ALGO DA INTERNET (97)

MAIS SEIS REGISTROS DO COTIDIANO DA ALDEIA BAURUENSE

1.) O PASTOREIO FEITO DE HELICÓPTERO

Essa foto meio que inusitada, olhando assim é de difícil identificação. Explico do que se trata. Essa torre está localizada bem no centro da cidade, mais precisamente na rua Bandeirantes quase esquina com a Azarias Leite, pertinho da Delegacia de Polícia Civil, da Câmara Municipal e da Agência Central dos Correios. É o único heliporto do centro bauruense e está instalado ao lado de um portentoso templo religioso. Sua função? Acredito que os tais pastores tenham compromissos em vários templos ao mesmo tempo e com reduzido espaço de tempo para os deslocamentos, o melhor mesmo foi fazê-los cumprir a agenda de cultos chegando mais rápido e sem enfrentar o trânsito de uma cidade para outra. Modernidade à serviço de tão prestativo serviço junto à população. Vou solicitar o tombamento junto ao CODEPAC.

2.) UM SOFÁZINHO BÁSICO DEBAIXO DA ÁRVORE

Essa foto eu tirei dias atrás quando passei rapidamente pelo coração do bairro Nova Esperança. Algo nessa rua sempre me chama a atenção, um morador deixou um velho sofá na calçada e ele ali permanece, faça sol ou chuva. Algumas vezes passo lá e ele está todo garbosamente ali sentado, desfrutando não só da frondosa sombra, como das benesses do velho e surrado encosto para seu corpo. Esse sofá deve ser daqueles que o cara não deixa o Serviço de Coleta da Prefeitura levar embora, pois vai perder seu ponto de descanso. Vale o registro. Isso tem demais pelos bairros da cidade, cenas do cotidiano só deles.

3.) AS AVES BRANQUINHAS E O RIO FEDORENTO

Publiquei um texto coisa de uns quatro anos atrás sobre as garças proliferando ali dentro do ribeirão Bauru, entre o terminal rodoviário e a a rodovia Marechal Rondon, margeando a avenida Nuno de Assis. Era muito triste ver aquelas aves tão branquinhas e no entorno de um rio tão fedorento e naquele trecho, infelizmente, talvez o mais mal cheiroso cortando Bauru. Os anos se passaram e muita promessa do fim dos dejetos de esgoto serem despejados in natura no rio. O que tenho visto cada vez menos são as tais garças. Uma ou outra ainda se arrisca a pousar e por ali permanecer. Que teria acontecido com as garças? Até quando o rio vai continuar com esse feio aspecto? Perguntas meio que irrespondíveis para uma sexta quente e abafada, onde tudo de bom seria molhar os pés num rio. Não nesse na atual situação, claro.

4.) TRANSFOMAÇÃO EM ANDAMENTO NA ESTAÇÃO DA SOROCABANA

Essa edidicação como na foto não mais existe. A avenida Pedro de Toledo está tendo, pouco a pouco, uma alteração em sua paisagem. Na verdade, na avenida em si nada mudou, mas para quem olha lá para baixo, pros lados da linha férrea a mudança já é bem perceptível. A antiga estação da SOROCABANA, a mais antiga de Bauru, continua lá, mas o anexo que estava nela agregado, um armazém, esse já foi devidamente demolido. Os empreendedores que estão promovendo a construção do conjunto habitacional por ali tem como compromisso assumido o restauro da antiga estação e assim devem estar procedendo. O importante na preservação é a estação e não o armazém. E se o mesmo já foi demolido, o projeto deve estar caminhando a passos largos. É isso mesmo? Aguardo ansioso pela recuperação daquela área, pela possibilidade concreta de ver essa estação totalmente preservada e de ver também a revitalização daquele problemático setor da cidade contribuindo em muito para o renascimento do centro velho bauruense. Na torcida...

5.) NEM CINEMA, NEM SINDICATO, POR ENQUANTO SÓ UM TERRENO VAZIO

Eu sempre gostei muito dos cinemas de rua, mas eles foram sendo dizimados um a um. Pelo interior brasileiro conta-se nos dedos (de uma das mãos) os ainda resistentes (em Pederneiras tem um). Um dos últimos daqui foi o Cine BAURU I e II, majestosa edificação que por décadas ficou fincada ali na Treze de Maio, duas quadras acima da Rodrigues (o último foi o Vila Rica). Seus proprietários para facilitar a tal da venda demoliram tudo sem dó e piedade. Foi uma tristeza de dar dó. E foi vendido mesmo. Meses depois ali é postada uma placa da Federação dos Comerciários, de que ali seria levantada a nova sede do Sindicato dos Comerciários de Bauru. Parcerias informadas, acho que até com prazo para início de obras. Isso já deve ter completado pelo menos uns dois anos. Nada até agora e até a tal placa está sofrendo com as intempéries da natureza e já bastante desbotada. E daí gente desse sindicato: É para quando mesmo? Perdemos o cinema e ganhamos mais um vazio urbano. Será que ocorreu uma desistência com mudança de planos de investimento?

6.) SERIEMA PISANDO NO ASFALTO QUENTE

Esses danadinhos estão sendo praticamente obrigados a invadirem o centros urbanos, tal a devastação das áreas onde habitam. Crueldade sem fim. Essa seriema, assim como um bando de quero-queros, garças, pombas, corujas e até gaviões circulam pelas ruas bauruenses. Esse foi fotografado primeiro numa área com grama e depois atravessando o quente asfalto na avenida Nuno de Assis, não só queimando as patinhas, como num risco muito maior, o de ser atropelado. Muitos carros passando raspando, outros parando para como eu, fotografar o animal. O bicho homem reclama e reclama de tudo, hoje do calor, amanhã do excesso de chuvas, mas comete a cada dia que passa mais e mais arbitrariedades com a natureza e as respostas surgem dessa forma, alterações de temperatura e deslocamento de animais de seus redutos para outros. Onde isso vai parar? Reflexos da doença do bicho homem.