quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (95)


ADVOGADOS – CLASSE MAIS FELIZ NOS PRÓXIMOS ANOS*
* Já pedindo desculpas antecipadas ao meus amigos advogados, remando seus barcos para o lado oposto disso tudo.

Essa profissão carrega uma carga um tanto negativa. Tento explicar com um exemplo. Numa foto ontem defronte a Polícia Federal em Curitiba, uma reunião de alguns desses antes de adentrar a unidade. Todos muito bem engravatados, ternos finos, aqueles são os que defendem os executivos das empreiteiras presos por causa da Operação Lava Jato. Estão como que numa espécie de acordo vendo qual será a estratégia para facilitar e antecipar a saída do cárcere de alguns dos vilões que infelicitam essa nação. Pelo que entendi estão agora tentando a todo custo desmerecer o que impõe o duro juiz Sergio Moro, inflexível com os detidos e enxergando não só o que a mídia quer ver, ou seja, o esquema vai muito além da tramoia na Petrobras. E os advogados ali reunidos, vendo como farão para tentar desqualificar a ação do juiz e soltar os até então detidos, afinal eles e outros tantos na fila não são petistas, mas fazem parte das tais “forças vivas” da nação, os endinheirados desse país, os que de certa forma estiveram unidos e agindo em nome da tal da manutenção da “casa grande & senzala”.

Assim sendo, advogado é uma profissão atuando com o deus e o diabo (sem generalizar, viu!). Aceitam defender quem quer que seja, desde que bem remunerados. E, todos sabemos, pagando bem, existe sempre uma enorme possibilidade de reverter o quadro e achar algo onde a Justiça possa entender de outra forma o ocorrido e livrar a cara do malversador. Mas isso não é tarefa fácil, nem barata. E uma malta de advogados fazem isso que é uma maravilha. Nem todos, diria. Conheço muitos que não fariam algo assim por nenhum dinheiro nesse mundo. Tem outros que, pela postura de vida profissional de uma vida inteira nem são procurados por gente assim, pois já sabem da negativa resposta. Mas, é claro, existe os que aceitam. Diriam que toda profissão é a mesma coisa. Sim, mas entre os advogados é fácil identificar aqueles com escritórios de alta monta e com tarimba em procurar brechas, desvios e facilitar ao máximo a vida, mesmo daqueles que cometeram barbaridades. É diante disso tudo que concluo do negativismo da profissão. Ela precisa sempre de uma renovação de carga positiva, algo para recarregar o que vai de energia negativa em ações onde todos sabem que o cara errou, mas acaba escapando ileso.

Daí, quando vejo grandes escritórios de advogados apoiando iniciativas populares, bancando e patrocinando artistas de todos os matizes, praticamente sendo mecenas de livros, peças de teatro, exposições, esportistas , etc, não me entristece o fato. Isso aqui não serve somente para os advogados, mas também para grandes financeiras, bancos, empresas petrolíferas, cobradoras e outras quetais. Quando bate aquela dor de consciência, nada como patrocinar algo de útil. Claro que, em alguns casos, muitas empresas fazem isso simplesmente para lavar dinheiro, como sempre fizeram com doleiros do estilo do tal Yousseff, mas nem todos fazem uso de algo tão ilícito. Mesmo eu sacando isso tudo, leio livros bancados dessa forma, vou a shows, espetáculos esportivos, etc. Do contrário pouca coisa me sobraria para fazer quando olhando atentamente para quem bancou a de fato a coisa. Tenho um amigo que não vai ao cinema porque o dono representa um segmento explorador, não foi nem assistir seu artista preferido quando viu que o patrocinador era aquele mesmo que injeta dinheiro em algo pelo qual tanto tinha asco.

Escrevo isso tudo após ver as cenas daquele monte de advogados, das maiores bancas brasileiras, todos na fernte da PF curitibana, mas não ali para defender só os petistas. Podem reparar, eles estão ali tentar livrar da cana dura os tais das empreiteiras e também todos aqueles empresários que injetaram grana escusa nas mãos do doleiro. Imagino as conversações hoje nos bastidores dos endinheirados desse país, os ainda soltos, mas correndo risco, para que seus nomes não sejam incluídos nas próximas listas dos atrás das grades. Daí a minha conclusão, deles, os advogados serem a classe mais feliz dos últimos tempos. Como a Lava Jato vai durar muito tempo, trabalho para tempos de longuíssima duração. Leiam também o que disse no Jornal da Band, o jornalista Ricardo Boechat, um corajoso, ainda podendo remar contra a maré do restante da mídia: www.facebook.com/video.php?v=891166784251318

Um comentário:

Anônimo disse...

Ser mercenário virou a lógica da maioria dos cidadãos deste país, advogado é apenas mais uma categoria dos vendidos, dos que só querem grana e nada mais importa, assim como médicos que eram para salvarem vidas acima de tudo, advogados deveriam prezar pela justiça acima de tudo e analisar bem o outro lado para ver se não cometerão a injustiça de destruírem vidas.

Aqui em Bauru tem o lado dos advogados mercenários que nadam de braçadas e o lado do bundões, incompetentes, covardes, omissos, não encontro um sequer que vale os aplausos.

Que continuem advogados de deus e se explodam todos no paraíso, porque o inferno é o lar dos operários e o demônio o seu verdadeiro libertador.

Camarada Insurgente Marcos