terça-feira, 28 de outubro de 2014

RETRATOS DE BAURU (165)


CLAÚDIO E PAULO LAGO FAZEM PARTE DA NOSSA HISTÓRIA POPULAR
Algo entristecedor é o que ocorreu nesse período eleitoral, quando postagens seguidas demonstravam desapreço total a esse tal de “comunismo”, como se quem o praticasse fosse o pior elemento desse mundo. Repugnante e desaconselhado até manter amizades ou se aproximar desses (continuariam comendo criancinhas?). Desconhecimento total do que venha a ser comunismo ou algo pior que isso, o conhecimento, mas mesmo assim a necessidade de usar o termo como depreciativo. Puro preconceito e a evidência do empobrecimento político no país. Em outros tempos, não tão distantes, ser comunista exprimia exatamente o contrário. Afinal, mudou o comunismo ou a cabeça das pessoas piorou? Escrevo de dois que, nunca tiveram problema nenhum de serem chamados e taxados de.

PAULO E CLÁUDIO LAGO são duas pessoas um tanto confundidas na cidade até hoje. Mas quem é um e quem é o outro? Ambos bancários, ambos lutadores intransigentes na defesa da classe operária, dos direitos dos trabalhadores, dos movimentos sociais e fazendo das ruas o lugar de reconhecimento popular e de muita ação.
A confusão começa no fato de serem irmãos, com pouca diferença de idade e formação um tanto parecida. Saíram de Águas de Santa Barbara muito cedo e aqui em Bauru se formaram, adentraram o Banco do Brasil e daí para iniciar o engajamento no Sindicato dos Bancários foi um pulo. Ambos diretores e paralelo a tudo algo também marcante, tendo seus nomes ligados à Causa Operária, um segmento comprovadamente de muita resistência, valiosíssimo em várias conquistas na cidade. Não havia atividade social onde ambos não estivessem metidos e um tanto difícil fazer a separação, mesmo ela sendo evidente ao conhecer ambos. Foram tantos os embates, tantas as lembranças e até no momento de saírem da cidade, parece que tudo acabou se dando num mesmo momento. Ficaram um bom tempo longe de Bauru e nessa campanha eleitoral, para surpresa geral e felicidade de todos seus amigos, acabaram retornando e se engajando na campanha pela reeleição de Dilma. Esses irmãos são merecedores mais do que um capítulo só para eles (talvez um livro), quando alguém vier a contar a verdadeira história do movimento operário e sindical ocorrido na cidade. Impossível não parar diante deles nesse momento de um quase retorno e não permanecer ali prostrado, ouvindo e recebendo uma verdadeira aula de História. Honrados e dignos sujeitos da história, personagens principais quando se leva em conta o seu lado B, ainda não devidamente contado (nem revelado). Por tudo o que representam, eu ainda me emociono muito ao vê-los.

OBS.: Cláudio é o da esquerda e Paulo, o da direita - desculpa viu! - na primeira foto. Peço desculpas pelo perfil em conjunto, mas como sempre achei que fossem mesmo uma mesma pessoa.

2 comentários:

Anônimo disse...

sim, votei no Paulo em 88,mesmo com todo aquele rolo.
João Neto

Anônimo disse...

Um pequena, mas creio importante correção: Paulo foi militante da Causa Operária e candidato a prefeito de Bauru tendo este que escreve como vice, num confronto heroico primeiro contra a burocracia do PT (que tentou vetar a chapa que havia saído vencedora da convenção) e, depois contra a burguesia e seus candidatos.
Cláudio Lago foi militante da Convergência Socialista. Ambos, juntos com outros valorosos militantes, foram protagonistas da retomada do Sindicato do Bancários da mãos do João do Crime (a alcunha identifica plenamente o pelego que durante anos dirigiu o sindicato).
Almir Ribeiro