segunda-feira, 10 de julho de 2017

BAURU POR AÍ (141)


PERDA DE PRAZO E LIMINAR – BAURU QUERENDO DAR O EXEMPLO
Perda de prazo é comigo mesmo. Eu não mais consigo cumprir um a contento. O lé não bate mais com o cré e daí, perder prazo é só um mero detalhe. Quando deixam aos meus cuidados para levar o filho em provas cujo portão fecha num determinado horário, podem escrever, chego com ele já fechado. Tento argumentar e o máximo que consigo é ouvir: “não conhece as regras”. Eu nunca fui de seguir regras, e quando tenho comigo uma missão, tipo chegar no horário aprazo para adentar o cinema, sempre perco o começo. Não sei o que acontece comigo. Entregar a declaração do Imposto de Renda no prazo é algo inconcebível, mas eles sempre prorrogam. Quem nunca jogou com a prorrogação levante a mão?

Quem erra é quem marca isso e não abre mão de aceitar depois o choro de gente como eu, que ainda esperneia, clama aos céus e aos poderosos de plantão. Se o show começa no horário definido no convite comprado um mês antes, eu não sei o que acontece comigo, mas chego sempre depois e quando existe então a expressa determinação dos produtores de fecharem a porta após o início do espetáculo, sou daqueles barraqueiros armando o maior tendel na porta. "Como não vão me deixar entrar. Sabe com quem estão falando?", argumento. Tento no tapetão, curinga, cartas na manga, amigos influentes e ocultos, propina e o escanbau. Nesse rincão vale tudo. E cada um usa das prerrogativas que estão ao seu dispor. É feio fazer uso de coisas desse tipo e de bom alvitre denunciar quando ocorre com o outro. Mas quando ocorre comigo, a coisa é diferente a deve existir um jeito de reverter tudo. Esse povo não possui bom senso? Sabe ao menos em que país estamos?

Aqui na universidade onde me encontro, vivo descumprindo prazos e me fubecando dia após dia. Quem, como eu, deixa de fazer a tarefa dentro do aprazado tempo a mim disponibilizado, quando com a viola em caco, resta como última alternativa o choro, o pedido de joelhos, o clamor aos céus. Vez ou outra agraciam os descuidados com o perdão. Sempre tem alguém ainda acreditando nesses pobres perdedores de prazo e prontos para estenderem sempre prazo. Renovam a esperança, enfim, tudo deve ser mesmo negociável por essas plagas. Mas isso também cansa e quando não querem mais perdoar e entender o semelhante nas suas deficiências, daí, só mesmo como a Prefeitura Municipal de Bauru faz nesse exato momento com a perda do prazo para inscrever a cidade nos Jogos Regionais de Esporte. Perderam, recorreram, não sensibilizaram ninguém lá das hostes autorizativas do Governo do Estado de SP e daí, só mesmo conseguindo adentrar o campo de jogo através de uma LIMINAR.

Eu, na qualidade de assumido perdedor contumaz de prazo, informo aos incautos de plantão à minha volta que, a partir desta data, passo a incorporar ao meu rico acervo de DESLAVADAS DESCULPAS essa tal de liminar. E assim, continuo o sambarilove desta vida, empurrada ao deus dará e aos trancos e barrancos. Me segura que vou ter um troço. Agora, de uma coisa tenho certeza, esse negócio de prazo é mesmo uma chatice de doer os cornos. Minha modesta sugestão é para que tudo ocorra conforme as conveniências individualizadas. Isso de prazo e horário para isso e aquilo não condiz com a atual conjuntura deste varonil país bananeiro.

PS.: Dedico essas mal traçadas linhas para a inflamada fala hoje a tarde do vereador Sandro Bussola, que quase teve um enfarte no uso do microfone, quando da sessão semanal da Câmara de Vereadores desta cidade dita como “sem limites”, tudo para convencer os lá do Governo Estadual a cederem aos esforços deles todos, indo para Sampa tentar reverter a questiúncula, cada um arcando com os próprios custos da empreitada. Cuidemos do Sandro, pois do contrário ele vai acabar tendo um troço e o país, como sabemos, não merece isso tudo de tão perspicaz e dedicado homem público.

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