sexta-feira, 27 de março de 2015

CENA BAURUENSE (133)


DOIS PRÉDIOS ABANDONADOS: CIA PAULISTA E ESCOLA SANTA MARIA
A situação da destelhada estação da Cia Paulista.

Estamos às voltas com o fechamento da Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes, mas outras obscenidades permeiam as hostes culturais em Bauru. Tempos atrás Bauru amealhou grana em emendas parlamentares para recuperar a antiga Estação da Cia Paulista, quando a cidade ganharia de volta o seu Museu Histórico Municipal, fechado desde quando foram encerradas as atividades lá no endereço na rua Antonio Alves. A grana chegou, uma imensa placa lá na frente do local, junto da Feira do Rolo indicava o valor reservado para a obra. Tudo teve início e a estação inteira foi destelhada. Passados poucos meses a obra parou e a estação inteira continua destelhada. O prefeito Rodrigo informou tempos atrás que a paralisação não havia ocorrido por esses abomináveis pedido de complemento, o trivial aditivo que as empreiteiras praticam hoje para ganhar mais e mais. O repasse do Governo Federal havia se estancado. E até hoje, passados mais de cinco meses, tudo continua paralisado por lá. Mas não era grana carimbada? A primeira emenda foi do deputado Vicentinho, época ainda do Governo Tuga. Essa paralisação é tão bestial quanto o fechamento da Oficina Cultural. A cidade precisa se mobilizar e pressionar a quem de direito para a retomada imediata dessa obra, pois do contrário, o prédio histórico estará irremediavelmente comprometido. Vamos deixar isso ocorrer?
A situação da hoje abandonada Santa Maria.


Aproveito para contar algo sobre uma escola municipal, a antes primorosa EMEF Santa Maria, ali no coração da vila Cardia. Essa escola sempre foi uma espécie de cartão de visitas dentre todas as municipais. Algo de muito ruim aconteceu por lá, a escola foi fechada há mais ou menos um ano e meio atrás e tudo transferido para o prédio do Lar Escola Rafael Maurício, lá na entrada da Vila São Paulo. Diariamente a Prefeitura disponibiliza cinco ônibus em todos os quatro horários e leva e busca os alunos da Cardia para a vila São Paulo. Um transtorno para todos. De uma simples reforma, nunca iniciada e nunca também explicada dos motivos reais da demora, o primor da Santa Maria hoje já se transformou na mais nova Pinóquio, aquela que permaneceu fechada e abandonada por muitos anos. Por que as coisas acontecem dessa forma com obras e em algo relacionado à Cultura e Educação? Tive parentes estudando na Santa Maria e conheci muitos dos seus antigos e atuais professores e em todos, algo velado e de muita tristeza. O descalabro por tudo chegar ao ponto do abandono total lá nas antigas instalações e o transtorno diário de todos os alunos terem que ser transportados de um bairro a outro. Parece ser mais fácil fazer esse transporte do que apressar a reforma da escola.

Duas obras, duas situações mais do que esdrúxulas. Obras paradas, inacabadas e outras com remoção e nunca iniciadas. Falta sensibilidade e explicações convincentes. Até quando? A culpa pode até não ser da Prefeitura Municipal, mas ela peca por não divulgar dos motivos reais desses atrasos, paralisações e fechamentos sem que nenhuma obra se inicie. E tem mais, mas por hoje ficamos com essas duas edificações, ambas tão importantes para a Cultura e a Educação bauruense.


ALCEU E UMA HISTÓRIA DO RECONHECIMENTO DO NOVO MOMENTO VIVIDO PELO INTERIOR DO NORDESTE
Alceu vai estar no SESC Bauru, sábado, 28/03.

ALCEU VALENÇA estará amanhã em Bauru. É uma das mais arejadas mentes do cancioneiro popular brasileiro. Sobre seu repertório nada a acrescentar, só a louvar. Estarei na fila do gargarejo para vê-lo cantar várias de suas canções. Muitas inesquecíveis. Tenho uma bela história dele, lida anos atrás na revista Brasileiros. Ele é de São Bento do Una, interior bravo pernambucano. Ele falando sobre como as coisas mudaram para melhor nesse país fez questão de relatar isso no meu resumo a seguir. Toda vez que voltava para sua cidade era rodeado por muitos que lhe pediam uma infinidade de coisas. Rodeavam não só por causa do artista, mas também por causa das necessidades existentes. Isso sempre o entristecia muito e ele sempre ajudava, dentro de suas possibilidades. Ele conta cheio de emoção que a coisa mudou para melhor em sua cidade. De uns tempos para cá, desde o governo Lula, toda vez que volta tem percebido que não existe mais aquele ajuntamento de pessoas carentes a lhe pedir coisas e mais coisas. Ele percebeu a mudança e foi conferir. Tudo fruto dos programas sociais do Governo Federal e a população da pequena cidade estava se transformando e mudando para melhor. Eles tinham mais o que comer, se vestiam melhor, moravam melhor, estavam mais alegres e isso também o alegrou muito. Quando lhe perguntam das mudanças, ele responde firme e resoluto: “Como que esse povo que teve sua vida transformada para melhor pode ser contra tudo o que lhe fizeram de bom?”. Adorei a fala do Alceu e esse é um ótimo momento para dividi-la com todos. Vamos cantar com Alceu amanhã no SESC? Pelo que sei ainda tem ingressos à venda.
Coisas do HPA

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