segunda-feira, 9 de março de 2015
COMENDO PELAS BEIRADAS (03)
MIÓ, O REDUTO DA MELHOR POLENTA DE BAURU – ADORO E DIVULGO
De vez em quando sou questionado por essas plagas dos motivos de escrever tão pouco sobre minhas andanças gastronômicas. Em primeiro lugar apregoo isso à crise. Sim, ela está mais do que presente em minha vida. E quando o mar não está para peixe, nada como comer mais em casa, quietinho da silva, sem alarde e espalhapatice. Amadja, a secretária do lar aqui pelos lados da casa de meu pai e Meire lá pelos lados da casa da Ana (de quinze em quinze dias) cozinham muito bem e mergulhamos todos no que produzem essas mãos maravilhosas. Quando sobra algum (cada vez mais difícil) damos umas escapulidas, principalmente aos finais de semana e aqui conto algo de um desses lugares, escolhido a dedo. Esse talvez o lugar onde mais tenhamos estado nos últimos tempos. Abro o jogo e conto tudo.
O restaurante é o MIÓ. Mas que nome é esse? Segundo seus proprietários (já já falo deles), a explicação está na cara. Se o próprio nome já escracha que por lá tudo é ‘mió’, quem sou eu para desdenhar. Não desdenho, aliás, caio de boca. Coisa boa, melhor impossível. Essa uma das explicações. A outra vem de milho, algo muito utilizado numa das especialidades da casa (já já escrevo dela). Se duas explicações não bastam, existe uma terceira. Lá vai, o título é também a junção do nome de seus dois sócios, os espevitados Milton Epstein, 55 anos e Oseias de Mello Correia, 53 anos. Explicado? Então, algo mais deles dois. Os dois não são daqui e sim, da capital. Paulistanos da gema, mas por aqui já a algum tempo. Oseias chegou primeiro, décadas atrás e esteve à frente durante um bom tempo num restaurante dentro do terminal rodoviário. Miltão (jeito carinhoso por causa de seu avantajado tamanho) ainda é fresquinho por aqui, mas pegou gosto. Estão se dando muito bem com a cidade.
Tudo por causa do Mió. Bem, agora escrevo do lugar. Onde fica? Sim, fica logo ali na rua Cussy Junior, 10-74, bem no centro de Bauru, quase esquina com a rua Rio Branco. Vindo pela Cussy, quase na esquina, ali um antigo casarão, desses resistentes dentro do cenário bauruense, com os pés bem altos, telhado forro ainda de madeira, todo cheio de recortes. Tudo lindinho de doer. Ali foi durante décadas a residência de nada menos o sr Vicente Aiello, saudoso professor e memorialista, amante de ferrovias e que hoje, de amor novo, aos 80 anos, foi residir por uns tempos em Jaú. Ele é pai de nada menos que a também espevitada Alexandra Aiello. A casa é linda e os proprietários fizeram de tudo para manter o máximo possível dos traços antigos. O trabalho de recuperação (não de restauro, viu!) ficou muito bom. A varanda da frente, idéia nova, ficou uma gostosura. Bom demais almoçar ali. Nos fundos, um antigo quintal, ótimo para eventos com grupos e fazendo parte do cenário uma jabuticabeira, que quando carregada tem um único inconveniente. Sabe qual? Conto. Pode cair alguma dentro do seu prato. Eu acho o lugar mais que mágico.
E quando tudo isso está aliado a uma boa cozinha, só pode dar coisa boa. E deu. Oseias é mais gerente, operador da coisa e Milton é o cozinheiro, o mestre cuca, o maitre do lugar. Nunca o vi envolto em aventais e touca ou chapéus de mestre cuca na cabeça, mas deve ficar bonitão com essa indumentária. Mas vejo sempre o que apronta e nos chega até a mesa. Um acinte. A especialidade da casa é POLENTA. Adoro. Quando bem feita, amo de paixão. Outro dia, disse que em casa estávamos prontos para fazer polenta de tanto que meu pai, sempre comigo, me pede mais e mais. Milton, do alto de sua sapiência soltou algo assim: “Sim, deve ser boa, mas não é igual a do Miltão”. Nunca é. A dele é a dele e pronto. Saborosa dessas de babar na fronha. No cardápio uma divisão. Terça com frango e requeijão. Quarta linguiça de copa lombo com espinafre. Quinta agrião com maminha cozida na cerveja preta. Sexta tem frita com costelinha de porco ao barbacue e brócolis. Sábado com rabada/agrião (1ª semana), costela bovina/ rúcula (2ª semana), língua ao vinho (3ª semana) e frita com linguiça grelhada (4ª semana). Aos domingos tem polenta na tábua ou com bacalhau refogado. Uma esbórnia total.
Vamos a uma das partes mais importantes da casa. Além de tudo ser de excelente procedência, tudo de fino trato, o atendimento também é bem diferenciado. Quando não feito pelos donos do negócio, duas atenciosas garçonetes. Só mulheres por lá, escolhidas à dedo. E por fim, o melhor de tudo, o preço. Não pensem que tudo isso é caro além do permitido para as parcas ecomonias de tempos bicudos. Ledo engano. A grande maioria gira em torno de R$ 16 reais. No máximo R$ 25 reais, os especiais, mais aos domingos. Todos pratos individuais. Todo sábado tem também feijoada. E todos os dias outras opções, bem caseiras. Tudo muito convidativo. Poderia dizer que viciei, mas minha situação atual não me permite mais afirmar algo assim, pois mesmo viciado teria que abdicar do comparecimento contínuo, devido situação dos meus furados bolsos. Mas volto sempre. Junto moedas a semana toda e bato cartão. E eles aceitam minhas suadas moedas. Também cartões a perder de vista. Funcionam de terça a domingo das 11h30 às 14h30.
Tentaram funcionar durante à noite, mas a região ainda apresenta seus problemas quando a noite bate, daí tiveram que repensar tudo. Cheguei a presenciar música ao vivo por lá, com nada menos que o casal sensação, Neusa Maria e Ademir Tavares, grupo Gota D'água. Uma pena isso de lugares serem obrigados a fecharem suas portas mais cedo ou nem abrirem por causa da insegurança da região. Os polenteiros noturnos reclamam e já ameaçam fazer até Abaixo Assinado. Não sei como a dupla dinâmica vai resolver essa pendenga. Essa é a minha dica para comidinhas fora de casa. Ali, tudo o que gosto muito. Tudo aliado e certinho. Não tive como não me apaixonar perdidamente. Foi amor à primeira vista. Daí, quando isso acontece, não faço como um amor desses possessivo, que quero só para mim. Esse aqui eu faço questão de divulgar, espalhar a boa nova, contar para tudo e todos. Quando vou lá e vejo tudo muito movimentado, sei que o Miltão vai estar agitado na cozinha e rendendo, dando o melhor de si. Sento, tomo minha cervejinha (uma preta para meu pai, Skol para a Ana) e curto tudo. Está dada a dica.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:
Dalva Aleixo Dias Anotadíssima a dica! Adoro polenta!!
9 de março às 21:09 · Curtir · 1
Ana Bia Andrade af Dalva Aleixo Dias vc entrou pra lista das furonas ! superou a rose Rosangela Maria Barrenha .......ela pelo menos tem netas pra usar como justificativa.....
9 de março às 21:10 · Curtir · 1
Dalva Aleixo Dias E eu tenho neto, ué!
9 de março às 21:10 · Curtir
Ana Bia Andrade mas é furona .... nem isto usa como justificativa... só fura mesmo na cara de pau Dalva Aleixo Dias..... já te convidamos pra céus, terra, água e mar... sol e lua... e.... nadica de nada de dar as caras.... até carona pra ida e volta caramba..... sai da toca...
9 de março às 21:12 · Descurtir · 2
Henrique Perazzi de Aquino Dalva, fazemos assim, eu levo a polenta na sua casa. Beijos a todos. Mas imagine a gente chegar lá e a Neusa Maria e o maridão estarem cantando e encantando.
9 de março às 21:13 · Curtir · 1
Dalva Aleixo Dias rsrs. Eita dupla! Vamos combinar uma polenta sim. Quando quiserem e puderem eu juro que vou!! Estou morrendo de vontade!
9 de março às 21:15 · Curtir · 1
Ana Bia Andrade af af Dalva Aleixo Dias tem uma chance.... ´só mais uma.... vamos considerar Henrique Perazzi de Aquino......????????????
9 de março às 21:16 · Curtir
Dalva Aleixo Dias hahaha, Ah! Dá vai! Desta vez eu não furo!
9 de março às 21:17 · Editado · Descurtir · 2
Henrique Perazzi de Aquino Tá bom, chance concedida, mas com uma condição: DALVA DESSA VEZ PAGA A CONTA.
9 de março às 21:18 · Curtir · 1
Neusa Maria Henrique Perazzi de Aquino e a linda Ana Bia Andrade...vocês, são dois queridos amigos. Obrigada pelo carinho da lembrança... tenho muita saudade desse lugar. Quem sabe...um dia as coisas possam mudar. Mais uma vez obrigada
e um grande abraço.
9 de março às 21:28 · Descurtir · 2
Fabiano Laperuta João Paulo JP, Alexandre Fluminense, Carlos PaulinAlexandre Trindade, uma boa pedida para os nossos horários de almoço, vejam isso...
9 de março às 21:32 · Curtir
Edna Thomazi Me apaixonei pelo lugar só de saber que a casa era do professor Vicente, pai da minha querida amiga Alexandra. E, ainda por cima, a especialidade é polenta.
Alexandra Ayello, vamos almoçar esta semana no Mió?
9 de março às 22:10 · Descurtir · 1
Milton Epstein · 4 amigos em comum
Estamos aguardando por todos!!!!
9 de março às 22:59 · Curtir · 1
Josyane Gordilho · 5 amigos em comum
Milton, ainda tem aquele peixe de que eu tanto gosto? As saladas também muito!
9 de março às 23:04 · Curtir
Milton Epstein · 4 amigos em comum
Toda Terça e Sexta tem filet de Peixe no Cartóccio e Grelhado e aos Domingos a tradicional Polenta c/ Bacalhau.
9 de março às 23:09 · Curtir · 2
Josyane Gordilho · 5 amigos em comum
Hmmmmm, maravilha! ��������
9 de março às 23:11 · Curtir
Estevan Costa · 6 amigos em comum
Obrigado pela dica Henrique! Vou experimentar com certeza!
Ontem às 01:22 · Curtir
Ricardo Coelho Muito bom.
Ontem às 06:40 · Curtir
Rosangela Maria Barrenha Demais!
Ontem às 07:50 · Curtir
Rosangela Maria Barrenha Adoroooooo
Ontem às 07:50 · Curtir
Oscar Fernandes da Cunha E POR FALAR EM COMIDA VEJAM AS FOTOS DA MINHA PÁGINA Komida Na Panela.
Ontem às 07:51 · Curtir · 1
Agnaldo Lulinha Silva Este lugar e bom de mais
23 h · Curtir
Adriana Covolan Olha que tem 2 aqui que furou na aula de fotografia no sábado. ...
23 h · Descurtir · 2
Cilene Barros · 27 amigos em comum
Obrigado pela dica Henrique! Vou experimentar com certeza!
23 h · Curtir
Fernando Tobgyal Impossível comer um só. ...
23 h · Curtir · 1
Bruno Mestrinelli Rapaz, interessante essa polenta aí hein!
22 h · Curtir
Fabiano Laperuta Livia Goto, foi esse que vc me indicou uns meses atrás?
22 min · Curtir
Postar um comentário