordem!
ordem sobre esta terra,
nós faremos guerra,
se o imperialismo vier"

"Ódio e Morte para o Imperialismo Norte Americano!"
Hasta La Victoria Siempre

Camarada Insurgente Marcos Galeano "Stalin III"
Comunismo em Ação - A RETOMADA

Anônimo disse...

sobre os músicos

Me desculpe, mas para é justamente para acabar com estes abusos que os músicos se uniram à luta com os bares, restaurantes e casas noturnas. Criticar é fácil porém é preciso se empenhar e não ficar na escrita de algumas poucas linhas. Gostaria de saber se tal músico se preocupou em participar de alguma reunião, e não foram poucas, para melhorar a situação dos músicos????? . Como nosso amigo Eliel Firmino (músico), hoje estamos mais empenhados e unidos (músicos e proprietários) e com certeza ganharemos algumas batalhas para o bem de todos e isso só estamos conseguindo sem a idéia hipócrita de dividir as classes. Fica aqui o convite para a próxima reunião e assim realmente se empenhar em melhorias para todos. Abçsss!!!

Celso Furuya