AMIGOS DO PEITO (100)

UM BLOCO QUE “CAUSA” – AMOR, CIÚMES, RAIVA, IRA E MUITO DO CONGRAÇAMENTO HUMANO

Escrevo pelo bloco BAURU SEM TOMATE É MIXTO, como qualquer outro integrante o faria. Somos um grupo, unidos pela desorganização, sem donos, nada de latifundiário mandante (e também pedante). Quando alguém levantar mais a voz e se dizer dono, certamente sofrerá a pena máxima da repugnância coletiva e terá que colocar o rabo entre as pernas. Deem a isso o nome que quiserem. Somos assim, mas não somos bobos. Todos lá inseridos sabem muito bem pra que vieram, fazemos e acontecendo ao nosso modo e jeito. Um maravilhamento promotor de muita união, mas também de certa inveja, até ira. Bobagens.

Queremos mais é manter a independência da crítica. Se a fazemos só com temas locais, alguns desgostam. Somos todos seres sociais, inseridos no contexto bauruense, nacional e mundial o ano todo, 361 dias do ano. Nos 4 do Carnaval e inseridos no bloco, particularizamos Bauru e suas mazelas. Isso também desgosta alguns e alegra outros. Não existe como contentar a todos. Mas de algo ninguém pode nos acusar, não deixamos de nos posicionar e o ano todo, a todo instante e momento. Essa a proposta bloqueira (ou seria bloquista?). Não existe petulância, nem queixo empinado nas nossas ações. Existe sim, muita picardia, ironia, galhardia e a necessária crítica aos que pisam constante no tomate (opâ, em nós não, hem!).

Queria com esse texto homenagear os tomatistas juramentados. Como fui muito paparicado lá no Sambódromo no primeiro dia dos desfiles (levei pedradas e caras feias também), quero paparicar um pouco dos queridos e queridas componentes da desorganizada união. Vamos a eles:

TATIANA CALMON – Sem ela não teríamos a alegria de uma puxadora (sim, ela detesta ser chamada de intérprete) irreverente, malemolente e sagaz. Uma alegria mais do que contagiante, diria, inebriante. Se existem pessoas imprescindíveis, a Tati é uma delas. Um pedaço de mal caminho.

KANANGA DO ALEMÃO, CLEUSA, ALEMÃO E GRUPO – Pegaram o espírito da coisa que é uma maravilha. Um grupo tocando o bom samba pela cidade, só poderia estar conosco. Somos amigos da maioria dos músicos da cidade, um melhor que o outro e todos entendem (espero que sim), dos motivos de privilegiarmos um. E muitos outros chegam junto, afinal, aqui cabem todos. E o Kananga, pela bela ficha corrida, merecem mais do que um afago.

GONZALÉZ, FAUSTO BEGOCCE E JUNIÃO – A cada ano convidamos um chargista para fazer a estampa do bloco, todos amigos, representando o tema do ano e depois inserir a mesma nas camisetas. Isso deve continuar enquanto amigos estiverem dispostos a colaborar conosco. Agradecimentos efusivos a todos os que vieram e aos que virão.

OSCAR SOBRINHO – O rei da irreverência, picardia soberana, vem a cada ano travestido com uma fantasia diferente, incentivando outro tanto a aparecerem produzidos. Em sua casa ocorre variados eventos e além disso, cozinha que é uma maravilha. Viciamos em por lá comparecer.

ALBERTO PEREIRA – Todos os eventos preliminares dos desfiles ocorrem lá na Casa da Capoeira, o quartel-general dos Tomateiros, lugar cedido graciosamente por esse folião, também o melhor construtor de rabecas que vi na vida. Sempre pronto para com seu jeito, franco, direto e reto, nos recolocar na linha (e se o trem nos pega, e aí?).

ROSANGELA BARRENHA – Essa Louca por Alegria tinha um bloco antimanicomial e seduziu a todos. Depois dela, todos endoidemos mais um bocadinho e adoramos. Tem uma Oficina de Fantasias dentro da cachola e vez e sempre produz as peças todas do bloco, desde o estandarte até a cueca dos tomateiros.

SILVIO SELVA – Toda a verve criativa desse competente multiuso é devidamente subtraída pelos esforços cedidos ao bloco. Todas as letras de nossas marchinhas são dele e serão enquanto continuar fazendo tudo do jeitinho como gostamos, em cima da hora. El se diz desajustado, mas sabe existirem piores entre nós (ou seriam todos?).

GILBERTO TRUIJO – Desce com sua bengala todo desfile, sempre pronta para usá-la na cabeça de algum indigesto provocador. Titular absoluto do corpo jurídico do bloco, pronto para o que der e vier em questões de respostas. Por via das dúvidas, anda com um galho de arruda atrás da orelha.

LILIANA MARTINS DOTTA – Fez esse ano junto do Milton Dotta um monte de adereços tomatistas para o bloco, inclusive uma imensa sombrinha, arquinhos para a cabeça das damas e paus de selfie variados. Pau para toda obra, entrou na dança e não pensa mais em sair.

ANA BIA ANDRADE – Sempre com novas ideias, sugestões que pouco a pouco vamos implantando, ajuda sempre na retaguarda em providências que sempre estamos meio debilitados. É função dela distribuir o folheto com as letras da marchinha nos dias do desfile.

GUILHERME REIS - Supremo na irrevereência e na sapiência com que apresenta a cada novo encontro ideias criativas e práticas. Menestrel da Simpatia, Tio Gui precisa ser mais e mais explorado, pois traz dentro de si a veia da criatividade sempre pronta para explodir. E quando explode faz um estrago danado de bom.

DENISE AMARAL - Uma cantora como poucas, dessas que fazem uma legião de gente babar na fronha. Por aqui, todos o fazem desavergonhadamente. Ela encanta nossas festas, ensaios e o desfile. Por onde passa irradia alegria e o maravilhamento de sua irreverência e sapiência musical.

MARIA INÊS FANECO - Rainha, miss, deusa, dica e "sonho de consumo" de todo os bloco, loqueiros e bloquistas. Uma empresária da pipoca e administradora do muro mais democrático da cidade, além da frase mais linda dos últimos tempos: "Ai, como eu sofro". Um maravilhamento de pessoa, tomateira de responsa.

FATIMA BRASILIA PAULISTA – Pelas funções exercidas num banco e tendo experiência no contato com o vil metal, ficou responsável pela tesouraria do bloco, sempre deficitária, mas nunca por culpa dela. Ela tenda nos emendar, mas não temos liga (ou temos e ela não acerta a mão?).

HELENA PERAZZI DE AQUINO – Responsável pelos assuntos aleatórios do bloco e por injetar bons fluidos nas intermediações estabelecidas (e as não também). Como boa bruxa, traça os pauzinhos para que a poção mágica que todos tomam nunca falte.

ROQUE FERREIRA - O  vereador não sai em nada que o contrarie e ciente do seu sério posicionamento, onde não entra em errada, quando o vemos integrado ao grupo, temos a absoluta certeza de estarmos no caminho certo. Nunca dizemos trilho certo, pois todos tem receio do trem nos pegar, mesmo eles quase não passarem mais nos trilhos bauruenses.

HENRIQUE COSTA, DA H. TEX - Junto conosco desde ano passado o até hoje skatista e também fera do silk-screen, esse rapaz de estatura mediana produz as camisetas do bloco com esmero e dedicação. De tanto ver falarem da gente por aí, disse que já é um dos nossos.

MARIA CRISTINA ZANIN - O que dizer de uma abnegada advogada, saindo da sua Rio Preto só para desfilar conosco e também nos defender dos impedimentos e injúrias jurídicas e não jurídicas. 

AGNALDO "LULINHA" SILVA - Figura mais do que necessária, um pé de boi em todo desfile do bloco, pois traz consigo o som da CUT e faz mais, puxa o mesmo em toda Batista. Além disso é o cara a trazer bons fluidos umbandistas a tudo e todos.

ELIZA CARULO não deixa de desfilar todo ano, descendo de onibus lá do seu José Regino e driblando as dificuldades, diz a plenos pulmões que, nesse bloco eu tenho que sair de qualquer jeito. Virou um dos xodós de todos.

Tem mais, NIBA BARBOSA, CLAUDIO LAGO, MARISA FERNANDES, ROSANA MILLEO, CARMINHA FORTUNA, MARCELO GUERESCHI, GERALDO INHESTA, ADHAM MARIN, DANDARA, PIERANGELA FILIZZOLA e tantas outras e outros.

Pataquadas, golpes abaixo da linha da cintura, bicudos, caneladas e qualquer tipo de admoestações, serão tratadas e julgadas adequadamente pelo nosso TRIBUNAL DAS INSTÂNCIAS INFERIORES, ágil no gatilho e nos aranhões. Assim somos e assim seremos. Como definiu muito bem, Silvio Selva: "Aqui não tem só petralha, mas sim muita GENTALHA". Somos nós, assumidíssimos e sem vergonha de dizer, que o bom mesmo é continuar sendo pela vida afora POLITICAMENTE INCORRETOS. E não venham querer nos colocar nos trilhos...

E muito mais virá pela frente.
E muito mais serão os enfrentamentos daqui por diante
E muito será a picardia e a galhofa daqui para sempre
E muito mais será a verve utilizada para ridicularizar as pedras no caminho
E estaremos sempre de plantão para causar, pois somos mesmo ATRAPALHADORES DE CAMPANHA. Ontem, hoje e sempre.