sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

RETRATOS DE BAURU (169)


SILVIO BEVISTA, DOIS METROS E TANTO DE PURO SAMBA

Tem pessoas que possuem a cara daquilo que mais fazem na vida. Todo mundo já viu fotos de sujeitos que se parecem muito com os seus animais de estimação. Esse aqui retratado hoje, se é que o samba tem uma cara, ele é a própria. Junta tudo o que um bom sambista precisa ter, desde a malemolência, a sapiência na ginga, o saber cantar, encantar e mais que tudo, estar no lugar certo, fazendo o que gosta e tendo muito conhecimento do que faz. Uma reunião nem sempre fácil de ser encontrada numa só pessoa. Esse aqui tem tudo isso e muito mais.

SILVIO DOS SANTOS PEREIRA é o seu nome de batismo, mas no mundo do samba de Bauru, todos o conhecem simplesmente por SILVIO BEVISTA. Funcionário público municipal é um dos que circulam pela cidade com o caminhão de combate à dengue, a qual já está mais do que imune, de tanto respirar a tal fumaça. Casado, três filhos, esse baita negão, dois metros e lá vai fumaça de pura simpatia, ginga no pé e gogó de ouro tem seu nome inscrito na história do samba na cidade. Nos anos 70 foi um dos expoentes do Movimento Black em Bauru e em 1988 estava na formação original do Grupo Elite, um dos mais conceituados e conhecidos na cidade. Impossível relacionar os lugares onde já tocou, tanto em grupos, como solo. Quilométrica ficha corrida de serviços prestados ao samba e também ao Carnaval. Esse ano empresta sua voz para o bloco Pé de Vasa e também para a mais nova cria dentre nossas escolas de Samba, a Mocidade Unida (é um dos seus fundadores), ambas da vila Falcão, um dos nossos mais renomados redutos de samba. De tanto que já fez, acabou agraciado ano passado com o Prêmio Zumbi dos Palmares e além do envolvimento todo, tanto profissional, como com a boa música, esteve presente na composição das últimas diretorias do Conselho da Comunidade Negra. Silvão, como bem poderia ser chamado é um fidalgo do samba, mestre diplomado em samba pela maior universidade desse país, a da experiência empunhando microfones vida afora. Dizem ser bravo, mas como sempre está ostentando um baita sorriso, isso deve ser conversa mole.

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